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Uma Estória Sem Pé E Sem Cabeça
Uma Estória Sem Pé E Sem Cabeça
Uma Estória Sem Pé E Sem Cabeça
E-book66 páginas58 minutos

Uma Estória Sem Pé E Sem Cabeça

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Sobre este e-book

Este livro traz a história de um contador de estórias Inhô Pretinho narrada por ele mesmo. Capturado ainda criança na África é trazido para o Brasil como escravo e desenvolve a arte de contar estórias ao pé do fogão. A primeira que conta é esta, a sua própria. È uma narrativa suave com uma dose de realismo fantástico que procura envolver o leitor através de imagens poéticas carregadas de emoções mostrando alguns dos sentimentos e sofrimentos desse forte povo de pele negra que sempre esteve à frente nos trabalhos de construção desse vasto País que hoje chamamos de pátria. A leitura deste livro dará ao leitor a oportunidade de perceber detalhes que a história contada pelos ”conquistadores” tenta, com políticas ideológicas, fazer-nos esquecer. Esta é a versão ePub. Veja também a versão impressa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de nov. de 2013
Uma Estória Sem Pé E Sem Cabeça

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    Uma Estória Sem Pé E Sem Cabeça - Luvimacos

    72

    umaestória1

    Uma estória sem pé e sem cabeça

    Um capítulo da nossa história

    luvimacos

    luvimacos

    Uma estória sem pé e sem cabeça

    1ª edição

    São Paulo – SP

    Luiz Vicente Macieira Costa

    2013

     Ficha catalográfica

    C837.         

              Costa, Luiz Vicente Macieira.

                     Uma estória sem pé e sem cabeça, Luiz Vicente Macieira Costa. – Vitória da Conquista, BA, 2013.

                     141p.

    ISBN 978-85-915716-0-4 livro impresso

                      ISBN 978-85-916387-1-0 livro ePub

    1. Literatura brasileira 2.Ficção e contos brasileiros. I. Título.

     B869.3                                                                CDU – 82-32

    Créditos

    Criação da capa

    Luiz Vicente Macieira Costa

    Revisão: O autor

    Todos os direitos desta edição reservados ao autor.

    luvimacos@gmail.com

    www.luvimacos.blogspot.com

    Impresso por Clube de Autores

    Disponível em: www.clubedeautores.com.br/authors/87145

    sumário

    Parte I

    Ao primeiro interlocutor.......................9

    Parte II

    Às crianças ao meu redor....................11

    Parte III

    Travessia............................................27

    Tempestade........................................37

    Parte IV

    Desembarque......................................47

    Parte V

    Terra do meu senhor........................51

    Casamento africano............................56

    Comida na senzala..............................60

    Minha verdade sobre a Lei Aurea.........65

    Libertação...........................................69

    Subida................................................76

    Construção da cabana.........................79

    Bicho no laço......................................83

    População aumentada........................87

    Nasce uma nova quimera....................98

    Pequeno tesouro...............................100

    Parte VI

    Êxodo...............................................121

    A todo aquele que gosta de ler, contar e/ou ouvir estórias da nossa negra raça.

    Este exemplar vai especialmente com carinho

     para  _____________________________________                                     

    em _________________________________

    I parte

    Ao primeiro interlocutor.

    Sem pé e sem cabeça é uma estória que, a princípio, causa estranhamento. Não está nos livros de história nem pode ser comprovada cientificamente. Surgiu como quem surge do nada e como tantas outras, é ouvida por alguém que repassa a outro e assim vai ganhando vida, cresce e passa a existir em nossas lembranças. E daí, ninguém mais consegue arrancá-la. Ou seja, passa a fazer parte da nossa história ou, mesmo, se torna a nossa própria história.

    Contudo, quase sempre aparece um estudioso qualquer com muitas teorias e transforma a nossa história num improvável mito. Mas para quem viveu a história isso não é lá de muito causo, tendo em vista a importância que tiveram os mitos para a história da humanidade. Portanto, para nós o que vale é que sendo uma história real ou apenas um mito como querem nos fazer acreditar, ela está aqui, aí e acolá, enraizada em nossas memórias, e daí não se pode mais tirar.

    – Inhô Pretinho, um mito pode ser considerado uma verdade? Questionou uma criança.

    Pois é, nesses casos sempre há controvérsias e, às vezes, é muito difícil convencer alguém de uma verdade sem apresentar provas concretas. Contudo, sempre há caminhos que se cruzam e que, muitas vezes, servem de argumentos para levar pessoas a compreenderem histórias que ainda não foram contadas. E é baseado nessa teoria que eu vou explicar como a nossa história começou.

    II parte

    Às crianças ao meu redor:

    Vocês sabem que eu já contei muitas estórias ao pé desse velho fogão de lenha. Mas nunca antes com os detalhes que agora narrarei. Essa estória está guardada comigo há muito tempo. E conto-a agora não com a intenção de vos divertir, mas porque espero que a guardem em suas memórias e que a transmitam a outras pessoas quando vos tornares contadores de estórias como eu tenho sido para vós.

    Vamos lá! Este caso, (...cof, cof,..hum hurm,) – o velho limpou a garganta – não é um acontecimento único no mundo. Assim como ele, há tantos outros que formam admiráveis estórias ainda por se contar. E algumas delas ainda estão bem vivas nas mentes de muitas pessoas como eu, a quem muitos jovens não querem ouvir. Por isso acredito que muitas dessas estórias, talvez, nem sequer cheguem a ser conhecidas, muito menos publicadas como algumas estórias bobas que nada trazem de importante, mas têm larga divulgação neste vasto país. Isso porque falta quem se interesse por elas por motivos diversos. Contá-las envolveria: disposição para pesquisa sem finalidade financeira. Além disso, conhecer e falar de uma coisa que só interessa aos sentimentos que acusariam a própria consciência e culpa, não faz parte do interesse capitalista. E como se sabe, ninguém estaria disposto a gastar tempo e dinheiro para encontrar provas que o condenariam. Esse último pequeno detalhe explicaria a forte censura exercida durante décadas à liberdade de expressão.

    Entretanto, não podemos nos calar diante de tudo isso porque existem alguns detalhes que esclareceria a nossa verdadeira história, ou parte dela. Não podemos ser iguais àqueles que preferem viver iludidos pela escuridão da ignorância a serem libertos pela luz de uma verdade, mesmo que isso nos cause dor.

    Mas antes de entrar na estória propriamente dita, ou melhor, antes de começar a narrar detalhes da

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