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A Cura De Eva
A Cura De Eva
A Cura De Eva
E-book233 páginas2 horas

A Cura De Eva

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Sobre este e-book

Thomas acaba de entrar para a faculdade, sentido-se livre, entre aulas e estudos, ele aproveita a vida. Um belo dia, na biblioteca conhece Lily, é amor a primeira vista. Decidido a conquistá-la, ele investe boa parte de sua atenção nessa missão sem imaginar que ela, o seu grande amor, esconde um segredo fatal. Entre mito, alquimia e magia Thomas e Lily vivenciam juntos uma grande aventura de amor. Baseado no mito ancestral de Lilith, A cura de Eva é um livro jovem, descontraído e de fácil leitura. Cheio de romance, aventura e magia, ele segue as tendências atuais da literatura fantasiosa, que com certeza instigará você, caro leitor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de ago. de 2012
A Cura De Eva

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    A Cura De Eva - Simone Martinelli

    Cura de Eva

    São Paulo, 2012

    2

    A cura de Eva

    Copyright 2010 by Simone Martinelli

    Todos os direitos reservados. Fica extremamente proibida sua cópia.

    Preparação Simone Martinel i

    Revisão Alexandre P. de Almeida, Claudia Regiane Martinelli Victorio e

    Genoveva Franscescone Cruz

    Diagramação Simone Martinel i

    Capa Canva

    Texto de acordo com as normas do novo acordo ortográfico da língua portuguesa.

    Índice para catálogo sistemático

    1. Ficção: literatura juvenil

    3

    Para as filhas de Lilith e filhas de Eva.

    4

    "No céu noturno, aparecia uma esfera de luz ainda misteriosa, mudando sua forma com o

    passar das noites, até desaparecer e retornar novamente."

    Raven Grimassi

    1. Curtindo

    - Filho está na hora!

    -Estou descendo. Gritei enquanto vestia minha camiseta perferida.

    Aquele seria o último dia, finalmente estaria livre das intermináveis

    aulas de química, da enjoativa comida da cantina, livre das

    insuportáveis gozações do tradicional time de futebol americano.

    Passei metade da vida assistindo aos Lions Havens transformarem

    minha pacata rotina em um inferno, senão tivesse herdado do meu

    pai o gosto pela arte de jogar bola com os pés, talvez não fosse

    alvo dos quarterbacks. Aliás, essa herança não era nenhum pouco

    popular, na lista de preferências femininas, os jogadores de futebol

    americano tinham destaque absoluto, logo depois, os jogadores de

    basquete, depois de beisebol e depois, muito depois beirando o

    fim da lista, estavam os jogadores de soccer. Minha vida social e

    amorosa foi quase sempre um desastre.

    - Vamos filho, que demora. Cadê sua beca? Perguntou minha mãe

    na ponta da escada, já soando irritada.

    - Está na mochila, vou vestir só quando chegar à escola. Respondi

    fechando a porta do quarto. Não queria pagar mico antes da hora.

    Era verão e o dia estava nublado em New Haven, minha mãe,

    como sempre alegrou meu dia com uma de suas extravagantes

    capas de chuva. No caminho até a escola, ela não parou nenhum

    só minuto de comentar sobre a colação. Sei que a próxima colação

    de grau que participaria seria dos seus netos, afinal sou filho único,

    mas o falatório estava me deixando ainda mais nervoso.

    5

    - Vou estacionar o carro e esperar pelo seu pai... Encontro com

    você lá dentro.

    - Até daqui a pouco. Respondi descendo do carro.

    - Até, meu filho.

    Por ser final de semana, os únicos presentes éramos nós, os

    formandos, nossas famílias e alguns professores. Era estranho

    pensar que passei metade de minha vida aqui, entrei nesse colégio

    ainda criança, mal sabia escrever. Hoje já quase adulto tinha

    certeza que estava pronto para enfrentar o mundo.

    Assim como eu, John, que estava vindo na minha direção, entrou

    aqui moleque. Somos melhores amigos desde o primeiro dia de

    aula quando Steve e sua turma da terceira série tiraram sarro de de

    nossas roupas super coloridas e cabelos estilo tigelinha.

    - Finalmente estamos livre do colegial, você acredita? Perguntou

    John passando o braço no meu ombro.

    - Parece piada, respondi sorrindo.

    Chegamos ao teatro e Margaret, de longe a melhor aluna da sala, já

    estava fazendo o discurso. Era algo sobre a história da cidade. Foi

    aqui que chegou o famoso navio negreiro La Amistad.

    Cansado do oratório, fiquei aliviado quando o professor Robbison

    começou a chamar um por um para a entrega do canudo. Fui um

    dos últimos, olhei para a plateia, meu pai, minha mãe e a tia Beth,

    estavam com lágrimas nos olhos. Naquele momento pensei: Todos

    sempre dizem que os melhores anos de nossa vida são os anos que passamos no

    colegial, será mesmo verdade? Ao fim, como manda a tradição jogamos

    nossos chapéus para o alto. Foi tanta euforia que acabei abraçando

    até os quarterbacks, esqueci completamente dos momentos ruins,

    agora era hora de comemorar.

    Ao final da cerimonia, antes de entrar no carro olhei uma última

    vez para a escola, talvez no futuro sinta saudades, mas hoje o que

    estava sentindo era um enorme alívio. Fechei a porta do carro e

    seguimos para o Frank Pepe.

    6

    A pizza do Frank era uma das melhores de Connecticut. Meu pai

    identificava-se com a história de vida de seu dono. Frank Pepe

    chegou a América em 1909 aos 16 anos, sem dinheiro esse

    imigrante italiano trabalhou durou para conseguir realizar o tão

    desejado sonho americano. Minha família era viciada nas suas

    pizzas finas e crocantes, sempre que queríamos sair para

    comemorar, aqui era nosso ponto de encontro.

    A pizzaria estava cheia, por sorte nossa mesa estava vaga.

    Sentamos e pedimos o de sempre, meia margherita e meia

    peperoni. Minha mãe estava tão animada e feliz com a formatura

    que ainda falava sobre a colação, enquanto meu pai só queria saber

    da universidade. Cada pedaço de pizza uma pergunta. Tia Beth

    coitada, não abriu a boca, meu tio tinha acabado de trocá-la por

    uma mulher mais nova e com meus primos, Tom e Brad na

    faculdade, ela estava enfrentando sozinha a separação.

    - Thomas, até agora não entendi porque você preferiu NYU, Yale

    é mais conceituada.

    - Pai, já falamos sobre isso, Yale não é para mim, estou cansado

    desta cidade. Quero ir para Nova York, lá terei mais chances.

    - Chances do que menino? Perguntou ele tomando um gole de

    cerveja.

    - Chances de me dar bem. Respondi mordendo o pedaço da pizza.

    - Thomas... falando de emprego ou de mulheres?

    - Os dois. Respondi sem vergonha.

    - Filho, você deveria priorizar sua carreira, assim consegue um

    bom emprego, choverá mulher na sua horta.

    - Paulo, isso é conselho que se dê para o menino? Perguntou

    minha mãe irritada.

    Fiquei calado enquanto os dois discutiam, aos dezenove anos

    ainda não tinha me apaixonado, nem namorado. Agora veja se vou

    esperar até ficar rico para tudo isso acontecer? Você está louco,

    quero mais é diversão, curtição, azaração e Nova York é a cidade!

    7

    Assim que acabamos o almoço, fomos levar tia Beth para casa. Ela

    morava no centro, perto de Yale. Sua casa era grande e bem antiga.

    Na varanda, como era de costume, uma bandeira americana.

    Minha mãe abriu a porta do carro, ajudou tia Beth a descer e

    acompanhou-a até a porta de entrada. Enquanto as duas se

    despediam, meu pai voltou-se para mim e em voz alta concluiu: -

    Thomas, esqueça aquele conselho que te dei na pizzaria, aproveite

    que você é jovem e resolva todos os seus desejos e vontades, só

    assim estará livre da crise da meia idade. Sem dizer nada, coloquei

    a mão no seu ombro, ele olhou para trás e sorriu.

    Sempre tive orgulho de meus pais, mesmo meu tio sendo seu

    irmão, minha mãe deu seu total apoio a minha tia. Eles sempre

    diziam que, a verdade e justiça só são válidas quando nada as

    influenciam.

    Depois de deixar tia Beth, pedi a eles que me deixassem na casa do

    John. Não tinha nada para fazer naquela tarde chuvosa ao não ser

    perdê-la jogando winning eleven. Quando cheguei, ele já estava na

    quinta partida. Jogamos até quase meia-noite quando finalmente

    voltei para casa. Cansado, só consegui tirar os sapatos e cair na

    cama.

    No dia seguinte, com a sensação de liberdade comecei a empacotar

    as coisas. Faltava apenas um mês para começar as aulas na NYU,

    ansioso queria mudar logo.

    Nos quinze dias que se seguiram, não fiz absolutamente nada, na

    maior parte do tempo ficava na casa do John jogando, zoando no

    Twitter, no Facebook e postando as últimas análises no blog.

    Quando entramos para o time de futebol do colégio, eu e o John

    criamos um blog para discutir o futebol nos Estados Unidos,

    chamava Soccer na terra do Footbal . Até que fazia sucesso,

    pena que logo teríamos de abandonar esse projeto, a vida de

    universitários tomaria tempo.

    8

    Chegado o tão esperado dia, acordei animado e ainda mais

    ansioso. Olhei pela janela e o dia estava perfeito, o sol brilhava e as

    nuvens dançavam. Tomamos café da manhã em família, iria sentir

    falta das panquecas de meu pai e do delicioso café da minha mãe.

    Terminei de comer e antes de subir para buscar as malas, ajudei

    com a louça.

    - Filho quer ajuda? Perguntou meu pai, enquanto eu subia para

    buscar as malas.

    - Não pai, obrigado dou conta. Respondi colocando duas malas no

    braço direito, uma no esquerdo e carregando mais outras duas,

    uma em cada mão. Coloquei as malas na porta de entrada e fui

    levando uma a uma para o carro.

    - Thomas querido, se comporte, tome cuidado com as meninas e

    use sempre proteção. Disse minha mãe parada na varanda.

    - Affe mãe pára por aí, já sou bem grandinho. Respondi sem graça.

    - Filho você é uma criança! Respondeu ela cruzando os braços.

    - Sue, deixa o menino, não está vendo que ele sabe se cuidar?

    Disse meu pai colocando a última mala no carro.

    - Pode deixar mãe, sei mesmo me cuidar. Respondi entrando no

    carro. - Bora pai, tá na hora.

    - Pegou tudo, meu filho?

    - Peguei sim.

    - Então vamos embora, tchau Sue até daqui a pouco.

    - Tchau honey, Tchau filho.

    - Tchau mãe até mais!

    - Me liga quando vocês chegarem lá.

    Acenei para ela e dei uma última olhada na casa. Não era fácil dizer

    adeus aos meus dias de filhinho da mamãe, apesar de estar

    empolgado com minha nova vida de adulto, deixar a casa e o

    cuidado dos meus pais gerava certa insegurança.

    9

    Eram exatamente dez horas da manhã quando saímos de New

    Haven. Nova Iorque ficava perto, só uma hora e quarenta e cinco

    minutos de viagem. Pegamos a I-95 S, a estrada estava tranquila,

    dei graças a Deus por não estar em uma das movimentadas

    estradas do Brasil. Toda vez que íamos visitar meus avós que

    moram em Santos, tínhamos de pegar uma estrada chamada

    Imigrantes. A estrada era boa, porém vira e mexe ficava

    congestionada, uma viagem de duas horas se transformava em

    quatro.

    - Pai, lembra da última vez que fomos visitar a vovó? Perguntei

    olhando para a quase vazia estrada.

    - Lembro sim Thomas.

    - Nossa, demoramos mais de 4 horas para chegar.

    -Também filho era final de ano e você sabe que os Brasileiros

    adoram passar o réveil on na praia.

    Eu também adorava passar o réveillon nas praias brasileiras, a

    mulherada, como dizia meu avô eram de parar o trânsito. Minha

    mãe detestava, ela nasceu e cresceu em New Haven, praia aqui só

    no alto verão e olhe lá. Toda vez que íamos para o Brasil, ela

    tentava convencer meu pai a ficar.

    Chegamos rápido em Nova Iorque e fomos direto para NYU.

    Paramos na porta do prédio da admissão. Descarregamos as malas

    e ali mesmo nos despedimos.

    - Filho olha lá confio em você! Não vai dar razão para sua mãe.

    Disse ele tirando a última mala do carro.

    - Pode deixar! Trocamos um abraço apertado e ele seguiu de volta

    para casa. Fiquei observando o carro até perder o alcance. As

    conversas com meu velho irão fazer falta. Com o coração

    apertado, respirei fundo, arrumei o cabelo e subi as escadas do

    imponente prédio da NYU.

    O clima era completamente diferente do colegial, as pessoas eram

    animadas, sorridentes e por incrível que pareça gentis. Cheguei ao

    10

    centro de admissões e um cara pouco mais velho do que eu, todo

    desarrumado, parecendo aqueles modelos que usam roupas sujas e

    acham sexy não lavar os cabelos, me levou até os dormitórios.

    Antes de abrir a porta do quarto, o rapaz me entregou o papel com

    as normas e horários de funcionamento da lanchonete e da

    biblioteca, perguntou se eu tinha alguma dúvida, apesar de ter

    várias, disse que não tinha nenhuma. Sem mais, ele me deu a chave

    e foi embora. Olhei para a chave como quem olha para um

    tesouro, segurei-a na mão e abri tremendo a porta.

    O quarto era maneiro tinha duas camas de madeira preta, dois

    criados mudos brancos e paredes amarelas. Em cima da cama do

    lado direito, toda bagunçada, tinha um pôster dos New York

    Knicks. No criado mudo um abajur velho e o porta retrato de um

    cara com uma garota. Coloquei minha mudança no lugar vago,

    desempacotei um pequeno mural, arrumei algumas fotos, as

    roupas no armário e ajeitei a estante para o laptop, depois de meia

    hora estava tudo no seu devido lugar. Peguei o celular e mandei

    uma mensagem para minha mãe e outra para o John. Aquele

    também seria seu primeiro dia na Cornell. Fizemos os testes

    vocacionais juntos, eu segui para direito e ele para engenharia

    biológica ambiental. Depois, como não tinha mais nada para fazer

    fui dar uma volta na universidade.

    O lugar era bacana, não lembrava em nada a arquitetura medieval

    de Yale. Todos os prédios tinham acabamentos em tijolos

    aparentes vermelhos, as janelas eram brancas, em quase todos os

    cantos tinham bancos de madeira e árvores que deixavam o

    ambiente mais alegre e leve. O espaço externo era grande e estava

    cheio de gente indo de lá para cá.

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