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Geriban E A Pedrinha Encantada
Geriban E A Pedrinha Encantada
Geriban E A Pedrinha Encantada
E-book186 páginas2 horas

Geriban E A Pedrinha Encantada

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Sobre este e-book

Ocorreu um grande deslizamento de terra, no bairro da Encosta; o qual soterrou a casa de Geriban, matando sua esposa Vera e seus filhos pequenos. Ele sobreviveu milagrosamente. Ao perder sua família e ver sua casa completamente destruída, encheu-se de grande tristeza e desânimo, que decidiu ir embora daquele lugar. Resolveu buscar serviço em uma cidade grande. No dia de sua partida, foi antes contemplar pela última vez, o local de sua casa. Viu alguns destroços da moradia espalhados por entre o lamaçal já seco. Chorou emocionado ao lembrar de sua esposa e de seus filhos. Continuou percorrendo a área, quando de repente pareceu-lhe ter visto algo brilhando no meio dos destroços. Foi até lá e encontrou uma pedrinha diferente, que quando ele a apertava, ela brilhava. Colocou-a no bolso e foi-se embora. Durante sua viagem de muitos dias, descobriu que a pedrinha era encantada. Pois, todas as vezes que ele se via em apuros, com risco de morte, bastava apertar a pedrinha que por encanto, a situação mudava completamente. E ele saia ileso e vitorioso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jun. de 2016
Geriban E A Pedrinha Encantada

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    Geriban E A Pedrinha Encantada - Cláudio Liva

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    CLÁUDIO LIVA

    GERIBAN

    E A PEDRINHA ENCANTADA

    Volume I

    Capa: Ulisses José Gomes Quirino

    Editoração: Ulisses José Gomes Quirino

    Revisão: Luana Martins

    Sumário

    Grande deslizamento no bairro da Encosta 7

    Geriban busca novos ares 17

    Grande aflição em Mateusinho 27

    Sérios apuros em Milena 43

    Sufoco em Conselheira Júlia 59

    Grande sofrimento em Mirela 79

    Geriban e a mulher do Patrão 97

    Acusação Injusta 113

    Amando a pessoa errada 129

    Confundido com terrorista 151

    Sensacional!

    Leia o livro Garras Afiadas e conheça os descalabros cometidos por prefeitos contra o patrimônio de seus municípios. Já se tornaram práticas muito usuais desses monstros: avançar contra obras recém construídas e destruírem-nas, ou impedir que funcionem, ou alterar suas finalidades, tudo isso e muito mais, visando apagar a imagem do político que as realizou.

    Alguns deles tratam os bens da prefeitura como se donos deles fossem; tratam os funcionários e até munícipes com tanta rudeza, estupidez e arrogância, como se fossem seus escravos. Inexplicável é que muitos, depois de serem humilhados, agredidos verbalmente, passam a amar, respeitar e adorar o monstro, que a partir dali lhes parece como um deus. Como entender isso? Alguns atribuem à ação satânica em favor de seus pupilos. Será?

    Em meio a tudo isso, se deleite também com a explosão amorosa dos personagens, que mergulham em suas paixões com desmedida loucura.

    Leia o livro: Garras Afiadas de Cláudio Liva – Clube de Autores.

    Adquira-o pelo site: http://goo.gl/vsXiot

    Todas as obras de Cláudio Liva estão disponíveis em sua página no Clube de Autores. Acesse: https://goo.gl/eVRVX2

    https://www.clubedeautores.com.br/

    Dedico às minhas irmãs:

    Irene Maria Quirino de Meira

    Clotilde Paula Quirino Theodoro

    Lenita Quirino Feffe

    Judite Sueli Quirino

    Grande deslizamento no bairro da Encosta

    Enquanto as crianças brincavam no terreiro, a mãe nervosa retirava apressada as roupas do varal ali perto, olhando temerosa a chuva que se avizinhava.

    Ali moravam Geriban, sua esposa Vera, e seus dois filhos: Alcindo, de cinco anos, e Carmem, de dois. A felicidade também morava com eles.

    Geriban sustentava a família com a renda da exploração de mate e da venda de pinhão colhido nos fundos da chácara. Produzia também: feijão e arroz para a sobrevivência. Ainda plantava milho para o sustento de suas galinhas, de uns porcos, e trocava na cidade o excedente por farelo, a fim de misturá-lo com a cana, reforçando a ração das seis vacas, cujo leite ajudava na alimentação da família. Os cinquenta litros diários que sobravam, vendia em Santa Gabriela, cidade mais próxima.

    Na área onde estava sua casa, esta vizinhava-se com mais cinco outras, todas da mesma família, herdeiras das mesmas terras. Coube a cada herdeiro cerca de quatro alqueires.

    O lugar onde se situavam as casas pertencia ao chamado bairro da Encosta, nome dado devido à existência de uma grande ribanceira no lado norte daquelas terras. Essa proximidade causava muita preocupação aos moradores. Já ocorrera antes alguns deslizamentos de terras da encosta, destruindo cercas e galpões. Até aquela data, porém, restringira-se a lugares bem próximos do despenhadeiro, localizados bem longe das moradias.

    Naqueles dias, entretanto, muito pouco dormiam os moradores dali, de tão preocupados com as constantes chuvas que se derramavam naquela região há mais de três semanas.

    Choveu direta e ininterruptamente em todos aqueles últimos vinte dias, de forma ainda mais volumosa na última semana. Barrancos no alto da encosta já tinham se desprendido em épocas anteriores e não rodaram encosta abaixo pela grande distância. Nesta ocasião, entretanto, a preocupação tomava conta de todos os moradores da área. Há vários dias que já vinham dormindo aos sobressaltos. Dormiam, acordavam, dormiam e acordavam, sempre assustados.

    Na fatídica noite de sexta-feira, Geriban acordou cerca de seis ou sete vezes, levantando-se assustado em todas elas, parecia antever um perigo iminente. Saltava da cama e corria para fora a fim de, apesar da escuridão, ao menos ouvir se havia algum barulho mais estrondoso vindo da serra. Mas, em todas essas vezes, não ouviu nada.

    Na última vez, retornou mais tranquilo para a cama. Tentou acender a luz, mas estava sem força. Riscou um fósforo e olhou o relógio: três horas da madrugada. Dormiu outra vez. Apesar da chuva incessante, pareceu-lhe que não haveria, ao menos por aquela noite, nenhum perigo de deslizamento. Deitado, ouviu a respiração da esposa em sono profundo. Sentiu-se bem mais tranquilo. Encheu-se de confiança: com certeza passaremos mais esta noite sem maiores problemas — pensou.

    Deitou-se e até se deleitou a ouvir o repicar da chuva derramada no telhado. O som enchia todo o interior da residência. Ainda não pudera forrar a casa; a esposa lhe cobrava insistente essa providência. Nisso, escutou um leve estrondo. Ficou gelado!

    — Meu Deus! Tomara que não seja lá em cima — murmurou para si mesmo.

    Novo estrondo, agora muito mais forte. E o ronco característico de deslizamento de grandes proporções se prolongou. Saltou da cama, gritando:

    — Levantem-se todo mundo! Vamos sair fora! Andem depressa! Andem! — continuou gritando.

    — O que está aconte... Meu Deus do céu! Vamos correr! — berrou a esposa ao ouvir os estrondos horríveis chegando. — Pegue o Alcindo, eu levo a Carmem! — ordenou ela, correndo com a criança já no braço, acompanhando o marido que se adiantara e já alcançara a porta. Não deu mais tempo para nada. Um violento impacto chocou-se contra a casa, arrastando-a aos pedaços, e tudo que tinha dentro dela, morro abaixo, em um barulhão ensurdecedor. Geriban foi lançado muitos metros de distância à frente, indo chocar-se com um canavial formado para o sustento do gado. O choque fê-lo desmaiar. O tempo que passou desacordado no meio do canavial, todo ensopado e enlameado, nunca soube precisar. Só se lembra que de repente acordou, se lembrou da família e se levantou de um salto na escuridão, gritando pelo nome da esposa.

    — Veraaaaaaaa!!!!

    Nada! Nenhuma resposta. Desesperou-se...

    Veio-lhe à mente o momento em que tentavam fugir e o impacto na casa, jogando-o e o filho para longe.

    Gritou o nome do filho.

    — Alcindoooooo!!!!

    Nada! Nenhuma resposta.

    A chuva continuava caindo, mas os estrondos de deslizamentos não se ouviam mais.

    Tentou sair do canavial tateando no escuro. Orientou-se para a direção de sua casa; deu alguns passos afundando os pés no barro e estacou-se ao tropeçar com algo grande e muito duro. Apalpou, apalpou e sentiu seu coração disparar. Era parte de um telhado — gelou! Não havia por ali, com aquelas telhas, nenhum telhado, exceto o de sua casa.

    — A casa! — gritou desesperado. — A casa! O que aconteceu com a nossa casa?! Onde está o resto da minha família?! A minha família! Meu Deus! A minha família! — continuou gritando, desorientado no escuro.

    Nisso, ouviu gritos angustiados vindos de várias direções. Não foram só eles os atingidos.

    Deu mais alguns passos no escuro, apalpando, e descobriu que sobre o canavial esmagado se estendia um montão de lama. Daí, então, compreendeu em um grito de dor. Sua casa estava soterrada por aquele montão de barro.

    — Não pode ser! — se recusou a acreditar. — Não pode ser! Não podem estar soterrados, não podem!

    Continuou procurando, às apalpadelas, evitando mergulhar demais naquele mundo de lama e arriscar ser engolido por ela também.

    Berros desesperados vinham de todos os lados na baixada. Chorou desconsolado enquanto contornava, precavido, em meio à escuridão, o montão de lama que ocupara toda a área onde morava e onde estavam seus estábulos. Contornou a montanha de terra lamacenta e, à medida que a contornava, foi constatando o descalabro que havia ocorrido. Tinha coberto sua casa, seu paiol e toda mangueira.

    — Minha família! O que aconteceu com ela?! Meus filhos! Meus anjinhos! Não podem estar mortos! Preciso encontrá-los! Devem estar perdidos, desorientados ou desmaiados, mas vivos! Têm que estar vivos!

    Continuou procurando e cautelosamente contornando a avalanche assentada. Nisso, o clarão da manhã deu os primeiros sinais. Prosseguiu procurando e chorando desesperadamente.

    Pouco depois, apesar de todo céu ocupado pelas nuvens escuras, a claridade do novo dia foi se ampliando. Geriban não tinha mais forças para continuar a procura. Compreendera a inutilidade disso. Olhava a montanha de terra lamacenta e chorava, chorava desconsolado.

    — Todos mortos meu Deus! — choramingava, olhando entre lágrimas para o céu. — Não acredito que o Senhor deixou acontecer isso com a minha família! Não acredito!

    E chorava sem parar.

    O dia continuou carrancudo. Embora menos intensa, a chuva não cessou. Geriban estava todo encharcado e sujo de lama. Cabelos escorridos pela face. Virava para um lado e para o outro, chorando desconsolado. Para ele a vida não tinha mais sentido.

    Choros e gritos de dor continuavam chegando de todos os lados. A desgraça fora enorme naquele lugar. Parecia, aos olhos cheios de lágrimas de Geriban, que todos os moradores em volta haviam tido muitas perdas. E pelos lamentos que se ouviam, mais vidas haviam sido ceifadas. O estrago provocado pelo deslizamento foi muito grande. Olhando em volta, via-se muita lama e, sobre ela, muitas copas de árvores. Tudo isso em meio a uma imensa montanha de lama. Apenas uma das casas continuava em pé, conforme ele vislumbrava dali. Era o que via, apesar de as lágrimas lhe embaçarem os olhos. Era justamente a mais afastada e construída em uma pequena elevação do terreno. A avalanche não a alcançou.

    — O que vou fazer agora?! — murmurou, chorando.

    Olhou lá para o alto do que restara da Encosta e viu, bem no alto, a cruz ali plantada pelos moradores das cinco casas. Podia agora ser vista em todo seu tamanho. As árvores que lhe ficavam à frente desapareceram, engolidas pelo deslizamento, e encontravam-se agora aqui embaixo, soterradas pela montanha de barro. Formou-se abaixo da cruz um paredão de terra viva.

    — Quanto tempo você vai aguentar em pé cruzinha? De nada nos adiantou colocá-la aí em cima para nos proteger. Olha o que recebemos!

    Por volta de dez horas da manhã, a maioria dos sobreviventes, desolada e inconsolada, reuniu-se em um ponto mais abaixo, lastimando-se pela perda de membros de suas famílias. Choravam os desaparecidos que julgavam mortos e soterrados.

    Geriban ficou ainda mais revoltado ao constatar que, dentre todos eles, fora o que mais perdera. De sua família só restara ele. Os moradores da casa intacta, a que não fora afetada, estavam todos em estado de choque, mas vivos. As outras três famílias perderam um membro cada uma. Somaram-se, ao todo, seis soterrados. Pelo que se podia observar, não havia a menor chance de algum deles estar ainda vivo embaixo daquela enorme montanha de lama.

    Extremamente chocados, os sobreviventes percorreram juntos grande parte do contorno do lamaçal, constatando o irrefutável: que, lamentavelmente, nada mais podiam fazer pelos desaparecidos.

    Perto de meio-dia, começaram a chegar ajudas. Primeiro a Defesa Civil, logo depois vários carros, caminhões e máquinas da Prefeitura. Mais tarde, o Corpo de Bombeiros de uma cidade próxima.

    Examinaram toda a área, mapearam-na, conforme informações dos sobreviventes, alocando as benfeitorias da área toda, enfatizando preferencialmente os lugares exatos ou aproximados das casas soterradas. Enfim, tudo o que fora coberto pela lama. E, imediatamente, passaram a trabalhar na remoção do aterro acumulado sobre as casas e demais benfeitorias de toda aquela área. No final da tarde, já se podiam ver sinais dos escombros espalhados por grande espaço, enquanto caminhões e mais caminhões transportavam para longe a lama retirada de sobre as construções e da área atingida em geral.

    Os primeiros encontrados, devido à localização das mangueiras e currais, foram as vacas, cavalos e muares soterrados. Imediatamente, transportaram-nos para algum lugar longe dali.

    O pessoal do socorro dedicou-se dia e noite na busca dos desaparecidos. E todos os corpos foram resgatados.

    O sofrimento dos sobreviventes diante dos restos mortais de familiares encontrados era algo que arrebentava qualquer um. Não se conseguia descrever a dor, angústia e desespero de pais assistindo à retirada do corpo de um de seus filhos debaixo do imenso soterramento de lama.

    Na terça-feira realizou-se o velório e o enterro dos cadáveres encontrados. Reuniram-se todos os féretros no salão paroquial da cidade. Os familiares dos falecidos velaram-nos o dia todo. Geriban não saiu de perto dos corpos da esposa e do casal de filhos. Demonstrava um desmedido sofrimento. Chorou desconsolado durante todo o guardamento, o translado e o enterro de sua prole. Nada mais parecia ter sentido para ele.

    No transcorrer do velório, na cidade de Santa Gabriela, correu tanta gente para o local que o salão foi insuficiente para comportar todos em seu interior. Houve grande comoção em todos que passaram por ali. O abalo na população daquela cidade e região foi muito forte.

    Parentes próximos e amigos das famílias atingidas, mesmo os residentes em outras cidades, até muito distantes, chocados com os terríveis acontecimentos naquele munícipio, vieram se despedir dos que se foram e

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