Versos Verdes

De Andrea Cristina Lopes

ETERNO Revestiu-se, a noite, de silêncio... Um tom cinza a invadir o d´antes dourado do céu... Cessam-se os passos. Fecham-se... Uma fenda resguarda o ontem Protege o vindouro... Se nada foi em vão não há de passar. Que seja bela, a transformação... ...floresça o eterno.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 20 de mar. de 2015

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Versos Verdes

Andrea Cristina Lopes

Ficha Catalográfica

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Editora CreatSpace e Clube de Autores

1ª Edição: 2013

Cascavel/Pr

♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪

Foi para ti que criei as rosas. 

Foi para ti que lhes dei perfume. 

Para ti rasguei ribeiros 

E dei às romãs a cor do lume.

Foi para ti que pus no céu a lua 

e o verde mais verde dos pinhais.

Foi para ti que deitei no chão 

Um corpo aberto como os animais.

Eugénio de Andrade 

♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪

Agradecimentos

A Deus que, com sua graça e amor, concedeu-me a vida, e os olhos para contemplar a poesia por onde quer que meus passos sigam.

Aos meus filhos, meu maior presente e minha razão de estar nessa vida. Aos meus familiares, por serem meu suporte nessa vida e por me ensinarem o dom de ver para além do que a vida propõe.

Aos meus amigos pelo carinho, pela jornada, pelo aprendizado ganho durante a caminhada em algum tempo ou sempre. A todos aqueles que, em algum momento passaram por meu caminho ou comigo caminharam.

Aos que me amaram e aos que eu amei. Estes me foram partes importantes na evolução. E a cada pessoa, que me representou um passo de importância única para meu crescimento espiritual.

Reticências

Porque a tua presença

flutua-me por sobre os olhos

intermitentes

insones

de infindáveis esperas.

Sem tempo

já não sou nada

nem ninguém

nem penso ser.

A não ser por essas reticências

que sempre se acabam por indagar

nos simples versos

a que me atrevo

ao te escrever.

Da magia da canção

O cinza anoitece o azul

a noite se aprofunda macia

estrelas faíscam em silêncio

em olhos de canção, a magia.

E não há tempo algum de tristeza

que habite teu coração

se teus olhos cumplices de estrelas

matizam a ternura e a beleza

dessa partitura

da imensidão.

o vago da alma

Esse vago que me toma o peito

e se expande dentro em mim

é a metade do que era o amor

antes de dizimar-se

o amargor do fim.

Essa falta de ir adiante

que nesse momento me impera

é só a falta dos passos dele

que me eram juntos

nos dias idos

da primavera.

E essa falta de cor nos olhos

e esse ora olhar

sem direção

é a ausência dos olhos dele

cuja falta da luz

é só tristeza

e solidão.

Do não conviver

E essa tua falta

abre-me uma lacuna

onde o tempo inteiro

fica à mercê.

Não tem medida

não tem saída

e não há nada

que me faça

deixar de te sentir

ou ainda

esquecer.

ser novamente

O dia acordou tão melhor hoje

o sol aquece o asfalto frio

leves sons de buzinas, ao longe

pessoas que seguem seus rumos

imparciais à minha vista.

Aos poucos a paz me chega

devolve-me o gosto e o olhar