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A Morte Como Recompensa
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E-book127 páginas1 hora

A Morte Como Recompensa

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Sobre este e-book

Um comandante de embarcação.. Uma viagem no estado do amazonas. Um jornalista com uma matéria a ser concluída. Um soldado jurado de morte. Um segredo a ser guardado. A morte como recompensa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de dez. de 2016
A Morte Como Recompensa

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    A Morte Como Recompensa - Svnlittiere

    A MORTE COMO

    RECOMPENSA

    OU

    A MORTE DE UM SOLDADO

    VICENTE LETTERINE

    1

    A MORTE COMO

    RECOMPENSA

    OU

    A MORTE DE UM SOLDADO

    - Esta é uma história de ficção.

    Qualquer semelhança é mera coincidência.

    VICENTE LETTERINE

    2

    A MORTE COMO RECOMPENSA

    01 - Introdução:

    Pg 05

    02 - O início da viagem

    Pg 08

    03 - Oswaldo Alcântara, o Capitão

    P

    g 14

    04 - O Velho Capitão

    Pg 16

    05 - Vidas de barqueiro

    Pg 18

    06 - Tefé

    Pg 20

    07 - O diário

    Pg 24

    08 - A despedida

    Pg 28

    09 - O início da história

    Pg 31

    10 - O fim do primeiro dia

    Pg 38

    11 - Os amigos do quartel

    Pg 48

    12 - Ouro de tolo

    Pg 51

    13 - Os donos de tudo

    Pg 56

    14 - O cotidiano

    Pg 63

    15 - O assassinato

    Pg 72

    16 - A fuga

    Pg 81

    17 - A morte de um soldado

    Pg 91

    18 - O fim da jornada

    Pg 95

    19 - Epílogo

    Pg 97

    3

    4

    01 - Introdução

    O barco Saudade de Minha Terra ancorou no porto.

    Na verdade, ali chamado de trapiche, este é o nome,

    dependendo do tamanho em comunidades ribeirinhas.

    Alguns passageiros desceram com caixas, pacotes,

    galinhas e algumas bolsas.

    Outros embarcaram e logo foram amarrando suas redes

    onde dava.

    Em qualquer espaço que estivesse disponível.

    Era um barco de madeira, destes que circulam pelos rios

    da Amazônia, com dois pisos.

    Existe também um porão, onde ficam algumas cargas

    mais pesadas, o motor e as bombas de água.

    O barulho do motor a diesel é constante e a viagem é

    extremamente barulhenta e vagarosa, mas logo se acostuma

    com o barulho que te persegue por toda a viagem.

    Nas laterais tem beirais de madeira, onde são amarrados

    do lado de fora pneus velhos que servirão de amortecedores

    para a ancoração nos portos e trapiches, onde dá para se

    debruçar com cuidado e curtir a viagem, pelo menos no início,

    pois logo após as primeiras horas você se acostuma com água,

    mato, mato, água, sol, lua, lua, sol, água e mato.

    No andar de cima fica a cabine do capitão e geralmente

    tem um prático junto.

    Os práticos são os homens que conhecem os rios e todos

    os seus canais e segredos. São contratados para serem os guias

    confiáveis na vastidão amazônica.

    Sua vida é no vai e vem dos barcos.

    Homens desdentados, magros, mas que ganham certa

    quantidade de dinheiro com este trabalho.

    Estes barcos possuem um ou dois marinheiros, em

    alguns casos dependendo do tamanho do barco, mais

    marinheiros, que são civis com as denominações.

    5

    Estes marinheiros e mesmo o capitão, passam toda a

    viagem de shorts, chinelos e camisetas e fardam-se quando vão

    chegando ao porto da Capital, pois existe a exigência e

    fiscalização da Capitania dos Portos.

    Dependendo da viagem e trecho, junto à tripulação há

    uma cozinheira que é em alguns casos, a mulher do capitão ou

    de algum dos marinheiros, se é que se pode dizer isso e passa a

    vida ali no barco.

    Na maioria das vezes, a casa dos barqueiros é ali mesmo

    no barco. Não possuem moradia fixa e assim parecia ser a vida

    do capitão Oswaldo Alcântara. Um homem de barba média,

    bem cortada, afinal ele era o Capitão.

    Olhar profundo e triste, bronzeado pelo sol, feições

    cansadas pela vida dura nos vários anos naquela vida.

    Na parte de baixo, os passageiros arrumavam qualquer

    canto e enfiavam suas redes, onde passariam a maior parte da

    viagem, agarrados às suas bagagens.

    Quando embarcavam, os passageiros recebiam um

    cartão, que é o que lhes garantiria a refeição no barco, para se

    evitar possíveis penetras.

    Isso é muito comum em barcos maiores, onde alguns

    clandestinos se infiltram no meio das redes e vão pulando de

    trapiche em trapiche e de maneira fortuita, surrupiando a

    bagagem de algum desavisado, aqui e ali.

    Os barcos são bem iguais entre si e a vida dos

    barqueiros é bem parecida em sua rotina.

    As histórias são bem parecidas.

    Homens que largaram tudo, família e amigos para

    viverem aquela vida sem fim.

    Alguns são homens sem família, foragidos de algum

    amor perdido ou de alguma miséria, que conheceram uma nova

    oportunidade no barco e esperam o dia em que Deus ou o diabo

    o queiram levar.

    6

    E assim, começou a nossa viagem rumo à cidade de

    Tefé, onde eu ia fazer uma matéria sobre os pescadores locais e

    o boto cor de rosa.

    Os marinheiros soltaram a corda, e o capitão foi

    conduzindo o barco com destino à imensidão dourada da água.

    7

    2 - O início da viagem

    No dia 2 de agosto de 2014, no fim da tarde, zarpamos

    de Santarém no Pará.

    Passaríamos por várias localidades, faríamos uma

    razoável parada em Manaus e depois seguiríamos para Tefé.

    Talvez, depois de alguns dias, esticasse a viagem até a

    fronteira com a Colômbia, subindo o rio Japurá, até Vila

    Bittencourt, se o corpo e o saco aguentassem, é claro.

    Aí seria outra história, e muitos, mas muitos dias de

    viagem.

    A princípio, a viagem do Saudade de Minha Terra

    terminaria em Tefé e de lá, retornaria para Manaus.

    Depois de todas as medidas administrativas, como

    reabastecimento de água potável, combustível e gêneros

    alimentícios, iniciaria a viagem de retorno.

    A tripulação não descansaria, pois o barco só faz

    dinheiro quando navega e parado, não daria lucro.

    De Tefé, eu reornaria para Manaus de Avião e de lá

    para o Rio de Janeiro, também de avião.

    Após a saída, em Santarém, já estava com minha rede

    armada, verifiquei toda a minha bagagem, verifiquei os nós,

    zíperes, cadeados e me joguei na rede. Aproveitei para

    descansar um pouco.

    As águas do Rio Tapajós, no porto de Santarém, são

    claras, contrastando com as águas barrentas do Rio Amazonas.

    Logo na saída do porto, já avistamos um dos vários encontros

    de águas do Rio Amazonas.

    O barco afasta-se do porto, contorna a baia, vira para a

    esquerda e segue na imensidão dourada.

    Depois de alguns dias de viagem, o encontro é com as

    águas do Rio Negro. Neste ponto, está bem na frente de

    Manaus.

    Logo anoiteceu e todo o cuidado deveria ser tomado.

    8

    É nestas horas que entra toda a experiência dos práticos

    e mesmo dos capitães, pois

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