A Morte Como Recompensa
De Svnlittiere
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Svnlittiere
As Crianças Perdidas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Presente De Natal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEssa Tal Felicidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDeus Não Se Discute. Deus Se Sente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDia Santo Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a A Morte Como Recompensa
Ebooks relacionados
Lendas&delírios: Acredite Se Quiser Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Da Ilha E Outros Escritos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Lenda de Ron Añejo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCoração das trevas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO coração das trevas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Yaci.Pitã Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNas águas desta baía há muito tempo: Contos da Guanabara Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Capitão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuando Meu Coração Calar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNavegar Eu Precisei. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMundico: Um cineasta amazonense Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLua Nova de Fevereiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMoby Dick Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSob as estrelas: Nas florestas do alto Rio Negro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPeixe Morto - Romance policial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPontos de vista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGrande mar oceano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIlha Capital Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMil Anos, O Pacto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Aventuras De Alberto E Lincon No Sertão Nordestino Ii Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTrimarã Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSereno, o príncipe do Mar Azul Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMares Dos Bons Ventos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Cem Dias Do Sévila - Livro Dois Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Conde De Monte-cristo, De Alexandre Dumas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Era do Terceiro Arcon: As Aventuras de Ulden, o Agente do Bandido: A Era do Terceiro Arcon, #1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Maravilhas De Sangue Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLéguas da descoberta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFrankenstein Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDestemida Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Artes Cênicas para você
Glossário de Acordes e Escalas Para Teclado: Vários acordes e escalas para teclado ou piano Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Crimes Que Chocaram O Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA arte da técnica vocal: caderno 1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notas5 Lições de Storyelling: O Best-seller Nota: 5 de 5 estrelas5/5Da criação ao roteiro: Teoria e prática Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Proposta Nota: 3 de 5 estrelas3/5William Shakespeare - Teatro Completo - Volume I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Acordo Nota: 3 de 5 estrelas3/5Cinema e Psicanálise: Filmes que curam Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que é o cinema? Nota: 5 de 5 estrelas5/5Danças de matriz africana: Antropologia do movimento Nota: 3 de 5 estrelas3/5Ordem Das Virtudes (em Português), Ordo Virtutum (latine) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Sexuais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOratório Métodos e exercícios para aprender a arte de falar em público Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBorderline, Eu Quis Morrer Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo Escrever de Forma Engraçada: Como Escrever de Forma Engraçada, #1 Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sexo Com Lúcifer Nota: 5 de 5 estrelas5/5A arte da técnica vocal: caderno 2 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Conto de Duas Cidades Nota: 5 de 5 estrelas5/5A construção da personagem Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sexo Com Lúcifer - Volume 2 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAdolescer em Cristo: Dinâmicas para animar encontros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEros e Psiquê - Apuleio Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCriação de curta-metragem em vídeo digital: Uma proposta para produções de baixo custo Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Procura Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Que A Bíblia Tem A Nos Ensinar? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que mantém o Teatro vivo: Ritual, fluxo, jogo e improvisação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Cossacos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Categorias relacionadas
Avaliações de A Morte Como Recompensa
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
A Morte Como Recompensa - Svnlittiere
A MORTE COMO
RECOMPENSA
OU
A MORTE DE UM SOLDADO
VICENTE LETTERINE
1
A MORTE COMO
RECOMPENSA
OU
A MORTE DE UM SOLDADO
- Esta é uma história de ficção.
Qualquer semelhança é mera coincidência.
VICENTE LETTERINE
2
A MORTE COMO RECOMPENSA
01 - Introdução:
Pg 05
02 - O início da viagem
Pg 08
03 - Oswaldo Alcântara, o Capitão
P
g 14
04 - O Velho Capitão
Pg 16
05 - Vidas de barqueiro
Pg 18
06 - Tefé
Pg 20
07 - O diário
Pg 24
08 - A despedida
Pg 28
09 - O início da história
Pg 31
10 - O fim do primeiro dia
Pg 38
11 - Os amigos
do quartel
Pg 48
12 - Ouro de tolo
Pg 51
13 - Os donos de tudo
Pg 56
14 - O cotidiano
Pg 63
15 - O assassinato
Pg 72
16 - A fuga
Pg 81
17 - A morte de um soldado
Pg 91
18 - O fim da jornada
Pg 95
19 - Epílogo
Pg 97
3
4
01 - Introdução
O barco Saudade de Minha Terra
ancorou no porto.
Na verdade, ali chamado de trapiche, este é o nome,
dependendo do tamanho em comunidades ribeirinhas.
Alguns passageiros desceram com caixas, pacotes,
galinhas e algumas bolsas.
Outros embarcaram e logo foram amarrando suas redes
onde dava.
Em qualquer espaço que estivesse disponível.
Era um barco de madeira, destes que circulam pelos rios
da Amazônia, com dois pisos.
Existe também um porão, onde ficam algumas cargas
mais pesadas, o motor e as bombas de água.
O barulho do motor a diesel é constante e a viagem é
extremamente barulhenta e vagarosa, mas logo se acostuma
com o barulho que te persegue por toda a viagem.
Nas laterais tem beirais de madeira, onde são amarrados
do lado de fora pneus velhos que servirão de amortecedores
para a ancoração nos portos e trapiches, onde dá para se
debruçar com cuidado e curtir a viagem, pelo menos no início,
pois logo após as primeiras horas você se acostuma com água,
mato, mato, água, sol, lua, lua, sol, água e mato.
No andar de cima fica a cabine do capitão e geralmente
tem um prático junto.
Os práticos são os homens que conhecem os rios e todos
os seus canais e segredos. São contratados para serem os guias
confiáveis na vastidão amazônica.
Sua vida é no vai e vem dos barcos.
Homens desdentados, magros, mas que ganham certa
quantidade de dinheiro com este trabalho.
Estes barcos possuem um ou dois marinheiros, em
alguns casos dependendo do tamanho do barco, mais
marinheiros, que são civis com as denominações.
5
Estes marinheiros e mesmo o capitão, passam toda a
viagem de shorts, chinelos e camisetas e fardam-se quando vão
chegando ao porto da Capital, pois existe a exigência e
fiscalização da Capitania dos Portos.
Dependendo da viagem e trecho, junto à tripulação há
uma cozinheira que é em alguns casos, a mulher do capitão ou
de algum dos marinheiros, se é que se pode dizer isso e passa a
vida ali no barco.
Na maioria das vezes, a casa dos barqueiros é ali mesmo
no barco. Não possuem moradia fixa e assim parecia ser a vida
do capitão Oswaldo Alcântara. Um homem de barba média,
bem cortada, afinal ele era o Capitão.
Olhar profundo e triste, bronzeado pelo sol, feições
cansadas pela vida dura nos vários anos naquela vida.
Na parte de baixo, os passageiros arrumavam qualquer
canto e enfiavam suas redes, onde passariam a maior parte da
viagem, agarrados às suas bagagens.
Quando embarcavam, os passageiros recebiam um
cartão, que é o que lhes garantiria a refeição no barco, para se
evitar possíveis penetras.
Isso é muito comum em barcos maiores, onde alguns
clandestinos se infiltram no meio das redes e vão pulando de
trapiche em trapiche e de maneira fortuita, surrupiando a
bagagem de algum desavisado, aqui e ali.
Os barcos são bem iguais entre si e a vida dos
barqueiros é bem parecida em sua rotina.
As histórias são bem parecidas.
Homens que largaram tudo, família e amigos para
viverem aquela vida sem fim.
Alguns são homens sem família, foragidos de algum
amor perdido ou de alguma miséria, que conheceram uma nova
oportunidade no barco e esperam o dia em que Deus ou o diabo
o queiram levar.
6
E assim, começou a nossa viagem rumo à cidade de
Tefé, onde eu ia fazer uma matéria sobre os pescadores locais e
o boto cor de rosa.
Os marinheiros soltaram a corda, e o capitão foi
conduzindo o barco com destino à imensidão dourada da água.
7
2 - O início da viagem
No dia 2 de agosto de 2014, no fim da tarde, zarpamos
de Santarém no Pará.
Passaríamos por várias localidades, faríamos uma
razoável parada em Manaus e depois seguiríamos para Tefé.
Talvez, depois de alguns dias, esticasse a viagem até a
fronteira com a Colômbia, subindo o rio Japurá, até Vila
Bittencourt, se o corpo e o saco aguentassem, é claro.
Aí seria outra história, e muitos, mas muitos dias de
viagem.
A princípio, a viagem do Saudade de Minha Terra
terminaria em Tefé e de lá, retornaria para Manaus.
Depois de todas as medidas administrativas, como
reabastecimento de água potável, combustível e gêneros
alimentícios, iniciaria a viagem de retorno.
A tripulação não descansaria, pois o barco só faz
dinheiro quando navega e parado, não daria lucro.
De Tefé, eu reornaria para Manaus de Avião e de lá
para o Rio de Janeiro, também de avião.
Após a saída, em Santarém, já estava com minha rede
armada, verifiquei toda a minha bagagem, verifiquei os nós,
zíperes, cadeados e me joguei na rede. Aproveitei para
descansar um pouco.
As águas do Rio Tapajós, no porto de Santarém, são
claras, contrastando com as águas barrentas do Rio Amazonas.
Logo na saída do porto, já avistamos um dos vários encontros
de águas do Rio Amazonas.
O barco afasta-se do porto, contorna a baia, vira para a
esquerda e segue na imensidão dourada.
Depois de alguns dias de viagem, o encontro é com as
águas do Rio Negro. Neste ponto, está bem na frente de
Manaus.
Logo anoiteceu e todo o cuidado deveria ser tomado.
8
É nestas horas que entra toda a experiência dos práticos
e mesmo dos capitães, pois