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Direito E Justiça
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E-book229 páginas1 hora

Direito E Justiça

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Sobre este e-book

O Direito passa por um fenômeno de constitucionalização dos direitos considerados fundamentais. Isso é perceptível diante do caráter dirigente e analítico da Constituição Federal de 1988, que confere status constitucional a muitas questões e impõe a sua concretização. É em decorrência desse fenômeno que estudantes refletem nesta coleção sobre diversos direitos constitucionalizados. Neste volume, as reflexões giram em torno especialmente de direitos sociais, movimento sindical e atuação do Ministério Público. Autores: Adriano Dias de Almeida Idelfonso dos Santos Vidal José Alisson Sousa dos Santos Leonardo Vieira Farias Natalia Araújo Pedro Amaral Sousa
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de out. de 2016
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    Direito E Justiça - Organizadora: Natalia Araújo

    NATALIA ARAÚJO

    Organizadora

    Direito e Justiça:

    Reflexões sobre direitos

    constitucionalizados

    1ª edição

    Paripiranga

    2016

    4

    Copyright © Natalia Araújo, 2016.

    Edição: Natalia Araújo

    Capa: Raul Sena

    FICHA CATALOGRÁFICA

    A663d

    Araújo, Natalia (Org.)

    Direito e Justiça: reflexões cerca de

    direitos constitucionalizados / Natalia

    Araújo [et al.] – 1. Ed. – Paripiranga – BA:

    Edição do Autor, 2016.

    179p.; 21cm (Direito e Justiça; v.1)

    Vários autores

    Bibliografia

    ISBN 978-85-922053-0-0

    1. Direito. 2. Direito Constitucional. 3.

    Direitos sociais. I. Título. II. Série.

    CDD: 341.27

    CDU: 342.7

    Os direitos sobre a edição desta obra pertencem à

    organizadora.

    A responsabilidade pelo conteúdo e originalidade das

    informações apresentadas nos artigos é de seus respectivos

    autores.

    6

    Sumário

    A REPRESENTAÇÃO DO BANDITISMO SOCIAL

    NO NORDESTE: A LUTA POR DIREITOS SOCIAIS 9

    1

    INTRODUÇÃO.......................................................9

    2

    O BANDITISMO SOCIAL COMO LUTA POR

    DIREITOS...................................................................12

    3

    O CONTEXTO REGIONAL E SOCIAL DOS

    CANGACEIROS..........................................................20

    4

    O IMAGINÁRIO DO BANDITISMO: DIREITO

    SOCIAL OU TIRANIA?...............................................25

    5

    CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................41

    REFERÊNCIAS..........................................................44

    O ACESSO À JUSTIÇA E OS MOVIMENTOS

    SINDICAIS: REFLEXÕES A PARTIR DO

    SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO

    MUNICÍPIO DE APORÁ – SISEPA........................46

    1

    INTRODUÇÃO.....................................................47

    2

    MOVIMENTOS SOCIAIS, SINDICAIS E O

    ACESSO À JUSTIÇA...................................................49

    2.1

    Introdução histórica.....................................49

    2.2

    O acesso à justiça.........................................58

    3

    REFLEXÕES A PARTIR DO SISEPA....................66

    4

    CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................71

    REFERÊNCIAS..........................................................73

    MOVIMENTOS SOCIAIS E SINDICATOS DIANTE

    DAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO

    TRABALHO...........................................................77

    1

    INTRODUÇÃO.....................................................78

    2

    MOVIMENTOS SOCIAIS.....................................79

    3

    HISTÓRICO DO MOVIMENTO SINDICAL.........81

    3.1

    Sindicalismo no Brasil..................................84

    4

    CONCEITO E PAPEL ATUAL DOS SINDICATOS

    90

    5

    MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E

    CRISE SINDICAL.......................................................95

    6

    SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO

    MUNICÍPIO DE APORÁ...........................................101

    7

    CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................103

    REFERÊNCIAS........................................................105

    A INSTRUMENTALIDADE DO MINISTÉRIO

    PÚBLICO NO CONTROLE DOS DIREITOS

    8

    FUNDAMENTAIS E OS DESCASOS DA

    ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..............................109

    1

    INTRODUÇÃO...................................................110

    2

    EVOLUÇÃO HISTÓRICA E DESENVOLVIMENTO

    DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO BRASIL................112

    3

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS E

    MINISTÉRIO PÚBLICO...........................................116

    4

    O PARADIGMA DO MENOR INFRATOR,

    REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E ATUAÇÃO DO

    MINISTÉRIO PÚBLICO...........................................125

    5

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DOS

    DETENTOS E O DESCASO DA ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA..................................................................133

    6

    CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................143

    REFERÊNCIAS........................................................148

    SINDICATO DOS PROFESSORES DO SETOR

    PÚBLICO E O DIREITO DE GREVE....................150

    1

    INTRODUÇÃO...................................................151

    2

    LUTA PELO DIREITO À EDUCAÇÃO E AO

    TRABALHO DOCENTE NO BRASIL........................154

    3

    VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE.....161

    9

    4

    TRABALHO E GARANTIA LEGAL DE

    ORGANIZAÇÃO SINDICAL DOCENTE...................167

    5

    CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................175

    REFERÊNCIAS........................................................177

    10

    A REPRESENTAÇÃO DO

    BANDITISMO SOCIAL NO

    NORDESTE: A LUTA POR

    DIREITOS SOCIAIS

    Adriano Dias de

    Almeida1

    1 INTRODUÇÃO

    O fenômeno conhecido como

    banditismo social é um dos fatores mais

    pesquisados por estudiosos que buscam

    interpretar a causa de várias pessoas

    aderirem ao fenômeno de associação de

    pessoas revoltadas, vingadores, pessoas

    que lutam por justiça. O banditismo aqui a

    ser tratado será inserido no cangaço,

    1 Graduando em Direito pelo Centro Universitário AGES –

    UniAGES. Graduado em Letras Vernáculas com ênfase em

    literatura e gramática, pela UNEB, Campus XXII Euclides da

    Cunha. Pós-graduado do curso de Gestão Educacional com

    ênfase em Coordenação pela Faculdade Batista Brasileira.

    fenômeno ocorrido no Nordeste do Brasil

    entre os séculos XVIII ao XX.

    É bom lembrar que o significado mais

    aceito para a explicação do termo cangaço

    vem de canga, ou seja, um pedaço de

    madeira colocado no pescoço do animal,

    onde se penduram vários utensílios, dentre

    eles armas, alforjes, alimentos, etc. Vale

    dizer que se têm registro desses bandos de

    cangaceiros desde o século XVIII, porém os

    grupos organizados surgiram a partir do

    fim do século XIX.

    A grande tendência de formar grupos

    onde deram nomes de cangaceiros, com

    práticas do banditismo social, se deu pela

    disposição ruralista que a sociedade

    brasileira e os países da América Latina

    tinham entre os séculos XVIII, XIX e XX,

    bem como muitos países do mundo. Vale

    ressaltar que o tema banditismo social foi

    introduzido no meio histórico/literário na

    década de 1960 com o estudioso Eric

    Hobsbawn, na obra Bandidos, cita em

    alguns de seus textos ações individuais ou

    13

    coletivas de alguns tipos de grupos rurais

    que se revoltaram contra a miséria ou

    contra o poder dos governantes da época.

    A pesquisa bibliográfica está baseada

    nos seguintes autores e obras: Frederico

    Pernambucano de Mello, com Guerreiros

    do Sol (2007); Eric Hobsbawm, com

    Bandidos (2010); Manuel Correia de

    Andrade, com O nordeste e a questão

    regional

    (1993); Durval Muniz de

    Albuquerque Jr., com, A invenção do

    Nordeste e outras artes (2006); Rui Facó

    com Cangaceiros e fanáticos: gênese e

    lutas (1980); dentre outros autores que

    definem cada modalidade do banditismo e

    quais dos cangaceiros estão inseridos, seja

    banditismo social, ou não, apresentando o

    cangaceiro como homem de seu tempo e

    com suas dificuldades.

    Esta análise mostra o cangaceiro como

    tipo representante de um sertanejo

    valente, bravo, sentimental, com uma

    língua original ao português vernáculo do

    século XVI, o português de autores

    14

    clássicos como Gil Vicente e Camões;

    aborda o sertanejo que sobrevive em

    rigoroso isolamento, longe da cidade, da

    lei, do contato com o capitalismo. Como se

    sabe, o cangaceiro tem origens no

    sertanejo, tornando-se vingador de injúrias,

    de crueldades e de injustiças. Além de José

    Gomes, o famoso Cabeleira vários

    cangaceiros têm seu papel importante no

    cangaço e na História do Brasil. A figura

    mais conhecida e até lendária é a de

    Lampião, o maior cangaceiro de todos os

    tempos. O Rei do Cangaço como se

    autodenominou, tinha um talento único,

    estratégias nunca vistas antes, com um

    pressentimento inigualável, que só

    Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião,

    trazia.

    Távora apresenta, em sua obra,

    aspectos do determinismo, em que o

    nomadismo fazia com que os cangaceiros,

    em geral, participassem da vida ao ar livre,

    convivendo com sol, chuva, seca e fome,

    assemelhando-se com a luta do povo

    15

    liderado por Conselheiro na batalha de

    Canudos e do movimento ocorrido no

    sertão do Ceará, em Juazeiro do Norte,

    conduzido pelo Padre Cícero que lutou

    contra os descasos dos quais a população

    carente teria que suportar. Sem contar que

    estavam expostos a adquirir diversas

    enfermidades e com ambientes de clima

    quente com poucas chuvas, fazendo dos

    cangaceiros homens que sobrevivem lado a

    lado com o sol do sertão nordestino.

    1.1 O BANDITISMO SOCIAL COMO

    LUTA POR DIREITOS

    Houve um período na história do

    Brasil, a área Norte do país era totalmente

    discriminada, escritores como Manuel

    Correia de Andrade na obra, O Nordeste e

    a questão regional, discute:

    O conceito de Nordeste, a aceitação de

    que existe uma região nordestina, é

    relativamente novo no Brasil. Durante o

    Império e a Primeira República, os

    16

    Estados hoje nordestinos eram chamados

    de do Norte, admitindo-se que o país

    poderia ser dividido em duas porções: o

    Norte e o Sul, a primeira se contrapondo

    à segunda. (ANDRADE, 1993, p. 5)

    A polêmica gerada entre José de

    Alencar e Franklin Távora girava em torno

    da diferenciação entre a literatura do

    Norte e a produção literária considerada

    sulista. Esta última se distanciava da

    literatura nortista, de cuja autonomia

    Távora era o grande defensor:

    Não me é lícito esquecer aqui, ainda que

    se trata do romance do Sul, um engenho

    de primeira grandeza, que, com ser do

    Norte, tem concorrido com suas mais

    importantes primícias para a formação

    da literatura austral. Quero referir – me

    ao Sr. Conselheiro José Martiniano de

    Alencar, a quem já tive ocasião de fazer

    justiça nas minhas conhecidas Cartas a

    Cincinato. [...] Quando, pois, está no Sul

    em tão favoráveis condições, que até

    conta entre os primeiros luminares das

    suas letras este distinto cearense, tem os

    escritores do Norte que verdadeiramente

    estimam seu torrão, o dever de levantar

    17

    ainda com luta e esforços os nobres foros

    dessa grande região, exumar seus tipos

    legendários, fazer conhecidos seus

    costumes, suas lendas sua poesia,

    máscula, nova, vívida e louçã tão

    ignorada no próprio templo onde se

    sagram as reputações, assim literárias,

    como políticas, que se enviam às

    províncias. (1981, p 11)

    Nas afirmações anteriores, concretiza-

    se a ideia de que o regionalismo presente

    em O Cabeleira é um fenômeno

    diferenciado de obras como Cangaceiros e

    Vidas Secas, escritas, respectivamente, por

    José Lins do Rego e Graciliano Ramos. As

    obras regionalistas são inspiradas e

    contextualizadas em uma série de

    romances voltados para o banditismo como

    efeito da miséria, do latifúndio, das secas e

    das migrações. Para Durval Muniz de

    Albuquerque Junior, "a diferenciação

    progressiva entre o Norte e o Sul do país já

    era tema de diferentes discursos, desde o

    final do século XIX" (2006, p. 57). Esse

    distanciamento entre Norte e Sul se deu

    18

    pelo dilaceramento da nacionalidade entre

    uma suposta civilização de brancos no Sul

    e a presença da mestiçagem e negritude no

    Norte.

    Para alguns críticos, a finalidade do

    romancista não se realizou. Alfredo Bosi

    ressalta que: "visto de um ângulo

    puramente externo (a fonte do tema) o

    livro é baliza de uma série de romances

    voltados para o banditismo como efeito da

    miséria do latifúndio, das secas, das

    migrações" (2006, p. 147). Utilizando

    palavras do crítico literário, Bosi, obras2

    como: A Fome e Os brilhantes, de Rodolfo

    Teófilo, Os Cangaceiros, de Carlos D.

    Fernandes, O Rei dos jagunços, de

    Manuel Benício, Seara Vermelha, de

    Jorge Amado e Os Cangaceiros, de José

    Lins do Rego, são livros que apresentam

    literalmente uma combinação "sofrível de

    2 Essas obras citadas por Alfredo Bosi tratam da temática do

    cangaço como uma forma de refúgio pelas pessoas que

    aderiram a esse fenômeno. Esses romances são voltados

    para o banditismo como resultado da miséria do latifúndio.

    19

    crônica do cangaço" e recursos

    melodramáticos.

    Na obra O Cabeleira, Távora, tendo a

    intenção realista, fornece a reconstituição

    do

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