Encantada Lembrança Antiga
De Sunna França
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Encantada Lembrança Antiga - Sunna França
Encantada Lembrança Antiga
Sinto o cheiro da terra molhada pelo orvalho da
manhã, perfume de capim a destituir o cargo dos pequenos
frascos importados... A sinfonia da chuva transportou-me
ao tempo em que meus pés eram pequenos e descalços,
beira de rio, areia que atola:
— Corram que é areia movediça!!!
Risadas e borboletas flutuavam e se misturavam ao
ar, colorindo-o. Pequenas mãos, unhas inevitavelmente
roídas não evitavam que o barro se acomodasse por entre
elas. Pequenos dedos agarravam-se a terra macia, pobre
das minhocas e a mais infeliz de todas, robusta, gordinha,
sem começo nem fim, ameaçada pelos gritos dos
caboclinhos:
— Quer ser filha da terra, tem que comer! E
pequenas
vozes
de
todos
os
tons
cantavam
descompassadas:
— Prove! Prove! Prove! Provei... – Eca!
— Tem que engolir toda!
— Engoli... Eca eca no início e depois a surpresa:
— Tem gosto de terra!
Pronto, eu agora aos oito anos de idade era filha da
terra!
Interessante, tornei-me filha da água aos seis anos,
quando engoli piabas vivas, pequenos peixinhos que
nadaram por entre a minha garganta, que segundo os
caboclinhos me ensinariam a nadar...
— Como é?
— Você abre bem a boca com a cabeça para cima,
olhando para o céu (aproveitei a posição para fazer uma
rápida oraçãosinha pedindo a Deus que me ajudasse), pega
ela pelo rabo e solta bem no meio da garganta e ela nadará
por dentro de você, daí você se joga na água, mais tem que
ser bem no fundo e ela te fará nadar!
— E se eu não conseguir ???
— É por que ela morreu dentro de você... Tem que
ficar viva, daí você vai se afogar, nós te tiramos e se quiser
ser filha da água tem que fazer tudo outra vez, até
conseguir ou morrer! Risos dos caboclinhos danados !!!
E lá se foi, engoli uma, me afoguei, engoli duas, me
afoguei, engoli três, quatro, cinco e na sexta eu já estava
familiarizada com o fundo do rio, o gosto da água, o mato
sobre ele, as pedras e até achava que tinha escutado um
Oi
de um peixe esquisito e já não me importava mais se
tivesse que ficar para sempre lá no fundo. Mas o destino
havia decidido outra coisa e então nadei axovalhada
enquanto ouvia os gritos vindos da margem:
— Filha da água! Filha da água!
Não foram poucos os rituais
que juntos, eu e os
caboclinhos, passamos escondidos dos adultos, cada um
ritual tinha sua idade, é claro! E eu tinha que ser filha de
uma porção de outras coisas, uma mãe e um pai só não
bastava. Tinha qu e ser filha da mata, conversar e subir em
árvores enormes, ser levada de olhos vendados até