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Manual De Fruticultura Tropical
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E-book445 páginas3 horas

Manual De Fruticultura Tropical

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Sobre este e-book

Este livro tem por objetivo apresentar as aplicações de diferentes técnicas biométricas especificamente no melhoramento genético das frutas. Para detalhes sobre informações dos modelos, sugerimos a leitura de artigos originais e obras especializadas. Neste livro, são abordados temas como: a origem, distribuição geográfica e importância econômica, descritores fenotípicos, natureza dos caracteres agronômicos e aplicações das técnicas biométricas (divergência genética, análise dialélica, herdabilidade, endogamia, repetitividade, índice de seleção, interação genótipos x ambientes, adaptabilidade e estabilidade, no melhoramento genético das frutas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de ago. de 2020
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    Manual De Fruticultura Tropical - Hamilton G. Guerra

    AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA FRUTICULTURA.

    A produção mundial de frutas é estimada em 865 milhões de toneladas, em aproximadamente 65 milhoes de hectares, correspondendo ao volume de recursos na ordem de US$ 162 bilhões e, o Brasil produz 44 milhões de toneladas, que corresponde a R$ 33 bilhões, em 2 milhões de hectares, encontra-se inserido em uma grande variação de clima e microclimas, que possibilitam o cultivo econômico de diversas fruteiras.

    Nosso país é o terceiro maior produtor mundial de frutas, perdendo apenas para China e Índia. O grande consumo interno, absorvendo a maior parte da nossa safra, faz com que o país ocupe apenas a 32ª posição no ranking dos maiores exportadores. Do total produzido, 47% é consumido in natura e, 53% vai para o processamento.

    Deste volume, a maior parte é suco concentrado e congelado de laranja, produto no qual o Brasil lidera a produção e a exportação. Dos 47% destinados ao consumo in natura, apenas 2% são direcionados para exportação. Já os outros 53% que seguem para as agroindústrias, 29% são vendidos ao mercado externo.

    As espécies de fruteiras podem ser divididas em três grupos principais, de acordo com as exigências climáticas: Temperadas, exemplos de uva, maçã, figo, pêssego, ameixa etc., as Subtropicais, como citros, caqui etc e, as Tropicais, como banana, caju, goiaba, mamão, manga etc.

    Atualmente as frutíferas mais cultivadas no Brasil são: a laranja, a banana, o coco, o caju, o mamã, a manga, o abacaxi, a uva, a maça, a goiaba, o pessego, a tangerina entre outras.

    Destaque principal para a cadeia produtiva da laranja e seu parque de industrial bem montado e, com a exportação de suco de laranja concentrado e congelado (SLCC), destacando o Brasil como maior produtor mundial de citros e maior exportador do SLCC.

    As frutas brasileiras ainda destinam-se em sua grande maioria (43%) ao consumo interno, nas formas de frutas frescas e frutas processadas. No processamento são usadas 17 milhões de toneladas, em formas de sucos, polpas, doces, geleias, vinhos, cachaças, perfumes, assim como também na medicina popular.

    As regiões brasileiras possuem condições favoráveis à fruticultura como mão-de-obra disponível, projetos de irrigação públicos e, no semiárido o clima propicia baixa incidência de pragas e doenças, resultando em uma produção de frutas com qualidade, tipo exportação, sendo essa exportação muito baixa (2%). Atualmente a atividade na fruticultura gera cerca de 120 mil empregos diretos e, 480 mil indiretos. A produção de frutas do Nordeste contribui com 27% da produção de frutas do Brasil e, é o maior polo de produção de frutas para exportação do país, principalmente o melão, a banana, a manga e o mamão.

    Dentre os Estados brasileiros merecem destaque como produtores de frutas: a Bahia, Sao Paulo, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Espirito Santo e Rio Grande do Norte. Por outro lado, outros Estados apresentam potencial para desenvolver essa fruticultura, pois, possuem condições climáticas adequadas. Essas condições propiciam uma baixa incidência de doenças e pragas, permitindo tratos culturais com baixo nível de agrotóxicos, favorecendo o alcance de padrões internacionais e a oferta de frutas dentro de parâmetros de segurança alimentar adequados. Sintetizando, existe uma oportunidade de investimento no Brasil, no setor da fruticultura tropical: grande vantagem comparativa com a irrigação (possibilidade de mais de uma colheita por ano); frutos tropicais de padrão internacional em quase todo o ano; retorno mais rápido dos investimentos (ciclo produtivo mais precoce e porte ananizante); grande disponibilidade de terras agriculturáveis e irrigáveis.

    As oportunidades para agregação de valor são reais e necessárias através do desenvolvimento da agroindustrialização, visando a produção de sucos, polpas, conservas, frutas secas e outros produtos derivados de maior agregação tecnológica. Por outro lado, o Brasil apresenta gargalo e pontos fracos, que se caracterizam como ameaças se não forem contornados como os que se seguem. O país enfrenta a falta capacitação em gestão, associativismo e as entidades que foram anteriormente criadas pelos mesmos carecem de planos estratégicos de ações, pois, não dispõe nem de competência para uma administração e gestão das mesmas, logistica e sua variantes.

    No que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico, a fruticultura no Brasil necessita acima de tudo de programas e projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, que aumente a sua participacão nas exportações.

    O Brasil vem aumentando o plantio de fruteiras, elevando sua produtividade, incrementado o volume de produção e colhendo com mais qualidade. Porém, os níveis de exportação são muito baixos. Com a quantidade hoje exportada, o Brasil se encontra em 32º no ranking dos exportados mundiais de frutas. Do total produzido, 43% são consumidos in natura e 57% são processados. Dos 43% das frutas frescas apenas 2% são exportados. Em 2018, as frutas frescas exportadas renderam US$ 101 milhões. Foram exportadas 880 mil toneladas de frutas. O melão foi o fruto brasileiro mais exportado em 2018, com 177 mil toneladas. Já a uva, por sua vez, trouxe mais divisas para o país, com US$ 136,64 milhões.

    Estes resultados se refletem entre os Estados com maiores vendas ao exterior: o Ceará, principal produtor de melão, foi o que teve a maior exportação em tonelagem (144 mil toneladas), enquanto, a Bahia, grande produtor de uva, foi quem mais arrecadou no comércio internacional (US$ 130,85 milhões).

    Os principais destinos das frutas frescas brasileiras foram: Uniao Euroeia, com 56 milhoes de dolares, seguidos dos EUA, 18 milhões e China, com 13 millhoes de dolares, respectivamente.

    Os três maiores produtores são: a China, a Índia e o Brasil que, juntos, respondem por 42,3% do total mundial e têm suas produções destinadas principalmente ao mercado interno. O maior produtor mundial de frutas é a China que em 2017/2018 colheu 262 milhões de toneladas, o que representa 3O%. As produções de Melancia, Maçã, Manga, Melão, Tangerina, Pêra, Pêssego, Nectarina e Ameixa são as mais importantes na China. O segundo produtor é a Índia, cujas colheitas de 92 milhões de toneladas, participam com 9,9% no total mundial. Tem destaque nas colheitas de Banana, Coco, Manga, Abacaxi, Limão/Limas e Castanha- de-Caju.

    O Brasil com a terceira colocação no ranking da produção mundial de frutas, sendo responsável por 5,5% do volume colhido, com uma produção de 44 milhões de toneladas. Com colheitas significativas de Laranja, Banana, Coco, Abacaxi, Mamão, Castanha-de-Caju, Caju e Castanha- do-Brasil. Entre as principais frutas produzidas em 2018, no mundo, destaca-se: a Banana, a Melancia, a Maçã, a Laranja e a Uva, que juntas, responderam por 60,7% do volume total da fruticultura e foi responsável de 865 milhões de toneladas no Brasil.

    A Banana foi a fruta mais produzida e consumida no mundo, com 132,5 milhões de toneladas; seguido da Melancia, com a quantidade de 98,3 milhões de toneladas colhidas. Em terceiro lugar, com 70,5 milhões toneladas, a Maçã, a Uva foi a quarta fruta em volume produzido com 67,9 milhões de toneladas. A Laranja com 67,6 milhões de toneladas produzidas é a quinta fruta em destaque.

    Apesar das dimensões continentais o Brasil encontra dificuldade em atender os mercados. Os problemas para este atendimento vão desde aspectos culturais, precariedade de logística, falta de planejamento e integração dos mercados regionais, até as dificuldades econômicas da maioria da população.

    O Brasil atualmente com 210 milhões de habitantes e, por isso, é o maior mercado consumidor da América Latina. O mercado interno segue a tendência mundial de aumento do consumo de frutas frescas, dentro dos princípios difundidos de melhoria da qualidade de vida e cuidados com a saúde. Portanto, além de exportar para o mercado internacional, o Brasil precisará aprender a produzir para ele mesmo, qualificando a produção, a distribuição e comercialização.

    O agronegócio é a área que mais cresce atualmente no Brasil e a cadeia produtiva da fruticultura cresce juntamente com o agronegócio brasileiro e deverá alcançar um patamar de grande exportador futuramente.

    Os Estados do Brasil acordaram para uma realidade: a fruticultura gera dinheiro, o país tem potencial para produzir muito mais e com qualidade, existe também um mercado com alta demanda e, em franco crescimento. Os investimentos realizados nos polos de fruticultura irrigada no Nordeste, no sudeste do país e Sul, estão consolidado porque há um grande retorno econômico e social nesta atividade. Para cada hectare de fruteira plantado é gerada uma renda de aproximadamente R$ 15 mil/ha. Isso quer dizer que, dentro da agricultura, o segmento da fruticultura está entre os principais geradores de renda, de empregos e de desenvolvimento rural.

    1.4. Fatores que impulsionam o setor da fruticultura:

    - Geração de empregos no campo e cidade;

    - A renda é a mais elevada dos produtos agrícolas;

    - Sustentabilidade da produção;

    - Disponibilidade de recurso;

    - Grande demanda no mercado interno;

    - Grande demanda no mercado internacional;

    - Incentivo às exportações;

    - Desperdício de frutas no Brasil

    O Brasil acumula prejuízos de milhões de dólares todos os anos na produção e no processamento de frutas. As perdas variam de 30% a 90% do total produzido nos pomares brasileiros, isso, dependendo da espécie e, do estágio em que a fruta é descartada na produção e no mercado. As perdas começam no pomar e terminam nas no consumidor final. Antes disso, passa pela embalagem inadequada, o transporte indevido, manejo equivocado e estocagem errada.

    As perdas as vezes ocorrem por desconhecimento do produtor, que adota manejo inadequado do pomar até a mesa. Além disso, há os fatores climáticos que podem influenciar, como tempestades, ventos, geadas, excesso hídrico ou estiagens. A utilização de embalagens inadequadas também é fator de prejuízos à produção nacional de frutas.

    No Brasil é costume utilizar caixas de madeira estreitas, impróprias para acondicionar os frutos. Isso aperta as frutas, machuca e ainda provoca contaminações pelo uso contínuo sem os cuidados de higiene necessários. Outro ponto fraco do processo pós-colheita da fruticultura brasileira é o transporte, que deveria ser feito em caminhões refrigerados e as frutas embaladas. Normalmente a operação é realizada em caminhões comuns cobertos com lonas ou a granel.

    A comercialização, pela falta de um bom sistema de informações para viabilizar o planejamento da produção, medida que é rotineira na Europa e nos Estados Unidos. Com informações de mercado, o produtor poderia se planejar para produzir exatamente o volume de frutas que será demandada.

    O consumo per capta brasileiro é praticamente a metade em relação a Espanha, Itália e Alemanha. Espanha 120 kg, na Itália 114 kg, na França 114,40 kg, na Alemanha 112 kg, no Brasil 57 kg. O brasileiro ainda não tem consciência da importância das frutas na alimentação diaria.

    Verifica-se no setor da fruticultura; um baixo índice de tecnologia empregada na fruticultura brasileira causa preços elevados das frutas, além da baixa renda per capta do brasileiro.

    O consumo de frutas nativas, como açaí, jabuticaba, cajá, jaca, cupuaçu, graviola etc, não entram na estatística do consumo per capta do brasileiro, além do consumo de frutas de quintal.

    Existem hoje no Brasil mais de 30 pólos de fruticultura, espalhados de Norte a sul, abrangendo mais de 50 municípios.

    O Polo Assu/Mossoró, no Rio Grande do Norte, que se tornou a maior região produtora de melão do país, e o Polo Petrolina/Juazeiro, que já conta com mais de 100 mil hectares irrigados, exportando manga, banana, coco, uva, goiaba e pinha, garantindo o emprego de aproximadamente 4 mil pessoas em áreas do semiárido da Bahia e Pernambuco. Outro que vem crescendo e que é um dos mais avançados na produção de frutas para exportação é o Polo Baixo Jaguaribe, no Ceará, que já conta com 52 mil hectares irrigados. Também o Pólo de desenvolvimento Norte de Minas Gerais merece ser citado por sua importância na produção de frutas como: banana, limão, manga, uva, coco e mamão.

    O Polo de São Paulo, um dos primeiros a surgir no país e que hoje sofre a concorrência do Nordeste nas exportações, continua sendo um grande fornecedor do mercado interno de frutas frescas, o primeiro nas exportações de citros e suco de laranja, além de forte presença em banana, manga, goiaba, uva de mesa entre outras. Já o polo do Rio Grande do Sul, tradicional produtor de uva para produção de vinho e de pêssego para a indústria e mesa. Cresce acentuadamnete na região de Vacaria, nos Campos da Serra, onde florescem os pomares de maçã, dando ao Estado o segundo lugar nas exportações dessa fruta, depois de Santa Catarina, onde as macieiras se estendem pelos municípios de Friburgo, São Joaquim entre outros.

    Atuamente esse tema desperta enorme interesse no setor da fruticultura, onde recebem também diversas terminologias, como alimentos funcionais, fitoquímicos ou compostos bioativos e nutracêutico. Estudos epidemiológicos, têm associado a dieta rica em vegetais e o uso da soja, com uma menor incidência de osteoporose e câncer de mama na mulher.

    2. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM FRUTEIRAS.

    O manejo integrado procura interagir o trinômio: Ecologico, Social e Economico, procurando reduzir os níveis de agrotóxicos usados nos pomares. Consiste em diferentes frentes e para sua melhor aplicação devemos interagir ao sistema de produção integrada de frutas, sistema este elaborado e adotado adotado pelo Ministerio da Agricultura, pesca e abastecimento – MAPA.

    O primeiro passo, é conhecer à região em que se vai trabalhar, conhecendo os fatores: de temperatura, da insolação, da velocidade do vento, da declividade do terreno entre outros, conhecendo também, as diferentes variáveis técnicas na área de produção e diante desses conhecimentos, aplicar técnicas de Manejo Integrado de Pragas, com maior grau de segurança. Após fazer um estudo minuncioso na área em que se vai trabalhar e, tendo os conhecimentos dessas variáveis poderá realizar aplicação e interação das diferentes técnicas de controle.

    Para maiores níveis de segurança precisa-se conhecer os níveis de danos econômicos na área, faz-se uma amostragem, onde essa amostragem é realizada:

    Observando vários trabalhos de pesquisas apresentados na literatura percebe-se que nos plantios de frutíferas são necessários conhecer: os estágios fisiológicos das planats, a temperatura, a insolação, a pluviosidade, a textura e fertilidade do solo, a vegetação nativa, o comportamento do pomar a ser instalado etc. Assim, o técnico pode controlar um número significativo de insetos e ácaros, em particular nas espécies que possuem folhas permanentes, exemplo das plantas frutíferas em geral.

    O manejo integrado de pragas de fruteiras (MIPF) ajuda a entender melhor o manejo ecológico das pragas no pomar, pois considera a existência da praga, do manejo ambiental (quebra-ventos, cobertura verde do solo, adubação orgânica, entre outros), técnicas de amostragem, uso de produtos químicos seletivos, uso de produtos com menos efeitos ao meio ambiente.

    O MIPF é melhor entendido quando se utiliza o conceito de produção integrada de frutas (PIF), onde o monitoramento é uma prática que deve ser registrada em caderno de campo e seguir todas Normas Técnicas

    específicas de cada cultura e a relação de agrotóxicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, 2012.

    2.1.TÉCNICAS DE CONTROLE MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM FRUTEIRAS.

    No controle é importante associar um ou mais técnicas de controles, a fim de aumentar o grau de controle no cultivo de fruteiras, assim como também buscar sempre uma boa produtividade.

    2.1.1. CONTROLE CULTURAL

    O controle cultural consiste no uso de técnicas que seja permanente e preventiva, como: - Rotação de cultura; - destruição de frutos atacados; alteração no período de diferenciação floral; - uso de ponte verde (plantas que o inseto gosta antes do plantio da fruteira a ser instalada).

    2.1.2. CONTROLE COMPORTAMENTAL

    Consiste no uso de semioquimicos (ou      sinais quimicos), como: uso de armadilhas e repelentes; o      uso de semioquimicos, tecnologia para acasalamento para atrair e matar feromonios;

    - o uso de captura massal; e, o uso do confudimento

    – confundindo os machos.

    - Variedades transgênicas;

    - Proteina Bt em área de refugio estruturado;

    - Uso de híbridos e variedades recomendados para cada região;

    - Preservar os inimigos naturais;

    - Liberar trichograma;

    - Ataques de ovos;

    2.1.5. CONTROLE QUIMICO

    - Uso de inseticidas seletivos;

    - Fungicidas (sinteticos e quimicos);

    - Bactericidas;

    - Nematicidas; e,

    - Ativadores de plantas.

    2.2. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DAS ANONÁCEAS (Pinha, Graviola, Atemóia etc).

    A pinheira pertence a família das Anonáceaes, sendo uma fruteira tipicamente tropical e, no Brasil, encontra-se cultivada, principalmente, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

    A expansão econômica desta cultura no Brasil vem apresentando diversas limitações de ordem agronômica, em virtude da escassez de informações técnicas, principalmente sobre manejo geral no campo. Dentre esses fatores, Simão (1971) destaca a existência de um complexo de pragas, como um dos principais obstáculos à exploração econômica desta cultura.

    2.2.1. BROCA-DO-FRUTO (C. anonella).

    A broca-do-fruto (Figura 1) consiste na pragas mais importante, pelos danos expressivos que causa ao fruto, danificando a polpa, reduzindo o seu valor comercial para o consumo in natura ou para o processamento industrial. Esta praga, também denominada bicho-da-graviola, pode atacar outras espécies da família Anonaceae. O período de pré-oviposição é de dois a três dias. A postura é feita sobre os frutos, brotações e, em casos de altas infestações, pode ocorrer nas flores. Os ovos possuem coloração esverdeada. Cada fêmea pode pôr até 310 ovos (Gallo et al., 1988).

    A incubação dos ovos dura de três a seis dias. Após a eclosão, as pequenas larvas abrigam-se entre as fendas naturais do fruto, protegendo-se com fios que elas mesmas secretam. A partir desse momento, iniciam o processo de preparação para sua entrada no fruto, de qualquer tamanho, o que geralmente ocorre a partir do quarto dia após a eclosão. As larvas, nos seus primeiros estádios, são branco-róseas e, nos últimos, vermelho-parda-centas, quando podem atingir até 25 mm de comprimento.

    Frutas em cima Descrição gerada automaticamente

    Figura 1 - Brocas das Anonáceas

    A lagarta da broca-do-fruto-da-gravioleira, recém- emergida do ovo, ataca os frutos de qualquer tamanho e idade, perfura a casca e penetra na polpa, onde completa seu ciclo. Em consequência do ataque, os frutos novos apodrecem, podem cair ou ficar aderidos à planta; em frutos de meia idade, o ataque causa endurecimento e enegrecimento da

    parte afetada, podendo, em muitos casos, torná-los imprestáveis para a comercialização. Isto, geralmente, culmina com a entrada de vários microrganismos patogênicos que predispõem ou provocam a podridão da polpa (Gallo, 1988).

    Para o controle da broca-do-fruto, as seguintes medidas são recomendadas:

    Inspecionar o pomar, semanalmente, a partir do início dafloração,paraverificaraexistênciadefloresoufrutosdanificados;

    Coletareenterrar,a50cmdeprofundidade,todososfrutosatacadosquese encontremnaplantaoucaídosnosolo;

    Pulverizar, de forma direcionada, a cada dez ou 15 dias,inflorescências e frutos, pequenos e grandes, com inseticidasàbasedetrichlorfona0,16%,oufenthiona0,075%,oumonocrotophosa0,10%,ou endossulfan a0,15%; Utilizarvariedades/clones;

    Ensacar os frutos, ainda pequenos, usando sacos de papelparafinado ou de plástico translúcido, com vários orifícios de0,3 a 0,5 cm de diâmetro, no fundo e lateralmente, visandoevitar acúmulo de água e o conseqüente apodrecimento dofruto;

    Utilizar armadilhas luminosas no pomar (uma armadilhaporhectare)emlocalbemvisível,paradetectarasinfestaçõeslogonoseuinício.Ocontrolequímicodeveseriniciado quandosecoletarumamariposaporarmadilha;e,

    Plantar a pinheira consorciada com outras fruteiras e/ouespécies perenes, com o objetivo de manter o equilíbrio dapraga.

    2.2.2. BROCA-DA-SEMENTE (B. maculicolis).

    A broca-da-semente ataca de forma generalizada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (Martinez & Godoy, 1989). O adulto é uma vespinha (Figura 2) com cerca de 0,6 mm de comprimento.

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