Frutas

De Inaury Santos Di Medeiros

O autor traz neste volume 3 a continuação da Coleção A-Z. São 20 frutas catalogadas e descritas. As tabelas e gráficos trazem toda a representatividade dos nutrientes de cada fruto.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 28 de ago. de 2017

Pré-visualização do livro

APRESENTAÇÃO

Neste volume, o de número três atentei a uma compilação de 20 frutas com suas devidas peculiaridades. Procurei dar ênfase nos destaques, pois são eles que representam de forma sucinta toda a complexidade do fruto.

Embora não tenha mudado a linha de raciocínio, a inclusão de informações sobre árvores em extinção e números de ocorrências, é importante saber exatamente como anda nossa fauna.

Finalmente orgulho-me de poder contribuir para nossa sociedade com um tema tão precioso e vital como a natureza das frutas.

CASTANHA-DO-PARÁ

Bertholletia excelsa HUMB.¹ & BONPL.

Imagem relacionadaImagem relacionada

● É a principal fonte de Selênio da natureza.

● A Castanheira-do-Pará está ameaçada de extinção; o seu estado de conservação é VU – Vulnerável.

DESCRIÇÃO: árvore caducifólia de grande porte mede de 30-50m de altura com diâmetro de tronco entre 1-2m. É nativa da região Amazônica, pertence à família Lecythidaceae. O seu fruto, que é o ouriço, pesa aproximadamente 2kg, contém de 20-25 castanhas (sementes). Suas folhas medem de 20-35cm de comprimento por 10-15cm de largura. Suas flores são pequenas de cor verde-esbranquiçada e medem de 5-10cm de comprimento. O Brasil produz de 45-60 mil toneladas por ano e emprega cerca de 60 mil famílias.

PROPRIEDADES: antioxidante, emoliente, energizante, hidrante, inseticida e nutritiva.

INDICAÇÕES E BENEFÍCIOS: combate o envelhecimento celular, desintoxica o organismo de metais pesados, melhora o funcionamento da tireoide, ajuda a evitar a propagação do câncer além de diminuir a sua incidência, melhora o sistema imunológico, reduz os níveis de colesterol ruim do sangue, prevenção do câncer, pode elevar em 65% o teor de selênio no organismo, reduz os níveis do colesterol ruim do sangue (LDL), aumenta o bom colesterol (HDL) e evita o surgimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Partes utilizadas: casca, folhas e frutos.

NOMES POPULARES: castanha-do-Brasil, castanha-do-Acre, castanha-da-Amazônia, tocari, tururi, noz brasileira, Pará nuss, Pará nut e Brazil nut (inglês), noix du Brésil (francês), castaño de madre de dois (espanhol), nuez del Brasil e almendra del Beni (Bolívia).

CLASSIFICAÇÃO GRAMATICAL: cas.ta.nha do Pa.rá s.f. (castanha + do+ Pará, topônimo [estado brasileiro]). Botânica. Árvore lecitidácea (Bertholletia excelsa), originária da América do Sul. = CASTANHEIRO-DO-PARÁ.

CONTRAINDICAÇÕES E EFEITOS COLATERAIS: o consumo exagerado da semente, ou uma ingestão superior a 850 microgramas/dia gera a toxidade crônica do selênio. A selenose é caracterizada por perda e fragilidade de unhas e cabelos, podendo desencadear também uma série de outros sintomas, como: distúrbios gastrointestinais, hálito com odor forte (como de alho), fadiga, irritação e anormalidades no sistema nervoso. Fonte: www.portalamazonia.com.

TOXINA: o armazenamento e a conservação da castanha-do-Pará constituem os problemas mais importantes para o produtor. Problemas como as aflatoxinas podem comprometer parte da produção e a qualidade final. A aflatoxina é a denominação dada a um grupo de substâncias muito semelhantes e que são tóxicas para o homem e para os animais. Elas são produzidas por dois fungos (bolores) denominados Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que se desenvolvem sobre muitos produtos agrícolas e alimentos quando as condições de umidade do produto, umidade relativa do ar e temperatura ambiente são favoráveis. As aflatoxinas são potentes toxinas carcinogênicas (cancerígenas). Tais toxinas são encontradas em diversos vegetais, principalmente amendoim, castanha-do-Brasil, semente de algodão, pistache, ervilha, milho, centeio, arroz, gergelim, soja e batata doce. Os controles de qualidade e a fiscalização sanitária impedem a comercialização de produtos com esses problemas. Fonte: www.sebrae.com.br.

CURIOSIDADES: o maior exportador não é o Brasil e sim a Bolívia. Isto se deve à drástica diminuição da espécie no Brasil, devida ao desmatamento. O nome em português se refere ao Pará, cuja extensão no período colonial incluía toda a Amazônia brasileira. Os acreanos - por serem os maiores produtores nacionais de castanha - referem-se a elas como castanhas-do-acre. Alguns nomes indígenas são juvia, na região do Rio Orinoco e sapucaia, em outras regiões do Brasil. 2. Embora seja classificada pelos cozinheiros como uma castanha, os botanistas consideram a Bertholletia excelsa como uma semente, e não uma castanha, já que, nas castanhas e nozes, a casca se divide em duas metades, com a carne separando-se da casca. 3.  O gênero foi batizado em homenagem ao químico francês Claude Louis Berthollet². 4. Há registros de exemplares com mais de 50m de altura e diâmetro maior que 5m, no Pará. Pode viver mais de 500 anos, e, de acordo com algumas autoridades frequentemente chega a viver 1.000 ou 1.600 anos. 5. Nas margens do Tocantins, foi derrubada para a construção de estradas e de uma barragem. No sul do Pará, por assentamentos de sem-terra. No Acre e no Pará, a criação de gado provoca sua morte, e a caça das cutias, que são os dispersores naturais de suas sementes, ameaça a formação de novos indivíduos.

Composição Nutricional da polpa de Castanha-do-Pará – 100g (3,5oz), crua

Tabela 1

NOTA: alguns valores foram adicionados nas colunas dos nutrientes com suas respectivas fontes, pois, alguns números são aproximados e outros não. A ideia é comparar essas diferenças entre as fontes. Os valores utilizados nos gráficos foram sempre os primeiros