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Memórias De Uma Amazônida Na Rússia
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E-book90 páginas41 minutos

Memórias De Uma Amazônida Na Rússia

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Sobre este e-book

O livro relata a trajetória de Jamea desde Rio Branco, no Acre, até Moscou, na Rússia. Ela sai com 19 anos, sem dinheiro e sem o conhecimento da língua russa para estudar engenharia em Moscou em 1990. Relata as experiências extremas pelas quais teve que passar devidas ao idioma, à cultura, dificuldades financeiras e ao desabastecimento vivido em Moscou nos idos de 1990 em meio a uma guerra e instabilidade política.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de ago. de 2020
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    Memórias De Uma Amazônida Na Rússia - Jamea Franklin

    Memórias

    de uma

    Amazônida

    na Rússia

    PREFÁCIO

    Escrevo esse relato consciente das armadilhas que a memória nos impõe. É assim que me recordo dos fatos aos 49 anos, mãe de dois filhos vivos, de duas filhas vivas e duas filhas falecidas, irmã, filha, esposa de pastor, professora universitária federal. Muito provavelmente o que eu relato são fatos marcantes da minha trajetória que a memória escolheu guardar. Também estou consciente dos aspectos da minha personalidade que fazem com que algumas memórias sejam mais presentes que outras.

    Traços dessa personalidade que tenta a maior parte do tempo ser transparente o máximo possível, o que resultará em um esforço constante em ser fiel ao que lembro, sem devaneios conscientes.

    Também é importante frisar que falo das minhas próprias experiências que sei devem diferir das vivências de outras pessoas em dependência do tempo, do espaço e do olhar.

    VIDA PREGRESSA

    Nasci em uma família muito humilde. Sou a filha mais velha de uma mãe solteira de 4 filhos. A minha irmã, que era 3 anos mais nova que eu, tinha hidrocefalia e faleceu quando eu tinha 15 anos, um ano antes da minha partida para a União Soviética. O meu irmão é 10 anos mais novo que eu e a minha irmã caçula é 15 anos mais nova. Assim fui e ainda sou uma espécie de mãe para os meus irmãos.

    Meu avô paterno era pastor batista e na infância fui sua companheira fiel. Não perdia um culto, ia até aos cultos de oração às quartas-feiras. Culto esse que contava com a presença somente dos mais beatos, mas se eu não fosse chorava.

    Por volta dos 14 anos fui apresentada à literatura russa. Primeiro à clássica. Autores como Dostoievski, Gogol e Teckov eram meus livros de cabeceira. Adorava os contos, os romances e a cultura do país. O namorado da minha mãe era do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e através dele tive acesso a esse mundo. Ele me presenteava esses livros maravilhosos. E não somente, através de sua influência consegui bolsa para estudar no

    melhor colégio de ensino médio de Rio Branco.

    Posteriormente, fui apresentada à literatura marxista. À

    época eu lia Marx e não entendia nada. Lia e relia e não entendia nada. Hoje sei da complexidade dessas obras, mas aos 14 anos me achava capaz de entedê-las.

    Com essa influência me autodeclarei ateia. Não acreditava mais em Deus e não ia mais à igreja, fato que entristeceu muito a minha mãe e a meu avô.

    TRABALHO COM INDÍGENAS

    Aos dezesseis anos fui contratada pela Comissão Pró-Índio do Acre como secretária. Realizávamos projetos na área de saúde e educação com diferentes etnias indígenas do Acre. Este trabalho me fez muito bem que, além do salário, vinha de encontro com o viés da minha personalidade de querer o bem de todos e defender as minorias.

    Também aos dezesseis anos ingressei no curso noturno de matemática na Universidade Federal do Acre.

    Aos dezoito passei em um concurso para auxiliar administrativa, me tornando portanto, funcionária pública e aluna na mesma universidade. Nesse momento passei

    a trabalhar para a Comissão Pró-Índio do Acre somente nos fins de semana.

    PREMISSAS DA NARRATIVA

    No idos de 1990 eu morava em Rio Branco. Tinha 19 anos e era funcionária pública na Universidade Federal do Acre, estava namorando firme e estudava na mesma universidade no curso noturno de Licenciatura em Matemática, no quinto período. Tudo estava tranquilo e

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