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Colômbia
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E-book204 páginas2 horas

Colômbia

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Sobre este e-book

Se existe uma palavra que possa resumir a Colômbia, essa palavra é surpreendente . A Colômbia é tão cheia de nuances, que não é possível interpretá-la de uma só forma. Difícil dizer qual é sua característica principal. O país vive um clima de otimismo, pela troca de presidente e pela liberdade em se percorrer regiões onde antes eram ocupadas pela FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Essa sensação parece dar um novo fôlego ao povo, uma nova esperança. É um país de caos e problemas sociais como todos da América Latina, mas também um país de luz, de cores, música e sabores! A Colômbia nos surpreendeu e espero com este livro, fazer com que outros também se surpreendam com esse país mágico, alegre, colorido e humano. Não queria ir embora, mas fui! Espero um dia voltar, para ver o que não vi...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jul. de 2020
Colômbia

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    Colômbia - Dalton Delfini Maziero

    COLÔMBIA

    TUDO É QUESTÃO DE DESPERTAR

    A ALMA

    Coleção

    Memórias de um Andarilho – Vol.02

    Capa

    Sandra Regina Orsini Maziero

    Fotos

    Dalton D. Maziero / Sandra Regina O. Maziero

    Dalton Delfini Maziero

    COLÔMBIA

    TUDO É QUESTÃO DE DESPERTAR

    A ALMA

    São Paulo, 2020

    C:\Users\Sandra\Desktop\Livro Colômbia ClubeAutores\Ficha Catalográfica2.JPG

    AGRADECIMENTOS

    Queremos agradecer as pessoas que nos ajudaram com dicas da Colômbia, ou que simplesmente dedicaram seu tempo para que nossa estadia fosse a melhor possível. Nosso muito obrigado a Vianneth G. Payan, seu marido Juan e a pequena Candelária, pela amizade e tempo disponível em nos mostrar a bela Medellín; a Heidy Rincón Arevalo (Secretaria de Turismo de Bogotá) pelas incríveis dicas e ensinamentos em Bogotá; ao guia turístico Julián Robles pelo seu entusiasmo e conhecimento em Villa de Leyva; à equipe do Hotel Boutique Castillo Inês Maria – Sebastian Martínez, Marelyn González, Cindy Carvajal, Gregório Guzmán e Elmer Castellar – pela recepção e cuidados em nossa maravilhosa estadia em Cartagena!

    Quero agradecer a Sandra Regina Orsini Maziero, esposa e companheira de viagem, por sua paciência e pela realização da linda capa desta obra.

    Quero agradecer também o Srº Julio Cesar Prieto Morales (Coordenador da Huiltur Turismo Cultural y de Naturaleza), da cidade de Neiva, que dedicou seu tempo organizando a viagem a San Agustín e Tierradentro, mesmo que estas não tenham acontecido por motivos além de nossas vontades.

    Faço ainda um agradecimento especial ao escritor colombiano Gabriel García Marquez, falecido em 2014. Fiquei durante meses, refletindo qual seria o subtítulo dessa obra. Encontrei em suas palavras – "Tudo é questão de despertar a alma – o sentimento perfeito que buscava. O despertar da alma", que experimentamos várias vezes, em território colombiano...

    Bogotá. A bela Plaza de Bolívar. Em destaque, a Catedral Primada. Ao fundo, em meio a neblina, o Cerro Monserrate.

    Bogotá. Museu do Ouro. Uma de suas inúmeras e magníficas peças.

    SUMÁRIO

    9 - Prólogo

    13 - Capítulo 1 (Bogotá)

    Chegada a Bogotá

    23 - Capítulo 2 (Bogotá)

    Museu do Ouro / Igreja de Nossa Senhora das Neves / Mercado La Perseverancia / Museu Nacional / Catedral Prima de Bogotá / Museu Botero

    37 - Capítulo 3 (Zipaquirá)

    Catedral de Sal de Zipaquirá

    45 - Capítulo 4 (Bogotá)

    Mercado de Paloquemao / Igreja de San Francisco / Museu Santa Clara / Museu de Trajes Regionais / Zona T

    53 - Capítulo 5 (Bogotá)

    Mercado das Pulgas de Usaquén / Igreja de San Agustín / Museu Arqueológico / Museu Colonial

    59 - Capítulo 6 (Bogotá)

    Cerro de Monserrate / Jardim Botânico de Bogotá

    67 - Capítulo 7 (Bogotá / Villa de Leyva)

    71 - Capítulo 8 (Villa de Leyva)

    Caminhada em Villa de Leyva

    77 - Capítulo 9 (Villa de Leyva)

    El Fósil / El Infiernito / Convento de Santo Ecce Homo / Vinícula Marques de Villa de Leyva

    89 - Capítulo 10 (Villa de Leyva - Medellín)

    Jardim Botânico / Parque Explora / Plaza Botero / Museu de Antióquia

    101 - Capítulo 11 (Medellín)

    Finca Silletera El Pensamiento / Parque Ecoturístico Arví / Pueblito Paisa

    109 - Capítulo 12 (Medellín – Cartagena das Índias)

    Plaza de las Bovedas

    117 - Capítulo 13 (Cartagena das Índias)

    Ciudad Perdida

    129 - Capítulo 14 (Cartagena das Índias)

    Getsemaní / Museu Naval del Caribe / Castillo de San Felipe

    139 - Capítulo 15 (Cartagena das Índias)

    Praia de Cartacho / Vulcão Totumo

    147 - Capítulo 16 (Cartagena das Índias)

    Bocagrande / Piratas

    155 - Capítulo 17 (Cartagena das Índias)

    Museu Histórico de Cartagena (MUHCA) / Palácio de La Santa Inquisición / Donde Fidel Salsa Club

    161 - Epílogo

    PRÓLOGO

    Ou o capítulo que não será escrito.

    Vou lhes contar uma história.

    Quando era criança, lá pelos meus doze anos, tive o primeiro contato com a Colômbia. Meu pai me comprou um livro de título pomposo, chamado "Os Últimos Mistérios do Mundo", das Selecções do Reader’s Digest. Quem tem mais de 50 sabe do que estou falando. Tenho esse livro até hoje, e embora não seja acadêmico, ele me fascina de forma especial. Muitas de minhas viagens partiram de seus artigos e fotos. Em suas últimas páginas, existe um "Guia dos Lugares Misteriosos do Mundo e lá, uma pequena imagem em preto e branco, de uma estátua antropomorfa, meio homem, meio símio. Diz a legenda: Santo Agostinho. Estátua de pedra maciça protegendo uma câmara funerária".

    Como nesta idade já tinha um modesto plano para dar a volta ao mundo, desvendando seus mistérios arqueológicos, aquele lugar me pareceu obrigatório! Uma selva densa, estátuas misteriosas, sepulturas, provavelmente tesouros enterrados! E o melhor, para quem não tinha dinheiro como eu, a Colômbia nem era tão longe assim!

    Os anos passaram e a Colômbia caiu no esquecimento. Mas um belo dia me deparei com a imagem de outra estátua de pedra, ostentando um semblante terrível! Um homem monstro? Olhos estalados e dentes de felino. Era "Santo Agostinho", ou San Agustin, como é conhecida atualmente. Coincidiu na época, estar lendo muita coisa sobre o mito do El Dorado, que vocês sabem, inclui as referências da Laguna Guatavita, também na Colômbia! A vontade de conhecer esse país ressurgiu, e finalmente em 2005 consegui me aventurar numa viagem meio turbulenta, cheia de improvisos e com roteiro impreciso. Naquela época passei por Bogotá, Villa de Leyva, Santa Marta e Cartagena.

    Mas minha frustração ficou por conta de San Agustin. Em 2005, a pacificação das guerrilhas (FARCS) ainda não havia ocorrido, e justamente quando estava em Bogotá, surgiu a notícia de uma coluna guerrilheira atuando na região de San Agustin. Boatos na capital falavam em sequestros de turistas e fechamentos de estradas. Então, entre correr o risco de permanecer 12 anos preso na floresta comendo larvas ou seguir para as praias caribenhas de Cartagena, optei por esta última. Tinha certeza que um dia voltaria a fazer a Colômbia, e desta vez, San Agustin não me escaparia!

    A chance surgiu em 2018. Com a alta do Euro, decidimos ficar aqui mesmo pela América e a Colômbia surgiu como uma possibilidade viável. Renasceu a vontade de conhecer San Agustin e finalmente elaborei todo um roteiro, incluindo não só este sítio arqueológico, mas outro não menos espetacular, chamado Tierradentro, que fica em uma região próxima. Tudo pronto, hospedagens pagas, voos internos pagos, mochilas quase feitas, e poucos dias antes de embarcar, recebo um comunicado da Avianca explicando que todos os voos da madrugada entre Brasil e Colômbia foram cancelados! Nenhuma alternativa oferecida conseguia suprir o déficit de tempo para visitar esses sítios arqueológicos, pois eles ficam muito distantes da cidade de partida que era Neiva. Desta forma, fomos obrigados a cancelarmos os três primeiros dias de nossa viagem, incluindo a cidade de Neiva, e as ruínas de San Agustin e Tierradentro.

    Assim, quando me refiro ao "Capítulo que não será escrito, refiro-me também a minha frustração - pela segunda vez - de ver um sonho de criança passar tão perto e não se realizar. Por isso peço desculpas ao leitor pelo Capítulo 1", que devia ser dedicado a estes lugares, em especial a San Agustin.

    Bateu na trave e não foi gol.

    Ou como disse meu amigo Guilherme: "Melhor assim, talvez você fosse morrer naquelas ruínas... Vai saber!". Talvez ele tenha razão.

    Vou pensar assim, por enquanto...

    Bogotá. Final de semana nas ruas da capital, com jogos e caminhadas.

    Bogotá. Museu de Santa Clara. Detalhes que impõem respeito.

    CAPÍTULO 1

    O Cervo Dourado

    A história conta que na época da conquista espanhola, no século XVI, os nativos muiscas esconderam muitos tesouros em cavernas, nas montanhas ao redor de Bogotá. E um desses tesouros estava escondido em uma caverna na atual montanha de Guadalupe. Era um cervo dourado em tamanho natural, juntamente com numerosas pedras preciosas recolhidas pelos muiscas.

    Dizem que no final do século XVII, chegou a Bogotá um aventureiro Português chamado Diego Barreto, um fã de jogos de azar, que caiu de amores pela bela bogotana Inés Domínguez, filha do comerciante Pedro Domínguez Lugo.

    Certa manhã, quando a moça foi à igreja, conheceu Diego, que vinha de uma taverna. Foi amor à primeira vista. Diego a visitava todas as tardes e conversava com a moça pela janela de seu quarto. Lindas cartas de amor foram escritas. No entanto, o pai da moçoila se opôs ao relacionamento dos jovens.

    Os populares dizem também que, certa vez, quando Diego fazia serenata para Inés, o pai da menina o atacou com seu sabre. Felizmente o jovem conseguiu evitar o golpe, mas deixou o Srº Pedro ferido, tombado quase morto na porta de sua residência.

    Fugindo da polícia, o jovem português se embrenhou pelas montanhas próximas à colina de Guadalupe. Pouco antes de uma chuva forte, se refugiou em uma caverna que estava cheia de vegetação e limo. Depois de ficar lá por algum tempo, seus olhos se acostumaram com a escuridão. Foi então que vislumbrou o tesouro perdido muisca: o cervo em tamanho natural, feito de ouro sólido.

    Dizem que a riqueza era imensa, mas impossível de carrega-la de uma só vez, até porque Diego era um homem perseguido. Ele então decidiu arrancar os chifres do cervo e deixou o resto na caverna. Para marcar o ponto exato da entrada, cravou sua espada na terra, bem em frente à passagem. Diego tinha como referência, a Igreja de Santa Cruz, que podia ver ao longe. Então andou muitos quilômetros até chegar às planícies do departamento de Casanare, certo de que depois voltaria para resgatar o restante do seu tesouro.

    Dizem que Diego Barreto, com a venda dos chifres de ouro, fez inúmeras viagens pela América. Percorreu vários países, mas sempre teve o desejo de voltar para o cervo dourado. Quatro anos depois, acreditando que ninguém mais se lembraria de sua agressão, retornou a Bogotá. Contudo, o pai de Inés, que já estava recuperado das feridas, o reconheceu e preparou uma emboscada em uma das noites, em um beco escuro. Gritando Aqui está minha vingança, desferiu outro golpe de sabre e desta vez matou Diego.

    Com a morte do português, morreu também o segredo da localização do cervo dourado. Desde então, muitas pessoas de Bogotá e daqueles que contam a história, procuram o tesouro, que permaneceu como uma lenda nas cavernas da colina de Guadalupe.

    (Lenda bogotana, baseada na versão de Javier Ocampo López)

    --------------------

    Acordar às 04hs00 da manhã é muito chato!

    Pulamos da cama com a cara amassada e o coração aflito. Noite mal dormida com ansiedade de não perder o avião. Mochilas prontas encostadas na parede fria da sala. Duas maçãs lavadas sobre a mesa. Roupa separada ao pé da cama. Nos trocamos roboticamente e saímos pelas ruas ainda escuras de São Paulo em busca do ônibus que nos levaria ao Aeroporto de Guarulhos. Quase não falávamos. Não sei por que, mas nessas horas sempre me vem à cabeça um pensamento... "O que é que estou fazendo aqui?".

    O aeroporto já perdeu a novidade e hoje significa apenas um ritual obrigatório – muitas vezes chato – de passagem para se chegar a algum país estrangeiro. Adoro viajar, mas definitivamente não simpatizo com aeroportos.

    O voo da Avianca foi tranquilo. Atendentes prestativos, lanchinhos, bebidinhas, bebês chorando, idosos com diarreia, coisas do tipo. Para passar melhor o tempo, selecionei o filme "Rogue One" (2016). Já conhecia, mas é sensacional! Que filmaço! Embarcamos precisamente às 08:30 horas da manhã e aterrissamos em Bogotá às 12hs15, debaixo de um céu assustadoramente cinza e chuvoso.

    Fiquei impressionado com o

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