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NICK: O PEQUENO GRANDE GUERREIRO
NICK: O PEQUENO GRANDE GUERREIRO
NICK: O PEQUENO GRANDE GUERREIRO
E-book150 páginas1 hora

NICK: O PEQUENO GRANDE GUERREIRO

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Sobre este e-book

Uma história na qual acontece de tudo um pouco, mas o que mais prevalece é a coragem e a determinação. Nick, um garoto muito esperto, encorajou-se e, buscando salvar sua vida, não pensou no depois, só no agora. Passou fome, frio, medo... Horrores!
"Vi a morte diante de mim várias vezes... Briguei comigo mesmo, para me posicionar como homem. Tive que deixar minha inocência de lado, meu medo e esquecer minha pouca idade, pois, diante de mim, havia a liberdade tão sonhada e desafios inesperados. Eu não poderia desistir, nem queria isso..."
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de ago. de 2022
ISBN9786553703049
NICK: O PEQUENO GRANDE GUERREIRO

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    NICK - SIMONE BESSA

    nick_capa_ebook.jpg

    SIMONE BESSA

    NICK

    O PEQUENO GRANDE GUERREIRO

    Kelps

    Goiânia, 2022

    Copyright © 2022 by Simone Bessa

    Editora Kelps

    Rua 19 nº 100 — St. Marechal Rondon- CEP 74.560-460 — Goiânia — GO

    Fone: (62) 3211-1616 - Fax: (62) 3211-1075

    E-mail: kelps@kelps.com.br / homepage: www.kelps.com.br

    Diagramação: Marcos Digues

    mcdigues@hotmail.com

    CIP - Brasil - Catalogação na Fonte

    DARTONY DIOCEN T. SANTOS - CRB-1 (1ª Região) 3294

    B557 | Bessa, Simone

    Nick, o pequeno grande guerreiro. / Simone Bessa. - Goiânia / 2ª ed. Kelps, 2022.

    148 p.: il. (livro eletrônico, ebook)

    ISBN:978-65-5370-304-9

    1. Literatura infanto-juvenil. 2. Crônica. I. Título.

    CDU:82-93

    O conteúdo da obra e sua revisão são de total responsabilidade do autor.

    DIREITOS RESERVADOS

    É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito dos autores. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

    Publicado no Brasil

    Published in Brazil

    2022

    Dedico esta história a todos. Em especial, a todos os negros. Negro, não se diminua, não deixe que o julguem ou o avaliem pela sua cor. Você tem sangue vermelho, como o sangue do branco. Isso que importa!

    SUMÁRIO

    NICK, O PEQUENO GRANDE GUERREIRO

    NICK, O PEQUENO GRANDE GUERREIRO

    Ao pisar em terras estranhas, de povo estranho, mesmo assim, parecia um mundo maravilhoso! Cheio de belezas naturais. Muitas águas, lindas árvores, rios e lagos perfeitos para uma pesca, banho ou um mergulho. Terras férteis, muita comida, leite, muito espaço, e um céu incrivelmente azul! Era um sonho para qualquer um!

    Colocar os pés em chão brasileiro era o desejo de todos os que puderam vir, até daqueles que foram arrastados à força de suas terras! Trazidos de forma desumana. Nem mesmo assim, puderam arrancar de seus peitos o direito ao sonho.

    Alguns vieram para explorar, conhecer, conquistar. Outros vieram de forma inexplicável, de forma assustadora, sofrida, como capturados e, mesmo assim, ainda lhes restavam a oportunidade de sonhar...

    Nicolas, um negrinho de cabelos encaracolados, dentes branquinhos, olhos atentos, muito esperto, inteligente, cativava a todos à sua volta. Com apenas 4 anos de idade, desembarca no Brasil juntamente com sua família, capturada em seu País. Como animais selvagens, foram trazidos para o Brasil para serem vendidos como escravos! Não entendendo nada do que acontecia à sua volta, Nicolas a tudo observava atentamente!

    Homens maus e perversos iam aos países da África para capturar pessoas e vendê-las como escravos para vários países, inclusive o Brasil. Os senhores do café e outros poderosos compravam escravos negros. Em seus lugares de origem eram livres, mesmo enfrentando muitas dificuldades! Viviam em aldeias e povoados junto aos seus familiares e eram felizes!

    Os escravos vinham em grandes navios negreiros, e muitos não resistiam essa longa viagem e morriam de fome, desidratados. Às vezes adoeciam e não resistiam. Então, eram lançados ao mar. Suas famílias nem tinham o direito de chorar por eles. Viajavam em condições desumanas, com muito sofrimento. Viajavam amontoados sem nenhuma estrutura em termos de conforto. Quando chegavam ao Brasil eram vendidos no mercado de escravos.

    Essas pessoas eram submetidas a trabalhos pesados, forçados e sem ganhos. Apanhavam muito, nem precisavam de motivos para apanhar, bastava estar bastante cansados para seus trabalhos não renderem para que o feitor lhes desse umas chibatadas. Não tinham nenhum direito. Comiam muito mal, dormiam amontoados em senzalas. Era um horror! Eram vigiados dia e noite para não fugirem. Os homens que os vigiavam eram chamados de feitores, não poupavam nem mesmo idosos ou grávidas.

    Nicolas veio para o Brasil ainda muito pequeno, com duas irmãs, Nilva e Nilma e dois irmãos. Suas irmãs eram mais velhas, e os irmãos Nivaldo e Nicolau, mais novos. Os pais de Nicolas se chamavam Sebastião e Adelaide. Seus avós paternos também vieram, mas sua avó não resistiu à longa viagem.

    Não resistindo aos maus tratos, fome e sede, Dona Maria, mãe de Sebastião e avó de Nicolas veio a falecer. Ela se contaminou com uma bactéria, que se prolifera justamente em ambientes insalubres. Muitas outras pessoas morreram naquele navio. Esta bactéria provoca a doença conhecida como cólera.

    Foi desesperador para todos, pois os perversos retiravam os mortos e os lançavam ao mar. O pior aconteceu quando descobriram a doença se alastrando. Os homens lançavam os doentes ainda vivos ao mar, se fossem de mais idade ou mais desnutridos.

    Vendo isso, Sebastião e o Senhor Pedro mantiveram Dona Maria escondida para não ser vista. Só assim ela pode, pelo menos, morrer em paz. Seus filhos e noras davam suas próprias comidas e água para ela, na tentativa de que sobrevivesse, mas...ela não resistiu e morreu!

    Ao todo, vieram vinte e seis pessoas da família de Nicolas, vinte e sete com sua avó que faleceu na viagem. Mas, ao serem vendidos no mercado de escravos, apenas doze ficaram na mesma fazenda. Os outros foram para outras três fazendas diferentes.

    Os doze que ficaram na mesma fazenda eram: Sebastião com seus cinco filhos e esposa, seu pai Pedro e dois irmãos: Lorenzo e Joaquim. Joaquim era casado e tinha um filho, João. João estava com três anos. Mas muitos outros foram junto com eles para a mesma fazenda Estrela.

    O medo e o desespero tomavam conta de cada um deles, mas era impossível se comunicarem naquele momento. Fugir, impossível!

    Foram amarrados e levados ao mercado de escravos. No caminho se misturavam aos outros e, por qualquer sinal de resistência, eram chamados a atenção severamente, ou até açoitados. E ainda proibidos de se falarem!

    A fome e o cansaço eram tão grandes que eles pensavam: quem sabe comeremos bem aqui, e teremos um canto para morar... Então, poderemos recomeçar nossas vidas! Pois eles viam uma terra farta em água, frutas e alimentos... Mal sabiam o que os esperava!

    Ao chegarem no mercado de escravos foram colocados em fila e os senhores iam passando e observando quem eles se interessavam em comprar! Quando se aproximou o senhor do café, o dono da fazenda Estrela, senhor Valentino. Olhando fixo para eles, para cada um...

    Diz ao capitão:

    — Separe estes para mim! Apontando aqueles que lhe interessavam!

    Ao escolher os que desejava, não selecionou a todos da família, ficando separados o Senhor Pedro, avô de Nicolas, sua mãe, seu irmão caçula e Joãozinho seu primo!

    Então, o Senhor Sebastião, desesperado, implora:

    — Senhor, me perdoe pela ousadia, mas, esta é minha esposa, e estes moleques são meu filho e meu sobrinho, este senhor é meu pai, eles são meus dependentes!

    — Você é atrevido! Falar comigo e ainda me pedir algo?

    — Me perdoe senhor, mas, pelo amor de Deus, não separe a gente! Meu pai perdeu a esposa na viagem, e estas crianças longe da mãe!

    Nisso o capitão falou baixinho com o patrão, que ficou pensativo. Sebastião insiste:

    — Fique com os quatro, senhor. Meu pai, embora já velho, é muito trabalhador, meu caçula ainda mama na mãe!

    Ao ouvir isso um de seus capitães disse:

    — Senhor, o senhor está fazendo uma compra grande de escravos. Negocie com o capitão do mato para lhe entregar estes três sem custo algum, e a mulher pagamos por ela, parece ser saudável e boa de serviço. Caso eles não concordem, ameace não levar nenhum!

    Assim foi feito. E os capitães do mato resolveram entregar o Senhor Pedro e as crianças, ficando toda a família junta, depois de horas de muita angústia!

    Ao concluir a compra, o Senhor Valentino e seus feitores levaram todos os escravos que haviam acabado de comprar para a fazenda. Ao chegarem, o Senhor Valentino disse:

    — Vocês, de agora em diante, me pertencem. Aqui vocês terão comida e lugar para morar, mas não pensem em fugir, pois serão capturados e açoitados, para não fugirem novamente. E se tentarem de novo serão mortos a chicotadas, para servir de exemplo para os outros. Também não roubem, senão vão pagar com sangue!

    Ficaram muitos assustados, mas pensaram, não será tão ruim, teremos comida e moradia, depois compraremos nossa liberdade! Mal sabiam que iriam ser submetidos a trabalhos forçados, açoitados, que iriam dormir jogados e amontoados, que a comida era regrada e de má qualidade!!! Nem imaginavam que estavam se tornando prisioneiros, além de escravos, embora os acontecimentos mostrassem, desde o começo, que coisas boas não viriam!

    Por ser ainda pequenos, apenas uma das irmãs de Nicolas começou a ajudar nas tarefas da casa do barão do café, Sr. Valentino. Ele, além de ser barão do café, era também coronel na cidade. Muito respeitado e temido por todos. Severo com todos, até com suas duas filhas e esposa. Ele tinha muita vontade de ter um filho varão para ser seu herdeiro, por não ter este filho era muito revoltado, sua esposa e suas filhas pagavam por isso.

    Mariana era sua esposa, suas filhas se chamavam Anita e Ana Clara. Anita tinha a idade de Nicolas e Ana tinha exatamente a idade de Nilva, irmã mais velha de Nicolas, com 7 anos.

    No país de origem de Nicolas era comum os homens se tornarem lutadores, pois eram caçadores e viviam entre as feras da África. Além disso, tinham que proteger suas terras e famílias contra os invasores. Então, desde muito cedo, os meninos começavam a aprender a lutar.

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