Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Lobo Branco Da Di Onniti
O Lobo Branco Da Di Onniti
O Lobo Branco Da Di Onniti
E-book451 páginas4 horas

O Lobo Branco Da Di Onniti

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Aos 4 anos Matteu é adotado por um casal e passa a morar na Itália. 6 anos depois, seus pais são brutalmente assassinados em sua frente, por sorte Matteu e sua irmã, Alesa, conseguem sobreviver ao atentado. Aos 17 anos Matteu ganha a posse da “empresa” de seus pais, A Di Onniti, sob o nome lendário de “Lobo Branco”. Aos 18 anos o rapaz assume um novo nome, Haru Onobront, e fixa a Di Onniti no Brasil formando um império, enquanto planeja sua vingança contra quem assassinou seus pais. Quando estava prestes a cumprir sua vingança, Haru se encontra com Rael, um rapaz que havia sido baleado. Haru decide salvar sua vida pondo em risco sua verdadeira identidade. Não vendo outra alternativa, Haru o leva para seu apartamento na intenção de se aproximar e calá-lo. Aos poucos os dois vão se apaixonando em meio a omissões sobre Haru. Rael se torna o alívio dos traumas de Haru que por trás da pele lendária de “Lobo” é uma “raposa solitária”. A busca de Haru por vingança se torna sua maior obsessão, mesmo que isso o faça arriscar sua vida inúmeras vezes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de jul. de 2021
O Lobo Branco Da Di Onniti

Leia mais títulos de Laís Basillie

Relacionado a O Lobo Branco Da Di Onniti

Ebooks relacionados

Romance para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de O Lobo Branco Da Di Onniti

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Lobo Branco Da Di Onniti - Laís Basillie

    Os machucados não foram nada perto da minha felicidade de correr pelos campos.

    O  Lobo  Branco 

    da

    Di  Onniti

    L A I S  B A S I L L I E

    1ª edição

    2021

    O Lobo Branco da Di Onniti

    LAIS BASILLIE

    Todos os direitos autorais de texto reservados à autora com respaldo da lei nº 9.610/98. Nenhum conteúdo do livro pode ser copiado, distribuído e/ou vendido sem a plena autorização da autora, configurando crime de plágio e pirataria.

    Laisbasillie (Instagram)

    REVISÃO: Raulisson

    raulissonsilva@gmail.com

    DESIGNER ARTISTICO DOS PERSONAGENS: Laís Basillie

    LINEART E ARTE FINAL: Amanya

    alissawatanabe@hotmail.com

    Instagram: amanyan_

    O Lobo Branco da Di Onniti/ Laís Basillie – 2021

    1ª Edição, 2021

    ISBN: 978-85-471-0373-6

    Literatura Nacional/ Ficção/ Homossexual/ Drama/ Crime/ Ação

    Esta obra é puramente fictícia, qualquer semelhança com pessoas, acontecimentos ou lugares é mera coincidência.

    PRÓLOGO

    Não temos mesmo o controle do nosso destino? Ou somos condicionados a algo para que mais tarde possamos decidir como queremos e devemos viver?

    Era um salão longo e velho com inúmeros corredores, passos apareceram com um som que ecoava conforme os pés tocavam no chão, uma pistola descansava na mão daquela pessoa. Uma voz delicada e infantil chamou:

    — Onde você está? Eu quero brincar de cortar gente.

    Um homem escondido em um dos quartos abafava a voz com as mãos que não paravam de tremer. A voz doce perguntou:

    — Como você conseguiu escapar da sala branca? Você foi mau! Minha irmã disse que pessoas más precisam ser punidas.

    Lágrimas saíam dos olhos do homem que se encolhia atrás de uma escrivaninha para não ser visto. Os passos continuavam e desta vez chutando as portas, conforme passava pelos corredores.

    — Minha irmã me disse uma vez: Adultos são cruéis, eles matam, torturam e estupram, eles merecem morrer, ainda mais aqueles que nos atrapalham. Eles mataram nossos pais…

    Uma gargalhada maníaca saiu daquela criança que,conforme andava, dizia:

    — Eu só tenho 12 anos, isso significa que eu não sou cruel, eu puno quem é cruel. Mas um dia eu serei cruel e… eu terei de ser punido também.

    O coração do homem disparava, conforme os passos ficavam mais altos. O garoto disse:

    — Ei, saia logo! Eu vou te achar mesmo. Eu não sou uma criança normal, eu sou filho da Onni.

    O jovem passava chutando as portas com força e as abrindo.

    — Você não está aqui também? Eu gosto de esconde-esconde, mas eu sou muito mais inteligente do que você. Se não aparecer, vai ser pior.

    Os passos continuavam.

    — Você não deveria ter tentado matar a minha irmã.

    O homem tentava conter a respiração, mas os passos e a voz estavam mais perto e entre gargalhadas inocentes o garoto falava:

    — Eu vou te achar.

    A porta do quarto onde o homem estava escondido foi aberta vagarosamente e o garoto entrou, a pistola balançava para um lado e para o outro na mão do menino.

    — Onde você está? Eu estou sem paciência.

    O menino se aproximou da escrivaninha e parou em frente dela. O homem pressionou mais ainda a boca, suor descia pelo seu pescoço, foram segundos de silêncio até que o menino saiu de perto da escrivaninha e os passos se abafaram.

    O homem deixou a respiração sair. Um barulho de clik veio da direita e, quando o homem virou o rosto vagarosamente, o garoto de cabelos brancos atirou duas vezes no rosto do homem.

    — Eu não sou uma má pessoa, sou?

    Eu fui treinado para ser uma máquina de matar. Eu não tinha personalidade própria, tudo o que tinha me foi dado até os meus 17 anos. Eu era praticamente um robô moldado a fim de matar, torturar e seguir ordens, mas agora eu sou um Lobo e uma lenda, e vou te rasgar, Di Priori.

    Capítulo 1 – 4 anos de idade

    "Uma pequena raposa solitária não precisa ser sempre solitária, ainda mais quando ela nunca conheceu o que é ter companhia."

    As crianças brincavam no pátio do orfanato enquanto um menino de cabelos brancos ficava parado em um balanço com olhar dirigido para baixo. Uma freira de pele parda, cabelos pretos e olhos castanhos escuros se aproximou dele e perguntou:

    — O que há? Não quer brincar com as crianças?

    Com rosto triste e ainda olhando para baixo, o garoto negou, a freira continuou sentando-se no balanço do lado:

    — Por que você não quer brincar com eles?

    Não demorou muito para a criança começar a chorar e soluçando, com o olhar para baixo, o menino falou:

    — Eles não querem brincar comigo, eles me chamam de demônio. Eu sou estranho.

    A freira franziu as sobrancelhas e, com olhar dirigido para o garoto, perguntou:

    — Você diz isso por conta da sua aparência?

    O garoto ficou em silêncio. A freira continuou:

    — É verdade que você é diferente dos outros, mas é justamente isso que faz de você alguém especial. Você já viu alguém com cabelos tão lindos e brancos quanto a neve? Ou olhos tão negros como as noites sem lua? Você deve se aceitar, você é lindo, eu já te disse.

    O jovem dirigiu o olhar para a freira e perguntou:

    — Tia Helena, você me acha mesmo bonito?

    — Eu acho você maravilhoso, eu queria ter cabelos assim, são lindos, mas tenho olhos escuros como os seus e, por isso, estou satisfeita.

    O menino lançou um longo sorriso e enxugou as lágrimas. A freira continuou:

    — Hoje é um dia especial! Uma criança vai ser transferida pra cá e acho que você vai gostar bastante dela.

    — Sério?

    — Venha comigo, vamos vê-la! Ela chega daqui a pouco.

    A freira ergueu a mão e o garoto retornou a mão, apertando-a com força e os dois saíram para a entrada para esperar a menina que chegaria lá. Depois de alguns minutos de espera, uma menina de pele negra, cabelos crespos e olhos castanhos escuros saiu do carro, tinha aproximadamente 12 anos.

    O jovem ficou entusiasmado e dizia:

    — Ela vai ser minha amiga?

    A freira sorriu, e levou o garoto até a menina e os apresentou:

    — Alesa, bem-vinda! Este será seu novo amigo.

    A menina mostrou um rosto de satisfação e perguntou:

    — Olá, sou Alesa, qual é o seu nome?

    O menino só respondeu, com um olhar perdido:

    — Eu não tenho nome, a irmã disse para eu escolher, mas ainda não escolhi.

    — Entendo, vamos ser bons amigos a partir de hoje.

    — Sim!

    Capítulo 2 – 4 anos e 6 meses de idade

    A felicidade surge nas mais inesperadas situações.

    Alesa e o garotinho de cabelos brancos estavam nos balanços, quando uma freira se aproximou e, com um sorriso no rosto, disse:

    — Alesa, um casal de italianos veio para te adotar.

    A menina soltou um longo sorriso; o jovenzinho, por sua vez, baixou a cabeça. A freira puxou o braço de Alesa, levando-a para ver o casal. O menino deixou lágrimas caírem e dizia em tom baixo:

    — Eu vou ficar sozinho de novo.

    A ideia de ficar sozinho machucava o rapazinho, que já apresentava sinais de depressão. Porém, alguns minutos depois, Alesa e um casal de pele branca, cabelos e olhos escuros parou em frente ao menino que levantou a cabeça, ainda com vestígios de lágrimas ao rosto.

    A mulher estendeu a mão para o jovem rapaz, e em um português enrolado, disse:

    — Você quer ser nosso filho também?

    Lágrimas caíram do rosto do menino, que estendeu as mãos de volta em um ato desesperado. A mulher o levantou do balanço e o segurou sobre seu peito, e ambos saíram andando de lá. Alesa de mãos dadas com o pai e o garotinho no colo da mãe.

    O pequeno rapaz olhava o orfanato se afastando cada vez mais e as freiras acenando; após soltar um longo sorriso, apoiou a cabeça no ombro da mãe e todos entraram no carro.

    Depois de uma longa viagem, Alesa e o menino chegaram à Itália, mais precisamente à nova casa deles, era uma enorme mansão. Vários empregados os receberam. O garoto olhava para cima, admirando o tamanho da casa, ele estava realmente feliz. A mulher italiana que o havia adotado virou para o garoto e disse:

    — Meu nome é Maria, mas me chame de mamãe. Qual é o seu nome?

    — Eu não tenho nome ainda.

    Maria sorriu e disse:

    — O que acha de Matteu?

    A criança ergueu um longo sorriso e disse, animado:

    — Eu gosto de Matteu!

    — Será seu nome agora, filho. Tem algo que queira fazer?

    O garoto levantou o olhar e disse, entusiasmado:

    — Eu quero dançar! Eu quero aprender balé!

    — Sim, sim! Eu vou trazer alguém para te ensinar

    Capítulo 3 – 10 anos e 8 meses de idade

    O mar nem sempre é calmo, mas a sua fúria é necessária para formar marinheiros fortes.

    Maria entrou na sala de jantar e se sentou à mesa. Seu marido parecia inquieto e mantinha a mão no rosto. Com curiosidade, Maria perguntou:

    — Fernando, algo errado?

    O homem abaixou a mão e, olhando para Maria,respondeu:

    — Está tudo errado! Durante todos esses anos, Matteu não aprendeu nada útil, só balé, desenho e pintura.

    — Querido, cultura é importante e ele é uma criança.

    — Alesa também era, ela sabe de tudo, está quase pronta para assumir a organização. Eu não estou só preocupado com a Di Onniti, estou preocupado com o Matteu. Ele não vai ter a gente para proteger ele para sempre.

    — Mas...

    — Maria! Às vezes nem parece que você é a líder da maior organização mafiosa da Itália. Matteu é um garoto doce, mas ele precisa, acima de tudo, aprender a sobreviver. Temos muitos inimigos.

    Maria abaixou a cabeça e disse com pesar:

    — Começarei o treinamento dele amanhã.

    O homem se levantou, beijou os cabelos de Maria e disse:

    — Sinto muito querida, sabíamos o que aconteceria desde que adotamos eles.

    Maria se levantou, assentiu com a cabeça e saiu da sala, dizendo:

    — Eu sei.

    Quando Maria saiu para o jardim, avistou Alesa treinando tiro ao alvo com um revólver e rapidamente a chamou enquanto se sentava em um banco. A garota colocou a arma no suporte e perguntou:

    — O que é, mãe?

    — Preciso conversar com você, sente-se no banco.

    A menina se sentou e Maria começou a falar:

    — É sobre Matteu, preciso que você me prometa algo.

    — O que seria, mãe?

    — Matteu é um garoto inocente, até demais… Você entende que a organização é complicada, não é? Vou começar a treiná-lo amanhã, mas quero a sua ajuda, me ajude a treiná-lo. Matteu deve se tornar tão forte e habilidoso quanto você. Quando ele estiver pronto, passe metade da organização para ele, caso não estivermos mais vivos. Entendeu?

    — Entendi!

    — Proteja-o, Alesa! Ensine seu irmão a sobreviver!

    — Eu prometo, mãe.

    Maria abraçou Alesa e a agradeceu.

    — Já é quase noite, seu pai pediu um licor, você pode ir lá? — perguntou Maria.

    — Posso sim! — respondeu Alesa.

    Quando Alesa estava saindo, Matteu correu animado até ela e perguntou:

    — Irmã, aonde você vai?

    — Vou trazer uma coisa para o papai, quer vir comigo?

    — Eu posso?! — perguntou o menino entusiasmado.

    — Claro.

    O garoto segurou a mão de Alesa e eles saíram para pegar o licor.

    Já era noite quando voltaram para casa. Matteu estava retornando, segurando a mão de Alesa, quase correndo. Quando chegaram no jardim, Alesa escutou barulhos de tiros vindos da sala. Rapidamente a garota parou e puxou o jovem para perto de si.

    — O que foi, irmã? — perguntou o garoto.

    Alesa se abaixou e disse, em tom sério e baixo:

    — Não saia de perto de mim de jeito nenhum e não faça barulho!

    — Tá bom.

    Alesa caminhou devagar, segurando a mão de Matteu; e quando entrou na sala, avistou um grupo de homens vestidos de ternos, apontando armas para seus pais que estavam ajoelhados perante eles.

    Alesa abriu bem os olhos, agarrou o rapaz e abafou sua boca com a mão. A garota olhava atentamente o número de pessoas no local; eram muitos, era complicado atacar. Ela poderia colocar a vida dela e do rapazinho em risco.

    Um dos homens se aproximou de Maria e perguntou:

    — Onde está o diamante?

    — Eu não sei do que está falando. — Respondeu a Maria.

    O homem se aproximou de Maria e deferiu um tapa em seu rosto. Rapidamente Fernando se ergueu, gritando:

    — Não toque nela!

    O homem apontou a arma para Fernando e disse, olhando para Maria:

    — É engraçado. Vocês tiveram um casamento pra unir duas organizações, algo totalmente político, mas eu vejo que vocês têm afeto um pelo outro, não é? Eu sei que você trocou meu diamante por um falso. Onde ele está?

    Maria falou:

    — O diamante não é seu! Você é um verme nojento! Você vai se arrepender de tudo o que fez com minha irmã! Seu estuprador maldito!

    O homem destravou a arma apontada para Fernando e, quase se levantando, Maria gritou:

    — No cofre! No cofre na segunda sala, a senha é 690871!

    Um dos homens pegou o diamante e o entregou para o homem que comandava. E com um sorriso, o homem puxou o gatilho duas vezes, acertando a cabeça de Fernando. Maria ficou paralisada, levantou o rosto com dificuldade e lançou um olhar de ódio para o homem.

    Quando Fernando caiu no chão, Alesa perdeu as forças, Matteu se soltou dos braços da moça e correu, gritando:

    — Papai!

    Alesa o seguiu tentando puxar seu braço em puro desespero. Quando o homem percebeu a presença da criança, virou a arma para o garoto e, imediatamente, Maria agarrou o braço do rapaz e houve uma luta corporal.

    Maria derrubou o homem e acima dele tentava arrancar a arma. Todos os homens apontaram as armas para a mulher e vários tiros foram disparados, 23 ao todo. No mesmo momento, Alesa puxou o braço de Matteu e o jogou para longe com toda a força que podia aplicar, fazendo a criança bater as costas na parede, ergueu a pistola e atirou em 3 dos homens.

    O restante estava fugindo para a varanda. O jovem ficou paralisado na sala e só observava o corpo dos pais mortos. Era perigoso deixar o garoto lá; por isso, Alesa o agarrou pelo braço e foi atrás dos homens. Quando chegou na varanda, recarregou a arma, encontrou dois deles, atirou 3 vezes em um e com a arma erguida para o outro, gritou:

    — Quem mandou fazer isso?!

    Matteu se agarrava a Alesa e não apresentava nenhuma expressão, estava em choque. A garota continuou:

    — Me fala, porra!

    O homem cerrou os dentes e gritou:

    — Roberto Di Priori!

    Alesa descarregou o revolver no homem, apertando o gatilho várias vezes, esquecendo-se de que havia uma criança consigo.

    Alesa jogou a arma no chão com violência, deslizou pela parede e sentou-se no chão, chorando e gritando. Quando percebeu que Matteu estava consigo, a garota retornou a sua consciência e o abraçou. Lágrimas e soluços saíram de Alesa, mas o menino era inexpressivo, estava em estado de choque.

    Os dois estavam sentados e encolhidos no chão. Alesa abraçava o garotinho, quando o avô paterno dos dois chegou e, abaixando-se, falou com pesar:

    — Filha, me perdoe, eu cheguei tarde. Sua tia estava com seus pais e sua mãe mandou ela buscar ajuda.

    — Vovô, por que eles fizeram isso?

    O idoso se levantou e abriu uma mala, colocou cartões de débito e crédito, passaportes, roupas, pegou o dinheiro do cofre e o colocou na mala, fechou-a e disse:

    — Vamos para outro país até as coisas se acalmarem, certo?

    Alesa assentiu e saiu com Matteu escanchado em seu corpo.

    Capítulo 4 – 11 anos de idade

    A lenda do pequeno e feroz Lobo branco se levanta, banhada de sangue e medo.

    Havia se passado 3 meses desde o ocorrido. Alesa e Matteu retornaram para sua casa, estava tudo ocorrendo como antes. Poucos dias depois do retorno, um carro preto se aproximou da casa e pessoas com terno preto saíram dele. Alesa se aproximou do garoto e disse:

    — Matteu, se algo acontecer, fuja pelos fundos, sabe pra onde ir, certo?

    — Sei.

    Alesa foi até o carro e retornou pouco tempo depois, com rosto feliz.

    — Irmã, o que aconteceu? — perguntou Matteu.

    — Fomos recebidos de volta por nossos fiéis. Lembra que eu te falei da Di Onniti na viagem? Eu agora sou a líder no lugar da mamãe e você um dia vai ser rei como eu. Entendeu?

    — Eu vou ser um rei?

    — Vai sim! Temos o nosso próprio império agora. Eu vou te ensinar a ser um rei temido e amado!

    Matteu sorriu e abraçou Alesa.

    Naquela noite, Alesa não conseguiu dormir, estava preocupada com Matteu. Ela decidiu de uma vez que, se fosse necessário, iria transformar o menino em um assassino. Já no dia seguinte, Alesa acordou o garoto e o chamou para fora, pegou um revólver de tamanho menor que as armas de fogo mais comuns e a colocou na mão do pequeno Matteu, dizendo:

    — Sabe o que é isso?

    O jovem olhou para a arma e começou a tremer, derrubando-a no chão; lágrimas caíram do seu rosto.

    — Pegue do chão! — ordenou Alesa.

    — Mamãe e papai morreram com isso, eu não quero…

    — Vamos trabalhar o seu primeiro medo. Pegue a arma!

    O menino negou com a cabeça. Alesa gritou:

    — Pega a droga do revólver! Agora!

    Alesa nunca havia gritado daquele jeito com Matteu. Surpreso, ele abaixou-se e segurou o revólver na mão, todo trêmulo. Alesa se inclinou atrás dele e, erguendo o braço do garoto com o seu, orientou:

    — Coloque o dedo no gatilho e destrave assim. Agora puxa o gatilho.

    O rapazinho apertou os olhos, puxou o gatilho e a arma fez clic.

    — Não saiu aquele barulho. — Disse o menino, olhando para Alesa.

    Alesa o retornou, dizendo:

    — É por que não tem munição, por enquanto você irá treinar com ela assim, quando você souber segurá-la corretamente, vamos passar para a fase 2.

    — Igual um jogo?

    — Isso, igual ao jogo.

    Quando Matteu finalmente conseguiu dominar a postura para atirar e aprendeu a segurar a arma, Alesa o ensinou a atirar com munição todos os dias. Em um período de 1 ano, o garotinho já dominava a pontaria como ninguém. A partir daquele dia foi ensinado a ele administração, primeiros socorros, matemática, psicologia básica, tortura (sem prática), judô e defesa pessoal. Aprendeu a manipular armas brancas e entendeu como funcionava o mundo do crime organizado. O dia do teste principal havia chegado.

    Era manhã quando Alesa o levou para a sede da organização. Todos os empregados os receberam. Matteu, de 12 anos, apresentava-se como um menino culto e de rosto adorável; no entanto, sua postura emanava uma aura de psicopata.

    Alesa o levou até um quarto semiescuro. Lá estava um homem algemado em uma cadeira e com os olhos vendados. Matteu olhou para Alesa, e a moça falou baixo ao ouvido da criança:

    — Seja cruel e faça ele dizer pra quem ele trabalha a qualquer custo, como eu te ensinei.

    O garoto hesitou. Alesa se aproximou e perguntou:

    — Como você quer dar o troco na pessoa que matou mamãe e papai, se nem mesmo consegue torturar esse homem?

    O jovem se ergueu e, olhando para a frente, aproximou-se do homem puxando a mala com equipamentos de tortura. Arrancou a venda do rapaz. Este, ao ver uma criança na sua frente, começou a rir. Matteu segurou o rosto do moço com a mão, enfiando as unhas em sua pele e com um sorriso assustador, perguntou:

    — Você quer mesmo me subestimar?

    O homem se calou, aquela imagem de uma criança torturadora era, de fato, assustadora. Procurando equipamentos de tortura, Matteu perguntou:

    — Quem te mandou aqui?

    O homem não falou nada. O rosto de jovem rapaz era inexpressivo naquele momento e então depois de alguma procura, o menino achou algo que o fez mudar de expressão rapidamente: Garras de aço afiadas que poderiam ser colocados sobre os dedos.

    — Meus dedos são pequenos, mas deve servir. — Disse a criança.

    O homem olhou assustado para o menino que, colocando as garras e ajeitando-as aos dedos pequenos e finos, perguntou novamente:

    — Quem te mandou aqui?

    O homem se manteve quieto, o garoto colocou 4 garras em sua mão direita e as arrastando na perna do homem, perguntou:

    — Quem te mandou aqui?

    As garras cortavam a pele das pernas do homem e, enquanto o sangue escorria, o homem gritava em desespero. Matteu observava aquele sangue vívido com admiração. Os subordinados que estavam do lado de fora perguntavam uns para os outros:

    — É aquela criança que está provocando esses gritos?

    — Fazia tempo que eu não via um tão desesperado assim.

    — Verdade.

    Matteu continuava a tortura, as pernas do homem estavam dilaceradas. O garoto sorriu de maneira graciosa e perguntou:

    — Você não vai me dizer? Eu vou ficar triste e vou ter que me divertir mais ainda com seu sangue.

    Alesa se dirigiu a porta e abriu para que todos vissem aquele menino de 12 anos torturando um homem de 40 e tantos anos. Todos da organização olhavam de maneira assustada aquele jovem com rosto tão inocente

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1