Professor Em Chamas

De Júlio César Oliveira Souza

Em sua essência, a história narra a vida de um homem que resolve realizar seu sonho de ser professor com quase quarenta anos de idade. Para isso, enfrenta muitos desafios e diversidades para se formar em Letras. Depois de concluído o curso, ele passa num concurso público para professor em outra cidade de Minas Gerais, Manhuaçu. Chegando lá, depois de alguns meses, acontece algo extraordinário, incrível, um milagre acontece que muda sua vida para sempre

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 6 de abr. de 2022

Pré-visualização do livro

PROFESSOR

EM CHAMAS

2

JÚLIO CÉSAR OLIVEIRA SOUZA

PROFESSOR

EM CHAMAS

1ª Edição

São Paulo – SP

Edição do Autor

2021

3

2021 ® por Júlio César Oliveira Souza Diagramação - Equipe Editora Lucel

[e-mail]

1ª. Edição: 2021

Acabamento e Impressão:

Editora Lucel ® São Paulo

[e-mail] (11) 9.5389-3779

Júlio César Oliveira Souza - Professor Em Chamas 1ª. Edição. São Paulo:

Edição do Autor. 2021. 112 p.

Impresso no Brasil / Gráfica e Editora Lucel

A reprodução total ou parcial desta publicação literária, seja por qual meio for, sem a permissão escrita ou autorização do(a) autor(a) ou por citação desta obra, expressa nos moldes da lei, é ilegal e configura apropriação in-débita de Direitos Intelectuais e Patrimoniais (Artigo 184 do Código Penal

– Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998). As ideias, a revisão ortográfi-ca, os comentários e os conteúdos expressos neste livro são de total e ex-clusiva responsabilidade de seu(sua) autor(a).

4

SUMÁRIO

Professor em chamas ..................................................................... 7

DEDICATÓRIA ........................................................................... 8

Surgimento de um anjo ............................................................... 19

Aprovação no concurso público .................................................. 22

A primeira aula a gente nunca esquece ....................................... 28

Nada como um dia após o outro.................................................. 32

A nomeação ................................................................................ 35

Viagem para a posse ................................................................... 37

A posse ........................................................................................ 44

A kitnet e o vizinho ..................................................................... 46

Conhecendo a escola ................................................................... 49

Ana e Veralice ............................................................................ 51

Primeiro dia de aula no Engenho ................................................ 53

O bom samaritano ....................................................................... 55

O violão de Siloé ......................................................................... 57

O surto de Siloé ........................................................................... 63

O grande milagre ........................................................................ 66

Segundo dia ................................................................................. 73

A chegada da minha mãe ............................................................ 75

Visita inesperada ......................................................................... 77

5

O retorno de Divânia ................................................................... 79

Mãe ou cupido? ........................................................................... 81

A Varanda do Hospital ................................................................ 84

Voltando para casa ...................................................................... 86

Fígado com jiló ........................................................................... 88

O outro lado da moeda ................................................................ 90

Viagem Penosa ........................................................................... 92

Serão do menino pobre ............................................................... 97

Conhecendo o Pico da Bandeira ............................................... 100

Tour pelo parque ....................................................................... 105

O casamento .............................................................................. 109

Conclusões finais ...................................................................... 112

As cicatrizes .............................................................................. 112

6

Professor em chamas

Passou a vida

a morte

a sorte

passou o trem

passou alguém

passou a tinta

o verso

a roleta

passou o céu

a terra

passou o vinho

tudo passou

tudo passará

exceto a palavra

de quem voltará.

Júlio César O. Souza

7

DEDICATÓRIA

Dedico esse livro primeiramen-

te a Deus, o meu Escudo Prote-

tor, a minha Cachoeira de Ins-

piração, o Arroio que refrigera

a minha alma, o Voo das mi-

nhas asas.

Dedico também à minha

mãe, pessoa mais importante e

querida desta vida, e que sem-

pre me apoiou em todos os

meu planos e projetos. E claro,

à minha esposa Regina, minha

companheira, meu porto segu-

ro!

8

Professor em chamas é uma história baseada em

fatos, porém não deixa de ser uma ficção, por isso, alguns fatos ou detalhes podem ser omitidos, acrescen-tados, retirados ou modificados. Em sua essência, a história conta a vida de um homem que resolve realizar seu sonho de ser professor com quase quarenta anos de idade. Para isso, enfrenta muitos desafios e diversidades para se formar em Letras. Depois de formado, passa num concurso público para professor em outra cidade de Minas Gerais, Manhuaçu. Chegando lá, depois de alguns meses, acontece algo ex-traordinário, incrível, assustador, um milagre que mudaria sua vida para sempre.

9

Sentado na poltrona do ônibus da Viação Rio Do-ce com destino à encantadora cidade de Manhuaçu, enquanto observava as paisagens das belas montanhas de Minas pela janela – entre elas, belíssimos pés de café, o que é muito comum nesta região –, eu me questionava: "Por que escolhi ser professor? Por que fiz uma faculdade tão tardia? Por que licenciatura em Letras? ". Essas e tantas outras perguntas não saíam da minha cabeça, e neste devaneio, divaguei ao ano de 2008 como pena de pássaro caindo ao chão. Foi um período difícil, ano em que ingressei para o curso de Letras (pela segunda vez – explicarei mais à frente) na FIC - Faculdades Integradas de Cataguases. Foi ali que conheci mestres e doutores em Letras como Joaquim Branco, Zezé Garcia, Humberto Costa, Gláucia e tantos outros com imponentes sapiências. Eu trabalhava durante o dia de porteiro em uma empresa multinacional, saía às 18h e tomava um ônibus que ia até próximo à FIC. Não tinha tempo de tomar banho e tampouco, de jantar. Muitas vezes voltava a pé do bairro Menezes até o Beira Rio, ora porque perdia o ônibus, ora por falta de grana. Algumas vezes tomei banho de chuva no caminho, e tive que proteger bem os livros para não os perder. As idades dos meus colegas de turma eram bem diferentes da minha, já que a média da classe era de 22 anos e eu ingressara na faculdade com quase 40 anos de idade. Não foi fácil me adaptar aos estudos depois de anos ausente da escola, ainda mais vindo de escolas públicas. Por várias vezes pensei em desistir, achando que não daria conta de aprender, principalmente o Inglês e o Latim.

Porém, mesmo com tantas dificuldades e obstáculos, 10

eu consegui vencer, graças a Deus, ao meu esforço e a minha mãe que me apoiava sempre!

Mas, afinal, por que eu escolhera ser professor?

Esta era a grande pergunta que me assolava enquanto eu observava uns canarinhos que pousavam nos pés de café à beira da BR 116. Voltei ao período entre os anos de 2000 e 2005 e me vi em um esquete de teatro (pequena peça) encenando o Sr. Manoel, personagem que escutava pouquíssimo por não usar os EPIs (equipamento de proteção individual). O esquete foi apresentado no Instituto Francisca de Souza Peixoto, mais conhecido como Instituto Chica, uma or-ganização não governamental sem fins lucrativos ins-titucional da Companhia Industrial Cataguases – empresa de tecidos reconhecida no mundo inteiro. A pequena peça era apresentada pelos Tecelões da Chica, grupo de atores amadores que trabalhavam na CIC – Companhia Industrial Cataguases.

No Instituto Chica havia vários projetos, como grupos de danças folclóricas e regionais, natação, coral adulto e infantil, charangas, artesanatos e teatros de marionetes. Foi atuando nos Tecelões da Chica que descobri que tinha talento para escrever. Sim, is-to mesmo, tudo começou quando o diretor de teatro, Carlos Sérgio Bittencourt, pediu que escrevêssemos algo sobre o nosso cotidiano dentro da empresa de tecidos, algo inusitado ou relevante que pudesse ser transformado em um esquete ou peça de teatro de cunho educacional, como orientação profissional, conscientização de saúde e bem-estar, prevenção de acidentes do trabalho, combates às drogas, tabagismo e alcoolismo, dentre outros.

11

Apresentei a Carlos Sérgio um esquete sobre um funcionário que estava literalmente surdo por não usar os EPIs (Equipamentos Individuais de Proteção), principalmente o protetor auricular, o Sr, Manoel. A minipeça era cômica, visto que a personagem principal era surda e entendia tudo errado, levando o público