Psicologia Do Envelhecimento Para Leigos
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Psicologia Do Envelhecimento Para Leigos - Emílio Figueira
VISÕES GERAIS E CULTURAIS DO ENVELHECER
Ao abrirmos o jornal ultimamente, leremos notícias como esta:
Número de idosos dobrou nos últimos 20 anos no Brasil, aponta IBGE
A tendência de envelhecimento da população brasileira cristalizou-se mais uma vez na nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os idosos - pessoas com mais de 60 anos - somam 23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas.
Na comparação entre 2009 (última pesquisa divulgada) e 2011, o grupo da terceira idade aumentou 7,6%, ou seja, mais 1,8 milhão de pessoas. Há dois anos, eram 21,7 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o número de crianças de até quatro anos no país caiu de 16,3 milhões, em 2000, para 13,3 milhões, em 2011.
O PERFIL DAS REGIÕES BRASILEIRAS
Podemos dizer que o Brasil está envelhecendo. São Paulo é o Estado com o maior número de idosos: 5,4 milhões. Em seguida, vem Minas Gerais, com 2,6 milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões. O fato de os três Estados mais populosos da região Sudeste abrigarem o maior número de idosos também reflete uma tendência registrada entre as regiões do Brasil: enquanto a população do Sudeste envelhece, a do Norte está cada vez mais jovem em termos relativos. De acordo com a Pnad, 57,6% da população nortista tem menos de 30 anos. Existe no Brasil uma melhoria da qualidade de vida, há mais assistência médica e remédios, a alimentação está melhor e as pessoas fazem mais atividades físicas. Isso contribui para uma população mais idosa. Ao mesmo tempo, há uma redução da natalidade.
O Rio de Janeiro é a unidade da federação em que o grupo da terceira idade é mais expressivo em relação à população total – os idosos representam 14,9% dos residentes. Em relação a 2009, o número ficou praticamente estagnado.
No Rio Grande do Sul e em São Paulo, eles representam 14,7% e 12,9%, respectivamente, do total de residentes – um aumento de cerca de 1% sobre a pesquisa anterior. A cidade do Rio de Janeiro atrai idosos por oferecer muitas amenidades, espaços públicos e bons serviços de saúde
. O Rio, por ser antiga capital, concentra um número grande de funcionários públicos que não foram para Brasília e envelheceram na cidade. Copacabana é um bairro que cada vez tem mais idosos.
Por outro lado, o Estado com o menor percentual de idosos é o Amapá. De toda a população que vive ali, apenas 5,9% têm mais de 60 anos, sendo que as crianças de até quatro anos representam 9,1% das pessoas.
Ainda na região Norte, o único Estado que destoa e apresenta uma taxa de idosos mais elevada é o Tocantins, onde esta faixa etária representa 9,9% da população, enquanto as crianças são 7,6% dos residentes.
Em todas as outras regiões – Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste – o percentual de idosos supera o de crianças, situação que já havia sido registrada na pesquisa de 2009.
A ciência e a medicina e toda estrutura tecnologia que a cerca, tem muito a ver com isso. Contamos com exames cada vez mais detalhados e precisos, capazes de identificar ameaças ao organismo, que antes permaneciam ocultas; diagnósticos fundamentados num amplo e diversificado cruzamento de dados e informações, que permitem a composição de quadros mais definidos sobre cada situação; tratamentos especializados e adequados às necessidades específicas do paciente de modo a obter os melhores resultados com menos danos e efeitos colaterais.
Números à parte, o que vem à sua mente quando alguém pergunta:
QUEM É O IDOSO?
Na maioria das vezes, respondemos essa pergunta a partir de nossa observação, nossa vivência e daquilo que nos é passado pela família e pela sociedade que o idoso é:
CHATO
TRISTE
CANSADO
DOENTE
SOLITÁRIO
DEPRIMIDO
MUITO VIVIDO
MAIS LENTO
COM MAIS TEMPO
TÊM BASTANTE EXPERIÊNCIA
ESTÁ MAIS PERTO DA MORTE
ASPECTOS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
No geral, podemos assim destacar algumas particularidades físicas, psicológicas e sociais do envelhecimento:
ASPECTOS FÍSICOS
MODIFICAÇÕES EXTERNAS
Bochechas se enrugam e embolsam
Manchas escuras na pele
Diminuição na produção de células novas, a pele perde tônus tornando-se flácida
Podem surgir verrugas
O nariz alarga-se
Olhos ficam mais úmidos
Aumento na quantidade de pelos (orelhas e nariz)
Ombros mais arredondados
Veias destacam-se sob a pele
Encurvamento postural (coluna vertebral)
Diminuição de estrutura (desgaste vértebras)
MODIFICAÇÕES INTERNAS:
Ossos endurecem
Órgãos internos atrofiam-se, reduzindo seu funcionamento
O cérebro perde neurônios e atrofia-se, tornando-se menos eficiente
Metabolismo mais lento
Digestão mais difícil
Insônia aumenta, assim como a fadiga durante o dia
Visão de perto piora, catarata (se não operada, pode provocar cegueira)
Células responsáveis pela propagação dos sons no ouvido interno e pela estimulação dos nervos auditivos degeneram-se
Endurecimento das artérias e seu entupimento provocam arteriosclerose
O olfato e o paladar diminuem
ASPECTOS SOCIAIS
Crise de identidade e papel social levará a perda de autoestima
Mudanças de papéis na família, no trabalho e sociedade, adequação a novos papéis
Aposentadoria pode ocasionar isolamento, depressão, ficar sem rumo
Perdas diversas, vão da condição econômica ao poder de decisão, perda de parentes e amigos, da independência e da autonomia
Diminuição dos contatos sociais em função de suas possibilidades e realidade da violência
ASPECTOS PSICOLÓGICOS
Dificuldade de se adaptar a novos papéis
Falta de motivação e dificuldade de planejar o futuro
Necessidade de trabalhar as perdas orgânicas, afetivas e sociais
Dificuldade de se adaptar às mudanças rápidas, que têm reflexos dramáticos nos idosos
Alterações psíquicas que exigem tratamento
Depressão, hipocondria, somatização
Baixa auto imagem e autoestima
INDEPENDÊNCIA, SEMIDEPENDÊNCIA, DEPENDÊNCIA E AUTONOMIA
Termos devem ser relativizados. Exemplos:
Uma pessoa pode ser financeiramente independente, mas fisicamente dependente
Uma pessoa pode não ter independência em alguns aspectos, mas manter sua autonomia (fazer escolhas, tomar decisões)
Essa relatividade é