Histórias Do Cegonha
De Benjur
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Benjur
Histórias Que João Não Contou Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe Pedro A Pedro Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a Histórias Do Cegonha
Ebooks relacionados
Fartura Em Fatos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA flor lilás e outros contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPacto de sangue inocente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProibido Para Menores De 40 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrucis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Guardiões Do Portal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPaula Ferreira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCasa Velha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Portal Do Tempo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Conto de Família Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Fim do disfarce Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Congregação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCaminhando E Cantando Nota: 0 de 5 estrelas0 notas30 Dedos de Prosa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Figueira E O Caminho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasItinerario da viagem, que fez a Jerusalem o M.R.P. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDia De Festa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrônicas Do Odômetro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGénesis 6 em Santa María de Villa Hermosa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma Parcela de Renegados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSegredo De Nova Escócia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Primeiro Acampamento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSelenita's Nota: 0 de 5 estrelas0 notasObras Completas Literatura Nacional Volume I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNorinho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDavid Miranda: Autobiografia Nota: 5 de 5 estrelas5/5De Iguaçu Ao Sabarabuçu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Caminho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Último Voo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Diário Do S.u.s.to Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ficção Geral para você
A Arte da Guerra Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Sabedoria dos Estoicos: Escritos Selecionados de Sêneca Epiteto e Marco Aurélio Nota: 3 de 5 estrelas3/5Poesias Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para todas as pessoas intensas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para todas as pessoas apaixonantes Nota: 5 de 5 estrelas5/5MEMÓRIAS DO SUBSOLO Nota: 5 de 5 estrelas5/5Invista como Warren Buffett: Regras de ouro para atingir suas metas financeiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5Palavras para desatar nós Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Morte de Ivan Ilitch Nota: 4 de 5 estrelas4/5Onde não existir reciprocidade, não se demore Nota: 4 de 5 estrelas4/5Simpatias De Poder Nota: 5 de 5 estrelas5/5Dom Quixote Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA batalha do Apocalipse Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Casamento do Céu e do Inferno Nota: 4 de 5 estrelas4/5Civilizações Perdidas: 10 Sociedades Que Desapareceram Sem Deixar Rasto Nota: 5 de 5 estrelas5/5Gramática Escolar Da Língua Portuguesa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mata-me De Prazer Nota: 5 de 5 estrelas5/5As Melhores crônicas de Rubem Alves Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Morro dos Ventos Uivantes Nota: 4 de 5 estrelas4/5Declínio de um homem Nota: 4 de 5 estrelas4/5Inglês Fluente Já! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNoites Brancas Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Histórias Do Cegonha
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Histórias Do Cegonha - Benjur
1
BENJUR
HI S T ÓR I A S DO
C E GO N H A
2
DIREITOS RESERVADOS
BENJUR
2009
3
Prólogo
É com grande prazer que levo ao conhecimento de meus amigos leitores, que acaba de nascer uma nova personagem que transitará livremente pelos contos que compõem este livreto, publicado no meu site: - www.benjur.com.br -
Filho natural de Benjur, esta personagem surgiu nesta dimensão com aproximadamente 28 anos de idade, tez clara, 1,75 de altura, 75 quilos, rosto afilado, nariz ligeiramente comprido, cabelos castanhos quase sempre revoltos.
No seu dia a dia usa camisas de mangas compridas dobradas até o cotovelo, calça do tipo bermudão
alcançando suas canelas e sustentada por suspensórios de tiras do mesmo tecido da calça, que se cruzam em suas costas.
Escondendo parcialmente seus cabelos, um chapéu cinza comum e surrado. Esta criatura foi registrada em nossos arquivos mentais com o nome de Péricles Penteado; mas tornar-se-á mais conhecida como Péricles Cegonha
, ou simplesmente Cegonha
, apelido que, sem o meu conhecimento, foi lhe imposto pelos seus amigos caminhoneiros.
Com curso básico completo, algum conhecimento de culinária e dedicado amor ao seu importante meio de transporte - uma bicicleta preta de origem britânica - ele não teme o futuro e vive o presente como se somente o agora existisse.
4
Suas atitudes sinceras e até certo ponto ingênuas, nem sempre lhe proporcionam momentos de alegria e felicidade. Sem temer o amanhã, ele persiste na busca de um lugar ao sol.
Muito obrigado
Benjur
5
Í N D I C E
1 – A grande praça................................................ 6
2 – Segredos do confessionário............................15
3 – O resgate da bicicleta..................................... 32
4 – A carta............................................................ 39
5 – Desempregado............................................... 44
6 – O figurante..................................................... 47
7 – A boneca de pano.......................................... 50
8 – O gatinho....................................................... 55
9 – Meu amigo Carrapicho................................... 58
10- A chegada da cegonha.................................. 63
11- O prisioneiro................................................. 67
12- A vida é um sonho......................................... 71
13-Os inocentes................................................. 75
14-O roubo da bicicleta...................................... 79
15-Relíquias....................................................... 84
16-Bem-te-vi..................................................... 91
6
A GRANDE PRAÇA
Cegonha era um vendedor ambulante que trabalhava com sua bicicleta, levando em seu bagageiro uma grande cesta de palha sempre cheia até as bordas com as mercadorias que vendia. Desde criança morou e trabalhou na pequena Vila de São Roque, onde foi criado por uma família humilde e sem perspectivas futuras. Nesta Vila, que ficava situada na distante periferia da grande Belo Horizonte, sempre foi considerado uma das pessoas mais importantes. Depois das opiniões das autoridades oficiais, a sua era a mais respeitada pelos moradores do local. Embora a Vila fosse muito pequena, quando Cegonha falava desse lugar aos seus amigos, mentia descaradamente; criava uma falsa impressão sobre sua importância e seu verdadeiro tamanho. Para descrevê- la com honestidade, bastaria fazer referência à sua única praça e algumas dezenas de velhas moradias pequenas, simples, antigas e malfeitas. Muitas delas eram construídas de pau a pique e ocupavam quase todo o entorno daquela praça, que se completava com a pequena Igreja de São Roque. Construída há mais de duzentos anos, a Igreja não se comunicava facilmente com os seus fiéis; ela não possuía um único sino em sua velha torre. A pequena e solitária praça era o centro e a periferia da Vila de São Roque, e tinha uma característica que a diferenciava de muitas outras. Todas as casas ali existentes foram construídas germinadas, fechando um quadrilátero, que ao mesmo tempo formava uma grande praça e uma pequena vila. Apenas um espaço vazio entre a lateral esquerda da igreja e a casa do
7
subprefeito era a única forma de entrar ou sair da área central, que na realidade era quase todo o povoado. Houve muitos conchavos políticos entre as autoridades locais, onde se destacavam como mais importantes o subdelegado e o subprefeito, com um figurão da capital, que naquele momento era o centro das atenções; pois era um sério candidato ao governo do Estado. Ficou acertado entre eles, como troca de favores políticos, que este candidato ofertaria à Vila, nada mais nada menos que um majestoso sino de bronze, para ser instalado na Igreja de São Roque; isto, de uma vez por todas, transformaria a casa daquele santo em uma verdadeira Igreja. O significado desta conquista provocou tamanha repercussão, que o Bispo da Diocese prometeu que, a partir do dia em que os fiéis ouvissem pela primeira vez o badalar daquele sino, a Igreja de São Roque receberia uma vez por semana um padre devidamente paramentado, com poderes para dirigir e executar todas as liturgias necessárias ao bom funcionamento daquela comunidade cristã. As pessoas mais influentes do lugar, inclusive o subdelegado, o subprefeito e o substituto do subprefeito convocaram uma reunião com todos os moradores, para traçarem as diretrizes de uma comemoração, como nunca havia ocorrido por ali. Depois de muita conversa jogada fora e muitos palpites errados, foi aprovada por unanimidade a ideia apresentada pelo Cegonha, sobre a forma de se proceder na data marcada para um dos maiores eventos já ocorridos naquela Vila. Ao tomar conhecimento da aceitação de sua proposta, Cegonha imediatamente pediu minha opinião. Disse- me ele: " - Benjur, você acha que essas autoridades estão sendo sinceras ao
8
apoiarem a minha ideia? – Tenho a impressão que eles querem me experimentar. "
Ao vê-lo preocupado com o fato, encorajei-o bastante, a fim de que tivesse mais confiança em suas possibilidades. Terminado nosso diálogo, continuei presente nessa reunião; e foi aí então, que pude conhecer melhor essa minha criatura, figura que tanto me admirava e que era por demais querida pelos seus conterrâneos. Sempre pensei que seu apelido decorresse do fato de tornar-se amigo dos caminhoneiros que rodavam pelas estradas de nosso país; mas não era nada disso. Embora seu verdadeiro nome - Péricles - não fosse tão feio assim, o apelido carinhoso que lhe deram fora sugerido pela espetacular saliência de seu nariz, comprido e fino como o bico daquele pássaro. Tudo que Cegonha idealizou para a festa foi aprovado pelas autoridades e pelos moradores da vila, que colocaram à disposição de seus organizadores, verba suficiente para as despesas