Impotência
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Impotência - Rízia Eduarda Andrade
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Impotência
Vivendoentreosescombros da Caverna.
*Continuação do livro DepoisdaCaverna .
Rízia Eduarda Andrade
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Ficha catalográfica
ANDRADE, Rízia Eduarda. Impotência:Vivendoentre os escombrosdaCaverna. Frei Paulo, Sergipe. Editora: eu mesma. 2019.
1 Assunto geral: literatura
2 Assunto específicos: teologia, filosofia, psicologia e qualquer outra ciência.
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Capítulo 1 - Falando em misteriosos
códigos……………….……………………………………09
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A Caverna por [Rízia Eduarda Andrade]
"LADY MACBETH
Débil vontade! Entrega-me esses punhais.
O sono e a morte são maquiagens. Nada mais. Somente a uma criança é que o demônio pintado Amedontra. Se o rei sangra, ainda manchado Com o sangue sujarei o rosto dos seus guardas. Quer seja deles o crime.
(Sai. Ouve-se o bater)"
Ato Segundo, cena II, Macbeth, W. Shakespeare
Dedicoaquemqueira ler.
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A Caverna por [Rízia Eduarda Andrade]
Capítulo 1 (e único)
Depois que deixei aquele bar fiquei pensando naquela moça e como deveria ser difícil para ela ser sozinha num mundo como esse, sem pai, sem mãe, sem ter muito em quem confiar. Enfim… fui dormir um pouco mais triste. Sabia que a situação dela era algo dramático e quase irremediável. Daí me toquei que os grandes problemas na Caverna pareciam estar longe de ter solução de verdade.
No dia seguinte fui ao trabalho meio indisposta. Dormi pouco e mal, além disso, acho que aquele vinho da noite anterior não me caiu nada bem, até fiquei com uma leve ressaca (o vinho devia ser mais forte do que supus inicialmente). Mesmo assim preferia ir para o trabalho e tentar ocupar minha mente com alguma das tarefas fatigantes da repartição onde trabalhava do que ficar em casa pensando em coisas difíceis e insuportáveis demais para minha cabeça.
Ao chegar, uma novidade me animou muito, algo que tornou meu dia exuberante: meu chefe, um homem realmente desagradável, para dizer o mínimo, pediu uma licença de 30 dias, ou seja, eu e os e as colegas teríamos um mês de sossego e alegria indizível.
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A Caverna por [Rízia Eduarda Andrade]
O meu contentamento só não era maior porque sabia que ele não nos deixaria sós durante esse tempo, de certeza mandaria algum adulador particular seu para ficar supervisionando nosso trabalho e fiscalizando se estaríamos realizando as tarefas conforme a vontade dele. Você deve estar se perguntando porque afinal eu aborrecia tanto o meu chefe. Na verdade se você o conhecesse também o detestaria, a simpatia não era o ponto forte dele. Ele era uma pessoa extremamente arrogante, mas até aí nenhuma novidade, afinal só era possível ascender nos níveis hierárquicos do Castelo por meio de uma exaltada e falsa visão acerca de si mesmo, de modo que, as figuras de autoridade castelana eram, em sua maioria, pessoas totalmente medíocres em seus raciocínios, juízos de realidade e sempre nutriam sentimentos mesquinhos em relação aos outros. Agora dá para imaginar um pouco como era o caráter de meu nada querido chefe.
O nome do dito cujo era Fernando, tinha uma barriguin ha saliente (aquela famosa barriga de chope), a cabeça era desconfortavelmente maior que o corpo, trazia um bigode nada elegante e associando isso a sua calvice já bem avançada criava-se a sensação de que ele era bem mais velho. Porém, o pior dele não era a aparência - porque se olhássemos para figura com um pouco mais de carinho até seria possível retirar alguma bela simetria de
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A Caverna por [Rízia Eduarda Andrade]
formas, e seu caminhado era de modo geral muito sensual e despretensiosamente sedutor - mas o que realmente o tornava intolerável era seu temperamento vaidoso e a sua forma nada sutil de dar em cima das meninas da repartição, principalmente as novatas.
A viajem de Fernando era para a bela Paris. Isso mesmo caro leitor, ele iria para o velho mundo da terra. Imaginem minha surpresa ao saber que os altos funcionários do Castelo podiam deixar a Caverna e viajar por aí sempre que quisessem, e eu ali presa feito uma condenada! Coisa de doido essa Caverna!
Antes de partir ele falou em alto e bom som:
__Meninas, como vocês sabem, estou me afastando da repartição por uns 30 dias aproximadamente.
Todas nós ficamos com aquela cara de sorrisinhos falsos e amarelos, mas ele como era muito incapaz de perceber as coisas mais óbvias falou com um ar vitorioso:
__Por favor, meus amores, não sofram de saudades. Prometo que voltarei e, sem dúvida, trarei presentes para todas. Acho que trarei um daqueles bons vinhos franceses para curtirmos uma boa noite de degustações.
Não sei se ele era cínico ou só sem noção mesmo, acho que eram as duas coisas. Antes de finalmente partir ele ainda teve
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A Caverna por [Rízia Eduarda Andrade]
o descaramento de chegar em minha mesa de trabalho e falar o seguinte:
__Sei que você anda muito no mundo da lua ultimamente, então muito cuidado com os documentos que você redigirá. Dei ordens explícitas para meu supervisor ficar de olho bem vivo em você. E no mais, não precisa se preocupar com minha