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O Bispo
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E-book337 páginas2 horas

O Bispo

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Sobre este e-book

Esta é uma obra de ficção, que retrata a vida de um bispo desde que era estudante de teologia. Situa-se na região sul do brasil, mais particularmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em uma época conturbada da vida nacional, onde os movimentos sociais e dos sem terra estavam se posicionando politicamente e, a Teologia da Libertação era a grande bandeira. Ao mesmo tempo apresenta conflitos pessoais sobre viver um dilema entre os votos da igreja católica e a vontade interior de liberdade. Ao final teremos uma história de paixão, de revolta social, de investigação policial e um desfecho inesperado.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de dez. de 2019
O Bispo

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    O Bispo - Emanuel Marcos Cruz E Prado

    DEDICATÓRIA

    AO ACENDERMOS A LUZ ATÉ A MAIS DENSA ESCURIDÃO SE EXTINGUE

    Todos os direitos reservados.Nenhumaparte desta obra poderá ser reproduzida por qualquerformae ou quaisquermeioseletrônicos oumecânico,incluindofotocópia ou gravação ou arquivada em qualquersistemaoubancode dados sempermissãoescrita doautor.

    Revisão de originais – capa – diagramação: EMANUEL MARCOS CRUZ E PRADO

    Endereço eletrônicoEmanuelprado41@ig.com.brClube de autores

    49-9 99833769

    PRADO – EMANUEL MARCOS CRUZ E O BISPO

    Esta é uma obra de ficção, que retrata a vida de um bispo desde que era estudante de teologia. Situa-se na região sul do brasil, mais particularmente no Paraná, em SantaCatarinae Rio Grande do Sul, em umaépocaconturbada da vida nacional ondeosmovimentos sociais e dos sem-terra estavam se posicionando politicamente e a teologia da libertação era a grande bandeira. É um romancediferenciado.

    LAGES SC – 2020 –3ª EDIÇÃO

    INTRODUÇÃO

    Escrevi este livro para responder uma pergunta que me veio á mente e permaneceu por dias na minha cabeça. - Quem matou o padre?.

    Primeiroeu nãoconhecia nenhumpadre, nem soube quehaviammatadoalgum.Então outras perguntas começaram aaflorar naminhacabeça e nãomedeixavamquieto. -Porquealguémmatariaumpadre?

    Então comecei aformularrespostaspossíveisparaalguémmatar um padre. Daí em diante não poderiamaisficarcalado. Teria de escrever tudo o que estava pensando e como gostava de escrever resolviiniciarumlivrosobre o assunto.

    A medida que ia escrevendo a história crescia e novas questões apreciam, até que tomou um rumo próprio. Dei nome aos personagens, situei-os no tempo e no espaço e criei um contexto social, político e religioso.

    Aos poucos tinha uma história emocionante e cheia de conflitos a serem resolvidos.

    Foram oitenta dias de trabalho árduo e minucioso para completar a história.

    Finalmente concluí a mesma com o sentimento de ter resolvido a questão inicial de quem havia matado um padre e quem era ele. Pude neste relato mostrar as pessoas que querem escrever uma história que é possível, bastando para isto muita dedicação e persistência. O restante faz parte da sua cultura e conhecimento.

    Abraços do autor.

    PREFÁCIO

    GENERAL DE BRIGADA ENZO MARTINS PERI MANAUS, 27 FEV 97

    PREZADO PRADO

    Há muito tempo estou para agradecer-lhe a gentileza da remessa do livro O BISPO.

    Li com interesse e surpresa por não saber dessaqualidadede escritor! Gostei muito, até porque foge aolugarcomum e apresentaumahistóriaverossímil.

    Faço votos de que os próximos lançamentos tenham o mesmo êxito.

    Um abraço.

    Gen Ex Enzo Martins Peri

    SUMÁRIO

    CAPÍTULO UM BRUSQUE, SC

    "Naverdade te digo que quando eras moço te cingiasa ti mesmo e andavas por onde querias, mas quando já fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde nãoqueiras."

    Acordei cedo como de costume, despertadopelopreciso cantar dovelhoChico.Eram exatamentecincohoras damanhã,nãoprecisavanemolharpara orelógioque nãotinhaerro, ogalo amigo,nãofalhava.Preciso e sonoro,sabiaque eu estava esperando a suaúltimanota, parainiciar maisumarotinadiária,que nosúltimoscincoanos não sealterara.

    Fiquei pensando, enquanto sentava na cama, qual profunda amizade existia entre nós, a ponto de não ter, quem se atrevesse a interferir nela.

    A bem da verdade,váriastentativas foramfeitas,quiseram até cozinhá-lo,masnãodeixeinemdeixaria;dou-lhesegurança eelemedátranqüilidade;mostra-me que estouali,sou parte da estrutura existente, tudo está normal comonodiaanterior e, de sobra,aindameacorda ascincoem ponto.

    Ele é um amigo leal, ouve as minhas reclamações, minha vontade de xingar e não me recrimina, nem me faz lembrar, que sou um Padre.

    Mas, naquele dia, o recado veio diferente. O velho Chico estava triste e, seu cantar, não era o mesmo, pois soava muito melodioso e dramático.

    Contar-lhes-ei um segredo, coisa que não se pode espalhar, porque o povo pode acreditar e, muitas crendices podem surgir. Meu galo velho, indicava-me como seria o dia. Através de suas notas e vibrações, eu pressentia o que estava para acontecer.

    Quandoelecantou, não foidiferente.Senti um apertonocoração, quaseiguala despedida de umirmãoquerido.Sabiaquealgumacoisa estava para acontecer e,meugalomealertava.

    Como sou metódico, deixei que as coisas acontecessem naturalmente, sem alterar minha rotina. Ainda sentado na cama, rezei um Padre Nosso e, completei minha oração com

    algumas palavras a Deus. Pedi que me desse forças para suportar, qualquer que fosse a novidade e, discernimento para tomar as decisões corretas.

    Depois disto, levantei-me, como de costume. Ainda de pijamas fiz minha higiene matinal.

    Com meus quase sessenta anos, me sentia jovem o bastante, para imprimir um ritmo de trabalho que invejava os mais novos.

    Por diversas vezes, ouvi comentários deste tipo: - Trabalha como se tivesse vinte anos; - Parece um colegial...Também pudera, minha infância e adolescência foram regradas, saudáveis e orientadas para o sacerdócio.

    Nasci em Brusque, Santa Catarina, na mesma cidade onde dirigia o Seminário Diocesano. Desde menino, vivia em função da Paróquia de Nossa Senhora de Azambuja, onde fui coroinha e depois seminarista.

    Lembro-meque, antes determinaro curso deFilosofiae Teologia, achei quedeveriater certeza, de que  eraaquilomesmoque querianavida.Era preciso provar, amimmesmo,que estavanocaminhocerto.

    Naqueledia,em quemeugalocantoudiferente,resolvi que nãofaria,omesmoquevinhafazendonosúltimosanos, ouseja, meditarpor cerca de trintaminutos,passar

    as matérias que lecionaria aos alunos do seminário e, tomar o café da manhã.

    Meupensamentoestava voltado para o passado,  buscando algo, que pudesse estarligado,a sensação demudança,que ogalometransmitira.

    Continuei pensandonavida, lembrandoque, quando eraseminarista,haviapedidolicençadoseminário,paradecidir,se eraaquilomesmoque eu queriafazer.

    Então,mudeiparaCuritibae,ingresseinumaFaculdade  de Direito. Neste período,fuimorarnumarepúblicaparaestudantes, junto com colegas do curso queiniciei.

    Durante o curso, pudeexperimentar,dasliberdadesque avidamundanaoferece. No entanto,minhaconsciênciae formaçãomoral, pressionavam-mee, nada do que eufazia,memantinhasatisfeito.

    Lembro-me, do que dizia o padre Afonso, meu querido mestre do tempo de seminarista:

    - Meu filho, não adianta fugir, você foi escolhido por Deus.

    Ele tinha razão, pois sabia que a minha vocação, era o sacerdócio.

    Mesmodepois de formado Bacharel em Direito, sentia umvazioenormenaminhavida.

    Paramimnadaservia. Achavaomundocheiodemaldades,injustiçase, as pessoas, somente pensando em si próprias. Nãohaviaaquele amor fraternal, tão pregado  por Nosso senhor JesusCristo.

    Esta situação,levou-meao desespero, a ponto de pensar em cometersuicídio.O que, naturalmente, era besteira, poisnaocasião, estava desorientado.

    Até pensei em voltar para oseminário, masjá haviapassado daidadee,seria muito complicadoretornar a situação anterior,mesmoporque,tambémnãosabia,se eraaquilomesmoque euqueria.

    Mesmoassim,busquei socorronaigrejae, um PadreBeneditino,conduziu-me a um Mosteiro, emCuritiba,onde sefaziamretiros de estudos emeditações.

    Lembro-me bem, do primeiro dia em que ali estive, vestido com minhas roupas mundanas e, sentindo-me nu, na presença daqueles Padres, que estavam todos com suas batinas marrons.

    Seus cantos Gregorianos,enchiam-meovazioexistentenaalma,com suaalegria,sentia-me alegre, as meditaçõesmeorientavam e, seu amormecontagiava.

    Diante da nova descoberta, cheguei a implorar, para continuar naquele local, entregando-me novamente a

    Deus, buscando arrependido sua misericórdia, que me foi concedida.

    Durante dez anos, estive vivendo em suas dependências, sem perceber o quanto em mim se havia modificado.

    Tinha me tornado, um verdadeiro obreiro da seara do Senhor, instruído nas filosofias e nas leis de Deus.

    Chegou a hora, de prestar meus serviços, á santa Igreja Católica e a Nossa Senhora Mãe de Jesus.

    Meu desejo, era pastorear seu rebanho e, levar o conforto aos fracos e oprimidos.

    Queria também, dar ao mundo um testemunho vivo do amor de Deus, que me acolheu de volta ao seu seio.

    Fui designado, paracuidardeumaParóquia,numa cidadezinhado Estado do Mato Grosso doSul.Realizeium sonho de muitos anos, que era ser sacerdote da Igreja Católica e, ter aminhaprópriacongregação.

    Durante mais de quinze anos, prestei serviços, á frente da minha paróquia.

    Por ser formado em Direito,fuiconvidado, paraauxiliaro CardealPrimazdoBrasil,que reconhecia emmim,a capacidade para ocupar cargosmaiselevadosnaIgreja.

    Estava sendo preparado e, em pouco tempo,fuiconvidado paradirigir,o SantuárioArquidiocesanoe

    Seminário Teológico de Nossa Senhora de Caravágio e Azambuja, na minha terra natal.

    Foi para mim a maior alegria, depois da entrada para o Mosteiro Beneditino. Ali eu podia dedicar-me aos estudos de Filosofia e Direito, que lecionava para os internos.

    Osinotocouforte as sete horas, acordando  oseminárioe, despertandominhamente,queaindaestava concentrada,narecordação davida,que eu estava fazendo.Lembrei-meque, odiaprosseguirianormalmenteem suacaminhadarotineira, até quealgumanovidadeviesse,para quebrar a ordem dascoisas.

    Tomeicafécommeuamigoefielassistente, PadreGiovanelli,quehaviaadotadominharotina e, se aprontava antes dosdemais.Depois,dirigimo-nospara a capela, onde as sete e trinta, reuníamo-nos, para quelhesdesse as bênçãos eumabreve meditação. Eram trintaminutos,dedicados a orações ereflexões.

    Naquele momento, pedi a Deus, para quemeabrisseos olhos e,memostrasse ocaminhoa seguir, poismeucoração encontrava-se entristecido e semrumo.

    AbriaBíbliaaleatoriamente e, antes delero queestava escrito,disseaospresentes:

    - Meus irmãos, Deus nos tem dirigido com Sua santa mão e, nada tem nos faltado... mas, sinto que é chegada a

    hora de mudanças e, então peço, que cada um aqui, ore para Nosso Senhor Jesus Cristo e, interceda por mim e por todos nossos irmãos.

    Quando abri os olhos, estava com a Bíblia aberta no livro de São João, no capítulo vinte e um, versículo dezessete, que dizia: - "Disse-lhes (Jesus) pela terceira vez: Simão, filho deJonas, amas-me? Simão entristeceu-se por ter lhe dito a terceira vez, amas-me e, disse-lhe: Senhor tu sabes tudo, tu sabes que te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas."

    Nãoentendi,o que Deus queria dizer-me com aquelaspalavras,por isto,fiqueiconfuso. Comecei a pensar comigomesmo:meunomeé Pedro, omesmonomedaquelediscípulo,quehavia lidonaBíblia,SimãoPedro,filhode Jonas.

    Comecei a sentir, que a perguntaserviaparamimtambém.- PedroMiráglia,tumeamas?

    - Respondi:- Senhor, tu sabes que eu te amo.

    Todos me olharam, porque em vez de Simão, eu havia falado meu próprio nome e, ainda respondido: - Senhor tu sabes que eu te amo.

    O mais interessante, é que Giovanelli, muito atento e, querendo ajudar-me na palestra, completou a frase em voz alta: Apascenta as minhas ovelhas.

    Agradeci ao amigo a colaboração e, pensei naquilo durante um minuto.

    Naqueledia,senti que estava desconcentrado.Minhas idéiasestavam escassas emeupensamentodisperso. Por isto, numimpulsomomentâneo,lioversículodezoitotambém,queassim dizia:"Naverdade te digo que quandoeras moço te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias, mas quando já fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queiras."

    As respostas para as minhas indagações, vieram de forma muito clara, somente faltando, a confirmação dos fatos.

    Eleveimeuespíritoa Deus, agradeci suatamanhabondade emisericórdiae,disseem voz alta: -"Eis-meaqui Senhor,façademimo

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