Nena O Menino Que Inventava Histórias
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Nena O Menino Que Inventava Histórias - Joaquim B. De Souza
PREFÁCIO
Quando eu decidi escrever memórias de minha infância, nunca pensei que seria tão nostálgico. Mas, foi muito prazeroso também se lembrar daqueles meninos sapecas da Araripa, dos banhos dos rios Caraná, Marialva e, já na adolescência, na Água Itajaí. Como foi bom ter passado a infância na Araripa e agora ter o privilégio de relembrar daquele mundo de minha infância, das brincadeiras de bétia, do futebol, das pescarias, das caçadas de estilingues, das histórias horripilantes da tia Januária, dos doces de minha mãe, e das surras pelas artes que fazia.
Na época, tudo parecia simples, embora os tempos fossem difíceis pelo trabalho nas lavouras de café, sempre castigadas pelo preço de mercado ruim e pelas geadas. Contudo, ainda criança eu enfrentava os escorpiões, as aranhas e as formigas na limpeza dos troncos sob as saias dos cafezais no período de colheita. Apesar de aprender a trabalhar desde que me conheci por gente, como na infância tudo pode parecer maravilhoso. Enfim, conto a saudade de um mundo que não existe mais, apenas nas boas e saudáveis lembranças.
Pratique a esperança. À medida que a esperança se torna um hábito, você consegue alcançar um espírito permanentemente feliz
.
Norman Vincent Peale
APRESENTAÇÃO
Ser criança pressupõe ter tudo na vida! Errado! A leitura desta singela história, que foi escritas sob uma narrativa do ponto de vista da primeira infância à adolescência vai agradar, entreter e instruir. O objetivo maior dessas lembranças é resgatar uma época em que as fantasias e o lúdico superavam a realidade. Embora, os pobres mortais ainda que adultos pouco entendiam o mundo exterior. A criança chora, a criança estrebucha, ela faz birra, só para demonstrar que está lutando para ter mais atenção, cuidado e proventos.
Mesmo que essas recordações sejam truncadas, toscas, foi a partir da visão e do olhar de uma criança que se tornou possível resgatar esse tempo. Nena, o menino da roça, estava sempre ouvindo, embora parecesse fingir o contrário! Pois, geralmente, os livros são escritos do ponto de vista dos adultos, mas inovei nessa obra: toda a narrativa é do ponto de vista da criança, do menino Nena, o que inventava histórias. É a linguagem pueril incorporada no ser social do adulto.
Obviamente, a sobrevivência na época era a maior preocupação. As doenças cruéis desses tempos não marcavam horário para chegar, por isso o medo de contrai-las aterrorizava. Na realidade, Nena nos conta suas histórias. Desta maneira, podemos atestar que o mesmo diálogo ouvido por uma criança, pode ter conotações diferentes quando essa criança se tornar adulta, e tentar reproduzir esse diálogo descrevendo o mundo de sua infância. A leitura pode ser estimulante e desencadear o desejo de conhecer a história a partir de uma infância, de como uma criança vê o mundo adulto a sua volta, retratando em seus relatos pessoais, as emoções e significados, mesmo com a grande chance de equívocos e ideias fantasiosas.
O livro em si é uma história de ficção. O tema principal é visualizar um mundo oposto ao de hoje e demonstrar a necessidade de se resgatar a história. O meu mundo foi construído a partir de outros mundos que me cercavam. Pergunto: onde estão todas aquelas personagens? Do que foi feito de seus sonhos? Certo é que aquele passado não existe mais, sequer habitado rincões Araripa, Caraná e Água Itajaí.
RINCÃO ARARIPA
Dezembro de 1961
O campo não oferecia nada além da ignorância. Para meu pai, o agricultor sofria nas mãos de atravessadores, picaretas e capitalistas, razão pela qual estava sempre à mercê desses mercantilistas. Para piorar dependia do clima e da boa vontade de São Pedro. Na época, desconheciam-se quaisquer processos de irrigação ou técnicas de conservação e manuseio. Tudo que conheciam era o que foi memorizado de pai para filho, e de método prático. Meu pai não se conformava com a carestia e de acordo com as suas palavras na época, o custo de vida e escassez eram os flagelos do homem do campo.
– Na hora de comprar os preços estão pela hora da morte! Na hora de vender vale uma ninharia!
O homem da roça sequer podia por preço às suas safras, às suas mercadorias ou às suas criações, como o gado, os porcos ou as galinhas. Morar na roça significava ser caipira, atrasado, matuto, sem cultura e, muitos tidos como analfabetos pelo simples fato de viver no campo. Até então eu não tinha frequentado a Escola Isolada Nilo Cairo na zona rural da estrada Caraná, onde o professor Plínio era um primarião de poucos estudos e também lavrador, diziam meus irmãos mais velhos alunos daquela escola. Essa escola isolada era multiseriada com alunos que variavam de sete a quatorze anos. No final do ano de 1961, completei sete anos de idade, então logo vieram os insultos dos colegas como se fosse um castigo:
– Fez sete, ano que vem vai ter que estudar!
O professor tinha que se desdobrar para dar conta de quatro séries juntas. Escola multiseriada era um empilhamento de alunos. Eram quatro fileiras de carteiras, e em cada carteira dois alunos sentavam juntos. Misturavam-se meninos e meninas de acordo com a empatia. Só era esperado que o aluno aprendesse apenas as quatro operações: somar, multiplicar, dividir e subtrair. Os pais consideravam esse nível de escolaridade bom, e contavam com isso para que seus filhos lessem e escrevessem o básico.
– Você vai aprender fazer umas cotinhas, depois enxada! – zombavam as crianças mais velhas dos confins Araripa.
Inúmeros pais, com poucos meses de escola, tiravam seus filhos da escola para lidarem na lavoura, o cultivo da terra era a prioridade. A grande maioria dos alunos sequer concluía o primeiro ano Primário. Bastava ter aprendido fazer umas continhas! Fiz muitas contas nas colheitas do algodão: X por arroba igual a Y, depois de extraído o peso do fardo na balança Filizola.
Meu pai tinha orgulho de contar que foi alfabetizado em casa durante dois meses por um tio que era agrimensor. Ele nunca pisou no chão de uma escola. Isso não fez diferença, e realmente aprendera a ler, escrever e calcular.
Fevereiro de 1962
Comecei a frequentar a escola neste ano. Nessa escola o professor, muitas vezes, do jeito que vinha da roça encostava a enxada próximo à porta e entrava para lecionar, sujo, suado, fedido! Mas, ninguém ligava, não! Quem se importava com isso! Muitos moleques também iam sujos, descalços. Eu dava um jeito de me assear, mas ia descalço também. Era só uma lavadinha no rosto na bacia de alumínio ali mesmo na taipa do fogão, e pronto! Mas, a mãe gritava:
– Limpa direito essa orelhas!
Por um curto período, por apenas três meses, tive uma professoras chamada dona Helena. A professora mais doida que passou na escola do Caraná! Alunos como na minha idade escolar provocavam um bocado! Devia ser coisas da época, mas como fazer os adultos entenderem isso. Nós estávamos sempre inventando moda, pois ela era deveras maluca, às vezes, sem motivo algum batia nos alunos só porque estava nervosa. De fato, aqueles alunos eram uns endiabrados. Eu mesmo, ela me fez tomar banho quase nu numa bacia no canto da sala sob os olhares marotos dos colegas. Os castigos que ela empregava eram sempre adstritos a muita raiva. Ela parecia odiar aqueles alunos. As crianças mais velhas, talvez repetindo o que ouviam dos adultos diziam:
– Essa tem sangue ruim, origem europeia!
Os alunos de todas as séries sabiam que ela era doida, mas queriam os pais fora desses problemas, pois sabiam que tinham uma boa parcela de culpa! Ela em momentos de fúria mordia os cadernos, rasgava as provas, quebrava os lápis, arremessava objetos da mesa para cima dos alunos. E os palavrões? Nem sei quantos ela era capaz de dizer quando estava com raiva! Ela era maluca demais! Uma vez ela mastigou e engoliu a borracha que meu pai tinha conseguido de brinde lá na loja "Riachuelo. Estava gravado o nome
Riachuelo". Ela comeu até as letras! Por esses e outros motivos os pais decidiram ficar mesmo com o professor primarião Plínio. Ele, às vezes, também empregava castigos físicos, mas era mais moderado, e com