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Investigação e Remição
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E-book182 páginas2 horas

Investigação e Remição

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Sobre este e-book

Suzie e Mike, dois renomados detetives, investigam uma série de sequestros e assassinatos que têm como vítimas os seus antigos colegas de classe. Markie, um adulto misterioso com um passado conturbado, tenta eliminar as pistas e se esconder do seu terrível destino, ao mesmo tempo em que tenta enfrentar um inimigo em comum. O caso de PitzBurg é, sem dúvidas, muito maior do que uma simples ficha policial. 
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento6 de mar. de 2023
ISBN9786525443355
Investigação e Remição

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    Investigação e Remição - Nightmare X

    Ato I

    Sequestrador de PitzBurg

    Caso aberto há: 2 horas

    Desde pequenos, morávamos num dos países mais perigosos do planeta, por conta da poluição das fábricas e do grande aumento do tráfico e da taxa de natalidade. Era um local muito avançado tecnologicamente, mas atrasado financeiramente. Os políticos daqui faziam muitas promessas, mas cumpriam poucas delas. Bom, o foco principal não são os evidentes problemas da máfia do planeta, mas os personagens envolvidos nessa história. Para que fazer uma crítica sobre problemas reais se eu posso lhes contar algo que naturalmente não aconteceria? Eu não ligo.

    No meio do Ensino Fundamental, uma turma de uma antiga escola foi transferida para a minha. Eu era uma garota bem popular por conta da minha aparência, e isso já não era surpresa para mim. Mas entre as pessoas transferidas, um garoto se destacava. O nome dele era Markie, um garoto bem quieto e extremamente lindo, com os seus belos cabelos pretos e lisos e a sua pele um pouco parda. Ele foi uma das minhas paixões de infância. Mas como ele era esperto demais para a sua idade, era abusado fisicamente na escola. Ele se comportava sempre de forma calma e exemplar, e dava dó vê-lo sofrer.

    Bom, nós aparentávamos ser uma classe bem monótona e normal... na verdade, nós éramos, porém o nosso futuro, não. Se, naquela época, Markie pudesse ver como seria o nosso futuro, ele, com certeza, teria feito um massacre naquela escola, para nos livrar de uma morte pior. Para nos livrar de um assombroso destino.

    Desde criança, eu desejava ser uma renomada detetive, porque amava filmes e livros de suspense e enigmas; eu admirava, especialmente, o aposentado detetive Fischer. Os meus pais, por outro lado, queriam que eu fosse modelo, por causa da nossa condição financeira comparada à dos outros da cidade. Por sessão, uma modelo ganhava um pouco mais de 1.500 rubros. Isso pode parecer pouco, mas na nossa cidade, qualquer merreca valia a pena. Acabei os decepcionando, mas seguindo o meu sonho de infância.

    Eu sou assistente de um dos nossos colegas de infância, Mike, outro nerd da nossa sala antiga. Ele era um dos vários garotos que tinham uma paixão não correspondida por mim, mas ele me superou. Ele era um clássico, igual ao Markie, com seus cabelos castanhos e seus óculos em formato quadriculado. Os seus olhos castanhos eram muito cativantes. Hoje, ele é o detetive mais brilhante da nossa evoluída cidade.

    Estamos há exatas 2 horas investigando sobre o desaparecimento do Jack, o garoto que mais praticava bullying com Markie e que também tinha uma queda por mim no Fundamental. Não temos testemunhas, e não temos notícias de Markie desde o Ensino Médio, já que nunca mais nos falamos.

    — Alguma novidade sobre o caso, Suzie? – Mike perguntou, sentado na sua cadeira, mordendo uma caneta azul.

    — Eu chequei as correspondências e planejo entrar na casa dele com alguns policiais, para vasculhar o seu computador. Só estou esperando o mandado de busca ser emitido pelo xerife – Suzie respondeu, enquanto organizava alguns arquivos criminais na gaveta.

    — Ótimo, quando chegar a hora, avise-me – mandou Mike, enquanto tirava os seus pés de cima da mesa e se ajeitava na poltrona. Ele era folgado. – Vá ao mercado e compre um pouco de queijo. Pretendo passar a noite aqui.

    — Claro – disse Suzie, retirando-se da sala.

    Mike tirou a caneta da boca e a observou sair. Ele encarava os sedosos fios dos cabelos de Suzie, que balançavam ao vento do ventilador de teto da sala.

    Eram nítidas a decepção e a exaustão dos habitantes. Fumaça por todos os cantos, lixo espalhado pelas vielas, bueiros entupidos e, literalmente, nenhuma cor viva. A cidade era toda cinza; até as suas luzes perdiam o brilho. A inflação está afetando tragicamente os preços do país... o queijo está 4,5% mais caro do que da última vez que vim ao mercado, eu pensava quando, de repente, do outro lado de uma prateleira, eu o vi: Markie, com os seus cabelos castanho-escuros, mais bonito do que na infância e bem alto, com mais ou menos 1,80 m.

    Aparentemente, ele só estava olhando os preços das carnes, pois eu não o vi pagar. Ele olhava fixamente para os grandes pedaços de bife dentro dos freezers, enquanto saía da loja pela porta automática, que ficava de frente para o caixa e para algumas prateleiras cheias de bebidas e comidas. Fui atrás dele, mas quando cheguei ao lado de fora do mercado, ele havia sumido. Que maravilha... além da pesquisa sobre o desaparecimento do nosso antigo colega, Jack, eu teria que ir atrás do Markie. Bom, por algum motivo eu ainda reparava nele...

    — Vamos, coma. Você precisa de energia para mais tarde – ordenou Markie, jogando um grande pedaço de carne no chão para Jack, que estava acorrentado a um pilar de madeira. A voz de Markie era calma, grossa e muito boa de escutar.

    — O que vamos fazer mais tarde? – perguntou Jack, tentando achar uma posição confortável no seu monte de jornais velhos e amassados para poder se alimentar. A matéria principal que aparecia nos jornais era sobre o assassino de prostitutas e mendigos em outra cidade. Ele era um risco para os vermes que caminhavam pela noite em busca de dinheiro.

    — Você sabe muito bem. Vejo você depois. – Markie fechou o seu pequeno celular e se levantou do velho e mofado sofá em frente a Jack.

    Markie ia gostar de obrigar Jack a escrever as cartas, para dar-lhes falsas esperanças. A caligrafia de Jack era torta e ridícula; Markie se divertiria.

    O grande galpão era como uma casa de férias dos habitantes do lado sul do país. Bem, ela tinha a mesma estrutura; a única diferença é que estava inabitável, pois estava totalmente mofado, velho e sem nenhum móvel — apenas um micro-ondasaparentemente novo. Havia uma escada de madeira velha, um segundo andar com uma janela redonda, uma sala com um sofá mofado e um colchão no chão. A casa apoiava-se em seis grandes pilastras de madeira de carvalho, ambas molhadas e apodrecidas, cheias de cupins. Estava aos pedaços.

    4 horas e 30 minutos

    Mais um dia de trabalho concluído. Foi uma pena Jack ter desaparecido no fim da tarde, pois poderíamos ter iniciado as buscas no início do dia. Enquanto eu atravessava a rua, comecei a escutar passos acelerados atrás de mim. Quando olhei para trás, vi que era a Suzie.

    — Mike! – ela gritava, com dois copos de cappuccino nas mãos, enquanto corria pela deserta estrada atrás dele. Mike estava de frente para a faixa de pedestres, esperando o semáforo ficar verde. Parado, enquanto via os carros passarem na sua frente.

    — Diga. Alguma novidade sobre o caso? – Mike pegou um dos copos da mão de Suzie.

    O semáforo ficou verde, mas aquela pobre cidade era tão cinza que nem mesmo uma cor viva faria efeito. Era como se o tom esverdeado do semáforo percorresse toda a cidade, gritando por socorro, mas ninguém atendesse o seu pedido.

    — Mandei um mandado de busca. Ainda espero as respostas. – Eles caminhavam pela faixa, atravessando a rua enquanto conversavam.

    — Espere até amanhã. Não pense muito no trabalho para não se tornar cansativo – disse Mike, tentando manter contato visual com Suzie.

    — Enfim, te conto se tiver algum progresso. Até amanhã! – Suzie terminou de atravessar a rua de forma mais rápida e se despediu de Mike, na vazia e deserta estrada.

    Ele ainda era encantado por Suzie, mas era tímido demais para admitir isso. Sabia que não poderia fazer nada, pois ela era uma das coisas mais lindas que ele já havia visto. Do seu tamanho, branca, loira, magra e com olhos pretos intensos!

    ******

    Chegando em casa, eu coloquei macarrão instantâneo no micro-ondas e me deitei no sofá, totalmente exausto por causa do trabalho. Deixei o cappuccino na pequena mesa da sala de estar, tirei o meu anel prateado e fui tomar banho.

    Minutos depois, saí do banho, deitei-me novamente no sofá, peguei o miojo e liguei a TV. O café já estava gelado. Então, o meu telefone começou a tocar. Era a Suzie. Fiquei esperançoso, mas era sobre o trabalho.

    — Mike, tenho novidades sobre o caso – ela disse, ofegante, como uma criança quando acaba de brincar com os seus brinquedos caros.

    — Eu já disse para deixar para amanhã, Suzie – eu disse, enxugando o meu cabelo com uma toalha branca e felpuda. Eu olhava para o teto, segurando o telefone fixo, que ficava apoiado numa pequena cômoda ao lado do sofá.

    — Eu sei, mas é urgente. Encontre-me no bordel do outro lado da cidade.

    — Bordel? Eu já tomei banho...

    — Eu não ligo. Venha logo! – Suzie me interrompeu e desligou na minha cara. Eu teria que retornar ao trabalho.

    A minha casa era, sem dúvidas, apertada, porém confortável. Um pequeno sofá laranja, uma janela quadriculada com vista para a rua, uma televisão de frente para uma pequena mesa. A cozinha só era separada por uma bancada e só era equipada comum micro-ondas, um fogão e uma geladeira. Só funcionavam o micro-ondas e o freezer da geladeira. O único cômodo que era dividido por paredes de verdade era o curto banheiro.

    Alguns minutos depois

    Suzie me viu saindo do ônibus e me aguardou em frente ao estabelecimento. Como sempre, estática, mas com um doce sorriso de canto.

    — O que você quer? Me fez levantar da cama... – eu disse, sonolento, com o rosto cheio de olheiras.

    — Jack marcou um encontro com Lola aqui, talvez ela tenha alguma informação – ela respondeu, apontando para dentro da casa de prostitutas.

    — Por que não vamos até a casa dela? – Eu estava confuso, mas algo martelava na minha mente... dentre tantas estruturas, por que diabos havia uma casa de prostitutas no centro da cidade?

    — Ela trabalha aqui, Mike. Vamos logo.

    Lola era uma garota branca, um pouco menor do que a média. A única coisa que eu tenho a dizer é que ela já se vendia desde o Ensino Médio. Se eu fosse comentar sobre mais alguma característica sua, o preso dessa história seria eu! Há, há, há.

    Ao entrarmos, nos deparamos com vários cômodos, tampados por cortinas roxas, num corredor amarelado que levava à recepção. Pelo corredor, ao lado das portas, havia vários abajures roxos ligados, que iluminavam o local. Eu não queria nem saber o que estava acontecendo dentro daqueles cômodos. Fomos conversar com a atendente:

    — Boa noite, nós somos da polícia e viemos visitar uma das suas... funcionárias. – Suzie começou a olhar fixamente para o lado esquerdo.

    — Qual o nome dela?

    De repente, Suzie saiu correndo pelo corredor, jogando as cortinas para cima.

    — Lola Pinheiro – eu respondi, preocupado com Suzie.

    — Ela está logo à esquerda, aonde a sua amiga foi – ela disse, apontando para a esquerda. As suas mãos eram enrugadas, como as de uma velha que acabou de sair de um longo banho quente de banheira.

    — Ok.

    Eu fui atrás da Suzie e, quando a alcancei, ela já estava abordando Lola.

    ******

    — Por que você fez isso? – eu perguntei, indignado.

    — Eu juro que vi o Markie saindo daqui – Suzie respondeu.

    — Sim, ele acabou de sair. Veio comprar uma seringa na minha mão – Lola comentou, apoiando-se na quina da porta, com as cortinas atrás das suas costas.

    — Para quê? – perguntou Suzie.

    — São para controle emocional, como antidepressivos. Coitado, ele anda muito estressado esses dias – respondeu a mulher, que usava roupas relativamente curtas.

    — O que houve para ele estar assim? – eu perguntei.

    — Os pais dele foram assassinados há algum tempo. Vocês não são da polícia? Deviam saber disso.

    — Tá, enfim, viemos investigá-la sobre o desaparecimento do Jack.

    — O Jack desapareceu?! – ela exclamou, com uma expressão de medo no rosto.

    — Não se faça

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