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45 Dias De Pânico Total!
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E-book226 páginas2 horas

45 Dias De Pânico Total!

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Sobre este e-book

Um livro comovente, de muita luta e superação, contado sempre em primeira pessoa, de maneira reflexiva, filosófica, psicológica, às vezes bem-humorada, mas sempre mantendo o teor autobiográfico. Foram dias terríveis, de um pesadelo que parecia nunca ter fim, e isto, por 45 dias de ataques recorrentes do Transtorno de Pânico. Chegando ao limite máximo do sofrimento humano, onde o autor relata, ter cogitado, no auge do desespero, a hipótese real de suicídio. ATENÇÃO: este livro, o autor não recomenda para pessoas que estejam sofrendo com transtornos mentais graves, mas para profissionais (especialmente da área da saúde), familiares de pacientes com transtornos mentais e público em geral que tem interesse em conhecer como uma pessoa com grave transtorno mental pensa, sente e percebe o mundo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de out. de 2016
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    45 Dias De Pânico Total! - Márcio Alves Ferreira

    45 DIAS DE PÂNICO

    TOTAL!

    PSICÓLOGO RELATA COMO

    CONSEGUIU SOBREVIVER

    Márcio Alves Ferreira

    Ficha catalográfica

    Cas

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    conseg s.

    uiu sobreviver / Márcio Alves Ferreira. 1. Ed. – São

    Paulo, SP: agBook, 2016.

    Pa ra saber mais, visite a página:

    1. Psicopatologia 2. Transtorno de Pânico 3. Filosofia 4.

    http://www.cbl.org.br/telas/servicos/sobreFicha.aspx

    Autobiografia I. Título

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Psicologia

    Dedico este meu livro aos meus melhores amigos: Edson Moura,

    Sérgio Marcolino e Isaac Ferreira Gonçalves, que foram os meus "três

    amigos de Jó", mas que ao contrário destes, não me condenaram em

    nenhum momento, chorando comigo quando a situação pedia pra

    chorar, mas também, alegrando-se quando me alegrava,

    comemorando comigo cada conquista e evolução do meu quadro

    clínico; ao meu amigo Esdras Gregório de Campinas-SP, que reforçou

    minha ideia de escrever este livro (na verdade, ele me deu a sugestão

    de escrever um livro, qualquer um, aproveitando meu ócio); aos

    meus colegas de trabalho, os Psicólogos Ricardo Santos, Sílvia Helena

    Scarin, Jaqueline Silva e Ana Paula, que não apenas compreenderam

    meu sofrimento, como deram apoio incondicional; aos meus colegas

    do curso de Psicologia, Daniel Cesário e Sabrina Mariano por terem

    me ajudado a retornar e retomar a faculdade, concluindo o referido

    curso; ao meu tio Toco, minha prima Cintia Ferreira, e meu primo

    Elionai, que incontáveis vezes, me levaram em seus carros ao hospital

    e a clínica do meu psiquiatra; ao meu pai, Francisco de Souza, a

    minha mãe, Maria de Lourdes, ao meu irmão, Douglas Alves, e a

    minha cunhada, Milena, por suportarem toda minha agonia, em

    especial, minha querida e leal esposa, Sirlene Costa Alves que sempre

    esteve ao meu lado; ao meu Psiquiatra Dr. Rodrigo Menezes

    Machado, pela excelência, profissionalismo, humanismo e

    competência em que conduziu meu tratamento farmacológico; ao

    meu Professor e amigo Ivens Hira Pires, e a minha Psicoterapeuta

    Mariana Cacciacarro por terem me ajudado a encontrar dentro de

    mim, todo meu potencial e recursos que precisava para lidar com os

    ataques de pânico. Agradeço a todos que, em vez de desistirem de

    mim, entregando-me a minha própria sorte, colocando-me em um

    hospital psiquiátrico, apostaram, acreditando em todo meu potencial e

    capacidade para superar toda a crise que passei, não apenas me

    dizendo que era capaz de atravessar o vale da sombra da morte,

    mas, principalmente, de segurar minhas mãos atravessando-o

    comigo. A eles todos, meu mais sincero obrigado!

    "(…) uma vez que o homem são atribui ao doente a sua própria

    maneira de experimentar emoções, ideando que este seja, de certo

    modo, uma pessoa sadia que tenha de suportar os tormentos de um

    enfermo – o que é um equívoco crasso. O enfermo é justamente um

    enfermo, com a natureza particular e o modo de sentir modificado

    que a doença acarreta.

    Thomas Mann

    "É preciso ter um caos dentro

    de si para dar à luz uma estrela

    cintilante"

    Nietzsche

    Sumário

    Prefácio (Ivens Hira Pires), 12

    Introdução, 14

    Reflexões primeira: pensamentos durante as crises de pânico, 17

    Angústia: que sofrimento é este?, 19

    Vale a pena cometer suicídio?, 21

    Dormindo com o pânico, 26

    Síndrome do vampiro angustiado, 28

    Mas que merda!, 32

    A principal cara do pânico, 34

    Só queria ter minha vida de volta, 38

    Reflexões segunda: pensamentos imediatos após as crises de pânico,

    43

    Angústia Filosófica versus Angústia Patológica, 45

    Eis que vos apresento minha fiel companheira: angústia, 48

    A grande batalha, 50

    Márcio depressivo versus Márcio saudável, 55

    O abismo da depressão, 59

    Suicídio: meu grande dilema, 62

    Demônio da insônia, 64

    Porque escrever e publicar minhas angústias?, 66

    Suicídio em dois momentos, 68

    O que ganho com os ataques de pânico, 72

    O prazer depois da angústia, 75

    Meu medo de ficar só, 77

    Afinal, o que Deus tem a ver com isso?, 80

    Momentos em que o pânico é maior, 82

    Meu filho e o pânico, 85

    Pânico: que sensação é esta?, 87

    Reflexões terceira: pensamentos finais das crises de pânico, 91

    Antes de tudo: Religião, 93

    Até que… 45 dias de pânico!, 98

    Medo de ficar louco, 100

    Meu Herói, 104

    Medo de sair de casa sozinho, 106

    E foram felizes para sempre?, 108

    Levando o pânico para o treino, 110

    Memórias de pânico, 112

    Meu Transtorno de Pânico, 114

    A pressão de ter que melhorar, 117

    Não há cura, 119

    Transtorno de Pânico pode matar?, 121

    Depois do depois de tudo: a despedida, 124

    Um ano e meio depois das crises: um adendo ao livro, 126

    REFERENCIA, 128

    Prefácio

    Ivens Hira Pires1

    Nossa! foi a primeira coisa que disse após acabar de ler a última

    página do livro do Márcio. Após algumas lágrimas e angústias,

    consegui terminar o livro e pensar que presenciei um dos episódios

    (ataque do pânico) de Transtorno de Pânico. Foi um dos fenômenos

    mais impressionantes que, de perto, vivenciei ao me encontrar com o

    Márcio quando em um dos episódios. Não cabe aqui descrevê-lo, pois

    o livro do Márcio descreve fielmente o que é o Transtorno do Pânico

    de forma empírica através de uma narrativa dura, concreta, literal e,

    ao mesmo tempo, sensível e humana.

    Este não é mais um manual técnico – chato, insensível e frio –

    sobre Psicopatologia. Não espere um conto romantizado e mágico. O

    livro é uma composição de uma série de crônicas vívidas e reais. São

    descrições sensíveis e reais do que é o sofrimento do Transtorno do

    Pânico. Além do mais, é a descrição sensível, concreta e elevada à

    enésima potência de uma das principais características do sofrimento

    e da existência humana: o conflito.

    O conflito entre a sanidade e a loucura. O conflito entre a vontade

    viver e a vontade morrer. O conflito entre a realidade externa e a

    realidade interna. O conflito é uma característica essencialmente

    humana. O Márcio conseguiu exprimir de forma sincera e sensível de

    como é conflituosa e complexa a nossa existência humana,

    principalmente quando se está em estado de sofrimento intenso. A

    loucura (transtorno mental) pode ser um processo significativo de

    1 Psicólogo. Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela

    Universidade de São Paulo. Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela

    Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi um dos meus professores ao longo

    do meu curso de Psicologia, meu orientador de TCC (Trabalho de Conclusão de

    Curso) e Supervisor dos atendimentos da Clínica Escola.

    45 Dias de Pânico por Márcio Alves Ferreira

    transformação e, ao mesmo tempo, é um espelho daquilo que somos

    e que temos que, em muitas vezes, esconder para "vivermos

    normalmente".

    Assim como Carl Gustav Jung, também compartilho a ideia de que

    o sofrimento e a loucura podem ser um indicativo autorregulador da

    nossa psiquê. Acredito que os episódios de Transtorno de Pânico

    vivenciados por Márcio apontaram para ele o quão importante é

    aquilo que temos medo de perder e o quão importante é aquilo que

    nos dá sentido à nossa existência.

    Que a leitura dos relatos de Márcio te inspire, sensibilize, emocione

    e, principalmente, te torne mais humano e compreensível. Foi isso

    que aconteceu comigo e espero que aconteça com você também!

    [ 13 ]

    45 Dias de Pânico por Márcio Alves Ferreira

    Introdução

    Você pode, talvez, perguntar-me: "Afinal, por que você escreveu

    este livro?. Respondo: porque busquei criar a partir do caos" – tanto

    dentro (psicológica e emocionalmente) como fora (socialmente

    falando) de mim – algo que eu ressignificasse, transformando toda

    dor em algo significativo e construtivo. Nesse sentido, minha intenção

    era livrar (ou atenuar), canalizando toda angústia em algo criativo e

    produtivo. Por isso a frase que mais esteve presente comigo ao longo

    de todo meu sofrimento, não poderia ser que: "É preciso ter um caos

    dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante"2.

    Estive grávido por 453 dias de uma gravidez chamado

    Transtorno de Pânico, e a minha forma de dar à luz foi,

    justamente, escrever de dentro do sofrimento, usando-o como

    matéria prima na criação da minha própria estrela dançante, a

    saber: este livro!

    Escrevi o que – e como – escrevi, para, de certa maneira,

    extravasar, vomitar para fora, todo mal que como câncer estava

    me matando por dentro.

    Escrever durante todo esse tempo foi uma forma terapêutica que

    encontrei, de desafogar as sensações e pensamentos de angústia que

    me dominavam. Confesso que no início, não pensei que poderia sair

    dos textos que ia escrevendo, um livro, mas a medida que produzia

    muitos textos diários sobre minhas crises, e que a inspiração não

    parava de me visitar, ainda mais nos momentos de maior crise, vi a

    2

    Nietzsche, F. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das

    Letras, 1998

    3 Os 45 dias aqui, fazem referência aos dias corridos, sem intervalos,

    em que fui acometido por ataques de pânico, entretanto, continuei por mais uns

    três meses, sofrendo de depressão, ansiedade, e de vez em quando ainda, de

    ataques de pânico, que passaram a ocorrerem em intervalos de dias, cada vez

    maior.

    [ 14 ]

    45 Dias de Pânico por Márcio Alves Ferreira

    possibilidade real de tudo que escrevia, aos poucos, se transformando

    em minha estrela dançante.

    Neste livro, importante destacar, de que não se presta a ser mais

    um daqueles manuais de Psicologia e Psiquiatria, de cunho e

    linguagem científica – embora recomende, mencionando alguns deles

    neste meu livro. Aqui, o leitor encontrará minha própria alma4

    rasgada e completamente despida5.

    O livro encontra-se, todo ele, estruturado em três grandes blocos

    (capítulos) distintos, sendo os títulos dos mesmos, autoexplicativos.

    No capítulo I "Reflexões primeira: pensamentos durante as crises de

    pânico", são textos que foram escritos no exato momento em que

    ocorriam as crises – embora não no seu ápice, pois era impossível

    escrever no momento do ataque mais agudo, uma vez que os

    sintomas corporais eram muito intensos; já no capítulo II "Reflexões

    segunda: pensamentos imediatos após as crises de pânico", são

    escritos pós ataques de pânico; e, por último, o capítulo III

    Reflexões terceira: pensamentos finais das crises de pânico, que

    conforme já no próprio título diz, são os escritos das minhas reflexões

    e algumas conclusões finais, elaboradas quando estava estabilizado,

    sem as referidas crises.

    Isso significa que você encontrará no decorrer das páginas deste

    livro, todos os meus piores pensamentos, emoções, sensações e

    reações físicas, sendo escrito sempre, em sua maior parte, durante ou

    após os episódios dos ataques do Transtorno de Pânico.

    Portanto, já aviso que os textos, são expressões de profundo

    desespero de quem não enxergava saída, ou qualquer outra

    4

    Uso a expressão alma me referindo ao âmago mais profundo do

    meu ser, que pode ser interpretado como: literalmente alma pelos

    espiritualistas; subjetividade por psicólogos; mente para os racionalistas;

    coração para os sentimentalistas; ou, simplesmente o eu (self) para os

    essencialistas.

    5

    Rasgada no sentido da expressão mais profunda, e despida no

    sentido de verdadeira, transparente.

    [ 15 ]

    45 Dias de Pânico por Márcio Alves Ferreira

    possibilidade, mesmo que mínima, que desse alguma esperança de

    não vir ter mais ataques de pânico.

    Cheguei ao auge da desesperança, e porque não, da loucura,

    nutrindo pensamentos suicidas. A vida nesse momento, perdeu sua

    cor, beleza, sua música, seu encantamento, onde tudo se

    tornou feio e absurdo.

    Por mais que tentasse, não havia nada que me desse prazer,

    alegria. Nem mesmo conseguia ter uma simples distração

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