Inscrições Do Ser
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Inscrições Do Ser - Maria Carolina De Christo Lima
~ 1 ~
SUMÁRIO
PREFÁCIO .................................................................................................................................. 2
CONCEIÇÃO .............................................................................................................................. 3
MORTE NÍVEA .......................................................................................................................... 7
A VISÃO DO SER .................................................................................................................... 11
ANDORINHA-MÃE ................................................................................................................. 15
O SORRISO DE CHRIO .......................................................................................................... 19
O CUMPRIMENTO DA MORTE .......................................................................................... 20
A ESTRANGEIRA .................................................................................................................... 22
ALGAR DA ALMA .................................................................................................................. 26
A ORIGEM ................................................................................................................................ 29
TITO E A DESCOBERTA DO TEMPO ................................................................................ 35
SOFIA E A DESCOBERTA DA MORAL ............................................................................. 37
AQUELAS VOZES ................................................................................................................... 40
ONDE NASCE A FONTE DO SER ........................................................................................ 44
OS SÓIS ..................................................................................................................................... 49
E A PAUSA SE FEZ ................................................................................................................. 51
[2]
PREFÁCIO
Desde muito jovem, vejo-me constantemente germinando certo senso imaginativo. De uma descrição minuciosa de determinada situação comum a algumas tentativas frustradas de elaboração de um romance investigativo, expresso emoções, noções e, neste ínterim, princípios, caminhos e perfis morais que considero valiosos ou gangrenosos o bastante, seja como matéria para reflexão, seja como uma faúlha para movimentar imagética e conceitualmente o espírito.
Por certo, como muito me é apontado, a linguagem poética não é afugentada nem mesmo nas narrativas mais vastas minhas. Ainda assim, organizei, no decorrer do ano de 2020, este pequeno livro de contos e diálogos filosóficos em terreno poético, os quais possuem, como se pode perceber, certo padrão estrutural e estilístico. A ambientação das narrativas possui elementos simbólicos, como o perfil dos personagens, quantidades, cores, formas e menções, para que, junto aos acontecimentos, possa alcançar a proposta temática pretendida. Similar aos meus outros livros, é um exercício de atenção – e, de modo mais direcionado aqui, de reconhecimento de valores e noções. O reconhecimento e até a descoberta, devido à natureza do conto e do diálogo, tornam-se mais robustos pela extensão material mais ampla em relação ao poema sem esses elementos. A mim, habituada muito mais ao poema, trata-se, sob algum aspecto, de um desafio lavrar estes contos e expô-los. Ao lado dos poemas com diálogos, formam uma atmosfera análoga por causa da natureza comum, o que pode trazer uma sensação de familiaridade e seguimento entre as narrativas e personagens.
Mas, sendo perceptível, sou ainda aprendiz desta arte da escrita, cujas características não agradam a todos os públicos naturalmente. Convido, portanto, aos interessados pela poesia, aos grandes temas, à metafísica e a uma profunda preocupação moral para visitar meu singelo livro. Da mesma maneira que muitos dos meus personagens, que os leitores recebam esta extensão minha com o coração límpido e o espírito sereno e atento ao caminho para o qual a leitura raia.
Atenciosamente, Maria Carolina Christo (1º de janeiro de 2021)
[3]
CONCEIÇÃO
Uma vez, na região menos abastada de uma cidadela chamada Vita, uma pequena colônia de descendência italiana, havia uma jovem com parca instrução livresca ainda, mas com uma candura de espírito que acendia os mais macilentos corações. Sua história, como todas as outras, remete a dor e à injustiça, mas isto contarei logo mais. A respeito de sua aparência, seu rosto, da mesma forma, emanava todos os olhares do mundo. Seus olhos, em particular, eram claros como esmeraldas; e, infenso a eles, nada mais via além de uma nebulosa imagem, diziam os médicos. Nem sempre foi cega. Sua cegueira, diziam outros, foi miraculosa e via além. Conceição era o seu nome e pouco posso contar hoje ao seu respeito. O pouco que, hoje, aos meus setenta anos, posso contar, meus caros, mede-se no tempo finito que meu frágil corpo há de suportar. Tentemos, pois.
Conceição despertou cedo, tal como em todos os dias. Morando em uma casa modesta e sem muitas funcionalidades para além da cozinha e um espaço para a cama, calcou seus pés surrados no chão e, pouco a pouco, expandiu aquele olhar que, ainda límpido, fitava sibilinamente o céu. Em sua vila, era benquista por todos – ou quase todos.
– Bom dia, Conceição! E a goteira, conseguiu consertar? – disse Alberto, um senhor exaurido aparentemente por natureza. Era seu vizinho há tempos e, desde quando os pais de Conceição faleceram, ajudava-a, quando possível, com suprimentos, como pão, arroz e maçãs. Cada marca no seu rosto quando sorria, para Conceição, era uma marca da beleza da alma daquele homem.
– Bom dia, senhor Alberto! Consegui, sim. Agradeço pelo material! Quer ajuda com essas caixas? – Perguntou ela, com seu vestido em farrapos, mas ainda com a tessitura