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Estratégias E Intervenções Para Atuação Na Atenção Primária Em Saúde Junto A Idosos
Estratégias E Intervenções Para Atuação Na Atenção Primária Em Saúde Junto A Idosos
Estratégias E Intervenções Para Atuação Na Atenção Primária Em Saúde Junto A Idosos
E-book359 páginas3 horas

Estratégias E Intervenções Para Atuação Na Atenção Primária Em Saúde Junto A Idosos

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Sobre este e-book

Esta obra literária auxilia o estudante e o profissional da saúde a desbravar os caminhos da promoção e assistência a saúde do idoso, num contexto da atuação interprofissional e das necessidades individuais da pessoa idosa. Os autores mantiveram o cuidado em priorizar a qualidade da relação do idoso e sua família com a equipe de saúde. O leitor que tiver o prazer de se apropriar do conhecimento aqui contido se deliciará com uma leitura agradável que trará bons frutos para a sua rede de atuação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de ago. de 2017
Estratégias E Intervenções Para Atuação Na Atenção Primária Em Saúde Junto A Idosos

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    Estratégias E Intervenções Para Atuação Na Atenção Primária Em Saúde Junto A Idosos - Macena Et Al

    Compreendendo o processo de envelhecimento

    Senilidade e senescência: aspectos teóricos na saúde

    Antônio Eder Enzo Albuquerque Teixeira

    Elaine Neves de Freitas

    Jacqueline Batista Linhares

    Paula Negrão da Silva

    Elivânia Silveira de Brito

    INTRODUÇÃO

    Mazo et al (2007) definem o envelhecimento como um processo dinâmico e progressivo, em que se apresentam alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, com diminuição da capacidade de adaptação homeostática às situações de sobrecarga fisiológica, alterando progressivamente o organismo e tornando-o mais susceptível às agressões próprias e aquelas externas ao organismo.

    Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), envelhecer é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, de deterioração de um organismo maduro de forma não patológica, própria a todos os membros de uma espécie (BRASIL, 2006).

    A OMS define a pessoa idosa como indivíduo adulto com idade a partir de 65 anos em nações desenvolvidas e 60 anos nos países em desenvolvimento, sendo esta uma definição relacionada como nível de desenvolvimento social e econômico do pais.

    No Brasil, a população de pessoas com idade maior ou igual a 60 anos, aumentou consideravelmente, passando de 3 milhões em 1960 para 14 milhões em 2002 (aumento de 500% em quarenta anos); e estima-se que este numero aumente para cerca de 32 milhões em 2020 (LIMA-COSTA; VERAS, 2003). Conforme o cenário médio das varias projeções demográficas estima-se que a população idosa duplique novamente até 2050, representando 31.8% do total da população mundial (GONCALVES; CARRILHO, 2007).

    Para Machado et al (2009), estes dados revelam que o envelhecimento populacional está intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento econômico e social, como também à diminuição das taxas de natalidade e fecundidade, ao aumento da expectativa de vida e à melhoria nas condições de infraestrutura básica, sendo caracterizados como transição demográfica.

    Conforme os conceitos apresentados, não se devem tratar envelhecimento e doença como fatores interligados, ainda que haja maior predisposição à doença por parte dos idosos. Os idosos, usualmente, demandam mais cuidados em saúde, mas isso não significa que as alterações promovidas pelo avançar da idade devam ser consideradas doença (CIOSAK et al, 2011).

    Diante disso, é importante diferenciar os termos senescência e senilidade, ambos relacionados ao envelhecimento. De modo sucinto, há um consenso entre diversos autores para apontar o termo senescência como o envelhecimento humano normal, em que se destacam as alterações funcionais, orgânicas e morfológicas, enquanto que senilidade deve ser o termo mais utilizado para referir-se ao envelhecimento patológico, que converge as doenças crônicas e/ou os quadros neurodegenerativos (FIGUEIREDO, 2007).

    A elaboração desta pesquisa justifica-se pela necessidade de se compreender as terminologias que buscam descrever e explicar o fenômeno do envelhecimento, bem como especificar as principais características dos termos descritos. Torna-se relevante por abordar os conceitos e as fundamentações teóricas inerentes ao conhecimento do processo de envelhecimento, destacando os principais fatores que diferenciam senescência de senilidade.

    Portanto, teve como objetivo realizar uma revisão integrativa acerca dos principais aspectos teóricos que influenciam a senilidade e a senescência na atenção à saúde do idoso.

    MATERIAIS E MÉTODOS

    Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura, a qual é considerada um método de pesquisa que busca deduzir generalizações sobre um determinado assunto com base em resultados de estudos já evidenciados (OLIVEIRA et al., 2012).

    O ponto de partida incidiu sobre a questão norteadora para o estudo: Quais as evidências científicas que relatam os principais aspectos teóricos que influenciam na senilidade e senescência?

    A partir deste questionamento, foi realizada uma busca bibliográfica no período de junho de 2009 a julho de 2014. Procuraram-se estudos indexados nas bases de dados internacionais: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (MEDLINE), utilizando as seguintes palavras chave indexadas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): envelhecimento, saúde do idoso, Atenção primária à saúde, geriatria, realizando todas as possibilidades de cruzamento entre os descritores selecionados, utilizando os ícones AND e OR.

    Os critérios de elegibilidade dos artigos foram: ser artigo original; responder à questão norteadora; estar disponível na íntegra nas formas eletrônica, ter sido publicado no período de 2009 a 2014 nos idiomas português, espanhol ou inglês, e possuir dois ou mais dos descritores mencionados.

    Foram excluídos artigos em forma de apostilas ou cartas editoriais e os estudos que estiveram indexados em mais de uma base de dados, bem como que não estavam enquadrados nos critérios de elegibilidade.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    A busca inicial resultou em 131 artigos relacionados aos seguintes descritores: envelhecimento (21 artigos), saúde do idoso (64 artigos), Atenção primária à saúde (31 artigos) e Geriatria (15 artigos). Desses 131 artigos, 43 foram excluídos por não estarem disponíveis on-line; 28 por não apresentarem texto completo e 37 por não terem sido publicados no período delimitado como critério de inclusão.

    Ao final, fez-se a leitura dos resumos e a partir dos resumos identificou-se que apenas 6 respondiam a pergunta norteadora deste artigo e, assim, estes trabalhos foram analisados, interpretados e agrupados segundo semelhanças e diferenças (Quadros 1 e 2).

    cap1_quad1cap1_quad2

    Em seu estudo, Oliveira et al. (2012) abordam sobre os avanços tecnológicos alcançados na área da Saúde ocasionaram inúmeras transformações demográficas, dentre elas o aumento da expectativa de vida.

    Hein e Aragaki (2012) percebem que a velhice e do envelhecimento trazem uma série de implicações, não só pessoais como também familiares, sociais, culturais, políticas e econômicas. Com o processo do envelhecimento, é comum que perdas e ganhos na vida do sujeito aconteçam.

    Oliveira et al. (2012) e Ciozak et al. (2011) concordam que a compreensão do envelhecimento deve ir além de uma abordagem multidimensional que forneça uma visão global da situação social e de saúde da pessoa idosa. O envelhecimento e a doença não podem ser tratados como fatores intimamente dependentes ou interligados, porém existe maior vulnerabilidade a adoecer, ou seja, uma predisposição à doença (CIOZAK et al., 2011).

    Para Lenardt et al. (2014), em seu estudo realizado com indivíduos de 65 anos ou mais, avaliou a percepção dos idosos acerca de sua qualidade de vida, apontando que a maioria dos idosos considera ter saúde e não ter incapacidades como as principais definições para uma qualidade de vida. Ciozak et al. (2011) falam a respeito da saúde e da qualidade de vida dos idosos, evidenciando que tais aspectos sofrem influência de múltiplos fatores: físicos, psicológicos, sociais e culturais, de tal forma que avaliar e promover a saúde do idoso significa considerar variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar.

    Entende-se ainda que é função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas atinjam idades mais avançadas com o melhor estado de saúde possível, ou seja, o envelhecimento ativo e saudável é o grande objetivo nesse processo.

    O profissional de saúde, para atender à necessidade de saúde do idoso, deve ter sensibilidade para compreendê-lo em seu contexto sociocultural e fortalecer a responsabilização e o entendimento de sua condição limitante, assim como de suas potencialidades. O envelhecimento biológico determina mudanças estruturais no corpo do idoso, as quais são percebidas sempre como perdas (CIOSAK et al, 2011).

    Todos os autores concordam em relação à necessidade de intensificar esforços no sentido de amparar as famílias na extensão de serviços dos tipos: atenção domiciliar, suporte médico e de equipe multiprofissional, acompanhamento pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e ainda pelo Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), com a realização de exames e com o cuidado hospitalar, quando estes forem necessários.

    Mallmann et al. (2012) abordam as situações que podem ser mais prevalentes em decorrência do processo de envelhecimento, dentre as quais se destacam os acidentes por quedas. Estas são ocasionadas por diversos fatores, sendo preponderante que aconteçam por alterações de equilíbrio. Há um alto índice de prevalência entre os idosos e aumenta com o avançar da idade, chegando a 32% nos idosos de 65 a 74 anos, e 51% nos idosos com mais de 85 anos.

    Ciozak et al. (2011) e Mallmann et al. (2012) destacam o importante papel das unidades básicas que integram a ESF, sendo a porta de entrada dessa população aos serviços de saúde, promovendo o envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível.

    Outro ponto relevante nos artigos selecionados foi a dimensão da violência contra esta população. Wanderbroocke e More (2012) afirmam que a temática da violência contra o idoso ainda é pouco discutida entre a população em geral. Entretanto, estudos demonstram que a maior parte das violências sofridas pelos idosos ocorre nos seus lares, sendo os principais agressores seus familiares havendo forte associação com o uso de álcool e drogas, dependência financeira entre pais e filhos, história de violência na família, sofrimento mental e psiquiátrico, entre outros. No Brasil a prevalência variou entre 10,1%(qualquer forma) e 6,3% (grave), bem menos que a prevalência de violência contra idosos na população mundial, constando uma variação de 3,2 a 27,5%. Questiona-se se essa menor incidência de violência contra idosos é uma característica real do cenário brasileiro ou consequência da subnotificação desses casos de agressão.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O envelhecimento é um processo gradual e evolutivo, que envolve diversos fatores. Evidenciou-se, por meio deste estudo, que o hábito de vida é a causa primordial para o desenvolvimento de doenças. Os idosos já sofrem alterações causadas pelo tempo e o somatório destas alterações afeta a saúde do idoso.

    A revisão da literatura enfatizou ainda sedentarismo, má alimentação, alcoolismo e tabagismo como fatores de alteração do bem-estar físico e mental, além de terem o potencial para ocasionar doenças do sistema circulatório e neurológico.

    A depressão é outro aspecto que teve um percentual exacerbado entre os idosos. Acredita-se que esta é decorrente do modo como a sociedade tem encarado o envelhecimento e as influências que isso acarreta na visão que o idoso tem sobre si mesmo, bem como em relação às limitações funcionais associadas à idade. Muitas vezes, a velhice é entendida como período de invalidez e inutilidade diante da saída do mercado de trabalho e da dependência funcional.

    Torna-se importante adotar meios de prevenção de agravos e promoção da saúde durante todas as fases da vida, para que a velhice venha a ser encarada como uma fase de sabedoria e de transmissão de conhecimentos. Há de se reconhecer a importância dos idosos em nossa sociedade, pois eles desempenham importante papel na construção da memória da humanidade.

    REFERÊNCIAS

    BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica.Envelhecimento e saúde da pessoa idosa (Cadernos de Atenção Básica, n. 19). Brasília, DF: 2006.

    CIOSAK, S. I.; BRAZ, E.; COSTA, M. F. B. N. A. et al. Senescência e senilidade: novo paradigma na atenção básica de saúde. Rev. Esc. Enferm. USP São Paulo, v. 45, Esp. 2, p. 1763-8, 2011.

    FIGUEIREDO, V. L. M. Estilo de vida como indicador de saúde na velhice. Ciências & Cognição. v. 12, p.156-164, 2007.

    GONCALVES, C.; CARRILHO, M. J. Envelhecimento crescente mas espacialmente desigual. Revista de Estudos Demográficos, v.40, p. 21-37, 2007.

    HEIN, M. A.; ARAGAKI, S. S. Saúde e envelhecimento: um estudo de dissertações de mestrado brasileiras (2000-2009). Ciência & Saúde Coletiva, v.17, n. 8, p. 2141-2150, 2012.

    LENARDT, M. H.; CARNEIRO, N. H.; ALBINO, J. et al. Qualidade de vida de idoso fragilizado da atenção primária. Acta Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 5, p.399-404, 2014.

    LIMA-COSTA, M. F.; VERAS, R. Envelhecimento e saúde publica. Caderno de Saúde Publica do Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 700-701, 2003.

    MACHADO, T. R.; OLIVEIRA, C. J.; COSTA, F. B. C. et al. Avaliação da presença de risco para queda em idosos. Revista Eletrônica de Enfermagem [Internet], v. 11, n. 1, p. 32-38. 2009.

    MALLMANN, D. G.; SILVA, G. C. M.; FRANCA, M. S. et al. Instrumento de avaliação de quedas para idosos (IAQI): enfermeiro analisando vulnerabilidade e Fragilidade. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v.15 n. 3, p. 517-527, 2012.

    MAZO, G. Z.; LIPOSCKI, D. B.; ANANDA, C. et al. Condições de Saúde, incidência de quedas e nível de atividade física dos idosos. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos. v.11, n. 6, p. 1-7, 2007.

    OLIVEIRA, A. M. M.; LOPES, M. E. L.; EVANGELISTA, C. B. et al. Representações sociais e envelhecimento: uma revisão integrativa de literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. v. 16, n. 3, p. 427-434, 2012.

    WANDERBROOCKE, A. C.; MORE, C. Significados de Violência Familiar para Idosos no Contexto da Atenção primária. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 28, n. 4, p. 2095-2103, 2012.

    Qualidade de vida em idosos

    Érica Vieira Nojoza

    Vasco Pinheiro Diógenes Bastos

    INTRODUÇÃO

    A população idosa está aumentando em todo o país, e vários são os lugares em que essa população já ultrapassou 7% do total de habitantes. Nesse contexto, tornam-se necessárias não só informações sobre a qualidade de vida na terceira idade, mas também programas coletivos de atenção completa e interdisciplinar que atuem no processo de envelhecimento em vários aspectos, que sejam de baixo custo e fácil implantação, com resultado de prevenção de morbidades e melhoria da qualidade de vida percebida e bem-estar subjetivo (CASTRO et al., 2007).

    Este fenômeno tem levado a uma reorganização do sistema de Saúde, pois essa população precisa de cuidados que são um desafio devido às doenças que surgem com a transição epidemiológica brasileira e aquelas que acompanham o avançar da idade(NASRI, 2008).

    Dentro desse conceito, é valido ressaltar que existe um aumento da incidência de distúrbios psicológicos nos dias atuais, sobretudo na velhice. Com o aumento da idade cronológica outras evidentes alterações que acontecem são as mudanças nas dimensões corporais. Com o processo de envelhecimento existem mudanças principalmente no peso, na estatura e na composição corporal. Apesar do alto componente genético no peso e na estatura dos indivíduos, outros fatores estão envolvidos nas alterações desses dois componentes durante o envelhecimento. Há diminuição da estatura por causa da compressão vertebral, do estreitamento dos discos e da cifose (MATSUDO, 2002).

    Ao longo da vida, o idoso possui uma incapacidade funcional que pode ser definida pela presença de dificuldade no desempenho de certas atividades cotidianas ou mesmo pela impossibilidade de executá-las (RAMOS et al., 2003). Segundo Karsch (2003), uma das principais causas de doenças crônicas é o aumento do índice de idosos portadores de incapacidades.

    A capacidade funcional do idoso, de fato, encontra-se bastante comprometida, principalmente com a dependência física para a realização de atividades da vida diária mais complexas, como, por exemplo, fazer compras, limpar a casa, cozinhar e cuidar das finanças (RAMOS, 2003). Portanto, com o processo de envelhecimento, podemos observar que ocorre uma diminuição gradual na qualidade de vida, associada à idade e à existência de comorbidades, apresentando uma alteração da marcha e do equilíbrio, e diminuição da massa e da forca muscular (MACEDO; GAZZOLA; NAJAS, 2008).

    Segundo Matsudo (2002), a maior parte das evidências epidemiológicas de um estilo de vida ativo e/ou da participação dos idosos em programas de atividade física e exercício, apontam seu efeito positivo na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do envelhecimento. Por isso, enfatiza-se cada vez mais a necessidade de que a atividade física seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde.

    A prevalência elevada de doenças crônico-degenerativas está associada ao aumento da população idosa. Dentre essas patologias, estão aquelas que comprometem o funcionamento do sistema nervoso central, como as enfermidades neuropsiquiátricas, principalmente a depressão. No entanto, embora o envelhecimento normal possa apresentar uma lentificação dos processos mentais, isto não representa perda de funções cognitivas (STELLA et al., 2002).

    A fragilidade do idoso está associada a idade, embora não seja resultante somente do processo de envelhecimento, já que a grande parte dos idosos não se torna frágil obrigatoriamente. Ela esta relacionada com a presença de comorbidades, pois nas fases mais avançadas da vida há uma tendência natural ao surgimento das doenças crônicas (MACEDO; GAZZOLA; NAJAS, 2008).

    Porém, as condições de vida do idoso revestem-se de grande importância científica e social por permitir a implementação de intervenções válidas, tanto em programas gerontogeriátricos, quanto em políticas sociais gerais, no intuito de promover o bem-estar das pessoas experientes e maduras, particularmente, no nosso contexto, onde os atuais idosos são aqueles que conseguiram sobreviver as condições adversas (SANTOS et al., 2002).

    O termo Qualidade de Vida (QV) possui uma variedade de definições que foram adquiridas ao longo dos anos. A QV pode se basear em duas dimensões fundamentais: capacidade funcional e nível socioeconômico (SANTOS et al., 2002).

    O estilo de vida e a satisfação na velhice tem sido na maioria das vezes associados a questões de dependência-autonomia, sendo importante distinguir os efeitos da idade (JOIA; RUIZ; DONALISIO, 2007).

    Os Programas de promoção da saúde do idoso são cada vez mais requeridos diante dos achados dos estudos sobre a influência da prática de atividades na terceira idade, e por uma grande face das demandas crescentes do envelhecimento populacional. Nos programas para idosos supõe-se uma abordagem critica da educação em saúde e da prevenção. Ou seja, trata-se de um processo social complexo em curso, que vem sendo estimulado em nível internacional por fóruns e documentos institucionais desde meados da década de 1980 (ASSIS; HÁRTZ; VALLA, 2004).

    Segundo Silva et al. (2010), idosos sedentários possuem Qualidade de Vida menor em relação aos idosos praticantes de atividade física. A atividade física praticada regularmente possibilita uma transformação positiva no hábito de vida dos idosos sedentários, contribuindo também de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso.

    Para avaliar a qualidade de vida do idoso é necessária a adoção de múltiplos critérios de natureza psicológica, biológica e socioestrutural, pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na velhice: saúde biológica, longevidade, satisfação, saúde mental, competência social, controle cognitivo, produtividade, status social, atividade, continuidade de papéis familiares, eficacia cognitiva, renda, ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos (SANTOS et al., 2002).

    O exercício físico, após superado o período inicial, é uma forma de lazer e de restaurar a saúde diante dos efeitos nocivos que a rotina estressante do trabalho traz. Ou seja, é uma atividade usualmente agradável e que traz inúmeros benefícios ao praticante, que vão desde a melhora do perfil lipídico até a melhora da autoestima (SILVA et al., 2010).

    De fato, a população tem vivido mais e a preocupação com a saúde está cada vez maior. No entanto, uma vida com qualidade pode ser diferente de pessoa para pessoa. O estilo de vida inadequado irá fazer com que doenças se manifestem cada vez mais cedo. Entretanto, o estilo de vida saudável pode ser o início da prevenção de doenças e manutenção da saúde. Dessa forma, acredita-se que boas relações sociais, atividade física regular, alimentação equilibrada e variada, assim como controle de estresse e manutenção de comportamentos preventivos sejam importantes para manter um estilo de vida saudável, equilibrado e cada vez melhor (ESTEVES et al., 2010).

    O processo de envelhecimento vem acompanhado por modificações de ordem psíquica, fisiológica e social. Essas ocorrências psíquicas e/ou fisiológicas se refletem na qualidade de vida, no desempenho motor e na capacidade do indivíduo para cuidar de si mesmo (HERNANDES; BARROS, 2004).

    Analisamos, portanto, que a população idosa está aumentando e gerando necessidades de mudanças na estrutura social para que estas pessoas maduras, ao terem suas vidas prolongadas, não fiquem distantes de um espaço social, em relativa alienação, incapacidade física, dependência, inatividade, consequentemente sem qualidade de vida (FRANCHI; JUNIOR, 2005).

    Nos países em desenvolvimento como o Brasil, pouco se sabe sobre os determinantes da permanência na vida ativa em idades mais avançadas. A simples situação de idoso trabalhar ativamente torna-se um potente e independente fator preditivo de maior sobrevida (GIATTI; BARRETO, 2003).

    Um estilo de vida ativo pode ajudar na manutenção da autonomia física e da capacidade funcional durante o processo de envelhecimento, bem como minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, e assim, proporcionar uma melhoria geral na saúde e qualidade de vida (FREITAS et al., 2007).

    Baseado nisso, propõe-se apresentar à sociedade cientifica uma revisão detalhada e atual do que vem sendo publicado sobre a qualidade de vida na população idosa, servindo assim como mais uma fonte de pesquisa. Este estudo, portanto, tem o objetivo realizar uma revisão sistemática sobre o efeito da prática regular da atividade física capacidade funcional e na qualidade de vida em idosos.

    MATERIAIS E MÉTODOS

    O presente estudo foi do tipo revisão sistemática, realizada entre agosto e novembro de 2011, por meio de busca de artigos da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), publicados

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