Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano
A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano
A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano
E-book181 páginas1 hora

A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Desde 1986, quando editei seu primeiro poemário, O Eu aprisionado, a história de Joaquim Moncks e a minha vêm somando-se nos fraternos campos da literatura, política, e das lutas sociais por um mundo melhor a todos – e desde o primeiro dia da primavera deste 2022, parceiros na Academia Rio-Grandense de Letras. A publicação de seu belíssimo A MAÇÃ NA CRUZ, POESIA CONCEITUAL & ALGUM COTIDIANO apresenta-se como um prêmio para o mundo da grande poesia brasileira. Como sempre há júbilo e compromisso no fazer poético. Daí a grandeza em cada um dos 120 poemas e textos em prosa poética – partes que compõem a inteireza desta sagrada Maçã, na Cruz. Rossyr Berny - editor e jornalista Membro da Academia Rio-Grandense de Letras
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de nov. de 2022
A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano

Relacionado a A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano

Ebooks relacionados

Poesia para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Maçã Na Cruz, Poesia Conceitual & Algum Cotidiano - Joaquim Moncks

    Apresentação

    Confissão e Penitência

    Morri ontem.

    Estou vivo

    Há uma maçã na cruz.

    (Moncks, 1979:27)

    O objeto poético aparece representado por apenas três versos. Dir-se-ia tratar-se de um poema de linguagem contida; no entanto, na dualidade Morri/vivo, encontra-se toda uma carga que transcende a uma simples proposição entre morte e vida. A esse paradoxo segue-se o verso Há uma maçã na cruz que repete, no plano abstrato, as ideias dos dois versos iniciais: maçã está para vivo, assim como morri está para cruz.

    Alargando-se o campo de enfoque, estabelece-se, a partir das palavras morri/vivo/maçã/cruz uma série de ligações visando a determinar, no plano da criação, o motivo por que Joaquim Moncks expressou essa pequena elegia que é Confissão e Penitência do modo como o fez.

    Primeira relação: o verso Morri ontem opõe-se ao verso Estou vivo. Ora, se o poeta morreu ontem e hoje ele está vivo, ele ressuscitou; por isso, pode-se dizer que aparece, na contraposição dos dois versos, uma conotação religiosa: a ressurreição.

    Segunda relação: ao ressuscitar, o poeta percebe que Há uma maçã na Cruz; a aproximação destas duas palavras maçã e cruz não só reforça a conotação religiosa como também amplia o campo da significação, já que maçã relaciona-se com o pecado original e, portanto, com a criação do mundo...

    Terceira relação: o pecado da maçã na cruz pressupõe a dualidade matéria/espírito; no entanto, é preciso observar que a maçã (a matéria, o corpo) está na cruz, isto é, a transitoriedade do corpo acaba na cruz: a morte.

    Esse ciclo se representa pela Criação (nascimento) – morte – ressurreição, no qual o poeta, no plano de elaboração, teoriza sobre a vida, propondo a transcendência, mostra a força que emana de um centro, no caso, o poema. Confissão e Penitência: a felicidade (ou qualquer nome que se dê a essa suprema aspiração humana) só pode ser encontrada na morte. Embora vivo, o poeta somente pode aspirar à maçã na cruz. Em outras palavras; a vida e a morte e a ressurreição é o mundo no qual o poeta equilibra sua criação.

    Tomando tal raciocínio, pode-se perceber a criação poética como processo. Em Confissão e Penitência, Joaquim Moncks revela-se um Poeta platônico possuído de um estado anímico, pois, fugindo à racionalidade não se submete a princípios lógicos e nem a formalismos intelectuais para expressar a sua visão Poética; ao contrário, formula imagens fundadas na intuição e, portanto, desprovidas de cálculo e método. No poema, brota uma força centrífuga, manifestando uma disposição de epíteto e um sentimento ambivalente que se identifica com o estado poético, característica do poeta platônico.

    Prof. Volnyr Santos

    A CRIAÇÃO POÉTICA EM FORÇA CENTRÍFUGA, DE JOAQUIM MONCKS

    Durante a minha vida literária, com muito apreço, esse foi um dos textos mais densos (e longos) escritos sobre a minha obra. Trata-se do primeiro estímulo crítico ao iniciante poeta-soldado. Portanto não poderia deixar de publicá-lo, mercê de sua antiguidade de 32 anos e versando sobre o meu primeiro livro solo publicado.

    Ao demais, é um documento que considero fundamental para a minha vida literária. Por e com ele, despertei para o crucial universo da experimentação poética, num momento de obscuridade da vida nacional, porque naquele momento histórico havia a inexistência de proteção aos primários e fundamentais valores subjetivos caracterizadores do exercício da Cidadania, especialmente no que condiz com o Direito de Expressão. E este triste fadário angustia qualquer criador a todo e qualquer tempo.

    Pensando sobre o que está exposto no texto analítico, descubro que a minha fixação pensamental sobre o processo do criar, tendo como primeiro momento de criação a inspiração, e o seu segundo momento, o da transpiração, tem suas raízes nos fundamentos teóricos ali tecidos, alinhavados e vestidos, também em consonância com os primevos conselhos do meu 3º mestre de humanidades, Prof. Zeferino Paulo Freitas Fagundes, prefaciante de Força Centrífuga, o primeiro livro, ora objeto de estudo acadêmico levado a cabo por Volnyr Santos, professor universitário, escritor e poeta, ainda no ano de seu lançamento, ocorrido em Pelotas, RS, aos 10 de junho de 1979.

    Porto Alegre, RS, 20 de junho de 2011.

    Joaquim Moncks, poeta e ativista cultural.

    Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/preview.php?idt=3045702

    JOAQUIM MONCKS, o poeta-filósofo

    Eduardo Jablonski¹

    Deleuze e Guattari afirmaram que Filosofia é a arte de criar conceitos. Embora T.S. Eliot tenha promovido uma simbiose entre a Filosofia e a poesia, é difícil arrebanhá-las num mesmo cabedal. Seriam irreconciliáveis, porque a primeira busca refletir e ampliar os argumentos, com base em definições, enquanto a segunda se interessa pela síntese e pela riqueza significativa. Ou seja, em tese não combinam. Mas o Prêmio Nobel de 1948 gostava de poetizar filosoficamente, enquanto Nietzsche orquestrava uma dança da inteligência por intermédio da imagem.

    Pois bem, Joaquim Moncks é um poeta-filósofo, porque transforma sua vasta experiência de vida e os ensinamentos que arrecadou aqui e ali em metáforas e oferece o resultado disso tudo ao leitor. É como se o convidasse a pensar, ele que se autodenomina um condenado à reflexão por meio da palavra.

    Além disso, Joaquim Moncks comprou para si a responsabilidade de ensinar poesia através de conselhos poéticos em todos os recantos em que se encontre com os candidatos a poeta Brasil afora. Está

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1