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SEXTO SENTIDO: a arte e o artista no contexto político
SEXTO SENTIDO: a arte e o artista no contexto político
SEXTO SENTIDO: a arte e o artista no contexto político
E-book140 páginas1 hora

SEXTO SENTIDO: a arte e o artista no contexto político

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Sobre este e-book

Os leitores deste livro serão privilegiados: os jovens, pela oportunidade de conhecer o que se passou nos idos de 1980, publicados pelo autor, na imprensa goiana; os mais velhos, a oportunidade de relembrar e saber que ainda existem pessoas capazes de fazer arte da própria história.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de ago. de 2021
ISBN9786558594093
SEXTO SENTIDO: a arte e o artista no contexto político

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    SEXTO SENTIDO - Eurípedes Leôncio

    CAPA.jpg

    Eurípedes Leôncio

    Sexto Sentido:

    a arte e o artista no

    contexto político

    Goiânia - GO

    Kelps, 2021

    Copyright © 2021 by Eurípedes Leôncio

    Editora Kelps

    Rua 19 nº 100 — St. Marechal Rondon

    CEP 74.560-460 — Goiânia — GO

    Fone: (62) 3211-1616

    Fax: (62) 3211-1075

    E-mail: kelps@kelps.com.br

    homepage: www.kelps.com.br

    Victor Marques

    Diagramação

    Graciele Freire

    Digitação

    Laerte de Araújo Pereira

    Capa

    CIP - Brasil - Catalogação na Fonte

    BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL PIO VARGAS

    DIREITOS RESERVADOS

    É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

    Prefácio

    CONTEMPLAÇÃO, ESPAÇO,

    TEMPO E VIVÊNCIA

    Maria de Fátima Gonçalves Lima*

    Não serei o poeta de um mundo caduco.

    Também não cantarei o mundo futuro.

    Estou preso à vida e olho meus companheiros.

    Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

    Entre eles, considero a enorme realidade.

    O presente é tão grande, não nos afastemos.

    Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

    Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

    não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

    não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

    não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

    O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.

    [Carlos Drummond de Andrade]

    O professor medíocre conta. O bom professor explica. O professor superior demonstra. O grande professor inspira.

    [William Arthur Ward]

    A literatura de Eurípedes Leôncio brota da experiência do profissional que escreve o texto: professor-poeta. Da vivência e do trabalho diuturno com a arte da palavra, surge o homem atento ao seu espaço e tempo que, seguindo a doutrina do seu grande mestre Carlos Drummond de Andrade, reitera, literalmente, o discurso do poeta maior: Estou preso à vida e olho meus companheiros./ Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças./ Entre eles, considero a enorme realidade./ O presente é tão grande, não nos afastemos./Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Assim, Eurípedes Leôncio realiza sua Lição das coisas traduzida na palavra e na terra, dois espaços nos quais o professor-poeta encontra sempre um novo alento.

    O primeiro espaço é da palavra como criação, como verbo salvador e transcendente. A palavra conduziu o professor Leôncio para os caminhos da poesia de Drummond, especialmente, no sentido conferido pelo autor de Sentimento do Mundo quando exprime: Eu preparo uma canção/ em que minha mãe se reconheça,/ todas as mães se reconheçam,/ e que fale como dois olhos. (...) Caminho por uma rua/ que passa em muitos países./ Se não se veem, eu vejo/ e saúdo velhos amigos. (...) Minha vida, nossas vidas/formam um só diamante./ Aprendi novas palavras/ e tornei outras mais belas./ Eu preparo uma canção/que faça acordar os homens/ e adormecer as crianças. Essa acepção sobre o texto poético nos remete ao pensamento de Otávio Paz ao asseverar que a criação poética é um mistério porque consiste em falar dos deuses pela boca humana. Nesse sentido, o discurso poético tem a faculdade de produzir sonhos e despertar o homem para a sua humanidade perdida no deserto da realidade. A arte da palavra desperta a alma humana e transporta o homem para a ponte que une duas realidades, traduzidas em palavras – uma vida sonhada e uma vivida. Dessa forma, escritor desvela a existência das coisas por meio do texto literário, quebrando o silêncio do verbo, nomeando a existência das coisas e fazendo tudo emergir aos olhos do leitor: a vida, a morte, o destino, a alegria, o prazo da vida e o tempo da morte, o sentimento do mundo e ainda a arte (música, pintura, literatura e todas as outras formas de artes), a cultura, a ciência e a filosofia.

    O texto literário transporta o homem do simples estar, para o eterno ser; conduz a criatura a perceber sua humanidade, inteligência, criatividade, existência dentro desse universo tão amplo, tão cheio de perguntas e respostas, aparentemente hermético, mas compreensível para o homem que contempla a vida e filosofa sobre a existência do mundo, traduzindo sua história, seu tempo e espaço – sua terra – base, sustento, superação, força, nascente. Dessa maneira, nasceu o Sexto Sentido: a arte e artista no contexto político do professor-poeta Eurípedes Leôncio.

    Como um professor-poeta, Leôncio espia a vida como se estivesse de posse de uma lente ou de um instrumento óptico voltado para o objeto da sua observação, mas como um filósofo-crítico, possui uma percepção aguçada que provoca no artista uma expiação que só pode ser salva pela palavra. Destarte, assinalo que Leôncio é observador da vida, do homem, do mundo e, nesse papel, filosofa e expõe suas conclusões por meio de seus textos. Enquanto poeta, é um ser sensível que apreende e poetiza a vida. Como prosador realiza textos ensaísticos ou crônicas comprometidas com a vida e que revela a perspicácia do autor ao observar e sentir o momento em que vive. De suas observações, pode ser conhecida sua filosofia de vida, sua ideologia política, sua visão de mundo e um panorama do universo da intelectualidade. O que mais encanta nos textos desse escritor é sua capacidade de perceber e analisar a realidade que nos circunda. É com admirável simplicidade e com uma leveza extraordinária que o autor se expressa liricamente e deixa sua visão crítica e, ao mesmo tempo poética, jorra de seus textos que fazem uma perspicaz travessia entre crônica, ensaio e poesia, característica que pode ser essencial na composição de uma boa crônica.

    Seus textos são crônicas ensaísticas publicadas no Jornal O Popular que retratam, informam ou dissertam questões da década de oitenta, mas que continuam atuais e, portanto, ainda refletem sobre o nosso tempo, sobre o nosso mundo – possuem, sem nenhuma dúvida, um Sexto Sentido, como é denominado o primeiro ensaio. Por meio de suas ponderações, o autor contempla e retrata o seu tempo/espaço e, numa tonalidade às vezes filosófica e poética, capta o imaginário coletivo em suas manifestações cotidianas. O escritor transforma-se no eu-plural e denuncia as incoerências, as injustiças e os desmandos dos donos do poder, ou o viver desumano dos homens sem rosto como nos textos: Chico Buarque 1: Melhor seria ser filho da outra, Chico Buarque 2: A vida mais vivida/ vem da televisão, Chico Buarque 3: Resignação, evolução e libertação da mulher em Chico Buarque de Holanda, Chico Buarque IV: Olhos nos Olhos, Geraldo Vandré I: Prepare seu coração pras coisas que eu vou contar, Geraldo Vandré II: Olha que a vida tão linda se perde em tristezas assim, Geraldo Vandré III: E a gente fazendo contas pro dia que vai chegar..., O Admirável gado novo condenado à imortalidade, Quatro século de resistência moral, Conjuntura Nacional Ao vencedor, as batatas, Recado de Castro Alves para mãe-preta, Tupy or not tupy, that is the question. Em todos esses ensaios, os assuntos da história, da política, da música, da cultura brasileira são partes de um todo que refletem a vida humana, determinada por uma época. O Estado de Goiás, sua poesia, sua música, sua cultura, personalidades, paisagens goianas estão presentes nas crônicas ensaísticas: No exemplo de Cora, acreditar é preciso, Belkiss, a página imortal, A Sentinela que não é efêmera, Hotel do Tempo um insulto aos poetas.

    As últimas crônicas do livro possuem entretom de lição de um professor apaixonado pela literatura e pela missão de ser o mestre que faz de si mesmo uma janela aberta, que conhece os limites do outro, mas abre as portas do saber para propiciar questionamento; do professor que tem como lema a luta pela transformação por meio das letras e das artes e leva o aluno a alimentar do conhecimento, formando gerações que sonham com um mundo melhor, e que, de fato, construirão melhores dias. Essas meditações sobre a importância do professor nos reportam ao pensamento deixado por Albert Einstein quando manifestou que A tarefa essencial do professor é despertar a alegria de trabalhar e de conhecer. Os ensaios A imagem de mil palavras, Revolução, A profecia de Dona Chiquinha, Palmelo, uma lição de resistência, A sociedade da metadinha despertam para reflexões, relatam a importância do despertar para o conhecimento, para o poder da palavra, para a leitura e sua grandeza". Nesses ensaios percebo ainda, a felicidade do professor-poeta funcionando como profeta. Como professor-poeta Leôncio realiza na linguagem um trabalho particular e tem o poder de se tornar social, de exercer influência direta ou indireta sobre as pessoas. O professor-poeta vive em consonância com o universo e procura ver mais intensamente as coisas palavras. Desta forma, professor- poeta é uma espécie de profeta que anuncia ou realiza um papel sublime, que é a dádiva do criar leitores, escritores, intelectuais, cidadãos consciente, que construirão um mundo melhor. Diante do exposto, o professor-poeta é um homem que sente a vida com mais intensidade, é ao mesmo tempo sonhador e racional; ao mesmo tempo chora e denuncia. O profeta tem o

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