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Professor Aos Treze
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E-book75 páginas53 minutos

Professor Aos Treze

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Sobre este e-book

O que você espera que um adolescente de 13 anos esteja fazendo? Estudando pedagogia e tendo experiências como professor de ensino fundamental? certamente não., mas foi exatamente o que o autor deste livro estava vivendo. O escritor e professor Leandro Gravina traz reflexões sobre a educação e faz uma espécie de análise da evolução do tema no brasil com base na própria vivência. Além disso, discute sobre o mercado de educação privada.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de dez. de 2022
Professor Aos Treze

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    Professor Aos Treze - Leandro Gravina

    Professor aos treze

    Reflexões e jornada de uma pessoa que se viu obrigada a trocar a adolescência pela educação

    Leandro Gravina

    1ª edição.

    Treze

    6

    Dezesseis

    40

    Dezoito a Vinte e três

    65

    O fenômeno da motorização

    84

    Conclusão

    100

    Referências

    103

    A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.

    Paulo Freire

    4

    Professor aos treze, por Leandro Gravina Este livro é dedicado aos meus colegas de profissão que se sentem solitários na luta diária. Vocês não estão sozinhos.

    5

    Professor aos treze, por Leandro Gravina Treze

    Treze. Foi exatamente com a idade que entrei em uma escola pública como professor estagiário. É

    muito cedo? Sim, foi. Deixe-me explicar: tudo na minha vida começou a acontecer muito cedo. Ao invés de viver como um adolescente convencional, ingressei como uma espécie de metalúrgico em uma grande engrenagem, como um operário que faz parte do corpo de um serviço essencial. E é assim que me sinto ainda. Pode parecer cruel, mas não é este o tom que eu procuro para esse relato. Não foi tudo desta forma pesada e ultra objetiva. Houve carinho, houve acolhimento, não houve necessariamente obrigação (era porque fazia parte de um currículo a ser cumprido, não porque não havia outra saída - eu nem era remunerado, aliás). A educação é algo muito sério na minha vida, algo que eu comparo como uma filha de um pai jovem que o obriga a crescer (adquirir 6

    Professor aos treze, por Leandro Gravina responsabilidade) mais rápido que o normal para que este se torne uma referência. Eu era esse pai, mas na minha realidade, tinha cerca de 25 filhos (alguns até ‘esquecidos’ pelos pais biológicos) em uma escola sob os cuidados de uma professora que estava decepcionada com nosso sistema e nem acreditava mais em si mesma.

    Antes de entrar efetivamente neste assunto, preciso fazer uma contextualização mais clara, compartilhando com vocês sobre minha vida pré mercado de trabalho. Quando terminei o ensino fundamental II, minha primeira opção naquele momento era estudar em uma escola técnica algum curso relacionado à medicina. Eu era péssimo em biologia ou qualquer ciência relacionada, mas tinha uma prima que era uma pediatra bem sucedida e admirada que me inspirava muito. Naquele momento, eu não me importava muito com a minha vocação, só queria ser bem sucedido profissionalmente. Prestei 7

    Professor aos treze, por Leandro Gravina concurso para estudar o Ensino Médio na Fiocruz, que é uma escola importante nessa área. Consegui uma boa nota (suficiente, porém não extraordinário), mas o trâmite para ingressar no curso dependia mais do que somente uma boa nota. Funcionava assim: os candidatos precisavam fazer a prova (que continha, salvo engano, questões de língua portuguesa, matemática e uma produção textual) e os que conseguissem alcançar a pontuação mínima exigida pela banca, seriam aprovados para a segunda fase (e final) do concurso que era um simples sorteio. Como não tive sorte (e sigo não tendo muita), não consegui a vaga.

    A Fiocruz é uma instituição do governo, logo podemos considerá-la uma escola pública. Passar por uma grande seleção e um difícil processo de admissão e estudar lá (na realidade que vivi aquele momento) significava ser ótimo. Era o que todo pai desejava para seu filho. Estudar naquelas condições 8

    Professor aos treze, por Leandro Gravina garantiria um futuro promissor. Pelo menos para um morador de Duque de Caxias, uma espécie de periferia urbana com mais de 872.762 habitantes (onde é possível encontrar famílias de cinco pessoas que vivem com um salário mínimo apenas, por exemplo), lugar de onde vim. Ao contrário da celebrada instituição que fazia (e segue fazendo) um longo processo de admissão, a escola pública comum do bairro era completamente desprezada. Naquele momento, surgiu a primeira reflexão acerca da lamentável situação da educação no Brasil. O que será que é mais justo com uma população tão carente: um processo seletivo que privilegia quem tem acesso livre ao conhecimento (muitas vezes oferecido como um produto caro para seletos grupos) ou um sistema que garanta o acesso democrático ao conhecimento a todos, sem travas ou catracas?

    Nunca fui rico, mas na minha infância só podia me divertir e estar com meus pais no domingo, 9

    Professor aos treze, por Leandro Gravina porque eles trabalhavam muito de segunda a sábado.

    Novamente: não escrevo isso com tom pesado ou vitimista.

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