O Mistério Do Medalhão De Jade
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O Mistério Do Medalhão De Jade - Jeanice França Alves
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O MISTÉRIO DO MEDALHÃO
DE JADE
5
O MISTÉRIO DO MEDALHÃO DE
JADE
JEANICE FRANÇA ALVES
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Copyright © 2019 – Jeanice França Alves Diagramação
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Capa
Jeanice França Alves
Revisão
Jeanice França Alves
A474o Jeanice França Alves
O Mistério do medalhão de jade / Jeanice França Alves 2ª edição – São Paulo – SP
ISBN – 9781502863836
Esta obra é uma produção independente
Copyright [2019] by Jeanice França Alves Todos os direitos reservados à autora
1. Romance infanto-juvenil 2. Literatura Brasileira Índice para catálogo sistemático
1.Romance - Brasil – CDD – B869.3
2.Literatura infanto-juvenil — CDD – 808.899282
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O amor ultrapassa as fronteiras, sobrevive ao tempo, dissipa as guerras e transforma as pessoas.
A todos que lutaram pela libertação do Líbano e principalmente a pessoa que colaborou para que esse livro fosse escrito.
Nádia Izar de Carvalho
. Uma grande amiga.
28/ maio/2009
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que dá força e sabedoria; família, que sempre dá apoio e amigos, por serem verdadeiros;
À minha irmã Lucirene Vitória Góes França, pelo incentivo e principalmente à Nádia Izar de Carvalho, uma grande amiga, por ter colaborado com essa obra e permitir que eu fizesse parte da sua família.
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INTRODUÇÃO
O Oriente é conhecido por seus mistérios e belezas.
Emil e Samia ficaram ali, por alguns instantes, curtindo a vista do topo do Vale Qadisha. O mesmo lugar sagrado que Sayad desejou, um dia, se unir e ser feliz com Nádia.
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CAPÍTULO I
Era um domingo chuvoso em Aparecida do Norte interior de São Paulo, e como sempre, a pequena cidade estava lotada de pessoas de todo lugar. Pessoas com muita fé, pessoas curiosas, pessoas sem nada para fazer e que adoram fazer compras e passear pelas multidões.
Amira e o pai faziam a feira da semana e aproveitaram para passear no meio da multidão.
Olhavam uma coisa e outra e conversavam sobre o que viam. Por um momento Amira se viu falando sozinha.
— Baba! Baba! – Era assim que Amira chamava o pai Libanês, nascido no Líbano e trazido para o Brasil ainda, uma criança de colo. Assim, como muitas famílias libaneses.
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⸻ Seu Júlio, o senhor viu meu pai? Estava comigo agora mesmo. – Perguntou ao vendedor de bolsas.
— Seu Omar? Conversávamos ainda há pouco.
Ele sente saudade dos tempos que era feirante, Amira.
Mas ficou pouco aqui. Viu alguma coisa que chamou a atenção e saiu correndo. Olha ele lá!
A filha avistou o pai conversando com uma senhora na banca em que, Rose, a amiga da família, trabalhava vendendo panos de pratos.
Rose era uma mulher muito esforçada. Dava aulas e nos finais de semanas e feriados, aproveitava para trabalhar na feira.
Amira foi até o pai.
⸻ A senhora me perdoe! – Disse Amira para a desconhecida e dirigindo-se ao pai... — Baba o que foi?
— Não tem problema. – respondeu a senhora –
Estava explicando a esse senhor, que esse medalhão que estou usando, é uma simples bijuteria que meu marido mandou fazer de presente de casamento, quando regressou do Líbano.
— Ah! Baba não acredito! De novo essa história do medalhão? – Advertiu Amira.
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— Desculpe se a incomodei, senhora, — disse o senhor todo envergonhado. —, é que sou do Líbano.
Vim pra cá muito pequeno e gosto de observar cada bijuteria parecida com o medalhão. O medalhão da lenda? Já ouviu falar?
— Ah! Sim! O medalhão de jade, não é? Meu marido me contou, mas como o senhor pode observar, esse é apenas uma bijuteria. É claro que para mim tem muito valor, mas o desenho não é igual e as pedras... são falsas. ⸻ Disse baixinho.
— Mais uma vez nos desculpe, sim? — retratou-se Amira.
— Não foi nada. Tenham um bom dia!
— Obrigada.
O pai saiu à frente da filha em silêncio e Amira voltou-se para a amiga da banca de panos de pratos.
⸻ Você viu isso, Rose? Não tira essa história da cabeça.
⸻ Eu sei, Amira. Ouvi a história toda. Seu pai não pode ver alguém com uma joia parecida no pescoço que enche a pessoa de perguntas.
⸻ É verdade. Ele sempre faz isso.
⸻ É o jeito dele. Tenha paciência.
⸻ Está bem! Obrigada. Vou atrás dele. Até mais!
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Amira alcançou o pai. Os dois foram para casa em silêncio.
Enquanto a filha esvaziava as sacolas, o velho Omar subiu para o seu quarto e só desceu quando foi chamado para o almoço pela neta, Samia.
— Hum! Adoro esse frango assado, Gidô... O que aconteceu mãe? Vovô está tão calado.
— Seu avô viu uma coisa na feira e agora está assim.
— O que o senhor viu, Gidô? — Perguntou Samia curiosa.
— Vou contar para você o que me deixou assim.
— Baba! O senhor prometeu não tocar mais nesse assunto. Deixe a Samia fora disso! Vamos comer em paz.
— A menina já tem quinze anos. Toda a família Farouk sabe dessa história.
— Baba! Nagib não vai gostar disso! Não coloque fantasias na cabeça de Samia.
⸻ Você sabe muito bem que não são fantasias, Amira!
— Conta Gidô, conta! Adoro suas histórias!
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— Allah, Allah! — Disse Amira clamando por Deus. Não vou dizer mais nada, conte o que quiser.
O velho Omar encheu-se de energia e, em meio a uma colherada e outra, começou a contar a história que seu pai contou a ele e aos irmãos.
***
"Em 1878 Sayad lembrava em seus delírios mortais, do dia em que pediu Nádia em casamento.
Esta, sendo noiva de Hassan, mas amando Sayad incondicionalmente, aceitou e resolveram fugir. Estava tudo planejado. Sairiam ao aparecer da lua no céu e viajariam até as montanhas do Líbano, onde construiriam uma vida de amor e fraternidade, longe da rigidez do pai e da brutalidade mortal de Hassan.
Quando sua linda Nádia cedeu ao tão esperado pedido, Sayad resolveu fazer-lhe uma joia especial para presenteá-la, pois aprendera o ofício de ourives com o pai; ele e seus dois irmãos, sabiam lapidar muito bem as pedras preciosas do Oriente, mas Sayad era muito talentoso e tudo que ele lapidava, era único. A pedra escolhida para a joia foi jade, considerada um símbolo, do belo e do precioso; incorporando coragem, compaixão, humildade, sabedoria e justiça. Esse presente valioso seria o símbolo da união dos dois.
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A joia foi lapidada com tanto amor e carinho que não se parecia nada com o que já tinham feito. Era realmente muito especial.
De repente uma luz o fez voltar à realidade e ele ouviu uma voz:
— Senhor, senhor. O que aconteceu? O senhor está bem? Responda, por favor!
Ao abrir os olhos por completo enxergou uma cabra lambendo seu rosto e viu um homem simples que desesperadamente o sacudia. Mas ele estava fraco e mal podia falar. E o bom homem continuou:
⸻ Vou levá-lo a minha casa. Beba vai lhe fazer bem.
Sayad sentiu o cantil em seus lábios secos. Então, depois de alguns goles pode balbuciar algumas palavras:
— A bol- sa.... A bol... — Desmaiou.
O homem colocou Sayad em seus ombros e caminhou até sua casa. Ele, mesmo sem forças, repetia a palavra com dificuldade e desmaiou novamente.
O homem até procurou por uma bolsa, mas não podia perder muito tempo, teria que levá-lo para casa antes que fosse tarde demais.
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O rosto redondo de Sayad estava enrijecido. O
cenho franzido pela dor, fazia com que suas sobrancelhas grossas ficassem mais juntas, tornando-as uma só.
Voltando aos seus delírios Sayad relembrava tudo o que fez antes da fuga. A conversa que teve