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Canções Para Milomaqui Em Flautas De Paxiúba
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Canções Para Milomaqui Em Flautas De Paxiúba
E-book87 páginas26 minutos

Canções Para Milomaqui Em Flautas De Paxiúba

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Sobre este e-book

Este livro tem como pretexto poético um mito indígena. Começa com uma versão poética do mito de Jurupari, o herói-civilizador que deu aos homens o domínio da música, através das flautas de paxiúba, e instituiu o patriarcado. Jurupari é o nome genérico desse herói demonizado pelos missionários cristãos. Ele se chama Izi, entre os tarianas, e Guramũye entre os dessanas, ambas etnias do rio Negro. Nesta obra o autor traz a versão Kamayurá desse mito, expresso na Lenda da Paxiúba, (explicada na “Palavra do autor”), e que se apalavra poeticamente no primeiro poema, “O Canto de Milomaqui”. Os poemas de José Cyrino cantam a Amazônia, suas belezas naturais, os rios, lagos, a vida do caboclo, o ethos, costumes, flora e fauna, sotaques, etc. Mas o que a princípio se revela regionalista, expande-se para o nacional, trazendo esta ‘força estranha’ que universaliza a poesia. O livro também dialoga com outros autores e seus textos. O poeta chileno Pablo Neruda está contemplado no poema “Canto a Neruda”; Carlos Drummond de Andrade em “Manaus”; o português Fernando Pessoa em “Remar é preciso. Observa-se ainda a presença de Raul Seixas e Guimarães Rosa: o primeiro em “Saudades do meu Cambixe”; o último em paródia à fala inicial de Riobaldo, o narrador do Grande sertão veredas: “Tucumãs ou tucumães / uma questão pro Guimarães”. Ao fim o autor oferece a beleza fonética de frases elaboradas sobre aspectos da Amazônia, que ele chama de “Pios da Floresta”, em referência aos assobios dos animas e outros sons, como o ronco dos rios e o canto do vento.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de abr. de 2023
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    Canções Para Milomaqui Em Flautas De Paxiúba - José Cyrino Jr.

    SOB O SOM DA PAXIÚBA

    Marcos Frederico*

    Neste livro, cujo ponto de partida é a referência a um mito indígena, o leitor se deparará com duas vozes líricas, vozes que se interpenetram e se misturam à medida que os poemas vão se sucedendo.

    A primeira voz é a de um ser que se expressa através do discurso poético de índios e caboclos. A segunda é a de um homem urbano, que se identifica umas poucas vezes ou se mantém afastado do texto, sendo este último o procedimento mais comum observável no gênero lírico.

    Começa o livro com uma versão poética do mito de Jurupari, o herói-civilizador que deu aos homens o domínio da música, através das flautas de paxiúba, e instituiu o patriarcado. Salientemos que Jurupari é o nome genérico desse herói demonizado pelos missionários cristãos. Ele se chama Izi, entre os tarianas, e Guramũye entre os dessanas, ambas etnias do rio Negro. José Cyrino Jr. nos apresenta a versão kamayurá, a qual explica mais detalhadamente na Palavra do autor.

    Inicia-se o livro, portanto, com a voz telúrica do eu lírico, num texto em que revela a sua poética. Ele se propõe a cantar porque, afinal, o mundo não muda / sem a ajuda da poesia. Esse procedimento – o de declarar-se de posse de uma flauta (Vou fazer a minha flauta / da mais alta paxiúba) – lembra o início do clássico Frauta de barro, livro de 1963, cujo autor é Luiz Bacellar (1928-2010). Diz o poeta em tal ocasião: "Em menino achei um dia / bem no fundo de um surrão / um frio tubo de argila / e fui feliz desde então; rude e doce melodia / quando me pus a soprá-lo / jorrou límpida e tranquila / como água por um

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