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Célia é quem não viu
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Célia é quem não viu
E-book1.424 páginas13 horas

Célia é quem não viu

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Sobre este e-book

Segundo Célia, os médicos disseram que a entendiam, mas que ela ainda era muito nova e poderia ter outros filhos mais tarde. Eles ainda a alertaram na época de que a criança poderia vir com alguma deficiência ou talvez nem chegasse a nascer. Eu sou nova, sim, mas já sei o que é melhor para mim. Posso ter outros filhos depois, mas nunca serão esta mesma que está dentro de mim, disse ela na ocasião. Assim como muitos familiares e amigos, os médicos acabaram respeitando a decisão de Célia. Então, em abril, nasceu Maria Amélia Regiane Amaral, a Méinha. No início, o apoio da família foi muito importante para os cuidados com o bebê, mas depois Célia já conseguia fazer praticamente tudo sozinha. Quando nasce um filho, nasce uma mãe, então quando minha filha nasceu, a roda gigante não dá tempo para lamentações, ela simplesmente gira. O cume é temporário, assim como a depressão, psicossomática. A dor e a alegria, nada é definitivo. Sendo assim, aprenda a valorizar os bons momentos e seja solidário com a dor alheia. Lembre-se, a roda está sempre a girar, a lágrima de hoje é o sorriso de amanhã, e vice-versa. Que assim seja. Uma coisa que reparei agora em meus devaneios é que você sempre foi de me fazer sentir como o infinito, como se eu fosse a pessoa mais importante do universo. Com esse teu jeitinho pra cima de mim, teu sorriso meia-lua, e eu acabei por deixar que você virasse meu satélite natural.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de mai. de 2023
ISBN9786553554658

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    Célia é quem não viu - Ricardo Santos David

    ENSINAMENTOS

    Minha mãe me ensinou o que é ser educado:

    comer de boca fechada

    a não encher o prato

    repetir, só se for o caso.

    Minha mãe me ensinou o respeito

    aos mais velhos,

    o respeito às plantas,

    o amor aos animais:

    filha, o sapo tem seu papel

    não importa se é feio,

    ceda seu lugar a uma senhora

    não suba na jabuticabeira em flor.

    Minha mãe me ensinou com sabedoria:

    costure o fecho a mão

    que fica mais delicado,

    cozinhe em fogo lento

    que a pressa é inimiga da perfeição.

    É, minha mãe, aprendi muito com você,

    mas tem uma coisa que até hoje

    não me conformo como regra de boa educação:

    Ô mãe, virar o prato,

    beber o caldinho do bife que ficou,

    tem coisa melhor, não!

    Fonte:https://cartaodevisita.com.br/conteudo/2456/quarto-de-costura-e-um-recorte-poetico-de-lembrancas-da-infancia-e-da-juventude

    Wânia Amarante. Quarto de costura. Belo Horizonte: Miguilim, 1988.

    1. Entre as características mencionadas no texto com referência à boa educação, qual (ou quais) você julga mais importante (s)? Por quê?

    2. Você se considera uma pessoa bem-educada? Por quê?

    3. O que é educação? Como seria a sociedade se o Brasil tivesse uma educação melhor?

    4. Por que você vem para escola? Caso você seja obrigado por alguém a vir à escola, por que isso ocorre?

    ESQUECIMENTO GLOBAL?

    - Ufa, que calor! A nossa cidade sempre foi quente, mas nunca tão quente como agora. A temperatura tem atingido picos quase insuportáveis. Como diz o povo na sua sabedoria: Dá para fritar um ovo no asfalto. Acho graça quando a previsão do tempo assevera que a máxima será de 40°C e a mínima... Mínima? Que mínima? A tal mínima daqui já é suficiente para fazer ferver qualquer traço de bom humor. Atribuo isso ao esquecimento global, isso mesmo. O tal esquecimento é resultado da nossa falta de memória. Não lembramos que a nossa ação indevida sobre a natureza poderia trazer conseqüências terríveis. Esquecemos de cuidar de rios, de não poluir, de preservar. Sentimos (literalmente) na pele o resultado do nosso esquecimento. Já tentei de tudo: boné, guarda-sol, protetor solar, mas nada dá conta de amenizar esse calor colossal. O esquecimento global também fez a elite não lembrar de que nem todos podem bancar um ar-condicionado e, por esquecerem disso, lucram, poluem, derrubam árvores e destroem a Terra. Mas vejam só que absurdo: há regiões que padecem com o frio excessivo. O infeliz de esquecimento global bagunçou todo o clima do planeta! E eu ainda teria muita coisa para falar, mas agora tenho que correr para o chuveiro. Está quente demais, mas lembre-se: combatam o esquecimento global!

    Fonte: https://thegreenestpost.com/no-paraguai-esta-tao-quente-que-da-para-fritar-ovos-no-asfalto/

    1) Por que o aquecimento global deixou de ser assunto de ficção científica?

    2) Que efeitos do aquecimento global já experimentamos em nosso dia-a-dia?

    3) O que vamos fazer para garantir vida com qualidade, hoje e para as próximas gerações?

    4) Que poluições mais estragam o ambiente onde você vive?

    5) É possível evitar este tipo de poluição? Como?

    ALERTA

    Água, água, água

    Vejo um mar de baleias com sede,

    Vejo um deserto de águas retirantes,

    Vejo o cinza a repintar o verde.

    Água, água, água

    É o sal que fugiu da terra,

    É o pó que espera pela vida,

    É a paz com jeito de guerra.

    Água, água, água

    O alento aos poucos se expira,

    Na fanfarra cretina dos discursos,

    Onde o homem é a grande mentira.

    Água, água, água

    Vejo cemitérios de asas no chão,

    Vejo alvoradas de poeira no ar,

    Ouço um mutismo de silêncio-inação.

    Água, água, água

    Não há tempo para lágrimas, morre o

    pranto,

    O espinho sobrevive sem flor,

    O amor se esvai no desencanto.

    Água, água, água,

    Nem fauna, nem flora, nem essência,

    O racional se opõe a natureza,

    A duidade é quebrada na demência.

    Horror insano e tão previsível

    Numa voragem destrutiva insaciável

    Mas, se o homem se vestir logo do juízo

    Ainda poderá se despir do inevitável.

    Esta poesia foi selecionada no Concurso

    Água no Terceiro Milênio,

    Fonte: https://www.germinaliteratura.com.br/francisco_simoes.htm

    a) Na sua opinião, o que está acontecendo com ser humano para que, mesmo sabendo da importância da água, nem sempre consiga respeitá-la e utilizá-la racionalmente?

    b) Cuidar da água e do meio ambiente é responsabilidade de quem? Das instituições, dos governos, das organizações ou das pessoas, sem exceção? O que você pensa a respeito disso?

    c) Como você relaciona a idéia de ser cidadão, quando se fala na questão da água?

    d) Como água e cidadania podem ser trabalhados para gerar mudança de atitudes?

    e) Na sua opinião o que é melhor: cada um fazer a sua parte ou a existência de organização coletiva e trabalho em grupo para a preservação das águas de nosso planeta? Por quê?

    f) Como, efetivamente, assumir as nossas responsabilidades frente às gerações presentes e futuras?

    g) Que realidade a poesia quer nos apresentar? Isso condiz com a realidade que vivemos ou está distante dela? Por quê?

    SABER VIVER

    de Cora Coralina, (1965)

    Não sei…

    se a vida é curta

    ou longa demais para nós.

    Mas sei que nada do que vivemos

    tem sentido,

    se não tocamos o coração das pessoas.

    Muitas vezes basta ser:

    colo que acolhe,

    braço que envolve,

    palavra que conforta,

    silêncio que respeita,

    alegria que contagia,

    lágrima que corre,

    olhar que acaricia,

    desejo que sacia,

    amor que promove.

    E isso não é coisa de outro mundo:

    é o que dá sentido à vida.

    É o que faz com que ela

    não seja nem curta,

    nem longa demais,

    mas que seja intensa,

    verdadeira, pura…

    enquanto durar.

    1. Saber viver é um dos poemas mais conhecidos da escritora Cora Coralina e traz reflexões importantes sobre a vida. Sobre a estrutura do texto, é possível concluir que ele foi escrito em

    a) versos e parágrafos.

    b) primeira pessoa.

    c) prosa.

    d) terceira pessoa.

    2. Cora se coloca em uma posição de mulher sábia e vivida, salientando algumas atitudes que podem fazer toda a diferença na vida das pessoas. Portanto, a finalidade do eu lírico é:

    a) despertar curiosidades diversas nas pessoas que vivem apressadas no dia a dia.

    b) propor maneiras de exercer a empatia e oferecer amor ao próximo.

    c) mostrar o lado melancólico das pessoas que ajudam os outros.

    d) criticar as atitudes egoístas e preconceituosas dos seres humanos.

    3. No versos: Não sei… / se a vida é curta / ou longa demais para nós., o eu lírico demonstra

    a) certezas quanto a existência da vida.

    b) confiança que a vida é muito curta.

    c) hesitação em suas declarações.

    d) diversas contradições da vida.

    4. No verso: se não tocamos o coração das pessoas., a palavra grifada se estabelece sentido de

    a) tempo.

    b) adversidade.

    c) consequência.

    d) condição.

    5. Segundo o eu lírico na segunda estrofe, é possível traçar uma trajetória verdadeira na vida, com autenticidade, através de atitudes

    a) simples.

    b) adequadas.

    c) confusas.

    d) sinceras.

    6. O verso que revela ideia de alternância é:

    a) E isso não é coisa de outro mundo:

    b) silêncio que respeita

    c) ou longa demais para nós.

    d) é o que dá sentido à vida.

    7. O uso dos dois pontos no verso Muitas vezes basta ser: foi utilizado para

    a) iniciar algumas exemplificações.

    b) citar a fala da personagem.

    c) introduzir um esclarecimento.

    d) delimitar a fala do eu lírico.

    8. Sobre o poema, é possível concluir que ele

    a) revela que a vida é muito curta, por isso devemos aproveitá-la com sabedoria.

    b) mostra a importância de viver cada segundo da vida, valorizando pequenas atitudes.

    c) revela que devemos dar valor somente aos acontecimentos relacionados ao próximo.

    d) mostra que ajudar o próximo é difícil, mas necessário para uma sociedade melhor.

    9. A palavra grifada no verso: mas que seja intensa significa

    a) excessiva.

    b) animada.

    c) profunda.

    d) fervorosa.

    10. Nos versos: não seja nem curta / nem longa demais, o uso da conjunção nem estabelece sentido de

    a) oposição.

    b) explicação.

    c) alternância.

    d) adição.

    CRÔNICA: A ARTE DE SER FELIZ

    Cecília Meireles

    Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

    Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

    Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

    Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

    Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

    Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/a-arte-de-ser-feliz-cecilia-meireles/

    Cecília Meireles, no livro Escolha seu sonho

    Entendendo a crônica:

    01 – Considerando o texto acima, a que gênero literário pertence?

    Pertence ao gênero lírico, pois expressa sentimentos, emoções, desejos, conhecimentos, enfim, uma visão de mundo de alguém.

    02 – Qual a temática tratada nesse texto?

    Fala sobre a felicidade que existe nas pequenas coisas cuja percepção depende da nossa capacidade de olhar.

    03 – De acordo com a estrutura composicional, como esse texto foi escrito?

    O texto foi escrito em parágrafos.

    04 – Cada texto que escrevemos se enquadra em um gênero. Isso devido às suas características estruturais, como também, principalmente pela sua função social. Após a leitura do texto de Cecília Meireles, informe a qual gênero ele pertence.

    Ele pertence a crônica lírica.

    05 – Podemos dizer que esse texto está escrito em 3ª pessoa? Justifique a sua resposta.

    Não, porque o texto apresenta um narrador personagem, portanto está escrito em 1ª pessoa.

    06 – Segundo o escritor Henry Ward Beecher, "A arte de ser feliz está no poder de extrair felicidade de coisas comuns." Esta citação vem de acordo ao expressado no poema de Cecília Meireles? Justifique.

    Sim, a autora deixa claro que a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples do nosso cotidiano, mas isso dependerá de como enxergamos as coisas ao nosso redor.

    07 – Ao vir para a escola você já reparou no mundo ao seu redor? Que imagens ou atitudes te fazem sentir-se feliz como a autora?

    Resposta pessoal do aluno.

    08 – Com base no texto lido, é CORRETO afirmar que a autora:

    a) Reflete, através de um texto poético, sobre a felicidade que existe nas pequenas coisas cuja percepção depende da nossa capacidade de olhar.

    b) Aborda sua própria experiência de vida, que se apresenta repleta de coisas banais, sem grande importância poética.

    c) Defende a ideia poética de que quem tem um jardim em casa tem uma maior probabilidade de ser feliz em função da beleza das flores.

    d) Apresenta uma visão poética com olhar infantil, já que se refere a gato, pardal, galo, avião e a personagens de Lope de Veja.

    e) Narra uma experiência poética vivida no Nordeste brasileiro, caracterizada pelas expressões jardim quase seco, época de estiagem e terra esfarelada.

    09 – Assinale a opção que apresenta sinônimos para as palavras "estiagem, aspersão e espessas", considerando-se o contexto no qual foram empregadas.

    a) Fome – neblina – opacas.

    b) Seca – dispersão – sólidas.

    c) Seca – respingo – densas.

    d) Poeira – borrifo – grossas.

    e) Estalagem – diversão – azuis.

    10 – Com relação à acentuação da palavra época assinale a opção CORRETA.

    a) É acentuada porque se trata de paroxítona terminada em a.

    b) É acentuada porque se trata de oxítona terminada em a.

    c) É acentuada porque se trata de palavra proparoxítona.

    d) Trata-se de um acento diferencial, usado para diferenciá-la da palavra época.

    e) Não é acentuada porque todos conhecem a sua pronúncia cujo timbre é aberto (é).

    11 – Assinale a opção CORRETA quanto à classe morfológica da palavra "completamente".

    a) Advérbio.

    b) Adjetivo.

    c) Verbo.

    d) Substantivo.

    e) Pronome.

    12 – Assinale a opção que apresenta o tempo verbal CORRETO da palavra

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