Os Párias
()
Sobre este e-book
Dois irmãos são arrancados de suas camas no meio da noite pelo governo e levados para uma fortaleza isolada nos cantos mais distantes da Siberia.
Amizades se formarão e a lealdade será testada enquanto os dois irmãos lutam para se encontrarem, mas tragédia ronda o complexo e relações de sangue nem sempre significam família.
Destinos se entrelaçam e os fatos colidem em “Os Párias”, neste conto explosivo de Erik Hofstatter, autor do aclamado “Contos Moribundos”.
Relacionado a Os Párias
Ebooks relacionados
Inferno: Trilogia Arcanjo, #3 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Princesa E O Rei Vampiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistorietas de Terror Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNévoa: A história de um guardião de fantasmas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasErik Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Adaga de Granada: As Lendas do Esquecimento, #1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSaga Elementar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNightmares - contos pós pandemia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Boca da Noite: Colectânea de Contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmnésia Vol. I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLemniscata Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSebastian Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAlegoria do Terror: Livro 3 - Do premiado autor de Bichos Urbanos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Cisne Morto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÉden Nota: 3 de 5 estrelas3/5Anjo do Fogo: Anjos Caídos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnquanto eu dormia... Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAnjos Negros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeia-Noite Chega com o Amanhecer - A Praga Vampírica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEscada E Cristal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCasa Mal-Assombrada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAscensão da dama da noite: as crônicas de Aljana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Fonte Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuando Escolheram Por Mim Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Última Matilha de Lobisomens Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBruxos do Diabo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNoites Sombrias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDeicídio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNo rastro da neve Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Do Além Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ficção de Terror para você
Creepypastas: Setealém Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos de fadas sombrios Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO medo à espreita e outras histórias Nota: 5 de 5 estrelas5/5Possessão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA rainha dos condenados Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Corvo e outros Contos Nota: 5 de 5 estrelas5/5O livro maldito Nota: 4 de 5 estrelas4/5Histórias de Horror Brasileiras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Gato Preto e Outras Histórias Extraordinárias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO chamado de Cthulhu e outros contos Nota: 5 de 5 estrelas5/5A pata do macaco Nota: 5 de 5 estrelas5/5A queda da casa de Usher Nota: 5 de 5 estrelas5/5A volta do parafuso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Escaravelho de Ouro e outras histórias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBox – H. P. Lovecraft – O Panteão dos Mitos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEu sei o que vocês fizeram no verão passado: Alguns segredos não poderão ser esquecidos... Nota: 3 de 5 estrelas3/5Drácula Nota: 3 de 5 estrelas3/5Box Terríveis mestres Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDrácula (Edição Bilíngue): Edição bilíngue português - inglês Nota: 5 de 5 estrelas5/5Box - A ficção científica de H. G. Wells Nota: 5 de 5 estrelas5/5O vampiro Armand Nota: 4 de 5 estrelas4/5Contos Macabros Para Ler Antes De Dormir Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO corvo e outras histórias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA menina mais fria de Coldtown Nota: 4 de 5 estrelas4/5O fim e o começo de todas as coisas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Éden Nota: 3 de 5 estrelas3/5Noturno: o lado oculto da alma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLasher: As bruxas de Mayfair Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Avaliações de Os Párias
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Os Párias - Erik Hofstatter
PARTE UM
DEMYAN
O ENCARCEIRAMENTO
Eu dormia quando eles vieram. Dois homens armados com Kalashnikovs e usando roupas de proteção contra radiação. Um dos homens me agarrou pelos cabelos e me arrastou para fora do conforto da minha cama, era a última vez que eu dormiria em um colchão macio. O outro homem apontou um rifle para meu rosto antes de me dar uma coronhada.
Acordei tremendo em um chão de cimento. Mesmo com a visão embaçada, consegui distinguir uma silhueta no canto mais distante da cela – a sombra de um corpo humano – pequeno, imóvel e gélido. Tentei me levantar, mas minhas pernas fracas dobraram-se e desabei de volta ao cimento imundo.
Sem fôlego, fiquei deitado e examinei o entorno. Sólidas, as paredes cinza, com rachaduras que variavam da espessura entre um fio de cabelo e enormes fissuras, me cercavam como um mapa de veias.
O ar era úmido e mofado. A única iluminação vinha de uma minúscula janela selada com barras, a sete metros do chão e inalcançável. Duas camas de palha alinhavam-se à parede oposta. Parecia ser algum tipo de cela.
Esfreguei meus pés doloridos e notei um buraco no meio do chão. Não havia nenhum banheiro visível, então concluí que aquilo deveria ser minha latrina. O corpo no canto fez um movimento súbito. Recuei rastejando até estar completamente contra a parede. Um cabelo longo e preto cobria seu rosto.
— Urgh… Demyan?
Reconheci a voz imediatamente e flutuei na sua direção depressa. Com delicadeza, movi seu corpo frágil e a envolvi nos meus braços, tirando seu cabelo do rosto.
— Akilina, você está viva, — sussurrei com ternura.
Olhei fixamente para seu rosto por bastante tempo. O olho de Akilina ainda estava fechado; o outro olho... Desaparecido. Um galo enorme decorava sua testa anormal, que por sua vez, se projetava para fora como um chifre de rinoceronte. Lágrimas de satisfação rolaram pelo meu rosto. Sentia-me grato por dividir a cela com minha irmã.
Akilina permaneceu apática deitada em meus braços. Reunindo todas as minhas forças, levantei e caminhei, como se carregasse uma bigorna sobre a areia movediça, para depositar seu corpo frágil em uma das camas de palha. Minhas pernas e braços continuaram a tremer de exaustão por muitos minutos depois.
Enquanto ela dormia, inspecionei as paredes. Procurava por qualquer mensagem que pudesse ter sido deixada por um ocupante anterior, mas nada encontrei. A porta da cela não cedeu nem um milímetro quando a empurrei com toda a minha força.
Por um momento, cheguei a considerar a latrina como rota de fuga, mas era muito estreita para qualquer um de nós. Estávamos sem saída.
VOZ DAS PROFUNDEZAS
Na manhã seguinte, encontrei duas vasilhas de mingau e dois copos de água no chão. Estranhíssimo, não tinha ouvido ninguém entrar. O choque de ser abduzido deve ter cobrado um preço alto ao meu corpo. Voraz, eu comi como um animal e lentamente dei de comer a Akilina. Ela estava ainda muito fraca e traumatizada. Gotas de suor se formavam em sua enorme testa, sinal claro de febre. Acariciando seus cabelos negros, deixei que ela dormisse em paz e passei a andar de um lado ao outro, esperando que um plano surgisse na minha mente.
Nasci com uma deformidade no quadril, o que tornava a tarefa de correr impossível para mim. O desastre acontecera há mais de dezessete anos. Minha mãe sempre falava sobre o assunto e sobre como meu pai tinha morrido por causa do acontecido. Ela também culpava seus genes por nossas deformidades.
— Eu devia ter abortado vocês dois, — ela me dizia sempre.
No entanto, não ficava com raiva dela. Eu teria me abortado se tivesse tido a chance. Sempre fui diferente, e não por causa das anormalidades, mas porque eu tinha uma visão de mundo díspar de todas as outras das pessoas.
Eu me sentia grotesco, mas pelo menos recebi a benção da inteligência. Tinha mais poder mental do que as crianças nascidas após a radiação.
Nossa mãe costumava nos assustar contando histórias nas quais o governo levava crianças malcriadas para trancá-las em um asilo escondido nas profundezas das regiões mais isoladas da Sibéria; por isso éramos sempre bem comportados.
Caminhei pela cela por alguns minutos. Como poderíamos escapar? Não tinha nem ideia de onde estávamos! Não tinha mais ninguém da família além de minha irmã e minha mãe, ambas trancafiadas neste lugar infernal.
Akilina agitou-se e soltou um gemido. Ajoelhei-me ao lado dela e senti sua temperatura. Ela ardia em febre. O que podia fazer para diminuir sua temperatura? Subitamente, ouvi um som metálico e um barulho de chave sendo girada. Dois homens vestidos em suas roupas de proteção entraram, exatamente como na noite da abdução. Abracei minha irmã tentando protegê-la, mas um dos homens deu um chute impiedoso que me faz voar do outro lado da cela.
O outro homem a lançou por cima do ombro como um pedaço de