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A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): A Anatomia de Um Trauma
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): A Anatomia de Um Trauma
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): A Anatomia de Um Trauma
E-book65 páginas47 minutos

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): A Anatomia de Um Trauma

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Sobre este e-book

O presente trabalho tem a pretensão de apresentar a origem do contexto sociocultural dos soldados na Primeira Guerra Mundial (1914–1918), explorando questões como o cansaço resultante da falta de sono adequado para repor suas energias exaustas, os precários hábitos alimentares (rações) que afetavam sua saúde física, o constante medo da morte enfrentado por todos, a presença de desejos sexuais homoafetivos como forma de buscar prazer e aliviar a dor, as adversidades decorrentes do surgimento do vírus Influenza devido ao crescente número de mortos nas trincheiras, e, consequentemente, o uso de drogas (bebidas e tabacos) como tentativa de escapar desses sofrimentos.
Para coletar informações, foram utilizados jornais da época e diários de ex-soldados, que revelavam o dia a dia no front de batalha. O objetivo da análise é encontrar vestígios daqueles que, além dos entorpecentes, utilizavam a escrita poética como uma forma ordenada de expressar seus sentimentos diante da morte.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento25 de ago. de 2023
ISBN9786525457192
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): A Anatomia de Um Trauma

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    A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) - Guilherme Müller

    1. INTRODUÇÃO

    Com o surgimento da Primeira Guerra Mundial (1914–1918), o mundo observou as ações de todos aqueles que ansiavam pelo poder por meio da dominação, na qual o valor da espécie humana era reduzido ao simples alistamento militar, pois bendito era aquele país que conseguia reunir um número considerável de pessoas que estavam dispostas a morrer defendendo suas crenças e ideologias, construídas a partir de um contexto cultural. Nesses aspectos, ninguém poderia imaginar que esse conflito iria causar tamanha diferença na vida daqueles que presenciaram cada instante e puderam ter a sorte ou o azar de sobreviverem para contar suas experiências.

    A divisão da Europa estava traçada entre as potências europeias que faziam parte da formação da Tríplice Entente² e da Tríplice Aliança³, levando seus soldados, em 1914, ao início de estratégias militares que iriam devastar qualquer ambiente, por onde cada pelotão teria que passar para chegar à sonhada e almejada vitória.

    Nessas circunstâncias, os primeiros passos para os campos de batalhas eram direcionados para a união e o acolhimento, em que o cuidado com o outro seria transformado na reformulação daquele suposto contexto familiar, que, nos próximos anos, seria o grau de parentesco mais próximo que qualquer soldado poderia ter a oportunidade de formular. Dessa maneira, o anseio por conhecer como eram as condições de vida daquelas pessoas, quais foram as possíveis doenças⁴, as dificuldades enfrentadas e, por fim, os meios utilizados pelos soldados para que conseguissem escapar de todos aqueles sofrimentos acabaram delimitando a necessidade de direcionar a pesquisa, para obter mais informações sobre esses aspectos, que foram sendo coletados a partir de duas fontes — os jornais de época⁵ e alguns diários — que por sorte sobreviveram ao tempo para realçar as traumáticas lembranças da guerra.

    Utilizando-se por pauta esses argumentos e as fontes disponíveis (jornais e diários), que serviram para essa contextualização, a pergunta que se pretende responder durante o estudo é: como era a vida dos soldados nos campos de batalha e o que eles faziam para amenizar seus sofrimentos?

    A elaboração dessa questão teve como pretensão dissecar todo o contexto social e cultural que foi sendo construído ao redor das companhias militares, tendo o objetivo de demonstrar que o mais difícil na vida depois de um trauma não é simplesmente sobreviver como muitos pensam, mas sim tentar encontrar o equilíbrio na paz novamente, sem que haja nenhuma interferência que irá absorver aquele homem de suas traumáticas lembranças novamente.


    2 Composta originalmente por três países centrais: França, Inglaterra e Rússia, que depois foram ampliando seus acordos políticos com outros países.

    3 Composto inicialmente por três países: Alemanha, Império Austro-húngaro e pela Itália, que posteriormente veio a trocar de lado, indo para o primeiro grupo, devido a negociações econômicas e políticas.

    4 Conforme o número de mortos foi aumentando ao longo do conflito, as trincheiras acabavam sendo utilizadas como jazidas, o que veio a ocasionar o surgimento da pandemia de gripe (mais conhecida como a gripe espanhola), que teve seu início em 1918 nos campos de batalhas e acabou ramificando o número de bactérias entre aqueles que estavam no local, levando alguns ao inevitável óbito.

    5 Que informavam as pessoas sobre tudo o que estava acontecendo no período, em relação às possíveis alianças entre as nações, ao mesmo tempo em que eram colocados também os relatos de alguns combatentes, que realçavam o que estavam presenciando para os jornalistas que iam a campo coletar as informações para o periódico.

    2. A VIDA DE AÇO NO BARRO

    O início de uma guerra sempre será um fato desolador de se observar, tanto para aqueles que participam dela diretamente, sendo obrigados a se alistar e servir ao seu país, como para aqueles que indiretamente, por mera sorte, têm o privilégio de acessar por meio da imprensa, toda a cobertura da trajetória do conflito. E, nesse caso, não veio a ser diferente com o surgimento da Primeira Guerra Mundial (1914–1918), que aos poucos foi devastando os países da Europa, deixando rastros de morte e sofrimento ao longo

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