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Cabelo de Petróleo: Ambição e Paixão
Cabelo de Petróleo: Ambição e Paixão
Cabelo de Petróleo: Ambição e Paixão
E-book120 páginas1 hora

Cabelo de Petróleo: Ambição e Paixão

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Sobre este e-book

Cabelo de Petróleo: Ambição e Paixão é uma obra requintada e sedutora, que mergulha o leitor na trajetória fascinante de Claudia Tour. Originária de uma família simples, Claudia é uma mulher assumidamente homossexual e determinada a enfrentar todos os desafios que a vida lhe impõe, tanto pessoais como profissionais.
Neste romance fictício-documentário, o leitor acompanha Claudia enquanto ela ascende ao mundo competitivo dos mercados machistas das décadas de 80 e 90, tornando-se uma grande executiva. O livro, porém, também, explora a questão do amor e do grande amor ausente em sua vida, questionando onde se encaixa o amor nessa jornada de ambição e determinação.
À medida que a história se desenrola, o enredo apresenta outras personagens cujas histórias se entrelaçam, criando um cenário real e intenso. Diálogos expressivos enriquecem e reafirmam a personalidade de cada personagem, revelando o cotidiano de uma mulher idealista que, por meio de sua determinação e talento, alcança seus objetivos.
O livro desafia convenções e preconceitos, misturando amor e relacionamentos em um contexto complexo de negócios. A narrativa envolvente do autor desperta o prazer da leitura, instigando o leitor a continuar a acompanhar os surpreendentes desdobramentos de cada capítulo.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento27 de out. de 2023
ISBN9786525460987
Cabelo de Petróleo: Ambição e Paixão

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    Cabelo de Petróleo - Tania de Mello

    PARTE UM

    Ela e Lorena

    Determinação

    Em 1986, Cláudia Tour Bomtempo, aos vinte e seis anos, vivia num bairro pacato em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Tinha o privilégio de morar em frente à orla e, quando a noite vinha, os refletores do porto iluminavam o mar sereno e misterioso da baía de Sepetiba. Do terraço de sua casa, acompanhou esse espetáculo durante alguns anos.

    Seu mundo era calmo; sua criação, simples. E o cotidiano seguia sem grandes alterações. Cláudia apenas alimentava o imenso desejo de prosperar, melhorar a qualidade de vida da sua família e mudar para uma linda casa de frente para o mar na Zona Sul do Rio de Janeiro. Sempre aspirou ser uma pessoa importante e rica — muito rica, em que tudo estivesse ao seu alcance e não conhecesse o significado da palavra privação. Era o que sonhava dia e noite.

    De uma família humilde, tudo que ela possuía era com extremo sacrifício. Sempre se destacara dos irmãos, os quais, ao contrário dela, satisfaziam-se com pouco. Para eles, conformados e prostrados, tudo estava bom.

    Cláudia não estudou nos melhores colégios, porém, graças à sua determinação, aprendeu tudo o que lhe foi ensinado, até que pôde frequentar os cursos gratuitos oferecidos por instituições privadas na área de vendas. Completou seu segundo grau estudando à noite, pois já trabalhava para ter seus mimos. Eram poucos, contudo, conquistados por ela, por seu empenho. Sempre gostou de se vestir bem, e trabalhava para isso. Nas inúmeras entrevistas de trabalho, era selecionada não só pelo conhecimento, mas também por sua aparência.

    Começou cedo sua busca por algo melhor no mundo dos negócios, e se tornar sua própria patroa era a sua principal meta.

    Costumava frequentar as praias da restinga da Marambaia, território particular da União, com o fito de tranquilizar a alma e o espírito, refugiando-se com seus sonhos. Com a autorização do primeiro-tenente da base militar da Marambaia, acampou seguidas noites na restinga. Levava sempre na mochila seus ideais, suas fantasias, seus sonhos profissionais e amorosos, além de uma garrafa de vodca para se aquecer da brisa que fustigava contínua ao redor do acampamento naquele paraíso.

    Quem nunca almejou se realizar profissionalmente e ter um grande amor?

    Com ela não seria diferente…

    Ficava na paz das areias da praia, divagando livre em viagem onírica e sem fim. Lembrava-se como se fosse hoje daqueles navios atravessando o horizonte. A magia da recordação se perdia dentro dos seus olhos ansiosos.

    Não gostava muito de sair em grupos, detestava noitadas e não ligava para namorar, mas sempre tivera facilidade para fazer amigos, apesar de selecioná-los. Sempre quis ficar ao lado de quem lhe passasse experiências, de pessoas inteligentes e determinadas, pois precisava tirar proveito de cada conversa. Assim conheceu Arthur, e logo se tornaram grandes amigos. Ele a aceitava do jeito que era e respeitava sua orientação sexual.

    Cláudia sempre tivera atrações por mulheres, porém, mesmo assumida, evitava se envolver e causar impactos desnecessários a pessoas não muito liberais. Nunca pensou em causar nenhum constrangimento quanto à sua orientação sexual, nem fez disso um transtorno para a sua vida e a de quem a cercava.

    Arthur sempre foi um bom ouvinte nas horas em que ela precisava falar dos seus assuntos pessoais. Era um homem inteligente e ambicioso, o que a deixava à vontade para falar de suas aspirações, da vontade e da determinação que tinha em realizar seus objetivos. Numa dessas conversas, ele, que era engenheiro de petróleo, vendo seu interesse, falou a respeito do crescimento desse setor e que ela possuía um excelente perfil para representar os serviços e produtos com os quais ele trabalhava no Brasil.

    — Eu?! — perguntou surpresa, apesar de saber do seu potencial em vendas e da pessoa ambiciosa e determinada que era.

    Arthur Menezes trabalhava na plataforma de petróleo da Bacia de Campos para uma empresa multinacional em Macaé, hoje conhecida como o polo petroquímico do estado. Percebendo de imediato seu interesse, ele logo entrou nos detalhes rendosos e bastante lucrativos que essa representação significava, o que, definitivamente, encaixava-se perfeitamente com seu perfil. Era a porta pela qual Cláudia tanto esperava poder entrar.

    Como uma excelente representante comercial, empenhando-se ao máximo para alcançar as metas de vendas e sempre ultrapassando as expectativas das empresas que representava, ela trabalhava com muito afinco e gostava do que fazia, só lhe faltava uma oportunidade real. E, ao que tudo indicava, a hora havia chegado.

    Arthur, mesmo sabendo de todo o potencial dela, naquele momento, não tinha meios de ajudá-la. Cláudia teria que esperar. Ela não desanimou. Continuou trabalhando e se especializando na área que escolhera. A porta iria se abrir, tinha certeza disso. Algo dentro dela, talvez uma centelha, avisava que estava no caminho certo.

    Seria num desses dias comuns que, mesmo sem querer ou procurar, sua vida tomaria outro rumo…

    Tarde chuvosa

    Num dia chuvoso, uma amiga, por falta de companhia, convidou Cláudia para acompanhá-la ao seu psicanalista, nesses centros médicos de classe média alta na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Apesar de gostar de ser útil, foi um custo para ela aceitar, já que aproveitava a folga do dia para estudar um pouco, além de, sem querer reclamar, saber que a amiga era dessas que só procurava alguém quando precisava.

    Cláudia sempre fora agitada, detestava ficar parada sem fazer nada, muito menos sem conversar enquanto esperava por algo. E foi nessa inquietação da espera, observando a chuva pelas janelas, que tudo começou…

    Na sala de espera, enquanto sua amiga se consultava, entrou uma mulher que era impossível não olhar. Que postura! Que beleza! Que perfume! Seus traços finos e atraentes a deixaram, no mínimo, curiosa. E como numa

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