Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Último Ranchinho De Sapé
O Último Ranchinho De Sapé
O Último Ranchinho De Sapé
E-book78 páginas58 minutos

O Último Ranchinho De Sapé

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

O último ranchinho de sapé é uma cativante viagem ao passado, mergulhando em uma época em que a tradição oral e a contação de histórias eram elementos essenciais do folclore do homem simples da zona rural, que passa por profundas mudanças provocadas pelo êxodo rural. Nesta narrativa, o cômico e o trágico fazem parte do cotidiano dos personagens, provocando uma profunda reflexão e mexendo com a sensibilidade do leitor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de out. de 2023
O Último Ranchinho De Sapé

Relacionado a O Último Ranchinho De Sapé

Ebooks relacionados

Religião e Espiritualidade para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de O Último Ranchinho De Sapé

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Último Ranchinho De Sapé - Gilberto Braz Almeida

    BIOGRAFIA DO AUTOR

    Gilberto Braz Almeida nasceu no dia 22 de outubro de 1947, na Água do Cerne, município de Sertanópolis, pelas mãos de uma parteira, sua avó Aurora. Ele é filho de João Batista Almeida e Beatriz da Conceição Almeida, e é o primogênito de uma família de oito filhos.

    No início de sua educação, Gilberto estudou até o terceiro ano na Escola Rural Campos Sales, Água do Cerne. Posteriormente, completou o quarto ano no Grupo Escolar Brasílio de Araújo, na cidade de Bela Vista do Paraíso, morando na casa de um tio paterno.

    Dos doze aos dezoito anos, Gilberto trocou o caminho da escola pelo trabalho na roça. Ele teve uma dura vida de lavrador, com mãos calejadas e roupas remendadas, trabalhando nos cafezais da família.

    Aos dezoito anos, Gilberto veio morar, com sua família, na cidade de Sertanópolis. Ele completou a segunda fase do Ensino Fundamental na Escola Estadual Monteiro Lobato, no período noturno.

    Posteriormente, Gilberto cursou o Ensino Médio no Colégio Estadual Marcelino Champagnat, na cidade de Londrina. No ano de 1976, concluiu a licenciatura em História pela Universidade de Londrina. Nesse mesmo ano, ele se casou com Ivone Antônia de Oliveira Almeida. Dessa união, tiveram dois filhos: Fábio e Érika. Mais tarde, vieram os netos: João Otávio e João Fernando.

    Desde o ano de 1977 até 2022, Gilberto atuou como professor, passando por escolas particulares e estaduais de Sertanópolis, lecionando disciplinas como História, Geografia, Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso. Ele também ocupou o cargo de Diretor Auxiliar na Escola Estadual Monteiro Lobato e de Diretor no Colégio Teotônio Vilela, na cidade de Sertanópolis.

    Como poeta e escritor é autor de dois livros: Vozes da Natureza (poesia, 1992) e O Casarão do Cerne (romance, 1998).

    INTRODUÇÃO

    Final do segundo milênio. Os personagens de O último ranchinho de sapé, mesmo fictícios, testemunham as grandes mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas ocorridas no Brasil e no mundo durante o século XX.

    Ninguém pode negar que foi o século das grandes e radicais transformações. A humanidade deixou de viajar na velocidade das patas dos cavalos para atingir a velocidade das naves espaciais. Por pouco, as bombas nucleares não silenciaram o planeta Terra.

    Aconteceu uma grande revolução tecnológica: os homens trocaram ferramentas milenares e rudimentares por máquinas sofisticadas. 

    Com o avanço da tecnologia, o planeta Terra atravessou o ponto de equilíbrio no que diz respeito à preservação do meio ambiente.

    Na guerra entre o capitalismo e o comunismo, o comunismo soviético foi nocauteado, culminando com a queda do Muro de Berlim. 

    O capitalismo fortalecido levou a humanidade de arrastão para uma nova economia globalizada. Concretizou-se um novo colonialismo excludente, impiedoso, frio e premeditado. Pode-se afirmar que se registram, com sangue e suor, novos capítulos da história da humanidade: empresas transnacionais plantam raízes em todos os continentes.

    Pergunta-se, então, o que será de dois terços da população mundial, se os tempos da mão de obra barata e desqualificada já ficaram para trás e os mesmos não se enquadram como consumidores ativos da nova ordem econômica. Com certeza não haveria emprego para todos, mesmo que fossem qualificados?! Espera-se que não sejam varridos da face da terra pela fome, violência e as drogas.

    A humanidade do terceiro milênio terá muito que aprender com os personagens de O último ranchinho de sapé, que se perderam no tempo diante das mudanças radicais provocadas pelo êxodo rural, construtor das favelas, como se os seres humanos menos favorecidos não tivessem direito a uma moradia digna e segura.

    Mas de lá, do farelo entre ruínas do ranchinho de sapé, vem um grito de alerta. Ou, quem sabe, um momento de reflexão.

    O último ranchinho de sapé representa uma viagem a um tempo em que a narração de histórias fazia parte do folclore do homem simples da zona rural. Trata-se de uma narrativa onde o cômico e o trágico fazem parte do cotidiano dos personagens, com o propósito de mexer com a sensibilidade do leitor.

    Propositadamente, prefere-se deixar nas entrelinhas o local exato onde transcorre a narrativa do livro, para aguçar a imaginação criativa também do leitor.

    1

     Entre as décadas de 1960 e 1970, uma chuva de dólares, em nome do fortalecimento do capitalismo norte-americano, foi transformada em financiamentos agrícolas.

     Esses financiamentos foram abundantes na região Norte Novo Paranaense. Nessa época, anunciavam-se mudanças radicais, em todos os segmentos da economia brasileira, com a única finalidade de barrar o crescimento do socialismo, devido à tão propagada Guerra Fria. Grande parte desse dinheiro, na forma de financiamentos agrícolas, acabou nas contas bancárias de alguns poucos favorecidos, que eram correligionários dos políticos da situação. 

    Infelizmente, as pequenas propriedades cafeeiras, predominantes nessa região, estavam com os dias contados, tornando-se um prato cheio para os novos compradores de terras.

    O Sítio Dois Irmãos era uma das poucas propriedades rurais que ainda restavam nas mãos dos antigos proprietários. 

    Os irmãos, Bento e Juca, herdaram a propriedade dos pais. 

    Bento casou-se com

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1