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Guerreiro Do Velho Chico: A História Do Rio São Francisco
Guerreiro Do Velho Chico: A História Do Rio São Francisco
Guerreiro Do Velho Chico: A História Do Rio São Francisco
E-book82 páginas51 minutos

Guerreiro Do Velho Chico: A História Do Rio São Francisco

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Sobre este e-book

O enredo se passa nas margens do Rio São Francisco. Através do personagem atemporal Guerreiro do Velho Chico, o livro convida o leitor a fazer uma viagem no tempo, conhecendo os episódios que aconteceram, tendo como cenário o Velho Chico. A priori, o Guerreiro convive com os índios caetés, a tribo que habitava o sul do litoral pernambucano, todo o litoral alagoano e o norte do litoral sergipano e, portanto, a Foz do Rio São Francisco. Os caetés foram acusados de matar e comer o primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, o que desencadeou a maior chacina indígena da história do país. O livro também aborda a história do surgimento do primeiro núcleo de povoamento do Rio São Francisco, a edificação do Forte Maurício de Nassau, o povoamento do Alto São Francisco propulsionado pelo Ciclo do Ouro, a passagem do Imperador Dom Pedro II pelo Baixo São Francisco e a construção da primeira usina hidrelétrica do Velho Chico. Além disso, apresenta uma pequena biografia de uma lenda viva do Rio, Toinho Pescador, questões ambientais, dentre outras.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de nov. de 2020
Guerreiro Do Velho Chico: A História Do Rio São Francisco

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    Guerreiro Do Velho Chico - Eugênio Bulhões

    – PREFÁCIO –

    Os rios sempre exerceram um fascínio especial sobre os seres humanos. Ademais de tratar-se do elemento água, por essência a fonte da vida que conhecemos, eles funcionam como se fossem as veias e artérias de qualquer território. Vasos comunicantes se preferirem assim.

    Mas não somente isso. Os rios são estradas ancestrais, berços inesgotáveis da biodiversidade, condutos de todas as civilizações nômades ou sedentárias, arquivos imorredouros da história do planeta e das pessoas, liga indispensável para economias, sociedades, movimentos migratórios, produção e reprodução das condições de existência de povos que se perdem na poeira do tempo.

    Eles fazem parte da memória coletiva dos ribeirinhos e junto com a paisagem estão entranhados em suas trajetórias de vida, em suas referências existenciais mais profundas, em suas experiências mais fortes, em suas fantasias, aventuras e poesia.

    Com o Rio São Francisco não poderia ser diferente. Grande, majestoso, incrustrado em uma bacia hidrográfica de dimensões continentais, atravessador de biomas, climas e paragens infindas, ele mesmo um mosaico extraordinário de geografias, vida aquática, climas, gente, rimas, violas e violões, tarrafas e embarcações.

    Não é de estranhar, portanto, que o Velho Chico seja eternamente cantado em verso e prosa e motive tantos relatos, sejam eles os relatos áridos da ciência, os escritos frios da economia ou as criações inspiradas no formidável caudal de cultura que produz e reproduz continuamente.

    Luís Eugênio Bulhões é mais um ribeirinho capturado por essa magia que emana das águas franciscanas. Jovem, talentoso, desde cedo compreendeu que o rio não é apenas um leito onde passam águas que nos servem para os mais diversos usos.

    Para muito além do dia a dia da pesca, da captação das águas para o abastecimento das cidades, da diluição de efluentes, da navegação, do uso dos recursos hídricos para a indústria e a mineração, do barramento do leito para a geração hidrelétrica e a irrigação, ele aprendeu a ver o significado do Velho Chico mais longe, bem mais longe do que a percepção comum, utilitarista e acomodada, costuma nos oferecer.

    Compreendeu que os rios acima de tudo são ecossistemas e não canais de cimento por onde passam águas. E, pensando assim, juntou-se aos que, como ele, arregaçam as mangas para preservar Opará, batizado São Francisco e apelidado Rio da Integração Nacional, patrimônio natural e brasileiro até hoje tão degradado e maltratado pela miopia das populações e dos governos.

    Desde que ingressou no ensino superior, Luís fez da sua formação acadêmica e de sua atuação no movimento estudantil um instrumento para chamar a atenção para o Rio São Francisco e sua problemática. Estudou, mobilizou, falou, articulou, propôs, fez coisas concretas em defesa de uma gestão sustentável, urgente, para as nossas águas. E, pelo visto, é uma causa da qual ele seguramente não irá separar-se jamais.

    Por isso é com prazer que apresento esse misto de relato histórico e crônica romanceada que Luís nos brinda nas páginas que seguirão à frente. É um trabalho que demonstra o quanto ele se engajou na pesquisa histórica sobre o Velho Chico e seu processo imemorial de ocupação e interação antrópicas, sem a pretensão de escrever qualquer tratado, mas sim de produzir uma peça literária acessível, curta e bastante objetiva, elaborada em linguagem agradável, e tudo isso tecido com um fio ficcional, o chamado Guerreiro do Velho Chico, que simboliza todo o espírito dos que se emocionam com a grande aventura franciscana.

    Da história do povo Caeté, à lendária tribo indígena que, do litoral sul de Alagoas, simbolizou a resistência ao colonizador sanguinário que tingiu de vermelho as águas do Velho Chico, passando pela fundação de Penedo, o primeiro núcleo habitacional do grande rio, até chegar à saga quilombola, o abolicionismo da família Lemos e a visita de Dom Pedro II ao Baixo São Francisco, Luís nos faz viajar em tempo curto, porém atraente e fixador, pelos séculos que nos separam do antes e do depois do Descobrimento do Brasil.

    E ainda abre os espaços para homenagear Toinho Pescador e sua poesia, como se Toinho, vivente de carne e osso, fosse a própria materialização humana do Guerreiro do Velho Chico, numa simbiose literária que mistura vida e ficção, mas num contexto em que a vida é mais forte do que a ficção, pois o objetivo real de Luís é produzir uma mensagem simples, inteligível, descomplicada, educativa. Para o que se propôs, Luís Eugênio Bulhões

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