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E-book122 páginas42 minutos

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Sobre este e-book

Poesia como escrita de estados de alma, assumidos e expostos sem recorrer a metáforas, símbolos ou disfarces; apaixonada, expressa na interioridade da primeira pessoa, apelando à identificação do outro e com outro. Um dilacerado sentimento de saudade, onde o futuro não é uma realidade espiritual difusa, mas uma realidade espiritual e pessoal para além do tempo, do Cronos e suas entropias. Teimosa certeza, saudade do futuro como Kairos, saudade desejo do amor Ágape. Poesia como urgência da escrita, procura de renovados lampejos de uma eternidade já entrevista, e com o testemunho de uma comunhão vivida e partilhada. Emília Nadal, Pintora
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de dez. de 2023
ISBN9788410047945
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    ENCONTROS - Horácio Lopes

    Encontro

    Lopes, Horácio

    ISBN: 978-84-10047-94-5

    1ª edição, agosto de 2023.

    Conversão formato e-Book: Lucia Quaresma

    Editora Autografia Edição e Comunicação Ltda.

    Rua Mayrink Veiga, 6 – 10° andar, Centro

    Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20090-050

    www.autografia.com.br

    Todos os direitos reservados.

    É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem prévia autorização do autor e da Editora Autografia.

    Ao Abrir

    Livro de Sonhos

    Este é um livro de sonhos. O meu livro de sonhos. O livro dos meus sonhos. O livro onde escrevi os meus sonhos.

    Alguns deles são sonhos verdadeiros. Outros passaram a sê-lo ao verem-se escritos; mas não são menos verdadeiros só por causa disso. Outros, enfim, são fantasia na mais pura acepção da palavra. São sonhos que hei-de um dia sonhar. Para já, apenas sonho sonhá-los.

    Ouvir este rumor de mar, sentir o seu cheiro e a sua brisa, fez-me sonhar acordado. Das poucas coisas da vida que recordo com grata lembrança, talvez seja esta a maior. Sonhar… sonhar… sonhar… e nunca mais adormecer! E, assim, nunca acordar.

    Sinto-me um pobre e louco velho, farto de marejar. Toda a vida quis desbravar o meu oceano interior. Vezes sem conta me perdi e, por espanto e graça, sempre reencontrei o caminho. Se soubesse como, gostaria de ensinar isto a alguém; por isso ando a pensar. É deste livro o único fim.

    Descobri há bem pouco que na verdade não sou marujo. Nasci e cresci por detrás de montes e pedras, bem longe do mar. Nunca entrei num barco. Sei-o agora: sou apenas pobre e louco. Cada vez mais pobre e cada vez mais louco. E velho. Por isso posso falar. E pedir e esperar que me ouçam.

    Deixem-me ser

    Não sou muito velho ainda. Vivi o tempo muito depressa, porque muitos dos anos que tenho vivi-os por antecipação, tão sôfrego estava de vida. Depois, quando o calendário os contou, já não contavam. Tinha-os consumido antes que chegassem.

    Passei metade da minha vida a dissipar a outra metade. E agora encontro-me sem idade. Apenas acumulei dias. Tanto quis viver que me perdi. Perdi o tino e o rumo; podei raiz com ramo na ânsia de comer o fruto.

    Guardo ainda o ácido travo nos lábios e dentes por não ter sabido esperar que a vida amadurecesse. Abocanhei com tal fúria que não pude saborear. Traguei com tanta voracidade que não mastiguei…

    Agora, que tenho tempo, sabe-me a boca a fel. Se tivesse sabido esperar, poderia, pelo menos, recordar o sabor do mel que comi… Mas como, se o não tirei dos favos? Se o sorvi pensando já no que viria depois…

    O meu corpo não pode já acompanhar o ímpeto dos meus pensamentos. Estes, coitados!, nunca souberam esperar… E agora já é tarde demais para aprender.

    Restar-me-ia antecipar a morte, se ainda não tivesse morrido. Mas quero já a ressurreição da carne... e sem sermões da Paixão.

    Deixem-me só. Deixem-me ser. Deixem-me morrer.

    Raízes

    Nunca percebi se os montes da minha terra sobem ou descem. Mas não alimento a esperança de vir a descortinar tão escondido sentido e, assim, decifrar o mistério que neles se encerra. E se vier a descobri-lo confesso que

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