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Criar Paz No Ambiente
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E-book539 páginas6 horas

Criar Paz No Ambiente

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Meu objetivo com este livro é REFLETIR SOBRE COMO “criar paz no ambiente”, e “viver e buscar uma espiritualidade de paz e harmonia nos exercícios inacianos”, pensando sobre o que é paz? Lemos no Evangelho de São João 20,19-31: “Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco’. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: ‘A paz esteja convosco’. Jesus vem, coloca-Se no meio dos discípulos e diz-lhes: “A paz esteja convosco!”. Esta saudação de Jesus é, ao mesmo tempo, um desejo e uma realidade, conforme Suas próprias palavras no contexto da última ceia: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz!”. Jesus é o único que pode desejar a verdadeira paz, no texto anterior, percebemos que a paz é o primeiro e fundamental dom do Ressuscitado: “A paz esteja convosco!”. Jesus é o único que pode desejar e dar a verdadeira paz, a sua paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá” (Jo 14,27). Paz que é fruto da missão de Jesus, mas que é entregue à sua comunidade para que também ela seja anunciadora e fazedora da Paz: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio”. O desejo de Jesus não é somente que os seus discípulos estejam em paz, mas dá-lhes a sua paz. Não é a paz que o mundo dá. A paz não é somente ausência de guerra, muitas vezes, a paz dos cemitérios é também o respeito pela vida do outro, serviço aos irmãos. A paz que Jesus dá é a plena realização da vontade do Pai e que gera em nós a verdadeira felicidade: “ficaram cheios de alegria”. Deus cria os seres humanos para que vivam a plena realização numa relação de amor com Ele. No Senhor Jesus encontramos plena realização da paz. O documento conciliar Gaudium et spes, no número 78, propõe o tema da paz de modo positivo e bíblica ao afirmar: “A paz não é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta duma dominação despótica. Com toda a exatidão e propriedade ela é chamada ‘obra da justiça’ (Is. 32, 7)”. Esta mesma compreensão é apresentada pelo Papa Francisco: a paz “não é apenas ausência de guerra, mas o empenho incansável, especialmente daqueles que ocupam um cargo de maior responsabilidade, de reconhecer, garantir e reconstruir concretamente a dignidade, tantas vezes esquecida ou ignorada, de irmãos nossos, para que possam sentir-se os principais protagonistas do destino da própria nação”. 1 Portanto, a paz é dom de Cristo ressuscitado. Paz é caridade cristã, fraternidade universal. O apóstolo Paulo define a mensagem cristã como “Evangelho da paz” (Ef 6,15). Procuramos utilizar como metodologia a espiritualidade Inaciana, contemplativa na ação, segundo o livro dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola PARA REALIZAR A EXPERIÊNCIA DE ENCONTRO PESSOAL COM JESUS, NO EXERCÍCIO ESPIRITUAL DO DIA-A-IA O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além de do ministério da Palavra é GRUPO da Liturgia da PARÓQUIA e orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de dez. de 2023
Criar Paz No Ambiente

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    Criar Paz No Ambiente - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 4

    CAPÍTULO 1 A ESPIRITUALIDADE AJUDA A CRIAR

    PAZ NO AMBIENTE 17

    CAPÍTULO 2 BUSCAR A PAZ COM PARRHÊSIA 37

    CAPÍTULO 3 COMO A ESPIRITUALIDADE TRAZ PAZ

    NO TRABALHO 50

    CAPÍTULO 4 PAZ NA FAMILIA 63

    CAPÍTULO 5 PAZ VIOLÊNCIA E CULTURA DE

    GUERRA 73

    CAPÍTULO 6 A VIVÊNCIA DA PAZ E A

    ESPIRITUALIDADE EM QUALQUER AMBIENTE 92

    CAPÍTULO 7 BUSCAR A PAZ E O DISCERNIMENTO

    COM JESUS NO EXERCÍCIO ESPIRITUAL DO DIA-ADIA 101

    CAPÍTULO 8 PARA VIVER A PAZ DA VIDA CONSIDERAR O PRINCÍPIO E FUNDAMENTO 134

    CAPÍTULO 9 SABER DISCERNIR AS MOÇÕES DE

    CONSOLAÇÃO E DESOLAÇÃO NOS TRAZEM PAZ E

    HARMONIA NO AMBIENTE 151

    CAPÍTULO 10 CONTEMPLAR OS MISTÉRIOS DE

    CRISTO NOS TRAZ PAZ E HARMONIA 193

    CAPÍTULO 11 ENCONTRAR PAZ PARA CONFIRMAR A ELEIÇÃO NA PAIXÃO DE CRISTO 258

    CAPÍTULO 12 IDENTIFICANDO-SE A PAZ E

    HARMONIA

    QUE

    A

    CONTEMPLAÇÃO

    DA

    RESSURREIÇÃO NOS TRÁS 280

    EPÍLOGO 303

    BIBLIOGRAFIA 317

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 320

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço também aos Padres: Adroaldo, orientador do CEI, que me orientou nos exercícios espirituais, e me ajudou a construir toda experiência dos retiros, contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. À

    Márcia, minha acompanhante nos exercícios, pelas suas inspiradas orientações, à Irmã Fátima que orientou nosso grupo de oração e discernimento e me orientou na busca de conhecer a minha personalidade através das tipologias e em especial o eneagrama.

    Irmã Zenaide, psicóloga que acompanhou o nosso grupo de partilha e melhoria da personalidade. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, enfim vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    3

    INTRODUÇÃO

    A paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança; por ela aspira toda a humanidade.

    Quero iniciar este livro sobre criar paz no ambiente, e como subtítulo: viver e buscar uma espiritualidade de paz e harmonia nos exercícios inacianos, pensando sobre o que é paz?

    Lemos no Evangelho de São João 20,19-31: "Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco’. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: ‘A paz esteja convosco’. Jesus vem, coloca-Se no meio dos discípulos e diz-lhes:

    A paz esteja convosco!. Esta saudação de Jesus é, ao mesmo tempo, um desejo e uma realidade, conforme Suas próprias palavras no contexto da última ceia : Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz!. Jesus é o único que pode desejar a verdadeira paz, no texto anterior, percebemos que a paz é o primeiro e fundamental dom do Ressuscitado: A paz esteja convosco!. Jesus é o único que pode desejar e dar a verdadeira paz, a sua paz: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá (Jo 14,27). Paz que é fruto da missão de Jesus, mas que é entregue à sua comunidade para que também ela seja anunciadora e fazedora da Paz: Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio.

    O desejo de Jesus não é somente que os seus discípulos estejam em paz, mas dá-lhes a sua paz. Não é a paz que o mundo dá. A paz não é somente ausência de guerra, muitas vezes, a paz dos cemitérios é também o respeito pela vida do outro, serviço aos irmãos. A paz que Jesus dá é a plena realização da vontade do Pai e que gera em nós a verdadeira felicidade: ficaram cheios de alegria .

    Deus cria os seres humanos para que vivam a plena realização numa relação de amor com Ele. No Senhor Jesus encontramos plena realização da paz. O documento conciliar Gaudium et spes, no número 78, propõe o tema da paz de modo positivo e bíblica ao afirmar: "A paz não é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta duma dominação despótica. Com toda a exatidão e propriedade ela 4

    é chamada ‘obra da justiça’ (Is. 32, 7)". Esta mesma compreensão é apresentada pelo Papa Francisco: a paz não é apenas ausência de guerra, mas o empenho incansável, especialmente daqueles que ocupam um cargo de maior responsabilidade, de reconhecer, garantir e reconstruir concretamente a dignidade, tantas vezes esquecida ou ignorada, de irmãos nossos, para que possam sentir-se os principais protagonistas do destino da própria nação. 1

    Portanto, a paz é dom de Cristo ressuscitado. Paz é caridade cristã, fraternidade universal. O apóstolo Paulo define a mensagem cristã como Evangelho da paz (Ef 6,15).

    Mas, infelizmente o mundo vem se tornando um lugar mais violento do que no começo deste século e deve chegar ao fim de 2023 com pelo menos oito grandes guerras, além de dezenas de conflitos armados em busca de territórios ou governos, junto à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que desde 7 de outubro acumula milhares de mortos, e à invasão russa contra a Ucrânia, que completará dois anos em fevereiro de 2024, conflitos armados em grande escala estão acontecendo neste momento em Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria. É

    seguro dizer que haverá pelo menos oito guerras, mas provavelmente mais, e possivelmente dez (até o fim do ano), diz à BBC News Brasil Therese Petterson, coordenadora do Uppsala Conflict Data Program (UCDP), um projeto sueco que pesquisa, organiza e publica dados verificados sobre conflitos e é usado como referência por órgãos da ONU, pelo Banco Mundial e outras entidades internacionais. Existem diferentes interpretações sobre a definição de guerras e conflitos. Uma das mais adotadas, usada pelo UCDP e grupos internacionais de estudos sobre guerra e paz, tem o número de mortes como parâmetro, definindo como guerras os conflitos que atingem pelo menos mil mortes em batalhas em um ano.

    A paz precisa ser construída: São João Paulo II afirmava continuamente que a paz começa no coração do homem. O que principalmente precisa mudar são o coração e as atitudes da pessoa; e isso exige uma renovação, uma conversão dos indivíduos. No entanto, a paz terrena jamais se pode considerar completa porque a paz não se alcança de modo estável, mas é preciso construí-la constantemente neste 5

    mundo ferido pelo pecado. A paz acontece quando se realiza a tríplice harmonia: harmonia dos seres humanos na sua relação com Deus, harmonia na sua relação com os irmãos e harmonia na relação como o meio ambiente. A paz é uma totalidade de vida,

    abundância de vida. Nisto cumpriu-se a missão de Jesus: reconciliar os homens com Deus, reconciliá-los entre si e com toda a criação. A paz acontece plenamente na presença do Ressuscitado, pela força do Espírito. Cabe a cada um de nós acolher esta paz, a recusa em acolhê-la é um obstáculo à plena realização do plano criador do Pai e a recusa do amor. Acolher a presença de Jesus, deixando-O depositar em nós a fonte de todo amor, para reaprender a viver a fraternidade, permitimos que Ele continue em nós a sua missão de paz e seremos felizes, como declara o próprio Cristo, bem-aventurados (felizes) os que promovem a paz (Mt 5,9) O Papa Francisco fez um apelo para que cessem os confrontos, as guerras por meio de um diálogo paciente e corajoso em prol da paz. Peço-vos, de todo o coração: por favor, parem (os ataques). É tempo de parar, exclamou o Pontífice. E

    ainda: Peço que se unam em minha prece para que o Senhor conceda às populações e às autoridades destas regiões a sabedoria e a força necessárias para que seja obtido com determinação o caminho da paz. Ninguém pode participar do amor de Deus, se não estiver disposto a ser um construtor da paz, a perdoar e a reconciliar-se, tanto no nível pessoal quanto no nível social (cf. Rm 5,8.10). Essa foi a atitude do próprio Deus. O reconhecimento da dignidade do ser humano exige a paz, o respeito aos irmãos e o cultivo da fraternidade e da vida, "obra da justiça" (Is 32,17) e efeito da caridade. Sobretudo, nos nossos tempos, temos a obrigação de nos tornarmos promotores da paz e do respeito aos irmãos e irmãs recordando a voz do Senhor: Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que fizestes (Mt 25,40). Cada cidadão e cada governante deve agir de modo a evitar todas as formas de violência contra as pessoas.

    Devemos ser sinas de esperança na sociedade, o Santo Papa João Paulo II afirmou a existência de sinais de esperança, em muitos setores da sociedade, de uma nova sensibilidade cada vez mais contrária a toda forma de violência, uma sociedade sempre 6

    mais inclinada à busca de instrumentos eficazes, mas não violentos, para promover o respeito, a justiça e a paz. Na encíclica Fratelli tutti, o Papa Francisco afirma que para sermos construtores autênticos da paz, "o ponto de partida deve ser o olhar de Deus, isto porque, Ele não olha com os olhos, mas como o coração (281); como pessoas que creem, somos desafiados a retornar às nossas fontes para nos concentrarmos no essencial: a adoração a Deus e o amor ao próximo" (282); apresentar um culto sincero e humilde a Deus,

    quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor (1Jo 4,8); para o "as convicções religiosas sobre o sentido da vida humana consentem-nos reconhecer ao valores fundamentais da nossa humanidade (283); e, somos chamados a ser verdadeiros

    dialogantes (284).

    Promover a paz é atitude das obras de misericórdia. A caridade cristã reconhece uma humanidade universal, interconectada, reconhece que todos somos afetados por igual, fraternidade construída pela amizade social, concreção, reconhecimento cada um como filho, filha de Deus, como irmão e irmã uns dos outros, enfim, como humanidade. Fraternidade luta pela paz, anuncia com parresia. A palavra Parresia tem origem grega – parrhesía –, que, em tradução livre, significa liberdade de dizer tudo, pode ser entendida como franqueza, coragem e uma liberdade confiante. É também entendido como a força provinda do Espírito Santo na qual impulsiona o cristão a enfrentar com ousadia a missão por Deus confiada, ou seja, é uma forma de viver em relação aos outros e uma maneira de ser e de agir. A construção da paz tem um caminho a ser percorrido: o processo de paz é um empenho que se prolonga no tempo. É um trabalho paciente de busca da verdade e da justiça (Cf. Encíclica Fratelli tutti, 226-250).

    Um caminho percorrido a partir da verdade, num esforço perseverante e duradouro para se compreenderem mutuamente e tentar uma nova síntese para o bem de todos. Ainda, para o Papa, a verdade, justiça e misericórdia são essenciais, as três juntas para construir a paz. O trabalho tem que ser todos juntos na construção de uma sociedade baseada no serviço aos outros, na partilha com os outros e no valor de estar juntos como seres humanos. É preciso superar o que nos divide, sem perder a identidade de cada um; ir 7

    ao encontro dos mais pobres e vulneráveis; superar as desigualdades e da falta de desenvolvimento integral, do perdão partilhado. Com tudo isso, é preciso renunciar a toda força destruidora que causou o mau e que impede a verdadeira paz acontecer.

    Ao passar pelas páginas da Bíblia, encontraremos inúmeros homens que foram movidos e usados por Deus durante toda a história de salvação. Desde o Antigo Testamento até as últimas páginas do Novo Testamento, notamos pessoas cheias de Parresia que fizeram a diferença na vida de um povo. De Abraão até Moisés e também os profetas, assim como os discípulos de Jesus e os primeiros cristãos na Igreja nascente, eles foram exemplos de franqueza, homens verdadeiramente livres, corajosos e confiantes, pois eram imbuídos de um espírito de Parresia. Está narrado nos Atos dos Apóstolo a força que impulsionou esses homens a levarem a Palavra de Deus sem medo, sendo audaciosos ao ponto de entregarem a vida deles por Cristo, como podemos ler: Agora, pois Senhor, considera suas ameaças e concede a teus servos que anunciem com toda intrepidez tua palavra […] (At 4,29). Esses homens eram iletrados, grande parte deles pescadores, que tinham pouco conhecimento das letras, mas que, atingidos pelo dom de Deus, tornaram-se exemplos de homens cheios do Espírito de Deus e intrépidos na evangelização. Paulo e Barnabé puderam dar testemunho com a vida deles, que foram marcadas pela ousadia vinda de um espírito de Parresia, como afirma as Escrituras Sagradas: Então Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como, no caminho, Saulo vira o Senhor, o qual lhe dirigiu a palavra; e com intrepidez, em Damasco, falara no nome de Jesus. Daí em diante, ia e vinha entre eles, em Jerusalém, falando com intrepidez no nome do Senhor (At 9,27-28). Continua o exemplo dos dois: Quanto a Paulo e Barnabé, demoraram-se ali bastante tempo, cheios de intrepidez no Senhor, que dava testemunho à palavra da sua graça e concedia que se realizassem sinais e prodígios por meio de suas mãos (At 14,3). E consta ainda que Paulo proclamava o Reino de Deus e ensinava coisas referentes a Cristo com toda intrepidez e sem impedimento (cf. At 28,31).

    8

    Constituída por um processo histórico, social e conceitual, a Declaração dos Direitos Humanos, proclamada pela primeira vez em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU), é tema constante de debate desde o seu surgimento. Tais debates englobam além da dimensão ética, a dimensão política sobre a sua efetivação, sendo o Estado e a sociedade civil os principais atores que buscam, por intermédio das instituições sociais, o cumprimento dos direitos estabelecidos, enfatizamos como modo de compreensão dos Direitos Humanos que foram sendo constituídos desde o advento da Declaração, uma divisão por gerações de direitos. A primeira geração engloba os direitos civis e políticos, como, por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei. A segunda inclui os direitos econômicos sociais e culturais, como o direito à seguridade social, ao trabalho, a organização de sindicatos, ao lazer e descanso, e a educação. A terceira geração inclui os direitos a uma nova ordem internacional, como, por exemplo, o direito à paz, ao desenvolvimento e à proteção do patrimônio comum da humanidade. Por fim, a quarta geração, que ainda está em discussão, se refere ao compromisso com as gerações futuras, ou seja, que se possa deixar o mundo melhor para os sujeitos que estão por vir. Esta última engloba nas suas discussões as gerações anteriores, além da constituição de uma nova ordem política, econômica, jurídica e ética internacional.

    A partir da construção da Declaração dos Direitos Humanos mencionada, pode-se realizar uma relação com a profissionalização do catador de resíduos sólidos urbanos no País, visto que estes estão diretamente ligados com o compromisso com as gerações futuras pelo papel que desempenham na sociedade, sendo responsáveis por participarem do processo de reciclagem de 90% dos resíduos que retornam ao mercado de consumo do País, porém, para que estes contribuam efetivamente para o alcance dos objetivos desta última geração de direitos, é necessário que tenham garantidas condições dignas de trabalho, estabelecidas na segunda geração de direitos.

    Como estamos refletindo e iremos abordar durante o desenvolvimento deste livro, a paz é um estado de espírito, uma 9

    sensação de tranquilidade e leveza de estar de bem consigo mesmo, com as pessoas ao nosso redor e com o universo. Para alcançar esse equilíbrio emocional é necessário adotar hábitos que promovam a serenidade dentro de ti e, assim, ela será refletida em todas as suas ações. Se você deseja viver em um ambiente harmonioso e pacífico, faça a sua parte e seja você a mudança que almeja encontrar nos outros. Para isso, daremos dicas de como viver em paz e plantar sementes positivas por onde passar. Duas coisas que determinam o tipo de energia que iremos receber são as nossas atitudes e os nossos pensamentos. Nesse sentido, se deseja obter energias positivas para viver em paz, mostre ao universo que é merecedor disso através de suas ações positivas. Evite entrar em conflitos desnecessários, não julgue as pessoas levianamente, não aja de forma violenta, busque ser justo ao tomar decisões, enfim, seja alguém que realmente prioriza a tranquilidade e promove a paz em cada gesto.

    O amor é um sentimento extraordinário que nos faz querer ver as pessoas que amamos felizes. Contudo, é importante que saiba diferenciar o afeto que sente da necessidade de controlar o outro. Zelar pela felicidade de quem se ama é uma atitude muito bonita, uma verdadeira demonstração de generosidade e carinho, mas lembre-se que todos são livres para agir e tomar decisões de acordo com suas próprias ideias, sentimentos e valores. Por isso, mantenha atenção à forma como age em seus relacionamentos pessoais, preze pelo respeito e, principalmente, pela confiança. O

    rancor é um sentimento nocivo que impede os indivíduos de superarem o passado e olharem para frente, para vivenciar o presente em plenitude. Por isso, para viver em paz, é necessário que elimine essas mágoas do seu interior, perdoando aqueles que possam ter te causado algum mal, e abrindo espaço para o amor e para o bem. Por mais que talvez não consiga recuperar a confiança naquele que te magoou, o fato de superar a dor irá te ajudar a encontrar a sua paz interior.

    Mesmo que se esforce para viver em paz, existirão situações em que encontrará divergências entre a sua opinião e de outras pessoas, afinal cada indivíduo é único e lidar com as diferenças faz parte da convivência. O que deverá mudar é a sua 10

    forma de agir quando isso acontecer. Ao invés de se impor e discutir para provar sua razão; priorize o diálogo para que possa ouvir o ponto de vista do outro e, também, expressar o seu com respeito. Conversar é a melhor forma de encontrar o entendimento e uma grande oportunidade de adquirir e compartilhar experiências e conhecimentos. O que tem uma grande influência sobre seu estado de espírito é a sua saúde e zelar por ela é um gesto de autocuidado e amor próprio. Ser otimista e acreditar que o bem sempre vence; é um ato essencial para que a paz se instaure em sua vida. Para isso, é necessário que se permita abrir os olhos para o lado bom da vida, a fim de enxergar que, mesmo em momentos delicados, sempre é possível encontrar uma lição positiva que te faça crescer.

    Já pensou como o mundo seria se todos fossem iguais e tivessem as mesmas opiniões? Certamente não teríamos acesso a tantas descobertas como temos hoje, pois a maior riqueza do universo certamente é a sua pluralidade. O fato de sermos diferentes uns dos outros permite que um possa aprender com o outro, seja para mudar uma opinião ou se certificar em relação ao que pensa. Ninguém é obrigado a concordar com as ideias e as escolhas do outro, basta que haja respeito, pois apenas assim é possível conviver em paz. Aprender a ser grato porque tudo o que já tem; pelo que não lhe aconteceu de ruim, também é uma forma de promover a paz em sua vida. Ter objetivos e desejar conquistá-los é algo realmente maravilhoso e, como tal, você deve alimentar sempre esta energia de realização, contudo para se manter motivado é essencial saber agradecer pelo que já conseguiu conquistar também. A gratidão é um sentimento que transforma, ilumina e fortalece, pois tira o foco da ausência para colocar na presença. Também é importante ser grato em relação às pessoas que contribuem com a sua felicidade e levam a paz para o seu dia a dia. Embora pareçam áreas completamente distintas da vida, a organização também é capaz de promover a paz. Afinal, sem ela as pessoas se sentem perdidas, sobrecarregadas e sem tempo para desfrutar de cada momento em plenitude. Adote a organização principalmente em relação aos ambientes onde vive e aos compromissos, tarefas e finanças. Assim, conseguirá fazer um 11

    melhor uso dos seus recursos e, principalmente, do seu tempo, pois a autoconfiança só é possível se você está de bem com a vida.

    Veremos também que a associação entre espiritualidade, saúde e paz está documentada em inúmeras pesquisas científicas, pois a espiritualidade contribui para a melhora da saúde e nos traz paz graças a vários fatores. Muitos pacientes usam suas crenças para lidar com suas doenças e este reforço positivista pode influenciar na cura do paciente. Atualmente, grandes hospitais gerais no Brasil e no exterior têm oferecido esta abordagem, com resultados satisfatórios. O lar é um local onde as pessoas vivem em paz e harmonia. Pode ser uma caverna, um chalé, uma barraca, um palácio ou uma cabana. O tamanho ou beleza da construção não fazem dela um lar. São as pessoas felizes que o fazem. As mulheres têm a grande responsabilidade de contribuir para que haja bons sentimentos no lar, pois exercem uma forte influência na atmosfera de nossa casa por meio do exemplo. Podemos fazer a nós mesmos estas perguntas: Somos pacientes e felizes? Corrigimos os erros de nossos familiares com amor e não com raiva? Mostramos reverência para com as coisas sagradas? Temos fé em Jesus Cristo?

    Participamos dos problemas alheios? Oramos individualmente e em família? Escutamos cuidadosamente uns aos outros? Ao fazermos essas coisas, criamos um sentimento que inspirará e ajudará nossa família. Veremos como Fazer de Nossa Casa um Lar, pois cada uma de nós deve criar no lar um sentimento que sirva de inspiração para a família. Queremos que nossos familiares vivam os princípios do evangelho e que façam bom uso de seu tempo e talentos. Devemos oferecer oportunidades de estudo, recreação e passatempos no lar, para que nossa família queira ficar em casa e não esteja tão propensa a procurar atividades em outro lugar.

    Há momentos no ambiente do trabalho em que realmente acreditamos que tudo vai dar errado, que não somos competentes o bastante, que outras pessoas querem nos prejudicar, que seremos despedidos, que a concorrência vai nos superar, que os clientes não vão gostar das nossas ideias, e por aí vai. Nossa paz acaba sumindo e a espiritualidade, por ser essencialmente um exercício de fé, nos ajuda a amenizar essa ansiedade e a confiar na vida, no universo, em Deus e, sobretudo, em nós mesmos. Se há um mundo espiritual 12

    que permitiu que nascêssemos neste planeta com os dons que temos, isso significa que temos o que é preciso para seremos bem-sucedidos por aqui. Além da paciência e do otimismo, essa confiança nos inspira coragem. Com o desenvolvimento dessa característica, aprendemos a superar as nossas dificuldades, a assumir maiores desafios e, consequentemente, a obter resultados cada vez mais expressivos. Algumas pessoas parecem já nascer sabendo perfeitamente como conduzir as suas vidas profissionais.

    Talentos, desejos e dons se manifestam em alguns indivíduos desde a infância. Em contrapartida, há pessoas que passam pela vida sem ter certeza daquilo que sabem e que sentem prazer em fazer. A espiritualidade e a paz podem favorecer a descoberta dessa vocação. A oração, a leitura, a meditação e a sede de conhecimento são mecanismos espirituais que permitem que saibamos com mais profundidade quem de fato somos. A vida espiritual intensifica a nossa vontade de fazer o bem, e a vocação é o chamado que nos mostra o meio pelo qual esse bem pode ser feito. O professor que educa, o médico que salva vidas, o jornalista que informa, o varredor de rua que mantém a limpeza urbana (higienizando e prevenindo doenças) — toda profissão promove algum benefício à sociedade. A espiritualidade nos ajuda a encontrar a nossa vocação e a exercê-la da melhor maneira possível, visando sempre ao bem comum e criando paz em nosso ambiente.

    Este nosso estudo irá explorar a questão da atenção à espiritualidade para criar paz no ambiente de trabalho como proposta de prevenção de distúrbios mentais vivenciados na jornada de trabalho. Vamos propor modelos que orientam um tratamento estratégico para as causas de afastamento do trabalho decorrente de ansiedade, estresse e depressão. A causa em questão diz respeito ao não atendimento das necessidades dos trabalhadores, em especial sobre as demandas de ordem mais elevadas, as quais são discutidas na literatura como espiritualidade no trabalho. Na abordagem dessa situação, sobre o potencial de prevenção da espiritualidade sobre as desordens mentais a partir da validação da importância dos fatores espirituais para a força de trabalho. Em outras palavras, as desordens que eram geradas pela falta de atenção às necessidades espirituais, agora podem ser 13

    prevenidas pela sua atenção, uma vez que estas foram identificadas e classificadas. Assim, de posse destas reflexões, os leitores podem se beneficiar de uma revisão da literatura sintetizadora sobre a espiritualidade no trabalho, em quanto que, os profissionais se beneficiam de um instrumento de apoio à adequação do trabalho ao homem que lê os fatores espiritais através do seu potencial de gerar satisfação e paz no trabalho.

    Outra vantagem que a espiritualidade oferece à vida profissional de cada pessoa é a dedicação. Quando uma pessoa entende que o seu trabalho é um meio espiritual de colocar os seus dons em benefício das outras pessoas, promovendo o bem, ela não vai trabalhar apenas motivada pelo salário. Ela compreenderá que o exercício da sua vocação é uma missão nobre. Essa consciência permite que o indivíduo não faça apenas o possível, mas que verdadeiramente dê o melhor de si para encontrar paz e felicidade.

    Assim, o professor, por exemplo, não vai apenas dar a aula, sem se importar se os estudantes de fato estão aprendendo o conteúdo.

    Ele vai utilizar a criatividade para manter a aula atrativa, tirar as dúvidas dos alunos, dar maior atenção àqueles que apresentam dificuldades e, acima de tudo, mostrar como aquele conhecimento pode fazer a diferença na vida dos seus pupilos. Portanto, os benefícios da espiritualidade e paz no trabalho não se comprovam apenas na relação do indivíduo com os seus clientes, mas também no relacionamento dele com os seus próprios colegas de trabalho.

    Com valores e princípios verdadeiramente éticos e humanos, o trabalhador entende que o seu colega é uma pessoa obtendo o seu sustento, assim como ele. Isso substitui aquela competição negativa por uma cooperação benéfica a todos os envolvidos.

    Ajudar o colega em dificuldades, aconselhar os profissionais mais jovens, respeitar os trabalhadores mais experientes, dar o melhor de si em cada tarefa, sempre manter o respeito e a generosidade em cada conversa, estudar, compartilhar conhecimentos e propor ideias que melhorem o dia a dia da empresa são hábitos que contagiam e criam paz no ambiente. Assim, uma pessoa espiritualizada que coloca os seus princípios em prática, todos os dias, certamente influenciará os colegas a também serem melhores, pelo poder do exemplo.

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    Caros leitores/as como aprendi no cursilho e confirmei em minha vida: o tripé Oração, Estudo e Ação Apostólica. Buscando usar a máxima de Santo Inácio de Loyola: "em tudo amar e servir para a maior glória de Deus". Novo convertido ou não, todo cristão verdadeiro precisa crescer no conhecimento de Jesus Cristo, a fim de desenvolver as características do verdadeiro cristianismo. É

    urgente que aprendamos mais da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo hoje em dia, pois infelizmente muitos falsos cristãos tem surgido, enquanto isso muitos outros não estão amadurecendo na vida cristã, e por isso não dando frutos com esmero no reino de Deus. É quase impossível ser um cristão ideal.

    Mas um cristão melhor! Esse deve ser o objetivo de todo aquele que crê em Cristo. Mas como se faz isso? Trabalhando em si mesmo, melhorando sua comunidade inteira e colocando ênfase na sua fé, você pode ser o tipo de cristão que inspira todo mundo ao seu redor. Convido vocês a rezarem este livro, pois teremos oração, contemplação e meditação, e especialmente de cura interior. Mas, na verdade os verdadeiros cristãos não precisam ser cobrados a obedecer as Escrituras Sagradas, pois por amor ao Senhor Jesus estes leem, estudam de boa vontade e com alegria obedecem. Veremos que cada espiritualidade, ou carisma tem a sua maneira de rezar, uns contemplativamente, outros na leitura orante, mas todos na busca de se encontrar com Deus Criador, Seu filho Salvador e do Espírito Santo orientador e que nos dá ardor para sempre e cada vez mais buscar fazer a vontade de Deus!

    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de como se encontrar com Deus através da oração e do discernimento diário. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, pérola preciosa, nosso Mestre e Senhor. E assim sermos bons cristãos e discípulos missionários de Jesus Cristo, criando um ambiente de paz e amor no ambiente que estivermos!

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    No próximo capítulo iremos abordar algumas ideias sobre A teologia cristã que reitera, que de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano com paz e amor cristão. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados: ter paz e sermos felizes. A paz é um estado de espírito, uma sensação de tranquilidade e leveza de estar de bem consigo mesmo, com as pessoas ao nosso redor e com o universo. Para alcançar esse equilíbrio emocional é necessário adotar hábitos que promovam a serenidade dentro de ti e, assim, ela será refletida em todas as suas ações. Se você deseja viver em um ambiente harmonioso e pacífico, faça a sua parte e seja você a mudança que almeja encontrar nos outros. Para isso, veja a seguir dez dicas de como viver em paz e plantar sementes positivas por onde passar.

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    CAPÍTULO 1 A ESPIRITUALIDADE AJUDA A CRIAR PAZ NO AMBIENTE

    A palavra espiritualidade é a composição da palavra espírito com os sufixos ―al e ―idade. Espírito tem origem no latim e significa ―sopro, que denota a ar expirado, mas semanticamente traz a ideia de vida, paz e harmonia. Já o sufixo ―al, de modo geral, remete a fenômo, enquanto que, o sufixo ―idade comumente expressa habilidade. A seguinte definição poderia ser esboçada com base na interpretação etimológica e gramatical: Espiritualidade é a habilidade de perceber o fenômeno da vida vivida em paz e harmonia. Na busca e reflexão sobre a espiritualidade outros elementos podem ser considerados e definições mais específicas podem ser traçadas. Dentre elas a visão mais aceita estabelece a relação entre os seguintes elementos: vida, significado, divindade. Assim, a espiritualidade se manifesta através da propensão humana de buscar um significado para a vida, criando paz e harmonia por meio de uma conexão com algo maior que si próprio. A vivência espiritual pode ou não estar vinculada a práticas religiosas. No entanto, a visão sobre espiritualidade para as principais religiões do mundo corrobora a relação dos elementos citados acima (vida, paz, harmonia, significado e divino). Para as confissões religiosas mais expressivas, a espiritualidade reflete um modo de viver alinhado a aspirações elevadas, isto é, necessidades humanas construídas com parâmetros divinos de paz e harmonia.

    As discussões sobre espiritualidade para criar paz, apresentaram-se na história ocidental, predominantemente, dentro dos limites da religião. No meio científico o interesse pelo tema foi preterido devido, principalmente, à perspectiva epistemológica empírica que se atenta somente ao que pode ser mensuravelmente observado e experimentado. Assim, a evolução deste tema no meio científico teve seu crescimento atrasado, porém a espiritualidade para trazer paz no ambiente já apresenta relevância e amplitude em diversos campos de estudos como: medicina; psicologia; ciências

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