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A Morte Na Visão Cristã
A Morte Na Visão Cristã
A Morte Na Visão Cristã
E-book580 páginas6 horas

A Morte Na Visão Cristã

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Sobre este e-book

Neste livro “A morte na visão Cristã”, buscamos mostrar que a morte é uma realidade, uma lei natural a qual todos os seres viventes estão sujeitos e que não conseguem burlar. Ela é o limite entre a existência terrena e o desconhecido, entre o fim das atividades corpóreas e um por vir incerto. Experiência incógnita que inquieta a humanidade desde os tempos mais recuados. O desaparecimento do indivíduo – aniquilação da matéria – suscitou o nascimento de cerimônias fúnebres que, entre outras coisas, testemunham o desejo de perpetuação da memória e do prolongamento da existência. Nas sociedades arcaicas, o homem, ao tomar consciência de sua individualidade e da morte, praticou ritos em honra dos defuntos e acreditou na “realidade” da vida além-túmulo. Estudos etnológicos (é o estudo das características de qualquer etnia, isto é, agrupamento humano) mostram “que em toda parte os mortos foram ou são objetos de práticas que correspondem, todas elas, a crenças referentes a sua sobrevivência (na forma de espectro corporal, sombra, fantasma etc.) ou a seu renascimento”. A ideia da extensão da vida após o falecimento é antiga e está presente em várias tradições religiosas. É uma doença com risco de morte, uma grande mudança de vida ou apenas a velhice forçando-o a encarar sua própria mortalidade? Como você está lidando com suas dúvidas acerca da morte? Com medo? Terror? Negação? Mantendo-se ocupado? Provavelmente, como a maioria de nós, você iria preferir não pensar ou falar sobre sua própria morte. Mas ignorá-la não a impedirá de acontecer — a probabilidade de uma pessoa morrer ainda é de 100%. Toda vida nesta terra termina em morte. O que trouxe tanta tristeza e dor para o mundo? O que causa a morte? Quando conversamos sobre por que alguém morreu, geralmente dizemos a causa imediata da morte — um acidente, velhice, uma enfermidade, um desastre da natureza. Mas a Bíblia aprofunda nossa reflexão sobre a causa da morte. Meditaremos sobre a a morte na filosofia , psicologia e na psicanálise. Para nos ajudar no caminho rumo à eternidade, vamos estudar, meditar e contemplar a espiritualidade Inaciana que enraíza-se na experiência de Santo Inácio e nos seus Exercícios Espirituais. O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além de do ministério da Palavra é coordenador do setor pré-matrimonial da pastoral familiar e orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de mar. de 2022
A Morte Na Visão Cristã

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    A Morte Na Visão Cristã - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 4

    CAPÍTULO 1 A MORTE SEGUNDO A IGREJA

    CATÓLICA 16

    CAPÍTULO 2 COMO A MORTE É VISTA EM

    DIFERENTES DOUTRINAS 28

    CAPÍTULO 3 CONSELHOS PARA ENFRENTAR A MORTE E

    O LUTO DE FORMA CRISTÃ 37

    CAPÍTULO 4 A MORTE NA FILOSOFIA E NA

    PSICOLOGIA 61

    CAPÍTULO 5 MORTE E O LUTO NA PSICANÁLISE 88

    CAPÍTULO 6 PAIXÃO: "UMA VIDA CONSUMADA FAZ

    FECUNDA A MORTE" 103

    CAPÍTULO 7 A GRANDE ORAÇÃO DE AÇÃO DE

    GRAÇAS: NOSSA PARTICIPAÇÃO PLENA DA SANTA MISSA 115

    CAPÍTULO 8 APRENDENDO A CONTEMPLAR NOSSO

    CAMINHO PARA O PARAÍSO 149

    CAPÍTULO 9 QUAL É O PLANO DE DEUS PARA NÓS? 169

    CAPÍTULO

    10

    COMO

    DISCERNIR

    OS

    NOSSOS

    SENTIMENTOS NO CAMINHO PARA A ETERNIDADE? 179

    CAPÍTULO 11 O PECADO COMO REALIDADE QUE NOS

    DESVIA DO CAMINHO PARA DEUS 187

    CAPÍTULO 12 CONTEMPLANDO A VIDA DE JESUS 220

    CAPÍTULO 13 O AMOR DE DEUS SE ENCARNA 229

    CAPÍTULO 14 CONFIRMAÇÃO DA ELEIÇÃO OU PROJETO

    DE VIDA NA PAIXÃO E RESSURREIÇÃO E CRISTO 279

    EPÍLOGO 322

    BIBLIOGRAFIA 329

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 330

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Ao padre Geraldo de almeida Sampaio, nosso professor na especialização em mariologia que fizemos aqui na arquidiocese de aparecida. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, em fim, vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    3

    INTRODUÇÃO

    Quero iniciar este livro A morte na visão Cristã, afirmando que a morte é uma realidade, uma lei natural a qual todos os seres viventes estão sujeitos e que não conseguem burlar. Ela é o limite entre a existência terrena e o desconhecido, entre o fim das atividades corpóreas e um por vir incerto. Experiência incógnita que inquieta a humanidade desde os tempos mais recuados.

    O desaparecimento do indivíduo – aniquilação da matéria

    – suscitou o nascimento de cerimônias fúnebres que, entre outras coisas, testemunham o desejo de perpetuação da memória e do prolongamento da existência. Nas sociedades arcaicas, o homem, ao tomar consciência de sua individualidade e da morte, praticou ritos em honra dos defuntos e acreditou na realidade da vida além-túmulo. Estudos etnológicos (é o estudo das características de qualquer etnia, isto é, agrupamento humano) mostram que em toda parte os mortos foram ou são objetos de práticas que correspondem, todas elas, a crenças referentes a sua sobrevivência (na forma de espectro corporal, sombra, fantasma etc.) ou a seu renascimento. A ideia da extensão da vida após o falecimento é antiga e está presente em várias tradições religiosas.

    É uma doença com risco de morte, uma grande mudança de vida ou apenas a velhice forçando-o a encarar sua própria mortalidade? Como você está lidando com suas dúvidas acerca da morte? Com medo? Terror? Negação? Mantendo-se ocupado?

    Provavelmente, como a maioria de nós, você iria preferir não pensar ou falar sobre sua própria morte. Mas ignorá-la não a impedirá de acontecer — a probabilidade de uma pessoa morrer ainda é de 100%. Toda vida nesta terra termina em morte.

    O que trouxe tanta tristeza e dor para o mundo? O que causa a morte?

    Quando conversamos sobre por que alguém morreu, geralmente dizemos a causa imediata da morte — um acidente, velhice, uma enfermidade, um desastre da natureza. Mas a Bíblia aprofunda nossa reflexão sobre a causa da morte. Paulo disse em sua carta aos Romanos que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23). Pecado é viver no mundo que pertence a Deus e agir como 4

    se estivéssemos no controle. Adão e Eva foram as primeiras pessoas a agir como se fossem deuses, desobedecendo ao único verdadeiro Deus, mas cada um de nós seguiu os passos deles. A morte é o triste resultado. O medo e o terror que sentimos quando encaramos nossa própria morte resultam de sabermos, lá no fundo, que falhamos em obedecer perfeitamente a Deus. Nós merecemos morrer.

    Mas quem tentou Adão e Eva a viverem como se estivessem no controle do mundo? Quem é que nos tenta? Satanás.

    Portanto, em um nível mais profundo, ele é a causa da morte. O

    Maligno é chamado de homicida desde o princípio. A Bíblia descreve aqueles que são aprisionados pelo pavor da morte como escravizados por Satanás. Ele é um assassino (Hb 2:14-15).

    No nível mais profundo, a ira santa e justa de Deus significa morte. Toda causa de morte — furacões, velhice, câncer, o salário do pecado, o poder homicida de Satanás — é um subconjunto da santa e justa ira de Deus sobre pecadores. Todos nós fomos afetados pela maldição, e essa maldição tem a palavra final sobre a nossa vida terrena.

    A Igreja ensina que, em consequência do pecado original, o homem deve sofrer a morte corporal, à qual teria sido subtraído se não tivesse pecado (Gaudium et Spes, 18; Gn 2,17). Não passaríamos pela morte como ela é hoje se não houvesse o pecado.

    A Igreja reconhece que é diante da morte que o enigma da condição humana atinge o seu ponto mais alto (idem). São Paulo ensina que o salário do pecado é morte (Rm 6, 23); é dele que advém todo sofrimento da criatura humana; mas que para os que morrem na graça de Cristo, é uma participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição (Rom 6, 3-9).

    Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão. (Sab 2, 23). A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no 5

    mundo como consequência do pecado; e será o último inimigo

    do homem a ser vencido (1Cor 15,26).

    Igreja nos leva a refletir sobre a morte e compreendê-la. A realidade inexorável da morte deve recordar-nos de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida: Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade (…) antes que o pó volte à terra de onde veio, e o sopro volte a Deus que o concedeu (Eclo 12, 2.7).

    Mas a morte foi transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus, sofreu Ele também a morte, própria da condição humana; assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção (Rom 5, 19-21). Por isso, graças a Cristo a morte cristã tem um sentido positivo. São Paulo disse: Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro (Fl 1, 21). Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos (2Tm 2, 11).

    O Catecismo da Igreja Católica ensina que "A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo batismo, o cristão já está sacramentalmente ‘morto com Cristo’ para viver uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma esse

    ‘morrer com Cristo’ e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor" (§1010).

    Deus chama o homem a si em sua morte. São Paulo estava certo disso: O meu desejo é partir e estar com Cristo (Fl 1, 23); então, o cristão deve transformar sua morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo (Lc 23, 46). Santa Teresinha dizia: Não morro, entro para a vida.

    A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja: Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível. A morte encerra o tempo de graça e de misericórdia que Deus oferece a cada um para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Não existe reencarnação; ensina a Igreja que: Quando tiver terminado o único curso de nossa vida terrestre

    (LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. Os homens devem morrer uma só vez (Hb 9,27).

    6

    Mas para aqueles que conhecem Jesus, a morte não tem a palavra final — ela tem a penúltima palavra. A última palavra para o cristão é a ressurreição. A última palavra é vida. A última palavra é misericórdia. A última palavra é que Deus nos levará para estar com ele eternamente. O dom gratuito da vida eterna contrasta profundamente com o salário do pecado é a morte (Rm 6:23).

    Jesus contrasta com o homicida, o destruidor, o ladrão. Cristo, o único inocente que já existiu, encarou a morte não por causa de seus próprios pecados, mas pelos pecados de seu povo (Jo 3:16).

    Jesus enfrentou a morte por você.

    Na cruz ele encarou a morte em todas as suas dimensões.

    Ele foi morto por asfixia e tortura, mas essa foi apenas a causa física de sua morte. Quando morreu, ele suportou o salário do pecado, sofreu a malícia do maligno e experimentou a ira santa de Deus. Cristo, o inocente, morreu voluntariamente pelo culpado.

    Quando ele voluntariamente entregou a própria vida, a morte foi destruída por Deus e Jesus ressuscitou para uma nova vida. A graça de Deus destruiu o destruidor e a morte foi jogada no inferno. Por causa de Jesus, a vida tem a palavra final. Por causa de Jesus, você não precisa experimentar a morte como ele a experimentou. Ele já pagou pelos seus pecados. Você morrerá fisicamente, mas ressuscitará para a vida eterna (Jo 3:16).

    Afirmando que a vida é o sopro de Deus em nós. Ela não termina porque o sopro de Deus não termina, mas nos transforma e confere o direito de viver com alegria. É que a história de nossa vida é antes de tudo uma história sempre original de Deus em nós, conforme as situações concretas que enfrentamos. Mas há um segredo de Deus em tudo isso: seremos história de Deus ao doar, de algum jeito, desde a infância, um pouco da nossa vida para os outros, pois as coisas que não conseguimos doar de algum modo nos possuem. Assim, todos temos muito uns dos outros.

    A dor da separação por quem morre é exatamente porque sentimos cortar a alegria dessa comunicação de vida que circula entre nós em dar e receber. Por isso pessoas queridas, de qualquer idade ou relação, quando morrem, parece que nos deixam um vazio. É quando a gente precisa lembrar do segredo de Deus em 7

    nós. Essas pessoas continuam conosco em todo dinamismo de vida que nos transmitiram. Então levante a cabeça e valorize mais essa presença do que a separação.

    Quem já partiu nos deixa ajudas, exemplo, sabedoria. E nos entreveros da vida de tanta dor e desigualdade vamos curtindo a memória do quanto recebemos e o que podemos fazer para que a história de Deus aconteça em cada um de nós. Talvez você esteja passando por algum processo de luto, ou já tenha sofrido em algum momento da vida com a perda de alguém, ou quem sabe você seja uma daquelas pessoas que preferem nem tocar no assunto, pois teme que um dia isso aconteça com você e por medo de não saber lidar com o assunto acaba deixando de lado. Talvez por termos esse tabu não sabemos como lidar quando a morte chega, ficamos perdidos, perplexos, sem saber o que fazer.

    Falar de morte não é algo comum. Costumamos pensar na vida somente como planos, sonhos, conquistas, perspectivas, chegadas, etc., e anulamos o fato da finitude, da partida, das perdas do fim, ou seja, da morte que também é parte do ciclo da vida.

    É importante ressaltar que falar no assunto é fundamental para entendermos e sabermos como lidar de forma mais ajustada quando este chegar. Então para entender mais sobre esse processo é preciso definir bem o que significa a palavra luto. Luto vem do Latim lucto e significa um sentimento profundo de tristeza e pesar pela morte de alguém.

    Para a psicologia o luto está ligado aos processos que envolvem perdas em diversos contextos e podem ser muito mais abrangentes, porém vamos focar na definição geral da palavra relacionada à morte. Em nossa cultura ninguém é preparado para vivenciar os processos de perda, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde estaremos diante desta situação. O certo é que luto, morte e perda é assunto que pouco se fala.

    Desde cedo aprendemos que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Não necessariamente tudo ocorre nessa ordem. O certo é que ao nascer uma vida a certeza que se tem é que esta se findará. Muito embora todos saibam deste fato, ninguém busca informações que o ajudem a entender o 8

    processo de luto, para saberem lidar de forma adequada com esse momento de dor, sem grandes prejuízos.

    Quando pensamos na vida o que vem à mente é sempre as alegrias, as conquistas, os projetos, estudos, trabalhos, vitórias, felicidade, etc. e esquecemos que nem tudo são flores, aliás que as flores também podem ter espinhos e estes podem machucar, deixar marcas de feridas cujas cicatrizes sempre vão estar ali. Talvez por isso tenhamos tanta dificuldade quando em fim a dor da perda vem nos afligir.

    O que fazer quando a morte leva aqueles a quem amamos?

    Bem neste livro iremos mostrar que não existe fórmula mágica para dizer exatamente como vamos passar por esse momento de maneira mais adaptativa, não há como prevê as reações se vamos chorar, desesperar, sentir raiva, remorso, culpa, etc. porque tudo depende da forma como ocorreu a situação.

    Cada um vivencia o luto de acordo com sua personalidade, com suas percepções, resiliência, estratégias de enfrentamento, e de acordo com o significado que se atribui a pessoa que se foi, isso é individual, é único para cada pessoa. Traçando um paralelo entre o início e o fim da vida, podemos chegar à seguinte conclusão: assim como quando uma pessoa nasce nos adaptamos a esse novo ser que será somado e integrado a nossa existência, não sabemos o que esperar, como agir e assim vamos aprendendo a conta de mais um, com a morte também passamos por um novo processo de readaptação, quando ela chega precisamos aprender a subtrair e viver com esta conta de um menos.

    E ao contrário do nascer que não temos a mínima noção do que virá o morrer nos traz oportunidades de refletirmos, melhorarmos, reinventarmos, e de trazer a memória as boas recordações, lições de tudo o que vivemos com aquela pessoa que partiu. Saber aceitar e conviver com a morte também faz parte do processo de amadurecimento que mais cedo ou mais tarde cada um precisará enfrentar.

    A morte causa uma dor irreparável, é como se fosse uma ferida profunda que se abre no peito e leva um tempo para cicatrizar, e este tempo varia de pessoa para pessoa, das estratégias 9

    de enfrentamento, da resiliência, do modo como encara o fato, etc., a certeza que se tem diante desse ferimento é que ele cicatriza, e essa cicatriz sempre vai trazer a lembrança que alguém especial esteve ali. O processo de luto é inevitável, porque faz parte da vida, a saudade pela perda vai sempre existir, mas cada um precisa buscar se reorganizar e manter um bom ajustamento para se readaptar à nova situação e continuar a sua vida.

    Eis aqui uma descrição para se chegar à salvação. Jesus a chama de porta estreita. Existe uma porta que nos leva ao perdão, à paz com Deus e ao céu. Quem entrar por essa porta será salvo. Com grande certeza, essa porta nunca foi tão necessária quanto hoje. O pecado é uma montanha enorme entre o homem e Deus. Como a escalará o homem? O pecado é uma parede altíssima entre o homem e Deus. Como passará o homem por ela?

    Com base na afirmativa de que ser um bom cristão é uma luta diária. Considero, como aprendi no cursilho e confirmei em minha vida: o tripé Oração, Estudo e Ação Apostólica. Buscando usar a máxima de Santo Inácio de Loyola: "em tudo amar e servir para a maior glória de Deus". Novo convertido ou não, todo cristão verdadeiro precisa crescer no conhecimento de Jesus Cristo, a fim de desenvolver as características do verdadeiro cristianismo. É

    urgente que aprendamos mais da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo hoje em dia, pois infelizmente muitos falsos cristãos tem surgido, enquanto isso muitos outros não estão amadurecendo na vida cristã, e por isso não dando frutos com esmero no reino de Deus. É quase impossível ser um cristão ideal.

    Mas um cristão melhor! Esse deve ser o objetivo de todo aquele que crê em Cristo. Mas como se faz isso? Trabalhando em si mesmo, melhorando sua comunidade inteira e colocando ênfase na sua fé, você pode ser o tipo de cristão que inspira todo mundo ao seu redor.

    Nestes estudos sobre morte, luto, o amor, e o pecado, claro que teremos oração, contemplação e meditação, e especialmente de cura interior. Mas, na verdade os verdadeiros cristãos não precisam ser cobrados a obedecer as Escrituras Sagradas, pois por amor ao Senhor Jesus estes leem, estudam de boa vontade e com 10

    alegria obedecem. Veremos que cada espiritualidade, ou carisma tem a sua maneira de rezar, uns contemplativamente, outros na leitura orante, mas todos na busca de se encontrar com Deus Criador, Seu filho Salvador e do Espírito Santo orientador e que nos dá ardor para sempre e cada vez mais buscar fazer a vontade de Deus!

    Um dia destes um amigo me perguntou porque eu estava escrevendo, o que havia me motivado a escrever. Na hora fiquei um pouco chateado pela pergunta, mas logo veio a resposta em meu coração: estou escrevendo para levar os outros a não errarem como eu errei até hoje!

    Minha vida profissional na Força Aérea e na indústria, como um profissional de engenharia de manutenção e segurança de voo e de segurança no trabalho, me fizeram aprender uma regra: existem duas maneiras de aprender: errando ou vendo os outros errarem, isso é aprendendo com o erro dos outros. Quando acontece um problema, um desacerto pessoal ou familiar, ou mesmo um acidente, a resposta que muitas vezes escutamos, ou até damos é: o que eu tenho com isso! É amigo, talvez esta seja sua resposta. Por causa de uma resposta como esta, já aconteceram muitos problemas e acidentes, muitas vidas foram perdidas e com certeza enormes foram os prejuízos. As pessoas ainda reagem ao termo segurança, associando-o com palavras de sentido negativista ou restritivo, tais como: não entre n’água você pode afogar-se, pare, fique quieto, não faça isso, é muito perigoso, e tantas outras.

    Todas essas imposições são limitações que se tornam inaceitáveis por serem contrárias ao natural desejo do homem, causando traumas ou fortes reações de oposição. Mas veja bem amigo, há sempre uma perspectiva adequada para realizar-se uma tarefa ou tomarmos uma atitude de forma mais segura e eficiente.

    Podemos correr, subir e nadar, falar e agir sob condições de menor riscos, traumas, atitudes ou perigos. A conscientização de como somos limitados, de características, tipos de personalidade e temperamentos diferentes, certamente ajudará a que você tome decisões seguras e sensatas, evitando, ou ajudando a evitar 11

    problemas, situações difíceis, tanto pessoais, como familiares e até acidentes.

    Nestes anos tenho aprendido que nós somos responsáveis por tudo que acontece à nossa volta. Através dos nossos pensamentos, emoções e palavras, criamos situações ao longo de nossas vidas que poderão ser destrutivas ou construtivas. Todos os acontecimentos em nossas vidas até o momento em que nos encontramos foram criados por nossos pensamentos e crenças que tivemos no passado, pensamentos estes que usamos ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado e durante toda nossa vida. O que passou não pode ser modificado, mas, o importante é o que estamos escolhendo pensar agora, porque o pensamento sim pode ser modificado, pois todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade.

    Muitos vivem irados, com raiva, e essa atitude é um dos maiores empecilhos para atingirmos o estado de liberdade interior, que é onde reside a felicidade. A raiva é tida como a mais hedionda das emoções, ela perturba nosso discernimento, nos causa desconforto e consegue devastar nossos relacionamentos pessoais com a força de um furacão, que põe abaixo ou pelos ares tudo que se interpõe à sua passagem. Estudos comprovam que a raiva, a fúria e a hostilidade são prejudiciais ao sistema cardiovascular, causando aumento de colesterol, de pressão alta e até de mortes prematuras.

    Muitas pessoas têm ânimo instável e atuam

    impulsivamente, duvidando de sua identidade e sofrendo explosões de violência contra ela mesma e contra os demais. Essas pessoas padecem de um transtorno que conduz ao abatimento e desesperança, caracterizada pela instabilidade emocional. Sem conseguir se controlar contra o abandono, ataques de ira, sensação de vazio interior e impetuosidade. Suas relações, seu sentido de si mesmo e o seu ânimo, se tornam muito instáveis. Muitos têm impulsos de gastar, ter relações sexuais abusivas e descontroladas, abusar de substâncias e comidas ou dirigir de forma temerária e incontrolável. Suas possibilidades de continuar estudando, ter um emprego ou estabelecer uma relação sentimental, casamento ou 12

    namoro se tornam difíceis. Essas pessoas tendem a experimentar longos períodos de abatimento e desilusão, interrompidos às vezes por breves episódios de irritabilidade, atos de autodestruição e cólera impulsiva. Estes estados de ânimo costumam ser imprevisível e parecem ser desencadeados menos por fatos externos do que por fatores internos da pessoa

    Fique certo caro amigo, pois estes sentimentos destrutivos quando brotam dentro de nós, acabam nos dominando de tal forma que destroem nossa paz mental e por isso são corretamente considerados como os nossos inimigos internos. Esses nossos inimigos internos só têm uma função, a de nos destruir e muitas vezes envolver também quem está a nossa volta, especialmente nossos familiares e amigos, exatamente os que mais amamos ou que deveríamos amar. Nossa presença de espírito e nossa sabedoria desaparecem, sentimos uma ansiedade que nos sufoca. Acabamos perdendo a capacidade de distinguir o que é certo ou errado, e aí, somos lançados num estado de confusão tamanha que agrava ainda mais nossos problemas e dificuldades. Você já deve ter percebido que quando isto acontece nossa tensão tende a aumentar, nosso nervosismo e nossa fisionomia também se transformam, e emanamos, desprendemos uma vibração tão hostil que todos se afastam. Até os nossos animais de estimação, como o gato ou cachorro, podendo mesmo nos transformar em autores ou vítimas de crimes hediondos contra pessoas próximas, ou mesmo contra nosso próprio ser.

    Quantos suicídios e vidas autodestruídas eu tenho visto nestes últimos anos. Quantas tristezas geram! Casais se separam de uma união que deveria ser indissolúvel, filhos matam pais, pais matam filhos, amigos se distanciam, pessoas perdem o emprego.

    Quanta angústia e desolação!

    A ira, a raiva, a depressão, o mau humor constante, a indolência e muitos outros problemas. São todos inimigos tão poderosos, que podem ficar atuando somente por instantes ou passar de geração para geração. Em alguns casos temos até raiva de pessoas que já faleceram há muito tempo, e assim o inimigo interno continua ativo com toda a sua força. Em outros casos 13

    mantemos raiva por desastres financeiros ou relacionamentos que já acabou há muito tempo.

    Francamente caros leitores, eu já passei por muito disso, e ainda hoje luto contra minhas instabilidades, temperamento difícil, impaciência e intolerância. Porém tenho descoberto, juntamente com minha querida esposa, que todos estes sentimentos podem ser construtivos, quando os utilizamos para detectar o que está dentro de nós como inimigos e com isso enxergar nossos egoísmos, nossas críticas, nossas lamentações, nossa falta de fé, ou sentimentos de culpar os outros por nossas mazelas, etc.

    Por mais de 20 anos fui instrutor e chefe de ensino na maior escola de aeronáutica da américa latina: a escola de Especialistas da Aeronáutica, como engenheiro de voo dava instrução de voo e controle de manutenção aeronáutica e segurança de voo, como já falei anteriormente, pois sempre fui agente do CENIPA, que é o Centro Nacional de Segurança de Voo. Mas como era uma Escola tinha as funções de planejamento e avaliação que me obrigaram, além da engenharia, administração e economia, entender de psicopedagogia. Para poder chefiar a área de psicopedagogia tive de fazer um curso de pedagogia, na Universidade da Força Aérea, com ênfase na psicopedagogia, para poder ajudar os alunos a escolherem suas profissões, nas 28

    especialidades que a escola oferecia. Além de ajudá-los nos problemas ligados a aprendizado e dificuldades de aprendizado.

    Nesta época, também minha filha resolveu fazer a faculdade de psicologia e eu estudava com ela todos os livros nesta área, o que me ajudou a conhecer um pouco do que iremos discutir e refletir neste livro.

    Temos aprendido que devemos usar a força das nossas emoções para destruir os maus sentimentos que habitam em nossa alma e impedem que nossa vida, e a de todos aqueles que dela participam desfrutem de alegria, paz e amor. Para conseguirmos dominar esses inimigos internos, temos descoberto algumas ferramentas que são acessíveis a cada um de nós, basta força de vontade e perseverança em aplicá-los e transformarmos para melhor, nossas vidas e a vida daqueles com os quais convivemos.

    14

    É destas ferramentas que iremos desenvolver nossos estudos e reflexões

    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de como se encontrar com Deus através da oração e do discernimento diário. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor. E assim sermos bons cristãos e discípulos missionários de Jesus Cristo!

    No próximo capítulo veremos qual o Sentido da Morte Cristã no Catecismo da Igreja Católica, conforme os parágrafos 1010: Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo.

    Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro (Fl 1,21). Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos (2Tm 1,11).

    A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente morto com Cristo, para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este morrer com Cristo e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor:

    É bom para mim morrer em (eis) Cristo Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da terra. É a Ele que procuro, Ele que morreu por nós: é Ele que quero, Ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. (…) Deixai-me receber a pura luz; quando tiver

    chegado lá, serei

    homem.

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    CAPÍTULO 1 A MORTE SEGUNDO A IGREJA CATÓLICA

    A Igreja Católica crê que a morte entrou no mundo pelo pecado. A Ciência, por sua vez, afirma que não é possível para um organismo humano, por sua própria natureza, viver eternamente.

    Como conciliar o dado revelado com o dado científico?

    Em primeiro lugar, é necessário saber qual foi exatamente o dado revelado, o que diz a Igreja sobre o tema. O Catecismo da Igreja Católica traz a informação no número 1008, quando explica que: A morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura (585) e da Tradição, o Magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem (586). Embora o homem possuísse uma natureza mortal. Deus destinava-o a não morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus Criador e entrou no mundo como consequência do pecado (587). «A morte corporal, de que o homem estaria isento se não tivesse pecado» (588), é, pois, «o último inimigo» (1 Cor 15, 26) do homem a ter de ser vencido.

    Qual o Sentido da Morte Cristã no Catecismo da Igreja Católica, conforme os parágrafos 1010 a 1014: Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro (Fl 1,21). Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos (2Tm 1,11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente morto com Cristo, para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este morrer com Cristo e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor:

    É bom para mim morrer em (eis) Cristo Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da terra. É a Ele que procuro, Ele que morreu por nós: é Ele que quero, Ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. (…) Deixai-me receber a pura luz; quando tiver chegado lá, serei homem.

    Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: O meu desejo é partir e ir estar com Cristo (Fl 16

    1,23); e pode transformar sua própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo: Meu desejo terrestre foi crucificado; (…) há em mim uma água viva que murmura e que diz dentro de mim: Vem para o Pai. Quero ver a Deus, e para vê-lo é preciso morrer. Eu não morro, entro na vida.

    A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja: Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível

    A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado o único curso de nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. Os homens devem morrer uma só vez (Hb 9,27). Não existe

    reencarnação depois da morte.

    A Igreja nos encoraja à preparação da hora de nossa morte (Livra-nos, Senhor, de uma morte súbita e imprevista: antiga ladainha de todos os santos, a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós na hora de nossa morte (oração da Ave-Maria) e a entregar-nos a São José, padroeiro da boa morte: a morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado. A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado, é assim o último inimigo do homem a ser vencido.

    Adão não tinha apenas a sua natureza humana normal.

    Antes da Queda, no chamado período pré-lapsário(trata da predestinação original), Deus havia dado a ele os chamados dons preternaturais, ou seja, que não faziam parte da sua natureza humana. Entre aqueles estava a imortalidade. Por isso é que a Igreja ensina que viver eternamente não estava na natureza de homem, 17

    mas que isso aconteceria por força dos dons preternaturais concedidos por Deus. Até que ponto essa interpretação da Igreja combina com o que está na Sagrada Escritura?

    No Livro do Gênesis, no capítulo 3, versículo 18, logo após o homem ter pecado, Deus decreta: tu és pó e ao pó hás de voltar. Nessa frase, há o reconhecimento de que é da natureza do homem ser pó, portanto, se existia imortalidade deveria ser um dom de Deus, algo extrínseco à natureza. Resta uma pergunta: de onde vem a ideia da imortalidade do homem pré-lapsário? Vem da chamada Árvore da Vida. No Paraíso existiam duas árvores: a do Bem e do Mal, e a da Vida. Deus proibiu que os primeiros pais comessem do fruto da Árvore do Bem e do Mal e a desobediência deles originou o pecado original. O livro do Gênesis prossegue: "O

    homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal.

    Que ele, agora, não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma, e viva para sempre. (22). Em seguida, Deus expulsa o homem do Paraíso e coloca a porta os Querubins para impedi-lo de se aproximar justamente da Árvore da Vida: Ele expulsou o homem e colocou diante do jardim do Éden os querubins e a espada chamejante, para guardar o caminho da árvore da vida"

    (24). Refletindo sobre a Ascenção sobre a Ascensão, da entrada de Cristo Ressuscitado no Paraíso, quando os querubins, lá posicionados por Deus para barrarem a entrada do homem, se curvam e deixam Jesus Ressuscitado entrar. É a entrada também do homem na vida eterna. Por Jesus Cristo a humanidade obtém acesso à Árvore da Vida, não mais como dom preternatural, mas como o dom da Ressurreição que será dado por Deus no fim dos tempos. Por meio de uma história criada por Ele, Jesus nos evangeliza sobre as verdades da vida eterna.

    Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava. Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico. Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caiam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas

    18

    1. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos Anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.

    Jesus inicia revelando que há vida após a morte. Há Anjos.

    O seio de Abraão significa a gloria do céu, para onde os Anjos levam aqueles que são salvos. (As palavras céu e céus aparecem 348 vezes no Novo Testamento).

    2. "E estando ele (o rico) nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.

    Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, afim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas'".

    Jesus

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