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Que Tipo De Pessoa Eu Sou
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Que Tipo De Pessoa Eu Sou
E-book709 páginas7 horas

Que Tipo De Pessoa Eu Sou

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Sobre este e-book

Meu objetivo com este livro sobre “Que tipo de pessoa eu sou” É refletiR que a diversidade de personalidades é uma das maiores belezas da humanidade. No entanto, pesquisas milenares procuram identificar padrões no comportamento humano. Nesse contexto se enquadram as pesquisas sobre os tipos de personalidade. Procurar identificar em qual padrão uma pessoa se encontra, não significa “fechar” alguém em uma caixa, limitando seu potencial criativo no mundo. Pelo contrário, identificar tendências de comportamento ajuda as pessoas a se conhecerem melhor e, assim, viverem sua essência de uma forma mais consciente. Saber quais são os tipos de personalidade e qual deles mais se encaixa em seu modo de viver, certamente te ajudará no autoconhecimento e de repente até mesmo a orientar sua vida profissional. Desde tempos antigos, busca-se entender quais são os principais tipos de personalidade humana. Na Grécia Antiga, Hipócrates, considerado o pai da medicina, propôs que a personalidade de uma pessoa era condicionada à distribuição de quatro tipos de “humores” na construção do indivíduo. Os humores seriam características básicas que se misturariam entre si na composição do eu, formando diversos padrões de comportamento. A partir dessa teoria, o icônico médico Galeno criou a teoria dos 4 temperamentos, ou seja, estruturas psíquicas inalienáveis e excludentes entre si que norteariam as tendências de comportamento de uma pessoa. No caso, os 4 temperamentos são basicamente divididos em relação à tendência de alguém para reagir rápido ou devagar diante de uma situação de contrariedade; e o quanto alguém tende a guardar algo marcante que ocorre no presente. Com o passar do tempo, muitos foram os pesquisadores que se aventuraram a descobrir mais sobre os tipos de personalidade. Talvez uma das definições mais atuais dos tipos de personalidade seja a proposta pelas pesquisadoras estadunidenses Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers. Elas criaram os tipos de personalidade MBTI – do inglês Myers–Briggs Type Indicator, baseadas nos tipos psicológicos do psiquiatra Carl Jung. Entender o comportamento humano e categorizá-lo em grupos com características semelhantes é uma preocupação que vem desde a Idade Antiga, com os primeiros pensadores. Essa classificação por tipo de personalidade ajuda a entender as motivações que movem a sociedade e, assim, compreender melhor os comportamentos individuais. Os estudos dos tipos de personalidade continuam evoluindo com o tempo e ainda são objetos de muitos estudos sobre o comportamento humano. Com o decorrer dos anos e evolução da sociedade, diversos estudiosos procuraram entender a personalidade humana, como o médico neurologista e psiquiatra Sigmund Freud, criador da Psicanálise, e do psicólogo Alfred Adler, criador da Psicologia do Desenvolvimento Individual. Com interesse em estudar os tipos psicológicos e tentando reconciliar as teorias de Freud e Adler – e de definir sua própria perspectiva -, o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung desenvolveu a Psicologia Analítica (ou junguiana). Procuramos utilizar como metodologia a espiritualidade Inaciana, contemplativa na ação, segundo o livro dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola PARA REALIZAR A EXPERIÊNCIA DE ENCONTRO PESSOAL COM JESUS, NO EXERCÍCIO ESPIRITUAL DO DIA-A-DIA O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além de do ministério da Palavra é coordenador Arquidiocesano da Liturgia da Arquidiocese de Aparecida e orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola..
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de out. de 2023
Que Tipo De Pessoa Eu Sou

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    Que Tipo De Pessoa Eu Sou - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 6

    CAPÍTULO 1 A IMPORTÂNCIA DE SE TER

    PERSONALIDADE PRÓPRIA 13

    CAPÍTULO 2 COMO FUNCIONAMOS EM VÁRIAS

    SITUAÇÕES? QUAL É NOSSA MANEIRA DE SER? 21

    CAPÍTULO 3: A PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE 60

    CAPÍTULO 4: AS PERSONALIDADES DEFINIDAS

    PELOS VÍCIOS CAPITAIS 84

    CAPÍTULO 5: O NOSSO TIPO COMEÇOU QUANDO

    ÉRAMOS CRIANÇAS 97

    CAPÍTULO 6: COMO INTEGRAR O MEU TIPO? 156

    CAPÍTULO 7: NOSSO TEMPERAMENTO PODE SER

    CONTROLADO PELO DO ESPÍRITO SANTO 192

    CAPÍTULO 8: A INSATISFAÇÃO DO SER HUMANO, SÓ

    DEUS PODE AJUDAR ATRAVÉS DE JESUS E DO

    ESPIRITO SANTO! 200

    CAPÍTULO 9: DEUS NOS CRIOU PARA AMAR E

    SERVIR E EM TUDO DAR-LHE GLÓRIAS 210

    CAPÍTULO 10: ENCONTRAR-SE COM DEUS QUE

    ESTÁ EM TUDO! 219

    CAPÍTULO 11: DISCERNIR A CONSOLAÇÃO E A

    DESOLAÇÃO NA NOSSA VIDA DE ORAÇÃO 225

    CAPÍTULO 12: MEDITAR O QUE NOS DESINTEGRA:

    O PECADO 238

    CAPÍTULO 13: SEM ARREPENDIMENTO O PERDÃO

    NÃO ACONTECE 252

    CAPÍTULO 14: BUSCAR EM JESUS A INTEGRAÇÃO DO

    NOSSO TIPO 272

    CAPÍTULO 15: A VIDA DE JESUS COM SEUS PAIS

    SAINDO PARA SUA MISSÃO DE SALVADOR 303

    CAPÍTULO 16: COMO JESUS CHAMA MEU TIPO DE

    PESSOA 310

    CAPÍTULO 17: FORTIFICAR E DAR CORAGEM,

    LIBERDADE E CONVICÇÃO NO SEGUIMENTO DE

    JESUS COM SUA PAIXÃO 330

    2

    CAPÍTULO 18: RESSURREIÇÃO O SIM DO PAI A JESUS CRUCIFICADO 341

    CAPÍTULO 19: CONTEMPLAR O AMOR EM TODOS OS

    MOMENTOS DE NOSSA VIDA 356

    CAPÍTULO 20: PLANO DE INTEGRAÇÃO DO MEU

    TIPO 364

    EPÍLOGO 374

    BIBLIOGRAFIA 385

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 386

    3

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço também ao Padre Adroaldo, orientador do CEI, que me orientou nos exercícios espirituais, e me ajudou a construir toda experiência dos retiros, contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. À

    Márcia, minha acompanhante nos exercícios, pelas suas inspiradas orientações, à Irmã Fátima que orientou nosso grupo de oração e discernimento e me orientou na busca de conhecer a minha personalidade através das tipologias e em especial o eneagrama.

    Irmã Zenaide, psicóloga que acompanhou o nosso grupo de partilha e melhoria da personalidade. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, em fim, vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    4

    INTRODUÇÃO

    Sim, que eu vos conheça Senhor e me conheça cada vez mais para que eu possa me tornar um tipo de pessoa melhor e possa te servir como Tu queres!

    Quero iniciar este livro Que tipo de pessoa eu sou, refletindo que a diversidade de personalidades é uma das maiores belezas da humanidade. No entanto, pesquisas milenares procuram identificar padrões no comportamento humano. Nesse contexto se enquadram as pesquisas sobre os tipos de personalidade. Procurar identificar em qual padrão uma pessoa se encontra, não significa

    fechar alguém em uma caixa, limitando seu potencial criativo no mundo. Pelo contrário, identificar tendências de comportamento ajuda as pessoas a se conhecerem melhor e, assim, viverem sua essência de uma forma mais consciente. Saber quais são os tipos de personalidade e qual deles mais se encaixa em seu modo de viver, certamente te ajudará no autoconhecimento e de repente até mesmo a orientar sua vida profissional. Desde tempos antigos, busca-se entender quais são os principais tipos de personalidade humana. Na Grécia Antiga, Hipócrates, considerado o pai da medicina, propôs que a personalidade de uma pessoa era condicionada à distribuição de quatro tipos de humores na construção do indivíduo. Os humores seriam características básicas que se misturariam entre si na composição do eu, formando diversos padrões de comportamento.

    A partir dessa teoria, o icônico médico Galeno criou a teoria dos 4 temperamentos, ou seja, estruturas psíquicas inalienáveis e excludentes entre si que norteariam as tendências de comportamento de uma pessoa. No caso, os 4 temperamentos são basicamente divididos em relação à tendência de alguém para reagir rápido ou devagar diante de uma situação de contrariedade; e o quanto alguém tende a guardar algo marcante que ocorre no presente. Com o passar do tempo, muitos foram os pesquisadores que se aventuraram a descobrir mais sobre os tipos de personalidade. Talvez uma das definições mais atuais dos tipos de personalidade seja a proposta pelas pesquisadoras estadunidenses Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers. Elas criaram os tipos de personalidade MBTI – do inglês Myers–Briggs Type Indicator, baseadas nos tipos psicológicos do psiquiatra Carl Jung.

    5

    Entender o comportamento humano e categorizá-lo em grupos com características semelhantes é uma preocupação que vem desde a Idade Antiga, com os primeiros pensadores. Essa classificação por tipo de personalidade ajuda a entender as motivações que movem a sociedade e, assim, compreender melhor os comportamentos individuais. Os estudos dos tipos de personalidade continuam evoluindo com o tempo e ainda são objetos de muitos estudos sobre o comportamento humano. Com o decorrer dos anos e evolução da sociedade, diversos estudiosos procuraram entender a personalidade humana, como o médico neurologista e psiquiatra Sigmund Freud, criador da Psicanálise, e do psicólogo Alfred Adler, criador da Psicologia do Desenvolvimento Individual. Com interesse em estudar os tipos psicológicos e tentando reconciliar as teorias de Freud e Adler – e de definir sua própria perspectiva -, o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung desenvolveu a Psicologia Analítica (ou junguiana). Essa nova teoria distingue vários tipos ou temperamentos psicológicos, sobre os quais Jung escreveu o livro

    Tipos Psicológicos, publicado em 1921. A partir das ideias de Carl Jung, as estadunidenses Katharine Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers criaram um teste questionário que, através da autoavaliação, classifica o indivíduo em um de 16 tipos de personalidade. O questionário foi atualizado no decorrer dos anos e ficou conhecido como Myers-Briggs Type Indicator (MBTI), tornando-se uma marca registrada. Veremos os tipos no decorrer de nosso livro.

    Refletiremos também sobre um tipo de sistema de padrões de personalidade chamado eneagrama, como o próprio nome sugere, o eneagrama descreve nove tipos de personalidades, mapeando como elas interpretam o mundo, gerenciam suas emoções e como se relacionam umas com as outras. Você vai aprender a identificar o seu tipo e como melhorá-lo durante o decorrer de nosso livro. Como o próprio nome sugere, o eneagrama descreve nove tipos de personalidades, mapeando como elas interpretam o mundo, gerenciam suas emoções e como se relacionam umas com as outras. Você vai aprender a identificar 6

    o seu tipo anagramático e isso irá ajudá-lo a se relacionar melhor consigo e com os outros.

    O estudo da personalidade na psicologia também possui grande recorrência histórica. Produto do estudo durante tanto tempo gerou diferentes teorias sobre a personalidade reflitiremos diferentes traços e tipos de personalidade na psicologia, obtidos de diferentes classificações e teorias da personalidade (Costa e McCrae, Eysenck, eneagrama e Carl Gustav Jung). O

    autoconhecimento é importante porque quando temos uma melhor compreensão de nós mesmos, somos capazes de sentir como indivíduos únicos sem cair na tentação de comparações excessivas. Temos então a condições de fazer mudanças identificando as áreas nas quais gostaríamos de fazer melhorias, limitações e fraquezas e desenvolver nossas áreas de força. O

    autoconhecimento costuma ser o primeiro passo para o estabelecimento de metas. Cada pessoa tem um histórico de vida e de experiências que, em maior ou menor grau, acabam nos influenciando. Contudo, essa influência dependerá, em primeiro lugar, de como nos posicionamos a respeito dos outros e isso tem tudo a ver com o nosso tipo de personalidade. Por exemplo, uma personalidade que apresente tendências mais sonhadoras, certamente, é mais influenciável do que outra mais dominante, que por sua vez terá maior dificuldade em gerar empatia. Conhecer seu padrão de pensamento e reações ajuda a melhorar áreas, suas reações e aproveitar -se do seu potencial dentro de casa, no trabalho em todos os níveis de relacionamento. A partir dessas ferramentas podemos refletir sobre nossos condicionamentos, atitudes e, assim, reavaliar comportamentos, e quem posso ser, como pessoa nova e equilibrada neste mundo de hoje! Claro que teremos oração, contemplação e meditação, e especialmente de cura interior.

    Um dia destes um amigo me perguntou porque eu estava escrevendo, o que havia me motivado a escrever. Na hora fiquei um pouco chateado pela pergunta, mas logo veio a resposta em meu coração: estou escrevendo para levar os outros a não errarem como eu errei até hoje! Minha vida profissional na Força Aérea e na indústria, como um profissional de engenharia de manutenção 7

    e segurança de voo e de segurança no trabalho, me fizeram aprender uma regra: existem duas maneiras de aprender: errando ou vendo os outros errarem, isso é aprendendo com o erro dos outros. Quando acontece um problema, um desacerto pessoal ou familiar, ou mesmo um acidente, a resposta que muitas vezes escutamos, ou até damos é: o que eu tenho com isso! É amigo, talvez esta seja sua resposta.

    Por causa de uma resposta como esta, já aconteceram muitos problemas e acidentes, muitas vidas foram perdidas e com certeza enormes foram os prejuízos. As pessoas ainda reagem ao termo

    segurança, associando-o com palavras de sentido negativista ou restritivo, tais como: não entre n’água você pode afogar-se,

    pare, fique quieto, não faça isso, é muito perigoso, e tantas outras.

    Todas essas imposições são limitações que se tornam inaceitáveis por serem contrárias ao natural desejo do homem, causando traumas ou fortes reações de oposição. Mas veja bem amigo, há sempre uma perspectiva adequada para realizar-se uma tarefa ou tomarmos uma atitude de forma mais segura e eficiente.

    Podemos correr, subir e nadar, falar e agir sob condições de menor riscos, traumas, atitudes ou perigos. A conscientização de como somos limitados, de características, tipos de personalidade e temperamentos diferentes, certamente ajudará a que você tome decisões seguras e sensatas, evitando, ou ajudando a evitar problemas, situações difíceis, tanto pessoais, como familiares e até acidentes.

    Nestes anos tenho aprendido que nós somos responsáveis por tudo que acontece à nossa volta. Através dos nossos pensamentos, emoções e palavras, criamos situações ao longo de nossas vidas que poderão ser destrutivas ou construtivas. Todos os acontecimentos em nossas vidas até o momento em que nos encontramos foram criados por nossos pensamentos e crenças que tivemos no passado, pensamentos estes que usamos ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado e durante toda nossa vida. O que passou não pode ser modificado, mas, o importante é o que estamos escolhendo pensar agora, porque o pensamento sim pode ser modificado, pois todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade.

    8

    Muitos vivem irados, com raiva, e essa atitude é um dos maiores empecilhos para atingirmos o estado de liberdade interior, que é onde reside a felicidade. A raiva é tida como a mais hedionda das emoções, ela perturba nosso discernimento, nos causa desconforto e consegue devastar nossos relacionamentos pessoais com a força de um furacão, que põe abaixo ou pelos ares tudo que se interpõe à sua passagem. Estudos comprovam que a raiva, a fúria e a hostilidade são prejudiciais ao sistema cardiovascular, causando aumento de colesterol, de pressão alta e até de mortes prematuras.

    Muitas pessoas têm ânimo instável e atuam

    impulsivamente, duvidando de sua identidade e sofrendo explosões de violência contra ela mesma e contra os demais. Essas pessoas padecem de um transtorno que conduz ao abatimento e desesperança, caracterizada pela instabilidade emocional. Sem conseguir se controlar contra o abandono, ataques de ira, sensação de vazio interior e impetuosidade. Suas relações, seu sentido de si mesmo e o seu ânimo, se tornam muito instáveis. Muitos têm impulsos de gastar, ter relações sexuais abusivas e descontroladas, abusar de substâncias e comidas ou dirigir de forma temerária e incontrolável. Suas possibilidades de continuar estudando, ter um emprego ou estabelecer uma relação sentimental, casamento ou namoro se tornam difíceis. Essas pessoas tendem a experimentar longos períodos de abatimento e desilusão, interrompidos às vezes por breves episódios de irritabilidade, atos de autodestruição e cólera impulsiva. Estes estados de ânimo costumam ser imprevisível e parecem ser desencadeados menos por fatos externos do que por fatores internos da pessoa

    Fique certo caro amigo, pois estes sentimentos destrutivos quando brotam dentro de nós, acabam nos dominando de tal forma que destroem nossa paz mental e por isso são corretamente considerados como os nossos inimigos internos. Esses nossos inimigos internos só têm uma função, a de nos destruir e muitas vezes envolver também quem está a nossa volta, especialmente nossos familiares e amigos, exatamente os que mais amamos ou que deveríamos amar. Nossa presença de espírito e nossa sabedoria desaparecem, sentimos uma ansiedade que nos sufoca. Acabamos perdendo a capacidade de distinguir o que é certo ou errado, e aí, 9

    somos lançados num estado de confusão tamanha que agrava ainda mais nossos problemas e dificuldades. Você já deve ter percebido que quando isto acontece nossa tensão tende a aumentar, nosso nervosismo e nossa fisionomia também se transformam, e emanamos, desprendemos uma vibração tão hostil que todos se afastam. Até os nossos animais de estimação, como o gato ou cachorro, podendo mesmo nos transformar em autores ou vítimas de crimes hediondos contra pessoas próximas, ou mesmo contra nosso próprio ser.

    Quantos suicídios e vidas autodestruídas eu tenho visto nestes últimos anos. Quantas tristezas geram! Casais se separam de uma união que deveria ser indissolúvel, filhos matam pais, pais matam filhos, amigos se distanciam, pessoas perdem o emprego.

    Quanta angústia e desolação! A ira, a raiva, a depressão, o mau humor constante, a indolência e muitos outros problemas. São todos inimigos tão poderosos, que podem ficar atuando somente por instantes ou passar de geração para geração. Em alguns casos temos até raiva de pessoas que já faleceram há muito tempo, e assim o inimigo interno continua ativo com toda a sua força. Em outros casos mantemos raiva por desastres financeiros ou relacionamentos que já acabou há muito tempo.

    Francamente caros amigos, eu já passei por muito disso, e ainda hoje luto contra minhas instabilidades, temperamento difícil, impaciência e intolerância. Porém tenho descoberto, juntamente com minha querida esposa, que todos estes sentimentos podem ser construtivos, quando os utilizamos para detectar o que está dentro de nós como inimigos e com isso enxergar nossos egoísmos, nossas críticas, nossas lamentações, nossa falta de fé, ou sentimentos de culpar os outros por nossas mazelas, etc.

    Por mais de 20 anos fui instrutor e chefe de ensino na maior escola de aeronáutica da américa latina: a escola de Especialistas da Aeronáutica, como engenheiro de voo dava instrução de voo e controle de manutenção aeronáutica e segurança de voo, como já falei anteriormente, pois sempre fui agente do CENIPA, que é o Centro Nacional de Segurança de Voo. Mas como era uma Escola tinha as funções de planejamento e avaliação que me obrigaram, além da engenharia, administração 10

    e economia, entender de psicopedagogia. Para poder chefiar a área de psicopedagogia tive de fazer um curso de pedagogia, na Universidade da Força Aérea, com ênfase na psicopedagogia, para poder ajudar os alunos a escolherem suas profissões, nas 28

    especialidades que a escola oferecia. Além de ajudá-los nos problemas ligados a aprendizado e dificuldades de aprendizado.

    Nesta época, também minha filha resolveu fazer a faculdade de psicologia e eu estudava com ela todos os livros nesta área, o que me ajudou a conhecer um pouco do que iremos discutir e refletir neste livro.

    Temos aprendido que devemos usar a força das nossas emoções para destruir os maus sentimentos que habitam em nossa alma e impedem que nossa vida, e a de todos aqueles que dela participam desfrutem de alegria, paz e amor. Para conseguirmos dominar esses inimigos internos, temos descoberto algumas ferramentas que são acessíveis a cada um de nós, basta força de vontade e perseverança em aplicá-los e transformarmos para melhor, nossas vidas e a vida daqueles com os quais convivemos.

    É destas ferramentas que iremos desenvolver nossos estudos e reflexões

    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de quem somos, qual nossa personalidade, nossa máscara e como podemos ser o que realmente somos: nossa verdadeira personalidade. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor.

    No próximo capítulo iremos ver que a personalidade é uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida, e uma elaboração da nossa história, da forma que sentimos e interiorizamos as nossas experiências, acompanha e reflete a maturação psicológica. Em suma, a personalidade é um processo ativo e que intervém em diferentes fatores.

    11

    CAPÍTULO 1 A IMPORTÂNCIA DE SE TER

    PERSONALIDADE PRÓPRIA

    A sua personalidade é parte da sua identidade, ela é a responsável por carregar as características e os valores que fazem você ser quem é. Esse conjunto de informações é o que te guia para que tome decisões e defina os rumos da sua vida. Nesse sentido, ter personalidade própria é importante para que realmente busque satisfazer a si mesmo e siga os seus próprios valores e ideais, e não de terceiros. Quando uma pessoa não tem opinião e se deixa guiar pelas ideias dos outros, ela é conhecida como alguém que não tem personalidade. Na realidade, todos os seres humanos têm personalidade, contudo, alguns se sentem inseguros em expressá-la, seja por medo de serem rejeitados, por não se conhecerem verdadeiramente ou por sentirem a necessidade de se adequar a um determinado padrão. Essa é uma postura que deve ser evitada, porque inclui anular as próprias vontades e não há nada que faça com que isso valha a pena. Uma das chaves para o sucesso é conhecer a si mesmo! Os Benefícios de Ter Personalidade Própria: dicas Poderosas Para Ter Personalidade Própria 1 – Conheça a Sua Personalidade

    2 – Pare de Se Comparar Com os Outros

    3 – Desenvolva Suas Habilidades de Comunicação

    4 – Evite Fazer Coisas Apenas Para Agradar

    5 – Utilize as Falhas Como Fontes de Aprendizado

    6 – Seja Sempre Honesto Consigo Mesmo

    7 – Desapegue-se do Que Não Pode Controlar

    Ter personalidade própria é decidir viver de acordo com os próprios valores, objetivos, vontades, enfim, ser quem é sem medo de não ser aceito. Afinal, as pessoas que realmente valem a pena manter por perto são aquelas que te amam por ser exatamente como é. Claro que ser gentil e querer agradar quem se gosta é maravilhoso, mas é necessário tomar cuidado para não se exceder e correr o risco de, com isso, acabar desagradando a si mesmo. Os benefícios de viver de acordo com a própria personalidade incluem: ter liberdade para tomar decisões de acordo com o que acredita; recusar convites e situações que não fazem sentido para sua vida; não se importar com a opinião de terceiros sobre você; 12

    se expressar sem medo de ser rejeitado; Conseguir dizer não com naturalidade.

    Esses são apenas alguns exemplos da liberdade que a atitude de ser você mesmo pode te proporcionar. Se existe um mapa para a felicidade e a satisfação, é a personalidade de cada um, pois somente voltando a atenção para si que se torna possível descobrir o que te motiva, quais são os seus sonhos, enfim, qual é o seu propósito e a sua missão de vida. Se você deseja descobrir todas essas informações ao seu respeito, coloque cada uma das dicas a seguir em prática e comprove o quanto é maravilhoso ser você mesmo. A primeira coisa a se fazer para ter personalidade própria é reconhecê-la em seu interior. Tire um tempo para refletir sobre si, as coisas que gosta e que não gosta, seus sonhos, as escolhas que fez, seus pontos fortes e aqueles que acredita que precisam ser melhorados. Faça uma espécie de raio X da sua essência e verá como suas ideias ficarão mais claras, pois passará a entender melhor seus sentimentos e comportamentos. Se possível, anote essas informações, para que o exercício de autoconhecimento se torne ainda mais intenso. Somos mais de sete bilhões de habitantes no planeta terra, cada um com sua personalidade, e é exatamente essa diferença que nos torna especiais. Nesse sentido, se comparar com outras pessoas nunca é uma boa ideia, porque, além de ser uma forma injusta de medir o sucesso, o que faz o outro feliz pode não ser, necessariamente, o que irá te levar para encontrar o caminho da sua felicidade.

    Portanto, pare de fazer comparações e agradeça por ser único e especial como você é.

    A comunicação é uma ferramenta extraordinária que nos possibilita expressar nossa personalidade e trocar informações com as outras pessoas. Então, quanto melhor você se comunicar, mais conseguirá ser você mesmo em qualquer situação. Vale lembrar que isso não inclui apenas falar bem, mas também ouvir na essência o que o outro tem a dizer, dedicando toda a sua atenção. Assim, poderá agir de acordo com o seu verdadeiro eu de forma mais clara e segura. Querer agradar aqueles que se ama é uma atitude natural, entretanto, é importante tomar cuidado para que esse desejo não entre em atrito com a sua personalidade. Dessa forma, 13

    está tudo bem querer agradar o seu cônjuge, por exemplo, mas desde que as atitudes que tomar em relação a ele/a estejam de acordo com o que acredita e que façam sentido para você. Suprimir as suas vontades apenas para agradar terceiros, além de não fazer bem para você, a longo prazo não é sustentável e pode comprometer os seus relacionamentos. Ao buscar viver de acordo com a sua própria personalidade, é importante que se prepare para lidar positivamente com as falhas, afinal nenhum ser humano sobre a face da Terra é perfeito. Claro que é fundamental fazer sempre o melhor que puder e ter a intenção de acertar, mas, caso algo saia do previsto, tenha coragem de assumir, pedir desculpas, se necessário, e aprender com aquela experiência, para fazer diferente em uma próxima oportunidade.

    Ser honesto consigo mesmo é olhar para si de forma verdadeira, sem ser crítico demais e se culpar ou fechar os olhos para pontos da sua personalidade que precisa desenvolver e melhorar. Para isso, é fundamental que mantenha as suas atitudes sempre conectadas com a sua personalidade, para que se observe e reflita o que deve manter ou transformar. Ao agir sempre de forma honesta em relação a si, estará sempre caminhando para se tornar a sua melhor versão. A autoconfiança só é possível se você está de bem com a vida. Um dos fatores que mais impede as pessoas de agirem de acordo com sua personalidade é o receio de desagradar os outros. Com isso, tomam atitudes que não condizem com o que acreditam apenas para serem aceitas. Nesse sentido, a última dica que gostaria de compartilhar para que seja você mesmo é que se desapegue de tudo aquilo que não pode controlar, começando pelos sentimentos e opiniões de outros indivíduos. Concentre-se apenas em fazer o seu melhor, sem depender de aprovação, e verá como tudo ficará mais leve. Ter personalidade e viver de acordo com ela é honrar a sua própria história. Por isso, ouse ser você, pois mostrar a sua verdadeira essência é o que fará com que você se destaque da multidão.

    Caros amigos leitores/as, como estamos refletindo, nossos sentimentos são complexos e difíceis de tratar, por muitas vezes cometemos loucuras por causa dos nossos sentimentos, isso somente se dá por que ele nos domina inteiramente e quase nunca 14

    temos a capacidade de contrariá-los. Vamos imaginar uma casa, onde o proprietário dessa casa se encontra amordaçado, amarrado e sem poder ver a luz do dia; onde o mordomo se encontra totalmente alcoolizado, e incapaz de se manter em pé; e ainda existe uma empregada, que se comporta como uma usuária de drogas, e na qual tem todo o controle da casa, podendo fazer tudo o que bem entende. Vocês devem estar achando isso um absurdo!

    Mas o que me diriam se vocês soubessem que essa casa é você, que o dono da casa é sua consciência, que o mordomo é a sua razão, e que a empregada são seus sentimentos e emoções. Mas essa é a mais pura verdade! Por diversas vezes agimos impulsionados por algum sentimento seja ele o amor, o ódio, a paixão, a cobiça, a inveja; e por aí vão todos os sentimentos que podemos ter. Então devemos expulsar nossos sentimentos, medos, culpas, vergonhas, ansiedades, etc. de dentro de nós? É lógico que não! Mas nossos sentimentos precisam ser controlados, pois necessitamos saber exatamente o que estamos fazendo. Precisamos nos conhecer.

    Conhecer os nossos sentimentos, nossas emoções. Quantas vezes você diz que fará isso ou aquilo, e de repente está fazendo totalmente o oposto. Isso é o que acontece quando nossos sentimentos tomam o controle de nosso corpo, agimos sem pensar, algumas vezes isso é bom; mas me diga você está sempre preparado para o que seus sentimentos decidem?

    Por muitas vezes nos frustramos, exatamente por esperarmos que determinado evento ocorra, mas não estamos preparados para o fato dele não ocorrer ou ocorrer de maneira diversa daquela que esperamos, e por que isso ocorre? Ocorre justamente por que foi uma decisão exclusiva de nossos sentimentos aflorados, e não uma ação conjunta entre a razão e os sentimentos, o que nos daria plena consciência de tudo o que podemos esperar. Agir pelos sentimentos não é errado, ou ruim; mas com certeza é muito melhor quando nossos sentimentos, emoções e razão entram em um acordo de como agir; onde os dois possam beneficiar a nossa consciência. Como podemos melhorar no controle de nossas emoções? A melhor maneira de melhorar é deixar a sua razão se mostrar, deixar que aos poucos ela se mostre 15

    útil, e colabore para o controle de seus sentimentos, deixando que eles façam loucuras, quando realmente for necessário.

    Bem caro amigo, na busca de melhorar o controle dos nossos sentimentos, nossas angústias e especialmente o nosso temperamento impulsivo, fui em busca de me conhecer: eu e minha esposa resolvemos nos conhecer mais a fundo! Neste caminho que escolhi, fui me defrontando com uma séria de estudos das personalidades, das características do nosso eu interior, enfim de que tipo de ser humano eu tenho sido. Fui descobrindo conhecimentos da psicologia e de culturas milenares que me impressionaram e tem me proporcionado ser mais feliz, e ter mais controle de minhas emoções e sentimentos. E nesse caminho, a minha esposa esteve sempre junto, buscando também a sua cura interior. Enfim, continuamos a cura interior de nosso casamento, de nossa relação. E tem sido bom, pois vamos completar 52 anos de casados e estamos felizes e nos completamos bem em tudo, e temos temperamentos e personalidades completamente diversos, como vocês verão à frente!

    Que tipo de ser humano somos nós? Inicialmente vamos buscar o conhecimento de nossas características pessoais através do estudo da personalidade. Muitas são as maneiras de buscarmos conhecer os nossos comportamentos, muitas são as tipologias existentes. Chamamos de tipologias a simplificação do comportamento humano, compartimentando-o a um limitado número de tipos similares. Todas as tipologias têm a desvantagem de, aparentemente, desconsiderar a originalidade, as peculiaridades e as nuances de cada indivíduo. Por isso muitos psicólogos lhes fazem grandes e compreensíveis restrições. É grande o perigo de definir uma pessoa (ou definir-se) como pertencente a um determinado tipo de personalidade ou signo zodiacal e aí deixá-la acomodada. A utilização das regularidades no comportamento humano, só tem sentido quando existe possibilidade de mudança, de cura interior de melhorarmos, sermos pessoas novas, seres humanos melhores! De qualquer maneira, talvez todos usemos tipologias no cotidiano, no nosso dia-a-dia.

    Tenho procurado utilizar a máxima do conhece-te a ti mesmo. Saber a verdade de cada um de nós é um princípio de 16

    sabedoria. Ensina-nos, sobretudo, a aceitar-nos como somos, e a construir sobre esse homem velho, ou velha mulher, a obra-prima que cada ser humano é chamado a ser, no reino de Deus. Esse material, o nosso ser total, que não é igual a nenhum outro, embora composto de muitos elementos idênticos, é o resultado de muitos fatores: hereditariedade, educação, circunstâncias de vida, especialmente nos primeiros anos de nossas vidas; a nossa fisiologia, qualidades naturais, ambientais, etc, etc. Mas tudo é aperfeiçoável, e não irreversível, com a graça de Deus podemos ser um homem novo, uma mulher nova.

    O conhecer-se a si mesmo é uma arte e uma graça.

    Nenhum ser humano se conhece perfeitamente. Para isso, seria preciso ver-se como o próximo o vê, e isso apenas lhe daria um conhecimento imperfeito, pois que o outro nunca está em condições de julgar. Seria preciso, antes, ver-se como Deus o vê.

    Só ele sabe o que há no homem (Jo 2, 25); só ele pode dar o devido valor, o devido mérito, a devida desculpa ou a devida condenação, a cada pensamento e ato humano.

    Esse conhecimento, das características pessoais, ensinando-nos o porquê de muita coisa que se passa em nós, é um poderoso agente da nossa saúde mental, espiritual e física. A compreensão, a aceitação, ou a não-aceitação, no caso da necessária mudança de vida ou conversão, do esforço para cura interior, enquanto depende de nós. Essa compreensão é meio caminho andado para o equilíbrio interior e para a perfeição integral do homem: mens sana in corpore sano. Essa máxima helênica exprime uma realidade que não podemos salientar por demais: a inter-relação e mútua influência do composto humano, tridimensional: matéria, espírito e divindade.

    Como já falamos, o conhece-te a ti mesmo, é um princípio de profunda sabedoria. Ninguém se conhece perfeitamente. Embora sejamos todos da raça humana, cada um de nós é o resultado de muitos fatores, como já mencionamos: hereditariedade, raça, sexo, educação, circunstâncias de vida, fisiologia, qualidades naturais, além do ambiente em que vivemos e nos criamos, e muitos outros fatores. O conhecer-se é um poderoso agente da nossa saúde mental, física e espiritual. Para 17

    chegar ao autoconhecimento é importante conhecer o próprio temperamento. Ele é a chave para conhecermos as reações de diferentes comportamentos, qualidades e defeitos e especialmente, nossas emoções.

    Durante minhas meditações e estudos, fui descobrindo que todos os temperamentos têm um lado maravilhoso de qualidades e tendências especiais, mas também de dificuldades a serem superadas, nas fraquezas que nos são peculiares. Nenhum temperamento, aliás, exclui completamente traços dos outros.

    Trata-se apenas de predominância. Temos em nós, características de todos os temperamentos, mas algumas predominam. Veremos isto, com detalhes, mais à frente.

    Várias são as tipologias, ou maneiras de caracterizar o ser humano, em seus diferentes modos de reagir, nas diversas situações do nosso dia a dia. Nenhuma delas é universal e nenhuma delas detém, se existir, a verdade exclusiva. Cada uma delas pode ser comparada a um mapa que visa facilitar a visão geral do reino do espírito humano. Como os mapas podem ser geológicos, políticos, viários, etc. As tipologias têm interesses peculiares e, portanto, podemos ter diferentes preferências na utilização delas.

    Além disso, cada uma dessas tipologias foi desenvolvida e organizada por uma ou várias pessoas, assim, elas estão, provavelmente embebidas da percepção que essas pessoas tiveram ou têm da vida. Nossa própria percepção da ferramenta que chamamos de mapa vai alterar-se após cada visita ao nosso território interior, ao território de nossos sentimentos e emoções.

    É como acontece, após explorarmos um território e depois voltar a olhar para o mapa dele, já não será mais o mesmo mapa, pois reconhecemos melhor o terreno e suas nuances.

    No próximo capítulo iremos iniciar o estudo dos nossos temperamentos e personalidade, que nos ajudarão a nos conhecermos melhor e melhorarmos o nosso relacionamento conosco mesmo e com os outros. Num primeiro momento, refletiremos sobre as características gerais dos nossos temperamentos e personalidade, e após, iremos refletir sobre como, realmente, podemos controlar o nosso temperamento e características pessoais, com a finalidade de colocarmos a nossa 18

    vida no caminho do essencial divino, rumo à eternidade, com qualidade de vida, e guiados pelo Espírito Santo. Só assim, caros amigos, poderemos atingir o máximo de nossa capacidade humano-divina, com nossas características e temperamentos que recebemos por hereditariedade, bem como com a personalidade que desenvolvemos no nosso viver até os dias de hoje.

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    CAPÍTULO 2 COMO FUNCIONAMOS EM VÁRIAS

    SITUAÇÕES? QUAL É NOSSA MANEIRA DE SER?

    Você sabia que o que diferencia as pessoas é o CARATER

    e a ATUAÇÃO, e o que diferencia a atuação é o TALENTO e o COMPROMETIMENTO? Por isso é tão importante nos conhecermos e entendermos como funcionamos em várias situações. Falo de qualquer situação em sua vida, seja ela inusitada ou as incluídas em sua rotina natural. Você é único! Cada ser humano tem sua marca registrada. Sei que você pensou em digital, não é mesmo? Mas não estou falando disso, que é também um fato importante que comprova mesmo a nossa singularidade, mas estou falando mesmo é de ESSÊNCIA. Somos por natureza semelhantes, mas somos diferentes quanto à nossa personalidade e maneiras de ser e de se comportar, diferentes quanto ao nosso caráter individual. Sei que você já ouviu falar que nem mesmo os irmãos gêmeos são parecidos, são apenas no biótipo, na aparência externa, mas quando falamos de jeito de ser e estilo interno de percepção das coisas podem ser bem diferentes. Por esta razão, quando falamos de caráter, atuação, talento e comprometimento estou falando de bases únicas. Vamos pensar assim: Cada pessoa no mundo é única, e saber sobre si mesmo pode dar a você uma vantagem na vida. Estrategicamente falando, entender como damos o sentido que damos às coisas, como eu entendo o outro é algo bem particular e subjetivo, concorda? E saber sobre este tema pode te abrir caminhos e novas possibilidades.

    Você acha que pensa diferente das outras pessoas e que às vezes se sente deslocado? Pode ser simplesmente porque você realmente pensa diferente, porque você é único e não pode se sentir forçado a concordar ou pensar da mesma forma que outra pessoa, mesmo que sejam multidões. E está tudo bem em saber disso. Você sabia que existem ferramentas que podem facilitar o teu entendimento e conhecimento de como você se comporta?

    Mas antes de falar mais sobre isso te convido a refletir sobre esta afirmação: A principal energia que impulsiona para a ação vem das emoções. E para falar sobre emoções vamos primeiro entender o que é temperamento. Cada pessoa tem o seu temperamento. Cada ser humano é um enigma para si e para os 20

    outros, por conta da sua essência peculiar. Nossas relações dependem de nos aproximarmos deste enigma, não só com a razão e o conhecimento, mas com o sentimento e a sensibilidade.

    Aprofundar-se na complexidade da natureza humana é poder ver cada indivíduo sob uma luz correta. Mais uma curiosidade para você: Sabia que a palavra temperamento pode ser comparada a um tempero? Cada tempero é de um jeito, uma cor específica, um sabor, um benefício, entre outras particularidades que se diferencia e se destaca dependendo de como é utilizado. Pois é, e lá vai mais uma pergunta: Como se forma então o nosso temperamento? O

    nosso temperamento se expressa em forma de comportamento.

    Nele estão incluídos os aspectos hereditários que herdamos dos nossos familiares que se misturam com os aspectos de nossa individualidade, que é composto por nossa forma de educação recebida e assimilada, nossas experiências pessoais, nossos sentimentos e padrões mentais. Pronto: Temos agora nosso temperamento. Nosso tempero próprio. Lembra das emoções?

    Elas estão sempre conosco misturadas ao nosso tempero.

    E o que são emoções? Emoção é uma palavra que deriva do termo em latim emotione, que possui o significado de mover para fora, promover uma grande

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