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Vviver Com Esperança Cristã
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E-book536 páginas6 horas

Vviver Com Esperança Cristã

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Sobre este e-book

Neste livro “Viver com Esperança Cristã”, e como subtítulo “Buscar a esperança através dos Exercícios Espirituais Inacianos”. A esperança em Deus precisa fazer parte da nossa vida, mas frequentemente, tratam a esperança como sinônimo de otimismo. É utilizada, assim, para designar um certo sentimento de que tudo irá se resolver ou dar certo. Uma noção de que as coisas não podem estar tão ruins como aparentam ou que, embora tudo indique uma dificuldade de resolução, no fim tudo vai dar certo. Esperança é o substantivo feminino que indica o ato de esperar alguma coisa, pode ser também um sinônimo de confiança. Ter esperança é acreditar que alguma coisa muito desejada vai acontecer. A esperança pode ser fundamentada (ou realística) ou baseada em alguma utopia, algo que dificilmente será alcançado. Em sentido figurado, a palavra esperança pode dizer respeito a alguma pessoa na qual é colocada um elevado grau de expectativa. Ex: A minha filha é muito inteligente. Ela é a minha esperança de um futuro melhor. De acordo com a Bíblia, a esperança é uma das três virtudes teologais, conforme é possível comprovar em 1 Coríntios 13,13 Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. Também é possível verificar que a esperança está relacionada com a fé, de acordo com Hebreus 11,1: Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Em Jeremias 29,11, podemos ver que Deus quer que o Seu povo tenha esperança: Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês , diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro. Para um cristão, ter esperança é saber que apesar das dificuldades que o cristão enfrenta nesta vida, que o melhor ainda está por vir. Entretanto, a esperança é a segunda virtude teologal. Isso quer dizer que, como virtude, trata-se de um hábito que deve ser alimentado e fortalecido em nossa vida. Diferentemente de outros hábitos, este não pode ser criado pelo ser humano, pois compete a Deus dá-lo por meio da infusão da graça santificante. Procuramos utilizar como metodologia a espiritualidade Inaciana, contemplativa na ação, segundo o livro dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola PARA REALIZAR A EXPERIÊNCIA DE ENCONTRO PESSOAL COM JESUS, NO EXERCÍCIO ESPIRITUAL DO DIA-A-DIA O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além do ministério da Palavra é do grupo da Liturgia da Paróquia de São Pedro. orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de jun. de 2023
Vviver Com Esperança Cristã

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    Vviver Com Esperança Cristã - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 4

    CAPÍTULO 1 O MUNDO EM CRISE TENDE A TIRAR A

    ESPERANÇA 12

    CAPÍTULO 2 QUAIS SÃO AS REAÇÕES PERANTE A CRISE NO MUNDO 26

    CAPÍTULO 3 COMPREENSÃO DO SENTIDO DA

    CRIAÇÃO 36

    CAPÍTULO 4 A ESPERANÇA NO DEUS CRIADOR 59

    CAPÍTULO 5 A RESSURREIÇÃO FONTE DA

    ESPERANÇA CRISTÃ 76

    CAPÍTULO 6 A ESPERANÇA EM MARIA PORTA DO

    CÉU 105

    CAPÍTULO 7 VIVER A ESPERANÇA NOS EXERCÍCIOS

    ESPIRITUAIS DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA 111

    CAPÍTULO 8 COMO DISCERNIR OS NOSSOS

    SENTIMENTOS NO CAMINHO DA ESPERANÇA PARA

    A ETERNIDADE? 138

    CAPÍTULO 9 CONTEMPLANDO A VIDA DE JESUS E

    DE MARIA COM ESPERANÇA NA ETERNIDADE COM

    ELES 185

    CAPÍTULO 10 RESPONDER O CHAMADO DE JESUS

    PARA A VOCAÇÃO mostra NOSSA ESPERANÇA 225

    CAPÍTULO 11 CONFIRMAÇÃO DA ELEIÇÃO NA PAIXÃO E NA RESSURREIÇÃO 256

    BIBLIOGRAFIA 310

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 311

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Ao padre Geraldo de almeida Sampaio, nosso professor na especialização em Cristologia/Mariologia e no curso superior de religião que fizemos aqui na arquidiocese de aparecida. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E

    onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE

    de Belo Horizonte.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, enfim vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o princípio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    3

    INTRODUÇÃO

    Quero iniciar este livro Viver com Esperança Cristã, e como subtítulo Buscar a esperança através dos Exercícios Espirituais Inacianos. A esperança em Deus precisa fazer parte da nossa vida, mas frequentemente, tratam a esperança como sinônimo de otimismo. É utilizada, assim, para designar um certo sentimento de que tudo irá se resolver ou dar certo. Uma noção de que as coisas não podem estar tão ruins como aparentam ou que, embora tudo indique uma dificuldade de resolução, no fim tudo vai dar certo. Esperança é o substantivo feminino que indica o ato de esperar alguma coisa, pode ser também um sinônimo de confiança. Ter esperança é acreditar que alguma coisa muito desejada vai acontecer. A esperança pode ser fundamentada (ou realística) ou baseada em alguma utopia, algo que dificilmente será alcançado. Em sentido figurado, a palavra esperança pode dizer respeito a alguma pessoa na qual é colocada um elevado grau de expectativa. Ex: A minha filha é muito inteligente. Ela é a minha esperança de um futuro melhor. No âmbito da entomologia (estudo dos insetos), esperanças são insetos ortópteros, com longas antenas e normalmente de cor verde. Frequentemente são encontrados em pastos e alguns são muito parecidos com folhas.

    A expressão esperança de vida (ou expectativa de vida) indica a média de anos que um pessoa pode viver, ou seja, são os anos vividos desde o seu nascimento até o seu falecimento. Esta estatística é usada como índice de desenvolvimento dos vários países, pois quanto mais desenvolvido, maior é a esperança de vida.

    De acordo com a Bíblia, a esperança é uma das três virtudes teologais, conforme é possível comprovar em 1 Coríntios 13,13

    "Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor.

    O maior deles, porém, é o amor. Também é possível verificar que a esperança está relacionada com a fé, de acordo com Hebreus 11,1: Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Em Jeremias 29,11, podemos ver que Deus quer que o Seu povo tenha esperança: Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e 4

    um futuro." Para um cristão, ter esperança é saber que apesar das dificuldades que o cristão enfrenta nesta vida, que o melhor ainda está por vir. Entretanto, a esperança é a segunda virtude teologal.

    Isso quer dizer que, como virtude, trata-se de um hábito que deve ser alimentado e fortalecido em nossa vida. Diferentemente de outros hábitos, este não pode ser criado pelo ser humano, pois compete a Deus dá-lo por meio da infusão da graça santificante. É

    teologal também não só porque é infundido por Deus, mas por se tratar de uma virtude que tem como fim último o próprio Deus.

    Esses hábitos predispõem o homem a agir segundo o desígnio do Criador, conseguindo concretizar suas inspirações.

    Isso quer dizer que, quando se espera coisas humanas ou materiais, não se trata da virtude da esperança. Pode-se, realmente, esperar conseguir um emprego, esperar ir bem numa prova ou concurso, bem como, esperar ser bem recebido por certa pessoa num determinado lugar. Mas, que fique claro, nada disso trata da verdadeira esperança, a virtude teologal. A esperança é aquela virtude que nos faz esperar Deus e Suas promessas. A partir daí, fica claro que a primeira virtude teologal a ser cultivada precisa ser a fé, pois dela provém a esperança. De fato, é necessário conhecer Deus, suas características, seu imenso amor pelo ser humano, a maneira como, através da história, preparou a salvação da humanidade para poder esperá-lo. Uma fé que se desenvolve, que provoca o aperfeiçoamento da virtude da esperança. A esperança, por sua vez, faz com que todas as coisas da vida e o mundo sejam colocados nos seus devidos lugares. Ela fornece a meta que explicita para onde todo homem e mulher devem direcionar a própria vida. Esperar em Deus é, assim, não só uma atitude passiva de quem vai receber algo, mas uma certeza de onde olhar, para onde colocar o foco de nossa atenção e atividade. O Salmo que diz

    olho para os montes, de onde virá o meu socorro? (Sl 121), responde apropriadamente: não é do mundo, não é dos homens,

    o meu socorro virá do nome do Senhor, que fez o céu e a terra.

    Portanto, nome do Senhor se refere à maneira como conhecemos Deus, pois se conhece alguém através do seu nome.

    Como é a virtude da fé que faz conhecer Deus, entendemos que se 5

    pode, corretamente, entender que o nome de Deus é a fé. Com essa referência, vê-se que as virtudes da fé e da esperança precisam caminhar juntas: aquele que conhece Deus sabe que deve esperar n’Ele. Para ter verdadeira esperança, somente com verdadeira fé.

    A virtude da esperança é, desse modo, aquela que faz ver o mundo com outros olhos. Embora não se ignore a vida material, ela deve ser colocada sob a perspectiva da eternidade e do espiritual. Tal projeto leva para Deus? Preciso realmente disso ou daquilo? Esses bens ou atitudes me preparam para a vida eterna e para aumentar o contato com Deus em minha vida? Onde coloco minha esperança? Olho para os montes esperando que um exército virá me salvar ou espero no Senhor? Aqueles que não perseguem os títulos, glórias e honras do mundo, mas caminham rumo à santidade de vida, sabem que serão consolados. Possuem uma verdadeira esperança, pois a fé ensina que Deus não decepciona quem constrói sua vida sob esses princípios. A virtude da esperança também provoca (e alimenta-se para crescer) da disposição do homem de consolar-se diante da doença, da morte, da perseguição e da injustiça quando provocada pelo seguimento de Deus. Afinal, aquele que estabelece como meta a convivência com Deus e a vida eterna não pode considerar a morte como um castigo. O que possui a virtude da esperança, da mesma forma, vê a doença como uma oportunidade de renúncia, expiação e entrega que o aproximará da meta da eternidade.

    Caro leitor/a ao olhar para as relações que ocorrem dentro de uma determinada sociedade é possível perceber quais são os sistemas de valores, a moral e a ética pela prática social de seus integrantes. Em uma sociedade que se auto define global, não só as relações econômicas estão atreladas, como a própria cultura sofre uma espécie de homogeneização e, desta forma, também o conjunto de princípios norteadores de uma sociedade sofre alterações. Adapta-se, transfigura-se e lentamente passa-se a um processo de padronização do pensamento, dos valores e da moral.

    Notadamente, a nossa sociedade atual vive uma crise de sentidos, o ser humano coloca-se como centro dos desejos e necessidades, e assim constrói-se uma ideia perversa de autorrealização que em 6

    nada se aproxima da perspectiva Cristã. Vivemos Atordoados pelo caos do barulho e da superficialidade, numa sociedade que prioriza o periférico e o superficial, o pouco profundo, vive-se um permanente vazio nas relações sociais. O grande dinamismo dos meios de comunicação e de informação (mídias e fake news) afligem as pessoas com uma infinidade de sistemas de valores, nem sempre cristãos, onde o que predomina é o desejo, a aspiração, a simples vontade e não a verdadeira necessidade. As exigências da correria do dia-a-dia impõem uma rotina onde raramente reserva-se momentos de reflexão, de aprofundamento e de cuidado espiritual. Uma espécie de liberdade individual desconectada das relações sociais passou a ser a grande propulsora de um individualismo que norteia a conduta social. A busca de autossatisfação é a tônica de uma sociedade de consumo e influencia sobremaneira o ser humano que, na procura de sua autonomia, coloca a si próprio como sendo a razão e o propósito da sua existência. O indivíduo é o centro da sua vida e essa condição determina suas relações sociais, que passam a se pautar em uma forma egocêntrica e individualista de ser. Essa inversão de valores define uma nova maneira de ser, que exprime exatamente a condição de contradição de nossa atual sociedade. Busca-se fora de si aquilo que só é encontrado no seu próprio ser, ao mesmo tempo em que busca em si aquilo que só se encontra na relação com o mundo exterior, na relação com o outro.

    Iremos refletir que na contramão de uma sociedade em crise de valores, a fé Cristã aponta para uma ética diferente, que busca no seguimento da cruz de cristo e na ressurreição, o motivo de sua plena autonomia e liberdade, que ressignifica o presente e caminha confiante para um novo futuro na esperança da vida eterna. Assim, o motivo de toda esperança Cristã não pode ser outro senão o próprio Cristo. Caso contrário, falar em futuro seria apenas uma especulação vazia, uma racionalização inútil ou um profetismo insidioso. Por meio do Cristo ressuscitado encontra-se um futuro: o do próprio Cristo e, consequentemente, o da criação.

    O futuro de Cristo é a promessa e motivo de esperança. Assim, vê-7

    se o presente tendo o futuro como ponto de partida, porque todos são colaboradores desse futuro esperado.

    Cristo, o Deus da promessa, se manifesta na história e através dela constrói o caminho para a salvação, sem que exclua disso a necessidade da participação da humanidade nessa construção. A promessa revelada por Deus não suscita uma realização no presente, mas orienta o nosso presente com vistas ao futuro na eternidade.

    O ser humano também se torna responsável pelo futuro da criação, e é convidado a imitar, seguir, viver como o Cristo nessa caminhada. Assim há uma ética Cristã, uma conduta que oferece sentidos, propõe um ajuste de foco, reconduz a humanidade a pensar e agir coletivamente, a se redescobrir como sendo parte de um grande mistério que vai além da razão ou compreensão humana.

    Ao propormos uma reflexão sobre a esperança e ética Cristã nos permitimos avaliar a realidade social e vislumbrar possibilidades a partir de uma vivencia espiritual que indica uma responsabilidade e comprometimento para com o futuro. De fato o cristianismo já está presente majoritariamente na civilização ocidental, especialmente no nosso Brasil, onde vivemos porém, a prática social não indica a vivencia ética de valores cristãos. Essa dificuldade se impõe a uma busca de respostas para uma ética cristã. A partir daí surgem questões urgentes a serem respondidas: sobre qual é esse cristianismo professado que não altera as estruturas de dominação e opressão? O que é preciso para que a fé cristã seja de fato uma força transformadora da realidade, a partir dos pressupostos do evangelho? Como se pode, a partir da vivência Cristã, chegar a uma fé viva, na prática, que seja vibrante e que contamine as pessoas para uma prática da solidariedade cristã?

    Como pode a vivencia do cristianismo hoje, associar-se à busca da justiça social e superação da crise de valores da sociedade? A ética Cristã aponta para uma verdade norteadora da vida, mas como, em uma sociedade desorientada e confusa, pode-se reconhecer a verdade? De fato a fé Cristã não pode ser uma passiva espera da efetivação de um reino de justiça que se cumpre num plano apenas 8

    espiritual, mas antes, uma orientação para fazer aquilo que é possível nesse mundo para alcançar uma vida cristã digna.

    Para este estudo vamos utilizar a espiritualidade Inaciana, Jesuíta, que no final iremos realizar um verdadeiro exercício espiritual, para que a esperança cristã seja a nossa própria vida vivida aqui e agora, de mãos dadas com Cristo ressuscitado presente na Igreja, na Eucaristia, na Palavra e especialmente em cada um de nós que busca viver a Verdade do Evangelho que Ele nos ensinou com Sua vida aqui na terra e hoje no céu a nos esperar para uma vida eterna na presença de Deus Trindade Santa!

    Assim, para os estudos e reflexões iniciais serão consideradas basicamente as reflexões sobre a sociedade moderna, a partir das dificuldades principiadas pelo advento, na civilização ocidental, de uma cultura técnico-científica. Essa cultura molda as relações humanas a partir de valores que contradizem, sobremaneira, os valores cristãos, expondo a humanidade moderna a uma crise de valores e sentidos. Inicia-se olhando para as crises que afetam toda a criação, em especial o ser humano que inserido na cultura moderna transforma-se a si mesmo em uma ameaça para a sobrevivência. Em seguida são analisadas as reações humanas perante as dificuldades impostas pelas crises apresentadas e, os papéis ditados pela sociedade e assumidos pela religião como práticas impeditivas para o adequado seguimento de Cristo.

    Depois abordaremos temas como a salvação, vida e natureza que buscam um melhor entendimento do sentido da criação, de como a vida humana se relaciona com a natureza da qual ela faz parte e, consequentemente, com a salvação de todas as coisas. Inicia-se o estudo expondo uma hermenêutica teológica da vida, com o princípio de que a vida é um direito humano e que não pode ser violado. A vida, porém, para ser humana, deve ser afirmada e aceita, amada e participada, ter em si a aspiração para a vida eterna. Assim passa-se para uma hermenêutica teológica da natureza, onde se enfoca a criação como projeto de Deus, tendo início, evoluindo e, encontrando seu propósito maior, tornando-se a habitação do próprio Deus. Por fim, conclui-se a reflexão discorrendo sobre a hermenêutica da salvação, onde ela adquire 9

    uma dimensão universal, acontece a partir da vida e do amor de Cristo e está em relação direta com o Reino de Deus e com a justiça Divina.

    Refletiremos então, sobre a Esperança cristã como horizonte e fonte da ética da vida, trata da práxis cristã diante da sociedade. A esperança, buscada na espiritualidade Inaciana, impele o ser humano a agir no momento presente tendo em vista o futuro que espera. A relação feita entre a esperança Cristã e a sociedade contemporânea deve resultar numa ética que atribua sentido à vida humana, como uma proposta de ação transformadora da realidade apontando para a sua plena dignificação. Portanto, uma ética Cristã implica numa forma de ser e agir no mundo e se oferece como resposta para a busca da humanidade. Ressaltaremos a esperança Cristã como vitalidade, como força propulsora que conduz o ser humano a despertar para a realidade vivida de modo a percebê-la e compreendê-la e, assim, poder mudá-la. Pois, a ética Cristã é indissociável da fé em Cristo, devendo ser a vida do Cristão, o pleno testemunho do amor de Deus. Fazendo uso também do magistério da Igreja Católica, serão tratados os argumentos teológicos que reposicionam o tema da vida no sentido e orientado para Deus. Aponta-se para a necessidade de uma proposta, a partir do evangelho de Jesus, de uma cultura que valorize e promova a vida humana e que oriente a uma vida feliz. Levando em conta a contradição entre a atual cultura de morte e a proposta do Reino de Deus, evidencia-se a sacralidade e a dignidade da vida humana a partir da própria missão de Cristo.

    Neste livro sobre a esperança Cristã pretendemos fornecer subsídios para uma reflexão madura, apontando para uma ética que possibilite uma atitude melhor perante a vida. A esperança Cristã deve ser, antes de tudo, uma busca pela verdade, um descontentamento com a realidade presente e um posicionamento de estranhamento perante um mundo que já não pode mais ser aceito passivamente. Implica, dessa forma, em uma busca de melhores condições para a realização da vida humana. Uma luta diária por justiça, solidariedade e dignidade. Esperança Cristã é 10

    uma transformação do presente com vistas ao futuro esperado em Cristo. A espera não é uma ilusão de que a felicidade é reservada somente para um futuro distante e, assim, inatingível, pois nós somos presentes no hoje, ou seja, é a partir do aqui e agora que existimos. Os sofrimentos da vida, a dor do presente e as cruzes diárias não podem ser vistas e aceitas apenas como uma possibilidade futura de recompensa. Pensar assim limita a uma passividade e uma indiferença diante das injustiças sociais. Mas a esperança é capaz de nos colocar no caminho do amor, e compreender a vida além dos sofrimentos, ou melhor, é capaz de significar as dores e mostrar que a felicidade está no reto cumprimento da mensagem de Cristo. Assim, carregar a cruz com Cristo tem sentido, não é espera passiva, mas se torna um caminhar confiante e transformador mediante a esperança.

    No próximo capítulo iremos iniciar o estudo sobre as crises do mundo atual. Vivemos tempos difíceis, momentos tenebrosos, tragédias espalhadas por todo planeta, o desequilíbrio do mundo, que atinge as pessoas.

    11

    CAPÍTULO 1 O MUNDO EM CRISE TENDE A TIRAR A ESPERANÇA

    Vivemos tempos difíceis, momentos tenebrosos, tragédias espalhadas por todo planeta, o desequilíbrio do mundo, que atinge as pessoas. Mantermos o equilíbrio, a fé e confiança em Deus, que sustenta a vida e nutre nosso coração. Não vemos a semente crescer, mas ela se desenvolve, assim, como a fé cresce e nos dá vida, esperança que nos sustenta, diante de tantas tragédias, dores e sofrimentos. O mundo inteiro sofre por consequência da Pandemia, estarmos de olhos abertos é essencial, para obtermos as misericórdias de Deus. É preciso para experimentarmos a confiança em Deus e descansar no seu amor. Diante das instabilidades em todas as áreas, principalmente a política, que leva a destruição e degradação das Instituições, pelos desmandos que passa nossa Nação. Quando cremos que fomos criados por Deus, que nosso corpo é um santuário sagrado, temos consciência da busca constante por uma alimentação saudável, para termos saúde, nos preservar das doenças, diante de uma Pandemia desenfreada.

    A fé é importante, ela, nos aproxima mais de Deus. Esta confiança em Deus, conduz-nos a termos boas perspectivas, a sermos mais otimistas e positivos, em relação à vida, evitando sofrimentos e nos permitindo transformações para uma vida melhor, apesar de todos os problemas de ordem política, e outros que enfrentamos, que geram a fome, a miséria, aliadas as tragédias, as doenças e todos os desequilíbrios porque passa o Planeta Terra, afetando toda humanidade. A pandemia provocada pelo novo corona vírus impôs um isolamento a bilhões de pessoas e chegou a praticamente paralisar a economia global. Os desafios para os negócios são imensos e sem precedentes. O que as empresas devem fazer para sobreviver a essa crise?

    Até o capitão inglês James Cook atracar seu navio na Austrália, em 1770, as pessoas da época tinham a certeza de que todos os cisnes eram brancos. A descoberta da ave em território australiano rompeu uma crença que, como hoje sabemos, era sustentada em premissas bastante frágeis. Afinal, a ausência de evidência não pode ser confundida como evidência de ausência.

    12

    Mais de dois séculos depois, o investidor Nassim Nicholas Taleb utilizou a história para batizar de cisne negro os eventos que, de tempos em tempos, assolam o mundo e que, em comum, são imprevisíveis e com resultados impactantes no ambiente de negócios. Os efeitos provocados pela pandemia da Covid-19 já podem ser classificados como um dos maiores cisnes negros dos últimos cem anos. Diversos setores reduziram ou suspenderam suas produções – e os reflexos ainda estão longe de serem mensurados com precisão. No final de março, o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou que o mundo vivia uma recessão. No Brasil, em junho, o próprio FMI e o Banco Mundial projetavam um tombo em torno de 8% para 2020; na média mundial, segundo essas mesmas fontes, a queda tenderia a ser de 5,2%. Essa espiral de destruição de valor pode levar à bancarrota milhares de negócios – pequenos e grandes. A situação impõe um desafio imenso aos gestores. Como gerir uma empresa em meio ao que pode se tornar uma das piores crises do capitalismo?

    A Mundo Corporativo conversou com executivos de seis empresas, de diversos tamanhos e setores, para mostrar como elas estão lidando com o desafio de proteger os seus negócios e as suas pessoas. Em comum, todas criaram grupos para projetar os impactos da pandemia e adaptar suas operações para o novo cenário, adotaram uma gestão fortíssima de fluxo de caixa e criaram mecanismos para proteger seus colaboradores. Em um momento em que muitas empresas se veem sem receitas, o pensamento deve estar focado na sobrevivência dos negócios, diz Luís Vasco, sócio da área de Financial Advisory da Deloitte. E, para isso, é fundamental preservar o caixa. Analisar em detalhes todas as despesas – e cortar tudo o que for possível –, renegociar prazos com credores e fornecedores e, se necessário, buscar linha de crédito em bancos são ações recomendáveis. Se não for possível obter novas receitas, deve-se, ao menos, procurar créditos fiscais. Segundo Vasco, que lidera a prática de Reestruturação e Recuperação Judicial de Empresas da Deloitte, um erro dos gestores é não ter clareza da gravidade da situação e postergar a tomada de decisões, na esperança vã de que a situação não se 13

    provará tão severa. É comum não enxergar a amplitude da realidade como ela se apresenta, diz o sócio da Deloitte. O certo é fazer uma projeção de caixa de, no mínimo 90 dias, com atualizações diárias, e agir com tempestividade.

    Em um momento como o atual, o pensamento deve estar focado na sobrevivência dos negócios, Luís Vasco, líder de Reestruturação de Empresas da Deloitte. Entender a seriedade da situação e tomar as decisões que o momento exige foi a postura adotada pela agência de eventos e entretenimento Dream Factory.

    A empresa foi obrigada a adiar para o segundo semestre dois dos seus maiores eventos, o Rio Montreux Jazz Festival e a Maratona do Rio, e viu os eventos para terceiros serem todos cancelados, como a festa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que marcaria os cem dias para a Olimpíada de Tóquio. Até julho, não teremos nenhuma receita, diz Claudio Romano, presidente da Dream Factory. Ante esse cenário de escassez, a empresa criou um plano para redução de 30% nas despesas. Isso inclui o corte de 20% nos salários dos 120 funcionários, incluindo os sócios, e a renegociação de pagamentos com fornecedores. Vamos pagar todo mundo, mas estamos buscando descontos. A Covid-19 prova que as empresas precisam estar preparadas para todos os cenários – até para o mais catastrófico. Ainda que ninguém possa prever exatamente o que vai acontecer, é possível – recomendável, aliás –

    a criação de uma estrutura de governança para mapear os riscos potenciais e planejar as ações de resposta às crises, que podem ser de origem financeira, regulatória, operacional, estratégica ou cibernética.

    Situamos o problema das condições econômico-sociais como sendo uma ameaça à vida e buscamos analisar essas questões sob o ponto de vista do contraste entre uma sociedade de consumo e uma sociedade das reais necessidades humanas. Baseamos nosso pensamento pautando a grande disparidade do abismo social existente entre ricos e pobres, considerando que essa distância de poderio econômico está aumentando e tende a aumentar cada vez mais, majorando as desigualdades e injustiças. Isso não é por acaso, mas é resultado da negligência sociopolítica praticada por países 14

    industrializados. As causas do subdesenvolvimento econômico dos países considerados de Terceiro Mundo estão intimamente ligadas ao fato de que os países de Primeiro Mundo sempre estiveram vivendo à custa dos benefícios trazidos pela dominação exercida aos países menos favorecidos. Assim, o enriquecimento e desenvolvimento técnico-industrial dos países de Primeiro Mundo à miséria e subdesenvolvimento dos países de Terceiro Mundo.

    A atual contradição entre os povos do Terceiro Mundo em processo de empobrecimento e endividamento e países industriais do Primeiro Mundo em rápido desenvolvimento, o crescente

    distanciamento norte-sul, o montante da dívida em crescimento constante, ou qualquer que seja a descrição, tudo isso não é uma crise passageira da civilização mundial em surgimento, mas um defeito de nascença desta própria civilização. Essa dominação é exercida não apenas entre os chamados países de Primeiro Mundo em relação aos países de Terceiro Mundo, mas entre uma pequena e rica elite que domina as pessoas empobrecidas, e, inclusive nas democracias do Primeiro Mundo. Aqui os conceitos de liberdade e igualdade ganham contornos catastróficos, porque de fato conduzem grande parte da humanidade ao sofrimento da carência de bens indispensáveis para a sobrevivência humana. O tão proferido tema da liberdade requer que as pessoas tenham igualdade de condições, o que jamais será possível nessas condições em que é estruturada a sociedade moderna. Assim, a sociedade sofre pela desarmonia e contradições que impedem a justiça social. Desde a desregulamentação da economia e dos fluxos financeiros promovida pelas grandes economias mundiais, as assimetrias entre liberdade e igualdade se tornaram mortais para muitos cidadãos e muitas cidadãs porque levaram ao depauperamento, a ruina. Um capitalismo que não pode ser mais controlado politicamente, isto é, pelo povo de uma nação, exerce uma influência hostil à democracia porque destrói o espírito público de uma sociedade.

    As causas para esse declínio social são muitas: o medo do fracasso, a ideia de que não existe o suficiente para todos, o fato de cada um possa cuidar de si mesmo, a competitividade, a falta de 15

    solidariedade, a sede de poder, dentre outros. O que está em jogo é o status social. O status é sempre medido tomando-se por base as condições econômicas dos indivíduos. Classifica-se a sociedade e divide-se a mesma em classes de acordo com o critério meramente financeiro. Não entra aqui o conhecimento cultural, as atividades artísticas, o grau de sociabilidade ou as relações humanas. Ora, numa sociedade que se organiza em torno da produção e consumo, a medida é o poder de compra que cada indivíduo possui. Quanto maior a renda maior o poder de compra e maior a participação efetiva nessa sociedade. Assim, o capital é sinônimo de enorme influência, riqueza e prestígio social. Como compreender essa igreja cristã, que abarca grande parte desses indivíduos que se regozijam com as benesses da sociedade, e igualmente reúne indivíduos que não têm o mínimo para a sobrevivência? As injustiças sociais, esse estado de dominação e a consequente produção de miséria, não diminuem, mas crescem.

    Assim surge uma pergunta extremamente difícil ao se lançar o olhar para o Terceiro Mundo: Quem é Cristo para nós que tiramos proveito de sua pobreza?

    Podemos afirmar que a cobiça existencial e essa fome de reconhecimento são os reversos dos medos da morte e da decadência reprimidos. Assim vive-se apenas uma vez e uma das expressões mais ouvidas nos tempos modernos é que tempo é dinheiro. Vê-se na expressão latina carpe diem o exagero do agora, onde somente o presente imediato é o objetivo ideal de vida.

    Essa sociedade denota todo seu desinteresse pelo bem comum e pela solidariedade humana. Reconhecemos a importância e a necessidade de teologias que olhem a realidade desde a perspectiva daqueles que sofrem, com os olhos das vítimas, para que a Teologia

    não se dissolva numa teoria da religião burguesa, por meio da qual o domínio e os privilégios deste Primeiro Mundo são legitimados.

    Isso para que o próprio Cristo não se torne um estranho ao cristianismo. Vem um alerta para o fato de que a exploração agora se dá também na nova pobreza das próprias nações de Primeiro Mundo, assim o desenvolvimento econômico e político de alguns se torna o motivo do declínio de outros. Acontece o 16

    desaparecimento do espírito público da sociedade e a consequente perda da confiança. Justamente a individualidade, que conduz à perda do sentido de espírito público e de coletividade, aparece como sendo o expoente máximo da liberdade em tempos modernos. Cada um deve requisitar para si o que considera importante para a sua vida e felicidade, mesmo que isso signifique se apropriar de algo que não lhe é devido. Mais fácil é o controle de uma sociedade quando cada um age por si, por seus interesses particulares, não se encontra resistência a esse perverso sistema. A pergunta que se impõe e que não se pode responder com eficiência é: quem controla os controladores?

    É uma grande armadilha a corrida mundial pelo crescimento da economia. Tal crescimento passa a ilusão de um desenvolvimento financeiro melhor para a economia mundial, mas na realidade em nada altera a condição de miséria de muitos povos que vivem à margem do desenvolvimento econômico. O

    crescimento quantitativo é estipulado como meta por países, e em nada lembra a necessidade de se qualificar a relação humana com o meio ambiente. Já no Clube de Roma havia o alerta para a forte crise ambiental que se estava provocando e o colapso econômico e social no século XXI, mas a perfeita imagem do crescimento e progresso de uma nação eram justamente as chaminés de fábricas expelindo a poluição para a atmosfera. Ocorre que para esse

    crescimento acontecer, são sacrificadas pessoas, animais, plantas e a terra. É a grande crise ecológica em que estamos encurralados! Uma civilização humana mundial, baseada no crescimento e no consumo, já atingiu esses limites há muito tempo e começa a destruir de modo duradouro as condições de vida desse espaço de vida no organismo da terra. Ano após ano, desaparecem espécies de animais e de plantas; a poluição do ar destrói a camada de ozônio e aquece o clima; as calotas polares derretem; o nível dos mares sobe; os desertos crescem e as tempestades aumentam. Em nome do consumo

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