Ruínas da Floresta Sombria
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Sobre este e-book
Uma elfa chamada Arya acorda desorientada numa clareira sombria no coração de uma floresta antiga. Ela não tem memória de quem é ou como foi parar ali. Ao explorar a clareira, Arya encontra ruínas cobertas por vinhas retorcidas e intrincados símbolos entalhados nas pedras caídas. Conforme percorre as ruínas tentando desvendar seus segredos, ela sente olhos invisíveis observando-a das sombras da floresta.
Arya decide seguir um caminho que leva para as profundezas da floresta até uma caverna oculta atrás de uma cascata. Dentro da caverna, ela encontra mais inscrições misteriosas e um altar com uma esfera de cristal negro. Ao tocar na esfera, visões fragmentadas começam a inundar sua mente - imagens de um grande cataclismo, um templo em chamas e estranhas criaturas aladas pairando sobre um campo de batalha.
Conforme Arya luta para entender o significado das visões, ela percebe que precisa descobrir os segredos por trás das ruínas antes que uma antiga maldição se liberte na floresta. Perseguida por seres sombrios, Arya parte numa jornada para desvendar os mistérios de seu passado e impedir uma catástrofe antes que seja tarde demais.
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Ruínas da Floresta Sombria - Américo Moreira
Ruínas da Floresta Sombria
Américo Moreira
Capítulo 1 - Despertar na Floresta
1.jpegA Clareira Sombria
Arya abriu os olhos lentamente. Sua vista estava enevoada e tudo ao redor parecia girar. Piscou algumas vezes até que suas pupilas se ajustassem à fraca luz que penetrava pela copa das árvores.
Onde estou? - foi o primeiro pensamento que veio à sua mente.
Sentou-se no chão húmido e olhou em volta, tentando reconhecer alguma coisa. Estava numa clareira cercada por altas árvores de um verde musgo. Grossas raízes serpenteavam pela terra como cobras adormecidas. Um denso nevoeiro baixo cobria o chão, tornando impossível ver além de alguns metros.
Arya levantou-se, limpando a terra e as folhas secas de suas roupas. Usava uma túnica simples, botas de couro e uma capa com capuz, todas em tons de verde e castanho. À cintura estava presa uma bainha vazia – aparentemente para guardar uma espada ou adaga.
Ela não reconhecia nada daquele lugar. Como tinha ido parar ali? Por mais que tentasse, era incapaz de se lembrar de qualquer coisa antes de despertar naquela clareira. Sua mente estava completamente em branco.
Quem... quem sou eu?
- Arya murmurou em voz alta, com uma pontada de desespero.
Ficou parada por alguns instantes, esperando que as memórias voltassem. Mas nada veio. Nenhum lampejo do passado, nenhum rosto familiar, nenhum nome. Sua mente era uma folha em branco.
Arya tocou levemente as orelhas pontudas ao perceber que não era humana. Sou... elfa?
- pensou, tentando reconhecer suas próprias feições ao tactear o rosto com as mãos.
Sentia-se perdida num mar de dúvidas sobre sua identidade e sobre aquele lugar desconhecido. Respirou fundo algumas vezes para acalmar os nervos e decidiu explorar a clareira à procura de respostas. Talvez encontrasse alguma pista de como tinha ido parar ali e quem realmente era.
Conforme caminhava pela clareira, os sons da floresta enchiam o ar - o farfalhar de folhas, o canto distante de pássaros, o vento brincando entre os galhos. Mas tinha outro som, muito mais subtil. Uma espécie de murmúrio, como que vindo das próprias árvores.
Arya tentou identificar a origem do sussurro, mas este parecia vir de todas as direcções. Era quase como se a floresta estivesse viva, e murmurasse numa língua desconhecida que Arya não conseguia decifrar.
O sussurro deixava-a inquieta, como se milhares de olhos invisíveis a espreitassem. Decidiu sair logo dali, antes que a névoa baixa engolisse a clareira por completo. Foi então que avistou algo que antes passara despercebido. Tinha ruínas no lado oposto da clareira.
Talvez aquelas pedras antigas me dêm alguma pista do que esse lugar é
- pensou Arya, esperançosa. Reunindo coragem, ela entrou na névoa em direcção às ruínas misteriosas.
À medida que se aproximava, as ruínas ganhavam forma através da névoa. Pareciam ser os restos de uma construção muito antiga, com pedras cobertas de musgo e plantas trepadeiras. Colunas partidas ao meio jaziam no chão, cobertas por eras de poeira e esquecimento.
Arya subiu cuidadosamente os degraus de pedra que levavam até o que um dia fora o pórtico de entrada do local. Tinha uma inscrição na entrada, mas o tempo tinha corroído as letras tornando-as ilegíveis.
Ao atravessar o pórtico arruinado, viu-se num grande salão abandonado. O teto desabara há muito tempo, e grossas raízes de árvores invadiam o espaço como que querendo reclamá-lo de volta para a floresta. Os dois lados do salão tinham enormes portões de madeira apodrecida com dobradiças enferrujadas.
Arya tentou forçar um dos portões, mas a madeira já estava podre demais e se desfez ao seu toque. Do outro lado, um corredor escuro estendia-se, com o chão coberto por destroços e entulho.
O corredor terminava numa escadaria que levava para as profundezas da estrutura. Conforme descia os degraus irregulares, Arya sentia a humidade e o frio aumentando. Gotículas gélidas pingavam das rachaduras no teto de pedra e ela podia ver seu hálito condensando-se no ar.
No final da escada havia uma porta de madeira marcada com símbolos num alfabeto que Arya não reconhecia. Novamente pensou se aquelas marcas trariam alguma pista sobre quem era e como viera parar naquele lugar estranho.
Empurrando a porta com certa dificuldade entrou numa sala abobadada, iluminada por archotes nas paredes de pedra nua. No centro havia uma grande mesa de madeira com mapas,