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Sobre As Vitórias Que A História Não Conta
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E-book221 páginas3 horas

Sobre As Vitórias Que A História Não Conta

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Sobre este e-book

Esse romance histórico narra a emocionante trajetória de dois irmãos gêmeos africanos – Akin e Olakundê – que, ainda na infância, são trazidos ao Brasil no começo do século XIX, sendo comprados por um negro de ganho que os cria e os insere na tradição muçulmana e, por conseguinte, coloca-os no centro da luta dos chamados “malês”, os quais sonhavam tomar a Bahia para, ali, construírem um império negro fora da África. Os jovens gêmeos crescem unidos envolvendo-se nas mais diversas aventuras por toda a cidade de Salvador, vivendo paixões e sofrimentos comuns àqueles que buscavam formas mais justas e livres de viver. Paralelo à história dos dois irmãos, o livro expõe os cenários sociais, políticos e econômicos predominantes à época, revelando insuportável quadro de desigualdades, em que o Estado e a Igreja tudo faziam para privilegiar o modo de produção escravista. Nesse panorama caótico, os levantes se davam em ritmo constante e crescente, fazendo da Bahia o centro das revoltas escravocrata no Brasil.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de jan. de 2024
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    Sobre As Vitórias Que A História Não Conta - André Luís Soares

    Sobre as Vitórias

    Que a História Não

    Conta

    André Luís Soares

    Segunda edição

    2024

    Sobre as Vitórias

    Que a História Não

    Conta

    André Luís Soares

    Premiações:

    1º Lugar –– Concurso Literário Nacional Novelas Históricas da Bahia, promovido pela Fundação Pedro Calmon (FPC), em parceria com o governo do Estado da Bahia (UFBA) –– 2013

    (com o título: ‘Os Irmãos Malês’).

    3º Lugar –– Concurso Literário Nacional Oliveira Silveira, promovido pela Fundação Cultural Palmares (FCP), em parceria com o Ministério da Cultural (MinC) –– 2016.

    Segunda edição

    Guarapari (ES), Brasil.

    2024

    Ficha catalográfica.

    Copyright © André Luís Soares 2012.

    Clube de Autores Editora.

    Site: https://www.clubedeautores.com.br/

    Capa: Alinne Andrade Araújo.

    Projeto gráfico: André Luís Soares.

    E-mail do autor: direitos.autorais2006@gmail.com

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP.

    SO676

    SOARES, André Luís, 1964.

    Sobre as Vitórias Que a História Não Conta /

    André Luís Soares. 2. ed. Guarapari (ES): Clube de Autores, 2024. 178 páginas. 14 x 21cm.

    ISBN: 978-85-7572-049-3.

    1. Literatura brasileira. 2. Romance.

    CDU –– 821.134.3(81)-31.

    DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS:

    a) proibido o uso comercial de quaisquer textos contidos neste livro, sem a prévia e expressa autorização, por escrito, do autor; b) proibida a reprodução, total ou parcial, de quaisquer textos contidos neste livro, sem a citação do nome completo do autor; c) proibida a geração de obras derivadas a partir de quaisquer textos contidos neste livro.

    Lei Federal n. 9.610/1998 – Plágio é crime!

    DEDICANDO E AGRADECENDO...

    A todos que ousam pensar diferente, pois são essas pessoas que mudam o mundo.

    Em memória, a Ramiro Pereira –– meu avô ––, homem negro, forte, íntegro e sábio, esteio maior de nossa família, cuja vida simples, porém plena, conferiu imenso valor aos sertões da Bahia, de Minas Gerais e de Goiás.

    A Helena Soares de Santana –– minha dócil mãe ––, incasável guerreira na difícil arte de tentar fazer de mim alguém melhor.

    A Ana Clara Kroll Soares –– minha filha –– amor novo em minha vida, com quem aprendo coisas boas todos os dias.

    À Fundação Cultural Palmares e ao Ministério da Cultura, pela brilhante iniciativa de promover a literatura nacional ao mesmo tempo em que alavanca a cultura afro-brasileira.

    Ao Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, pela gencil cessão de mapas e informações técnicas essenciais, permitindo que os personagens desse livro se movessem corretamente por toda a antiga cidade de Salvador.

    Ao professor e filósofo João José Reis, cuja obra inspiradora oferece formas mais justas e belas de compreender a história dos negros no Brasil e no mundo.

    PALAVRAS DE ÉBANO

    (André Luís Soares)

    Eu venho do Éden da pangeia,

    do verde orto das florestas

    na origem do absinto.

    Dormi em mares de areia

    e no raro dos oásis

    sou a santa humana evolução dos símios.

    Quando abraçado por fortuna ateia

    o meu legado é forjar destinos.

    Carrego em mim essa cor de pele

    que colore o mundo,

    com a força que a noite congela

    em olhar indócil de menino.

    Nem sempre a favor dos ventos

    cruzei oceanos,

    meus braços ergueram cidades

    à revelia do sangue e do pranto.

    Sou esse espírito que flutua arisco,

    jamais alheio aos lírios e cedros

    a semear os sonhos de um povo liberto

    pela diáspora eternizada

    nas notas altas de algum samba-enredo.

    Herdeiro puro da velha mãe África,

    grito e chicote não me metem medo.

    Já fui à guerra em meio a leões

    e belos deuses de cabelos crespos.

    PREFÁCIO I

    A saga para publicar este romance reflete as dificuldades enfrentadas por quem ousa produzir livros no Brasil. Mesmo tendo vencido importante premiação literária, a publicação só ocorreu três anos depois, ao ser novamente premiado em outro relevante concurso nacional. A primeira vitória tornou-se um problema, pois a maioria dos concursos requer ineditismo e a divulgação do resultado inviabilizava o livro para novos certames, apesar de ainda não publicado. Porém, parecia injusto manter a obra oculta diante da incompetência burocrática.

    A espera valeu a pena. A segunda premiação recebeu total apoio da Fundação Cultural Palmares, que promoveu lançamentos em várias cidades –– Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Maceió, Macapá, Fortaleza, Redenção e Paraty (na FLIP) ––, com eficaz suporte logístico do Ministério da Cultura e ampla cobertura jornalística. A Palmares editou 6 mil exemplares de cada obra vencedora, distribuindo-as em bibliotecas públicas e enviando-os a países africanos.

    Agora, com os direitos autorais revertidos ao autor, lança-se a segunda edição revisada visando mais leitores para este livro –– uma das obras que inspiraram o samba-enredo campeão da Estação Primeira de Mangueira no carnaval carioca de 2019. Apesar das barreiras, e ciente de que no Brasil a literatura raramente dá bons frutos financeiros, o autor persiste acreditando no papel do livro para divertir, educar e despertar a consciência crítica. No mais... resta desejar uma boa leitura...

    André Luís Soares

    (Guarapari-ES, janeiro de 2024)

    PREFÁCIO II

    Tive a oportunidade de ler e reler este livro durante todo o processo de escrita. Ao longo dos muitos anos em que frequentei o escritório de André Luís, em Brasília, o acesso à sua literatura tem sido um privilégio. Enquanto ele corrige e diagrama meu livro, viajo em seus poemas, contos e crônicas, além de trechos esporádicos de outras obras que ele tece sem pressa. A boa música e a conversa culta e descontraída são outros deleites nessas horas. Sempre mergulhado em reflexões políticas e filosóficas, André impressiona pelo bom-humor e pela clareza quanto aos problemas sociais mais urgentes.

    Neste livro, mais do que descrever a preparação para a Revolta dos Malês, ocorrida em Salvador (BA) em 1835, o autor disseca as mazelas de uma sociedade escravocrata, violenta, preconceituosa e que utiliza a religião como ferramenta de dominação e alienação das classes economicamente vulneráveis, levando-as a apoiar os desmandos mais perversos da elite. Ler este livro é também ler o Brasil atual, neste ano emblemático em que nós, progressistas, novamente tentaremos conquistar o poder máximo do país.

    Nestas quase duzentas páginas é possível perceber, integralmente, a força e a paixão daqueles que realmente lutam por um Brasil melhor e mais justo. Quanto a mim, tive aqui a honra de ler, em primeira mão, mais um capítulo fascinante da literatura afro-brasileira.

    Lucídio Guimarães Albuquerque

    (Professor da Universidade de Brasília –– janeiro de 2002)

    SUMÁRIO

    PRÓLOGO ............................................................................... 01

    Capítulo 1

    Sobre o Que Antecede as Tempestades ................................... 05

    Capítulo 2

    Sobre Como Nascem os Barris de Pólvora .............................. 32

    Capítulo 3

    Sobre Absurdos e Contrastes ................................................... 47

    Capítulo 4

    Sobre as Tensões Que Crescem ............................................... 65

    Capítulo 5

    Sobre Paixões e Excessos ........................................................ 88

    Capítulo 6

    Sobre as Ambições Particulares ............................................. 115

    EPÍLOGO .............................................................................. 166

    GLOSSÁRIO ......................................................................... 176

    PRÓLOGO

    Era uma sexta-feira, dia 29 de março de 1549, quando Tomé de Souza –– na condição de primeiro Governador-Geral e representante maior da Coroa Portuguesa –– fundou a cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, tornando-a a primeira capital do Brasil –– recente colônia lusitana. A escolha da cidade se fez em decorrência da posição estratégica para os navegadores, pois dali saía a maior parte do pau-brasil e do açúcar oriundos do Recôncavo Baiano e da Zona da Mata do Nordeste.

    A cidade de Salvador permaneceria como capital por duzentos e catorze anos, até que, a partir do século XVIII, em face da exploração de ouro e pedras preciosas nas minas, mais ao sul da colônia –– frente à urgente necessidade de escoamento e de fiscalização desses minérios –– deu-se a transferência da capital para o Rio de Janeiro, em 1763.

    A cidade de São Salvador –– mesmo após perder a condição de capital do País –– jamais se mostrou um lugar pacífico. Importante porto, para onde vinha a maioria dos navios do tráfico negreiro, logo se converteria em palco de violenta e intensa resistência dos escravizados. Com a economia baiana voltada quase que exclusivamente para o mercado externo, faltava alimento, sendo muito caro o pouco que havia. Nesse contexto de extrema carência –– que atingia até quem se dizia produtor –– tudo o que havia de pior era reservado aos escravos.

    Esse era o cenário predominante quando os irmãos gêmeos Akin e Olakundê aportaram ao Brasil: africanos nascidos e capturados próximo ao Golfo do Benin –– oriundos da tribo Ilorin, sub-reino dominado pelo reino Oyó –– eles foram vendidos por traficantes de negros no dia 10 de março de

    Sobre as Vitórias Que a História Não Conta –– André Luís Soares.

    1812 –– terça-feira ––, quando tinham cerca de dez anos.

    A longa e sofrida viagem, de mais de 125 dias através do Atlântico, partindo do porto de Badagri –– na Nigéria ––, seguindo pela rota da mina até Salvador, fez com que essas pobres crianças chegassem debilitadas. Para muitos, era surpreendente que tivessem sobrevivido. A princípio foi difícil vendê-las, o que somente ocorreu nove dias após o desembarque, quando Jorge da Cruz Barbosa –– também conhecido por Ajahi –– as comprou das mãos do próprio Marcelino Álvares da Cruz Rios, capitão do navio Zéfiro, quando este fazia uma de suas primeiras viagens à Bahia.

    Para os padrões daquela época, Ajahi era um homem imensamente sofisticado: capoeirista exímio, ele também sabia manejar espadas, facas e armas de fogo com imensa habilidade.

    Além de falar Iorubá, Haussá e Mahi, aprendera Português e Espanhol –– leitura e escrita. Dominava matemática básica, em nível suficiente que lhe garantisse sucesso em suas mais diversas empreitadas comerciais.

    Adepto do Islamismo desde a infância, Ajahi não demorou a se juntar a outros negros africanos que também seguiam essa doutrina. Competente e esforçado, após mais de uma década trabalhando como carregador de cal, conseguiu comprar a própria liberdade, passando, ele mesmo, a ser proprietário de escravos –– tal comumente faziam muitos outros negros alforriados ––, cedendo-os a terceiros para que fizessem pequenos serviços em troca de algum dinheiro.

    Com aproximadamente trinta e cinco anos, Ajahi possuía três escravos –– Pedro, Gonçalo e Joaquim –– e queria ampliar os negócios. No entanto, com o pouco dinheiro de que dispunha, somente conseguira comprar aquelas crianças franzinas e adoentadas. Naquele dia, ao voltar para casa –– na Ladeira do Taboão –– trazendo consigo os gêmeos magricelas, Ajahi

    [ 2 ]

    Sobre as Vitórias Que a História Não Conta –– André Luís Soares.

    duvidava que tivesse feito bom negócio.

    Porém, logo que a saúde fora restabelecida, Akin e Olakundê se revelaram ágeis e alegres, caindo nas graças de Ajahi que, embora ainda os obrigasse a trabalhar –– como fazia com qualquer outro escravo ––, nunca os agrediu fisicamente, permitindo que crescessem sem a mesma opressão exercida sobre os demais africanos da cidade de Salvador. Quando erravam, ao invés de chicotadas, o castigo era o aumento na carga de tarefas.

    Dessa forma, desde cedo os gêmeos viviam pelas ruas, transportando

    água,

    limpando

    dejetos,

    entregando

    correspondência, entre outras coisas. Na condição de negros de aluguel, prestavam serviços diários à clientela de Ajahi e não ganhavam dinheiro. Porém, tinham comida e lugar para dormir, além de manterem o laço consanguíneo –– coisa rara entre os escravos. Em seus primeiros anos no Brasil, tudo que Akin e Olakundê mais temiam era que fossem separados.

    Naquela época, logo após serem comercializados, os negros trazidos da África recebiam nomes cristãos –– de acordo com o que fosse permitido pela Igreja Católica. Muitos desses negros, no entanto, na comunicação diária com seus iguais, tudo faziam para preservar a denominação de origem africana, ainda que isso pudesse lhes render brutais punições. Akin e Olakundê eram nomes iorubás. Em solo brasileiro, os gêmeos africanos receberam

    a

    denominação

    de

    Belmino

    e

    Galdino,

    respectivamente.

    No intuito de preservar a história e o orgulho do povo negro, em algumas noites Ajahi lhes contava antigas histórias ocorridas na África. Falava de seus antepassados, na época em que não havia escravidão e todos os homens negros corriam livremente pelas savanas, onde jamais precisavam se esconder ou comer restos.

    [ 3 ]

    Sobre as Vitórias Que a História Não Conta –– André Luís Soares.

    Os gêmeos africanos não se sentiam oprimidos na casa de Ajahi. Reconheciam nele uma pessoa na qual poderiam confiar. Porém, muito além da casa onde moravam ou do trabalho que faziam –– a opressão estava em tudo ao redor, nas mínimas coisas, em todo momento. Para Akin e Olakundê, havia um conceito de liberdade bem mais amplo –– inerente a uma condição que precisava ser conquistada não somente no plano individual, mas também para todo seu povo.

    As histórias que relatavam as glórias distantes dos ancestrais africanos serviam para manter viva a ira contra os exploradores europeus. Influenciado pelas narrativas de Ajahi, O inteligente Akin –– já em suas primeiras introspecções a respeito do Brasil –– perguntava-se sempre: que país é esse que se ergue à custa da destruição de outros povos? Que futuro terá essa nação fincada nos pilares da injustiça, do separatismo e da violência? Haverá o dia em que esse país se permitirá viver sem tanto sofrimento?

    Akin não conseguia compreender porque o explorador branco precisava modificar até mesmo a manifestação de fé do escravo, por meio de uma igreja poderosa que insistia em impor a fé pela força. Que Deus seria esse –– perguntava-se o pequeno Akin –– tão pouco sedutor no conjunto de suas qualidades –– ao ponto de precisar valer-se da truculência para ser amado?

    Olakundê, por sua vez, desenvolvia raciocínios bem mais simples. Sem tentar entender os motivos que fizeram surgir o sistema escravista, ele simplesmente odiava sua condição de escravo, prometendo-se a si mesmo –– todos os dias –– que tudo faria para ser livre; não importando o que pudesse lhe custar.

    Muito diferentes em suas formas de compreenderem e de se adaptarem àquela triste condição de total submissão, os gêmeos Akin e Olakundê –– desde seus primeiros dias no Brasil

    –– uniram-se em busca de um único objetivo: a liberdade.

    [ 4 ]

    Sobre as Vitórias Que a História Não Conta –– André Luís Soares.

    Capítulo 1

    Sobre o Que Antecede as Tempestades

    Os irmãos Akin e Olakundê faziam tudo sempre juntos.

    Isso lhes garantia considerável vantagem sobre a maioria dos demais negros de aluguel. Enquanto os outros escravos encontravam dificuldade para formar e manter parcerias de trabalho que durassem tempo suficiente para alcançar nível mínimo de qualidade, os gêmeos africanos, desde muito cedo, tornaram-se primorosos em tudo que faziam. Tal eficácia resultava em menos castigos para eles e mais dinheiro para Ajahi.

    Este, por seu turno, sentindo-se bastante satisfeito com o dinheiro decorrente do trabalho dos gêmeos africanos –– cada vez mais requisitados pela clientela ––, ensinava-lhes a leitura, a escrita, a geografia, a filosofia e a matemática, sempre ressaltando o quão era importante não deixar que os senhores brancos percebessem que eles detinham tais conhecimentos.

    Ajahi também os ensinou a se cuidarem no que tangia à manutenção da fé, ao asseio do corpo e das vestes, bem como os iniciou na arte da capoeira e do manuseio de armas brancas.

    [...]

    Desde bem pequenos, muito antes de serem trazidos ao Brasil, os irmãos Akin e Olakundê circularam por boa parte da África. Vítimas das guerras entre os diversos reinos, eles foram levados de um lado a outro daquele imenso continente –– ora tentando fugir da escravidão; ora na triste condição de escravos.

    Em suas mentes havia um rosto vago de mulher, da qual sequer sabiam o nome, mas cuja

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