Práticas Interpretativas – o processo ARTESANAL da execução instrumental: desafios e ferramentas

De Alfeu Rodrigues de Araújo Filho

Esta investigação tem como objetivo traçar um paralelo sobre diversos assuntos a respeito da área das práticas interpretativas como: reflexões sobre a área de conhecimento; as conquistas sobre a pedagogia da execução instrumental; os impactos das enfermidades relacionadas aos problemas musculoesqueléticos; o olhar artesanal do estudo instrumental baseado no desenvolvimento da criticidade do indivíduo; a aplicabilidade e transferência dos aprendizados teórico-práticos; o olhar analítico como ferramenta de aprendizado para o intérprete e considerações sobre o ato da performance (palco). A pesquisa tem como base metodológica a abordagem qualitativa, assim como a vivência do pesquisador em suas ações de ensino, pesquisa e extensão, equilibrando e valorizando o contínuo diálogo entre teoria e prática. O trabalho tem como fundamentação teórica a corrente pragmática, valorizando e ratificando a racionalidade, baseada no acúmulo de significados, através da necessária ação da experiência e da prática e, como consequência, no filósofo John Dewey (1859-1952), que potencializa a relevância na construção de um indivíduo autônomo, crítico e reflexivo. A proposta teórico/metodológica sobre a importância do olhar artesanal para a execução instrumental busca auxiliar o equilíbrio entre as ações objetivas e subjetivas da execução instrumental, fortalecendo o intérprete no cenário da pesquisa acadêmica e ratificando as práticas interpretativas como importante área de conhecimento.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 28 de mar. de 2024
• ISBN: 9786527012009

Pré-visualização do livro

1. A ÁREA DE CONHECIMENTO: PRÁTICAS INTERPRETATIVAS

Traçamos algumas considerações sobre esta área de conhecimento para entender qual o cenário atual, assim como compreender a complexidade de assuntos que serão propostos pela riqueza, necessidade, compromisso e reais desafios.

Praticar e interpretar configuram dois importantes pontos que explicam ou, melhor, estimulam os inúmeros componentes que esta área de atuação exige: corpo (movimento); mente (cognitivo); percepção (fenômenos musicais); criação (diversidade); planejamento mental e emocional que difere entre o processo e a concretização da performance.

Neste contexto, esta investigação ratifica a importância da aquisição de informação para a construção do conhecimento, descrevendo a ação da interpretação musical, performance, como um guia de decisões não mecanizadas, fruto de um trabalho consciente no exercício contínuo do processo de descoberta.

Por muitos anos, pela falta do olhar científico e reflexivo, a área vivenciou um desequilíbrio, provocando, no decorrer de sua trajetória histórica, considerações equivocadas sobre o músico intérprete. Tais considerações podem ser sintetizadas através de duas