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Grupo Reflexivo para Homens: uma análise das representações de um grupo em São Luís-MA
Grupo Reflexivo para Homens: uma análise das representações de um grupo em São Luís-MA
Grupo Reflexivo para Homens: uma análise das representações de um grupo em São Luís-MA
E-book187 páginas2 horas

Grupo Reflexivo para Homens: uma análise das representações de um grupo em São Luís-MA

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Sobre este e-book

A presente obra analisa as representações de homens que participaram de um grupo reflexivo para homens autores de violência doméstica em São Luís/MA, GRH, sobre violência, violência de gênero, Lei Maria da Penha e sobre o próprio grupo, todos em sede de medida protetiva de urgência. Para a elaboração da pesquisa, foi realizada observação participante nas reuniões do GRH, entrevistas semiestruturadas com os homens e alguns profissionais envolvidos, partindo dos temas alinhados ao objetivo geral e ao problema da pesquisa. Por meio do método da observação participante, foi possível tecer sobre o perfil dos homens inseridos no grupo, particularidades, assim como suas percepções sobre os temas propostos, como violência, gênero, violência de gênero, machismo, masculinidade, saúde do homem, inteligência emocional, entre outros. As entrevistas foram realizadas em dois momentos, de forma presencial ou virtual, no início do grupo (até o quinto encontro) e depois da realização de todos os encontros, até um ano após o término dos encontros, com o intuito de compreender se houve mudança nas suas representações. A análise tem como perspectiva teórica os estudos de gênero, especialmente a partir da literatura sobre violência de gênero e masculinidades. Os resultados revelam a necessidade de intensificar os grupos reflexivos, organizar os temas propostos, capacitar os facilitadores e difundir a prática em todo o território, para incentivar novos mecanismos de proteção às mulheres.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de abr. de 2024
ISBN9786527023838
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    Pré-visualização do livro

    Grupo Reflexivo para Homens - Wilson Pinto de Carvalho Filho

    capaExpedienteRostoCréditos

    Este trabalho é dedicado a todas e todos que emanaram energia positiva para a construção deste sonho.

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, a Deus, por ter me ajudado em todas as fases deste caminho. O ano de 2023 foi de grande desafio e Ele me deu forças para continuar.

    Aos meus pais, que mesmo diante de tanta dificuldade, sempre me dão a mão para seguir em frente e conquistar meus sonhos e objetivos.

    A todas as mulheres que me inspiram, Francinete, Maria do Carmo, Terezinha, Miriam, Lorena, Ilana’s, Joana Paula, Viviane e Cristiane que são exemplos de força, inspiração, amor e dedicação.

    À Dra. Lúcia Helena e à Selma Martins, que são mulheres ímpares no enfrentamento à violência doméstica.

    A todos os meus amigos e amigas, que são inúmeros, por aguentar as minhas lamentações e angústias e por me encorajar a continuar com todos os meus projetos de vida. Sou muito grato!

    À minha professora e orientadora, Juliana Jayme, que não mediu esforços para me ajudar. Ensinou-me o que é de fato uma orientadora. E, acima de tudo, acreditou que este trabalho seria possível. Muito obrigado pelo carinho, pela disponibilidade, pelo afeto a mim e ao nosso trabalho e pela valiosa contribuição na minha formação profissional. Sou eternamente grato!

    A todas e todos as/os professores do mestrado de Ciências Sociais, que caminharam comigo nesta trajetória, durante as disciplinas, que foram salutares para a construção da minha vida acadêmica.

    Às servidoras e aos servidores da 2ª Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar de São Luís, por me ajudar no meu ambiente de trabalho e possibilitar a construção desta pesquisa.

    Ao Tribunal de Justiça do Maranhão e à Escola Superior da Magistratura, que proporcionaram a qualificação deste servidor e o inspiraram a traçar novos caminhos rumo à pesquisa.

    Aos homens, que voluntariamente participaram da pesquisa e abriram as portas para a análise de suas representações ao compartilhar as suas vidas comigo.

    MASCULINIDADE

    TIAGO IORC

    Eu tava numa de ficar sumindo

    Dinheiro, fama, tudo resolvido

    Fingi que não, mas, na verdade, eu ligo

    Eu me achava mó legal

    Queria ser uma unanimidade

    Eu quis provar a minha virilidade

    Eu duvidei da minha validade

    Na insanidade virtual

    Eu cuido pra não ser muito sensível

    Homem não chora, homem isso e aquilo

    Aprendi a ser indestrutível

    Eu não sou real

    Conversando com os meus amigos

    Eu entendi que não é só comigo

    Calar fragilidade é castigo

    Eu sou real

    Cuida, meu irmão

    Do teu emocional

    Cuida do que é real

    Cuida, meu irmão

    Do teu emocional

    Cuida do que é real

    Masculinidade frágil, coisa de menino

    Eu fui profano e sexo é divino

    Da minha intimidade, fui um assassino

    Que merda!

    Quando criança, era chamado de bicha

    Como se fosse um xingamento

    Que coisa mais esquisita

    Aprendi que era errado ser sensível

    Quanta inocência

    Eu tive medo do meu feminino

    Eu me tornei um homem reprimido

    Meio sem alma, meio adormecido

    Um ato fálico, autodestrutivo

    No auge e me sentindo deprimido

    Me vi traindo por ter me traído

    Eu fui covarde, eu fui abusivo

    Pensei ser forte, mas eu só fugi

    E caí na pornografia

    Essa porra só vicia

    Te suga a alma, te esvazia

    E quando vê passou o dia

    E você pensa que devia

    Ter outro corpo, outra pica

    A ansiedade vem e fica

    Caralho, isso não é vida!

    Cuida, meu irmão

    Do teu emocional

    Cuida do que é real

    Cuida, meu irmão

    Do teu emocional

    Cuida do que é real

    Meu pai foi minha referência de homem forte

    Trabalhador, generoso, decidido

    Mas ele sempre teve dificuldade de falar

    O pai do meu pai também não soube se expressar

    Por esses homens é preciso chorar

    E perdoar

    Essa dor guardada

    Até agora, enquanto escrevo

    Me assombra se o que eu digo é o que eu devo

    Um eco de medo

    O que será que vão dizer?

    O que será que vão pensar?

    A rejeição ensina cedo

    Seja bem bonzinho ou então vão te cancelar

    Que complexo é esse?

    Mamãe, é você?

    Me iludi nessa imagem, tentei me esconder

    Eu só posso ser esse Tiago

    Cheio de virtude, cheio de estrago

    Que afago crescer, aceitar

    Ai, ai

    Esse homem macho, machucado

    Esse homem violento, homem violado

    Homem sem amor, homem mal amado

    Precisamos nos responsabilizar, meus amigos

    A gente cria um mundo extremo e opressivo

    Diz aí, se não estamos todos loucos

    Por um abraço

    Que cansaço!

    Cuidado com o excesso de orgulho

    Cuidado com o complexo de superioridade, mas

    Cuidado com desculpa pra tudo

    Cuidado com viver na eterna infantilidade

    Cuidado com padrões radicais

    Cuidado com absurdos normais

    Cuidado com olhar só pro céu

    E fechar o olho pro inferno que a gente mesmo é capaz

    Cuida, meu irmão

    Do teu emocional

    Cuida do que é real

    Cuida, meu irmão

    Do teu emocional

    Cuida do que é real

    Minha alma é profunda e se afoga no raso

    Minha alma é profunda e se afoga no raso

    Minha alma é profunda e se afoga no raso

    Eu fico zonzo, fico triste

    Fico pouco, fico escroto

    Eu sigo à risca o que é ser homem

    Isso não existe, a vida insiste

    O tempo todo que eu repense

    O que é ser homem?

    O que é ser homem?

    O que é ser homem?

    O que é ser homem?

    O que é ser homem?

    Há tantos e tantos

    E tantos e tantos e tantos

    Possíveis homens

    (Homem real e não ideal)

    Ser homem por querer se aprender, todo dia

    Dominar a si mesmo

    Apesar de qualquer fobia: Respeito

    Tem que ter peito

    Tem que ter culhão pra amar direito

    Vou dizer que não?

    Esperando sentado por salvação?

    Conexão, empatia, verdade

    Divino propósito: Responsabilidade

    Deitar a cabeça no travesseiro e sentir paz

    Por ter vivido um dia honesto

    Ah!

    Ser homem exige muito mais do que coragem

    Muito mais do que masculinidade

    Ser homem exige escolha, meu irmão

    E aí?

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    PREFÁCIO

    A violência de gênero afigura-se como um dos problemas públicos mais complexos de nossos tempos. É pauta do cotidiano; ocupa corriqueiro espaço nas agendas políticas; e revela-se como notório desafio para os poderes constituídos, para a iniciativa privada e para o terceiro setor, dada às suas repercussões e entrelaçamentos na tessitura social.

    Como expressão da questão social, o enfrentamento às desigualdades de gênero é um dos objetivos para o desenvolvimento sustentável no âmbito da Agenda 2030 firmada pela Organização das Nações Unidas; as violências de gênero também denotam ainda a fragilidade dos estados nacionais contemporâneos em romper com ciclos violentos historicamente normalizados e enfrentar, por meio de políticas públicas bem formuladas, o dilema da formação de pessoas e instituições comprometidas com a preservação e afirmação de direitos.

    Por suas múltiplas faces e por afetar os mais diversos bens jurídicos, impedindo o gozo das liberdades, do direito à fala, à participação, ao tratamento respeitoso e de não revitimização pelas instituições e suas políticas de atendimento; a complexidade da questão implica estratégias inteligentes, integradas e atentas às peculiaridades dos ambientes onde se manifestam.

    É nessa toada que situa-se a obra GRUPO REFLEXIVO PARA HOMENS: uma análise sobre o grupo reflexivo, na cidade de São Luís-MA de autoria de Wilson Pinto de Carvalho Filho, agora mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, academia de referência na formação de recursos humanos de excelência, cuja banca examinadora tive a alegria de compor.

    Inspiro-me na sensibilidade de Tiago Iorc, feito epígrafe na dissertação referida, ao refletir minha alma é profunda e se afoga no raso/ Minha alma é profunda e se afoga no raso/ Minha alma é profunda e se afoga no raso!.

    Wilson Pinto de Carvalho Filho, por meio da obra ora prefaciada, incrementa com louvor a literatura especializada nos estudos aplicados às desigualdades de gênero por meio de uma lupa pouco explorada, razão da honra que sinto nesse mister que me foi designado.

    Aqui temos uma investigação científica com rigor teórico-metodológico, com relevante pesquisa de campo realizada e dados sistematizados que evidenciam práticas, mentalidades e discursos sensíveis, permitindo a (re)construção de uma governança humanitária, em nível macro, meso e local.

    A obra nos brinda com um plano de investigação dedicado. O primeiro capítulo provoca a um aprofundamento disruptivo: pensar a perspectiva de gênero a partir dos estudos contemporâneos sobre masculinidades realça a complexidade da questão, bem como sinaliza caminhos e novas estratégias inteligentes e necessárias para o trato político-criminal humanitário que julgamos adequados, pois voltados a figura do homem agressor cujas relações intersubjetivas perduram e podem ser objetos de intervenção.

    Na sequência, o autor nos convida a uma imersão na organicidade e dinâmica estrutural dos grupos reflexivos, considerando uma metodologia própria e as experiências a partir do lugar funcional da fala privilegiado que possui no âmbito do sistema de justiça maranhense.

    O último capítulo sistematiza representações, delineando perfis, falas e discursos que trazem percepções e evidências de violências, mas também expectativas e esperanças de necessárias desconstruções para o surgimento de novos sujeitos, protagonistas para a potencialização de espaços não discriminatórios, não violentos e comprometidos com o acervo jurídico humanitário de mulheres e meninas e com a educação para a paz.

    Que a obra GRUPO REFLEXIVO PARA HOMENS: uma análise sobre o grupo reflexivo, na cidade de São Luís-MA seja lida, refletida e nos permita

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