Mãe desconhecida
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Sobre este e-book
O multimilionário Alex Dalton tinha tido muitas mulheres na sua vida. Mas agora precisava de uma em concreto: de Julie Bartlett, a selvagem ruiva com quem tinha passado a noite mais apaixonante da sua vida.
Teria sido ela a deixar um bebé à porta da mansão Dalton? Os testes de paternidade não foram concludentes, por isso precisava do ADN de Julie para determinar se o pai da menina era ele ou o seu irmão gémeo. Mas quando Julie se recusou a cooperar, Alex jurou que a seduziria de forma a ela dar-lhe tudo o que ele queria.
Merline Lovelace
As an Air Force officer, Merline Lovelace served at bases all over the world. When she hung up her uniform for the last time, she combined her love of adventure with a flare for storytelling. She's now produced more than 100 action-packed novels. Over twelve million copies of her works are in print in 30 countries. Named Oklahoma’s Writer of the Year and Female Veteran of the Year, Merline is also a recipient of Romance Writers of America’s prestigious Rita Award.
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Mãe desconhecida - Merline Lovelace
Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2012 Merline Lovelace
© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.
Mãe desconhecida, n.º 1238 - Março 2015
Título original: The Paternity Proposition
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-6437-5
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Se gostou deste livro…
Capítulo Um
– Oh-oh!
A exclamação do mecânico fez com que Julie Bartlett levantasse a cabeça. Tinha calor, estava a suar e cheia de manchas de óleo de motor. Não estava com disposição para mais um problema técnico. O avião agrícola em que estavam a trabalhar tinha quase três vezes a idade dela e conhecera anos duros antes de ter sido comprado pelos seus atuais donos. Não ia voltar a entrar naquele avião até ela e o chefe de mecânicos terem colocado novos anéis nas cabeças dos cilindros. Chuck Whitestone, que estava sempre a mascar tabaco, e o outro sócio de Julie, Dusty Jones, somavam entre todos oitenta e dois anos no negócio da aviação agrícola. Tinham sobrevivido arduamente aos tempos difíceis, quando a queda dos preços e a execução das hipotecas levaram muitos agricultores do Oklahoma a abandonar as suas terras. Com as colheitas norte-americanas agora em alta deveriam já ter deixado para trás aquela fase e deveriam estar a ter lucro.
Deveriam era a palavra certa. Dusty Jones batia qualquer piloto jovem ou experiente, disso Julie podia dar fé. Levara-a a sobrevoar rente aos campos de trigo dos pais quando ela tinha nove anos, e graças a ele conseguira o brevet de piloto antes de ter a idade legal para conduzir um carro. E conseguiu pagar a universidade de Oklahoma com vários trabalhos aéreos quando os pais morreram. E assim que se formou conseguiu emprego numa pequena companhia aérea regional.
Naquele momento os planos dela eram fazer mais horas de voo e passar para uma companhia de passageiros maior. A subida do preço do combustível deitara por terra aquele objetivo. As linhas comerciais reduziam rotas e pessoal, pelo que Julie tinha trocado o transporte de passageiros pelo transporte de mercadorias. Nos últimos quatro anos voara para tantas localidades remotas na América do Sul e do Norte que não recordava sequer um décimo dos lugares em que pernoitara. Seguramente, continuaria a saltar de país em país se Dusty não lhe tivesse ligado um par de meses antes para sugerir-lhe que se associasse a ele e a Chuck Whitestone. Ele e Jack estavam já a descer pela colina dos setenta anos, recordou-lhe. Queriam reformar-se em breve. Se Julie ficasse na Agro-Air por alguns anos, poderia comprar-lhes a empresa inteira. Tudo o que precisavam agora era de uma pequena injeção de capital para se manterem à tona até à aposentação.
Contudo, o conceito de «pequena injeção» de Dusty revelou-se muito diferente do de Julie. No entanto, não podia deixá-los em dificuldades. Assim, deixou o emprego e investiu todas as poupanças na Agro-Air. Mas nem alguém com tantas horas de voo como ela conseguia mergulhar de cabeça na agricultura aérea. Passar por baixo dos cabos de alta tensão e desviar-se das copas das árvores requeria habilitações de voo completamente diferentes. E também o equivalente a uma dupla licenciatura em biologia e química. Felizmente Julie recebera as aulas de ciências necessárias na universidade, mas ainda assim Dusty fez questão de que, durante aqueles dois últimos meses, fizesse o trabalho pesado: conduzir camiões, misturar pesticidas e fazer a manutenção do avião. Aprendeu todos os aspetos do negócio desde baixo, tanto literal como metaforicamente.
Durante a sua dura aprendizagem, Julie descobriu também que um dos seus novos sócios ia ao casino quase com a mesma frequência com que entrava no avião. O dinheiro que ela investira na Agro-Air deveria ter sido destinado à compra de novo equipamento. Mas Dusty desviara-o para pagar as suas dívidas mais urgentes. De modo que ali estava ela agora, a tentar devolver aos céus aquele velho chaço de quarenta e cinco anos. E não queria ouvir que Chuck tinha encontrado um novo problema no motor do avião. Cruzou os dedos e espreitou por cima do suporte do motor.
Oh-oh o quê?
O mecânico indicou um ponto atrás dele.
– Temos companhia.
Julie virou-se e olhou para as ondas de calor que radiavam por cima da estrada empoeirada que levava ao hangar da Agro-Air. Uma coluna de pó vermelho de Oklahoma levantava-se sobre as ondas iridescentes. O causador da coluna de poeira era um Jaguar.
– Maldição.
Sentiu o estômago às voltas. Só lhe ocorria uma razão para que um carro desportivo de mais de setenta mil dólares aparecesse naquela estrada poeirenta. E aparentemente Chuck pensara o mesmo. O mecânico abanou a cabeça.
– Dusty voltou a fazê-lo.
Julie cerrou os dentes, tirou o trapo do bolso do fato-macaco e limpou o rosto coberto de óleo. O calor brutal de julho levara-a a apanhar o selvagem cabelo castanho debaixo do boné de basebol. Logo, estava encharcada em suor e sem vontade nenhuma de ameaçar, persuadir ou negociar com nenhum credor da Agro-Air.
Exceto…
Quando o Jaguar prateado parou meia dúzia de metros à frente, o homem que saiu do carro não se parecia com nenhum dos credores que vinham reclamar-lhes pagamentos. Julie deslizou os óculos de sol até à ponta do nariz suado. O homem tinha o cabelo ruivo com reflexos dourados pelo sol, ombros de desportista escondidos sob uma imaculada camisa branca e antebraços musculosos. Uma fivela de cinto prateada brilhava sob o sol de julho por cima de umas calças desportivas que só os homens de barriga lisa e quadris estreitos podiam usar.
Aquele fulano fazia algo mais do que usá-las. Poderia ter saído de um anúncio com alguma modelo anoréxica a seu lado. Julie estava a apreciar a vista até que o homem tirou os óculos de sol e pendurou-os no colarinho aberto da camisa.
– Oh, meu Deus!
Reconheceu aqueles quadris estreitos e aqueles ombros largos. Fazia mais ou menos um ano tinham-na deixado presa aos lençóis. Outro tipo de calor apoderou-se dela. Forte e completamente inesperado. Sentiu-o queimá-la enquanto as imagens lhe rodopiavam na cabeça. Imagens daquele homem a suar enquanto ela se montava de cócoras sobre os seus quadris. As mãos dele nos seus seios, na sua cintura. As dela explorando cada centímetro da gloriosa virilidade que tinha por baixo.
Mas não se lembrava do nome dele. Andy? Aaron? Ela nunca ia para a cama com desconhecidos. Nunca! Exceto naquela única vez.
Se não tivesse aparecido naquele pequeno aeroporto nos arredores de Nuevo Laredo num jato bimotor privado… se não se tivessem encontrado na cabine de operações… se ele não se tivesse oferecido para pagar-lhe uma cerveja…
Oh, pelo amor de Deus, nada podia apagar a estupidez daquela noite. Nem a ansiedade que sentiu dias depois da sua louca maratona de sexo. Tinham usado preservativos, vários, na verdade, mas no mês seguinte teve um atraso de quase dez dias.
Mais tarde apercebeu-se de que decerto isso se devia às mudanças no ciclo do sono, mas foram dez dias muito tensos. Ao recordar o medo que sentiu ao ir à farmácia comprar um teste de gravidez subiu outra vez os óculos no nariz com um dedo firme. Não queria que houvesse qualquer sinal daquele sofrimento quando cumprimentasse aquele fantasma do seu não tão longínquo passado.
Ou talvez não o cumprimentasse. O homem olhou com desprezo à sua volta enquanto se aproximava deles e se dirigia diretamente ao chefe de mecânicos.
– Procuro Julie Bartlett. Está por aqui?
Meio cherokee meio afro-americano, Chuck não era particularmente sociável. Olhou para o desconhecido dos pés à cabeça.
– Talvez. Quem a procura?
– Chamo-me Dalton. Alex Dalton.
Era isso! Alex. Era esse o nome dele, pensou Julie enquanto Chuck dirigia ao homem outro olhar lacónico.
– Você está no negócio dos casinos?
Surpreendido com a pergunta, Dalton abanou a cabeça.
– Não. Equipamento para explorações petrolíferas. A Julie Bartlett – repetiu. – Está aqui?
Chuck permaneceu em silêncio para que ela respondesse. E fê-lo, mas primeiro limpou outra vez as mãos no trapo e soltou um sentido suspiro.
– Sim, sou eu.
Podia aceitar o facto de não a ter reconhecido imediatamente com o boné de basebol e o fato-macaco. Mas não gostou do modo como a olhou pela segunda vez. Era surpresa o que refletiam aqueles olhos azuis? Ou não podia acreditar que tivesse tido uma noite de sexo com aquele fato-macaco oleoso? O que quer que fosse, magoou-a. Pelo que o comentário seguinte de Julie pareceu muito frio.
– O que é que posso fazer por ti, Dalton?
– Gostaria de falar contigo – olhou de soslaio para Chuck. – A sós.
Sentiu-se tentada a pedir-lhe que dissesse ali mesmo o que tinha para dizer. Ainda estava aborrecida com aquele breve olhar.
– Muito bem. Entremos. No escritório há ar condicionado.
Chamar escritório àquele cubículo de madeira situado dentro do hangar era demasiado pretensioso, mas tinha ar condicionado ao lado da única janela e servia para combater o calor do verão.
O ar condicionado foi como uma lufada de