Nâo fujas de mim!
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Sobre este e-book
Não podia negar que entre eles ardia a chama da paixão. O desejo que Mike sentia por ela não se tinha apagado. Mas poderia ela albergar a esperança de conquistar também o seu coração?
Maureen Child
Maureen Child is the author of more than 130 romance novels and novellas that routinely appear on bestseller lists and have won numerous awards, including the National Reader's Choice Award. A seven-time nominee for the prestigous RITA award from Romance Writers of America, one of her books was made into a CBS-TV movie called THE SOUL COLLECTER. Maureen recently moved from California to the mountains of Utah and is trying to get used to snow.
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Nâo fujas de mim! - Maureen Child
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 1998 Maureen Child
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Nâo fujas de mim!, n.º 287 - dezembro 2017
Título original: Maternity Bride
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-647-2
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Epílogo
Se gostou deste livro…
Capítulo Um
– Vá, enfia-a agora, tola – disse-se Denise Torrance a si mesma num sussurro, enquanto tentava introduzir a chave na fechadura novamente.
A escuridão do vestíbulo cercava-a e ergueu o olhar nervoso por cima do ombro, perguntando-se porque é que uma simples falta de luz a fazia sentir-se como se estivesse a ver um filme de terror. Além do mais, conhecia aqueles escritórios melhor do que a sua própria casa; ali não havia monstros a espreitar entre as sombras, à espera de uma oportunidade para se atirarem para a atacarem.
Suspirou de satisfação ao mesmo tempo que a teimosa chave entrava finalmente na ranhura. Girou a chave, entrou no escritório e, imediatamente, tentou ligar o interruptor, mas não funcionou.
– Que bom! – sussurrou na silenciosa escuridão. – Parece que ninguém tem pressa de voltar a ligar o quadro.
Mas, se tivesse ido buscar os relatórios ao escritório de Patrick um pouco antes, ter-se-ia ido embora muito antes da falha de luz e naquele momento não estaria ali a falar sozinha.
– Dez da noite – murmurou. – Que tipo de idiota trabalha até às dez da noite, quando poderia estar em casa a tomar um bom banho quente?
– Só tu e eu – saiu uma voz profunda algures da escuridão.
O coração subiu-lhe à garganta.
– E mais uma coisa, querida – acrescentou o vozeirão, – isso do banho soa-me muito bem.
Denise deu meia volta com rapidez, passeando o olhar pelos sombrios recantos da sala. Instintivamente deu um passo para trás, desejando ter ténis calçados em vez dos sapatos de salto alto que a faziam cambalear.
Então, ao passar por um raio de luz do luar, junto à janela, viu por um instante o intruso que se aproximava mais dela. Apesar de ter sido tudo muito rápido, foi o suficiente para o ver; não o rosto, obviamente, mas conseguiu perceber que se tratava de um tipo grande.
Não tinha escapatória possível e ainda por cima estavam no terceiro andar, o que tornava pouco recomendável saltar pela janela. Com os nervos à flor da pele, tentou lembrar-se de algo que tinha aprendido nas aulas de defesa pessoal que tinha tido no ano anterior, mas, claro, naquele momento… Deu outro passo atrás, esbarrou numa cadeira e esteve prestes a cair no chão. Um dos saltos do seu sapato descolou-se e ficou um pouco desnivelada.
– Fique onde está, não se aproxime – avisou-o, tentando evitar que a voz lhe tremesse. – Aviso-lhe que…
– Tenha calma, menina – a voz voltou a ouvir-se ao mesmo tempo que o homem dava um passo para a frente.
– Olhe que eu grito – disse, num tom irritado.
Porque é que não era capaz de pensar? Porque é que não se lembrava de nada do que lhe tinham ensinado naquele ginásio tão caro? Na verdade sempre temera ficar bloqueada diante do verdadeiro atacante.
Ao fazer um movimento, a sua mala abanou e bateu-lhe no estômago. Ela queixou-se com a força da pancada.
– Está bem?
– Ena! – «Com que então é um maníaco preocupado!», pensou ela. Oh, meu Deus, estava a sufocar.
– Olhe, menina, se ficar quieta durante um momento…
– Não lhe vou facilitar as coisas, não pense.
Continuou a retroceder e, por causa do salto partido, bateu com a anca no canto da mesa de Patrick. Então, prometeu a si mesma que, se aquele louco a matasse, o seu espírito perseguiria Patrick Ryan para o resto da sua vida.
Que grande amigo! Ir de férias para que ela se visse obrigada a entrar no seu escritório para ir buscar os relatórios que o seu próprio pai queria para a reunião que se realizaria no dia seguinte. Se saísse viva daquilo, talvez pedisse ao pai para dar um tiro ao bom do Patrick.
– Maldição, mulher! – o homenzarrão de preto parecia zangado. Era só o que lhe faltava!
De repente, milagrosamente, lembrou-se de algo. Enfiou rapidamente as mãos na mala, mas, como não via nada, teve que andar às apalpadelas. Sem pensar, começou a tirar para o chão tudo o que ia encontrando.
– Vá, por favor! – urgiu-a, aproximando-se ainda mais. – Se fizer o favor de se descontrair, poderíamos resolver isto facilmente.
Sim, claro, acalmar-se. Que ideia!
Com o pulso acelerado e sentindo-se trémula, Denise agarrou com força no frasco que estivera à procura. Com um ar triunfante, tirou-o da mala de pele e levantou-o no ar, esperando estar a apontar para o intruso. Fechou os olhos e virou a cabeça ao mesmo tempo que premia o botão do aerossol.
– Maldição! – gritou o homem, atirando-se sobre ela.
Esta deu um grito.
O homem arrancou-lhe o frasco da mão e, com a força, precipitaram-se os dois para o chão. Ele caiu de costas, mas endireitou-se imediatamente e colocou-a de costas contra o chão, aprisionando-a com o seu imponente peso.
Num gesto de impotência, Denise ouviu o frasco de aerossol a cair no chão de madeira e rolar para um canto. Respirou fundo, disposta a dar um grito tremendo, mas, então, sentiu uma mão enorme a tapar-lhe a boca com força.
Chegou-lhe uma mistura de odor a tabaco, Old Spice e óleo de motor.
– Tenha calma, está bem? – pediu, irritado.
«Sim, é isso que vou fazer», pensava freneticamente, ao mesmo tempo que tentava respirar. Claro, para ele era fácil dizer algo do género. Estava completamente em cima dela, até podia sentir a fivela do seu cinto a espetar-se-lhe no estômago e a enorme e musculosa força das suas coxas a aprisionar-lhe as pernas.
Porque é que não tinha ido para casa como o resto do pessoal do escritório?
Então, começaram a passar-lhe muitas coisas pela cabeça. O que estava a fazer aquele homem no escritório de Patrick? Pelo amor de Deus, aquilo era uma auditoria; não havia ali dinheiro para roubar. E o que lhe iria fazer? De repente, lembrou-se de todos o terroríficos artigos de jornal que lera sobre o aumento do número de crimes.
E, naquele momento, estava prestes a sair numa fotografia, acompanhada por um triste artigo na página de acontecimentos mundanos de um jornal.
Enquanto se perdia em tais especulações, o seu captor pareceu afrouxar um pouco a tensão, embora ainda lhe mantivesse as pernas imobilizadas. Com uma mão, agarrou-lhe nas dela com força. Ao mudar de posição, voltou a ser iluminado pelo luar.
Denise fechou os olhos para não o ver; se não o pudesse identificar, talvez a deixasse em paz. Mas, sem querer, entreabriu os olhos e olhou-o.
Lançou uma exclamação de surpresa e o seu medo pareceu desvanecer ligeiramente. Ainda por cima ele teve o descaramento de lhe sorrir.
A surpresa mesclou-se com a raiva; mas o que era aquilo? Para além de ter o cabelo mais comprido, uma barba de quatro dias e levar um blusão de couro negro, o intruso era extremamente parecido com Patrick Ryan. Na verdade, pensava com uma sensação de repulsa, era suficientemente parecido para ser seu… gémeo.
– Se não te tivesses precipitado a atirar-me pimenta para a cara, poder-me-ia ter apresentado há um bom bocado.
– És…?
– Mike Ryan.
– O irmão gémeo de Patrick – concluiu, ao mesmo tempo que se tentava livrar daquela mão que a apertava tanto.
– A verdade é que – começou a dizer, com um débil sorriso, – prefiro dizer que Patrick é que é o meu irmão gémeo.
E que diabos estaria a fazer o gémeo de Patrick a coscuvilhar no seu escritório?
– Como é que entraste?
– A segurança deixou-me entrar.
– Muito bem. E o que fazias enfiado num escritório completamente às escuras?
– Houve uma corte de electricidade – declarou, desatando-se a rir. – Não te lembras?
– Bem, poderias ter ido avisar alguém, não? – disse, tentando livrar-se novamente dele, embora sem êxito.
Por algum estranho motivo, não parecia disposto a soltá-la.
– Não me deste oportunidade, não achas?
– Tiveste bastante tempo para me dizeres: «Não te preocupes, sou o irmão de Patrick!», rebateu. – Ou gostas de assustar as mulheres?
– Bom, há muitas coisas que gosto de fazer às mulheres – afirmou num tom de voz tão rouco que lhe pareceu rasgar as entranhas. – Mas o medo não é uma delas.
Denise tentou engolir, mas tinha a garganta seca.
– Então – continuou e arrastou a palma da mão pela curva de uma das suas ancas, – ambos sabemos quem sou. Mas quem diabos és tu? Será que Patrick tem uma namorada e não fui informado?
Denise fez um esforço para reprimir a sensação de calor que o toque da sua mão lhe produziu.
– Talvez – replicou. – Mas, se tiver, não sou eu.
– Fico muito contente por sabê-lo – murmurou ele.
Ela moveu-se um pouco, tentando afastar-se das desconcertantes sensações que as suas mãos lhe produziam. Ele seguiu-a.
– Nome? – perguntou ele.
– Denise Torrance – cerrou os dentes e duplicou os esforços para libertar pelo menos uma mão. – Esta é a Auditoria Torrance; Patrick trabalha para o meu pai. Preciso de lhe levar uns documentos… Porque é que te estou a explicar isto?
– Não faço a mínima ideia – declarou, encolhendo os ombros. – Tenho que acreditar?
Inclinou a cabeça para trás e encarou-o, furiosa.
– Francamente, não me interessa se acreditas ou não. Mas porque havia eu de mentir?
Ele repetiu o mesmo gesto de indiferença e deixou que a palma da mão deslizasse pelo abdómen da rapariga. Os músculos do seu estômago contraíram-se e, no mais fundo do seu ser, teve uma sensação perigosa.
Como se lhe pudesse ler os pensamentos, Mike desmanchou-se a rir, com estrépito.
Ela corou, envergonhada, e, pela primeira vez, desde que entrara no escritório de Patrick, agradeceu que não houvesse luz.
– Não vejo onde é que está a graça – repôs Denise, com raiva.
E, decerto, não via graça na reacção do seu corpo na presença daquele