A herdeira perdida
De Modean Moon
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Sobre este e-book
Aquele polícia alto, moreno e devastadoramente atraente tinha encontrado a milionária perdida, mas foram os seus beijos apaixonados e a sua integridade que demonstraram a Meg o que significava ser querida como uma mulher bonita e desejável. Depois de uma noite de paixão, Meg soube que o seu mundo nunca estaria completo sem Lucas. Mas primeiro tinha que quebrar os muros que aquele homem solitário tinha construído à volta do seu coração...
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A herdeira perdida - Modean Moon
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 1998 Modean Moon
© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
A herdeira perdida, n.º 300 - janeiro 2018
Título original: Overnight Heiress
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-936-7
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
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Capítulo Um
Havia dois polícias à paisana ao fundo do balcão.
Meg parou à porta e olhou preocupada para os dois desconhecidos. Soube que eram polícias assim que os viu. Depois, com o coração a bater-lhe aceleradamente, entrou.
Pensou que não estavam ali por causa dela. Não podia ser.
– Bom dia – disse. – Está cá o Patrick? Patrick McBean.
O mais novo dos dois sorriu-lhe.
– Sim, está nas traseiras do bar.
– Há algum problema?
O polícia mais velho, um estereotipo dos seus piores pesadelos, olhou-a fixamente.
– Você trabalha aqui? – perguntou-lhe.
– Dirijo o bar durante o dia – respondeu-lhe Meg e tentou passar para o outro lado do balcão.
– Não toque em nada.
– O quê?
– Não toque em nada até que cheguem os das impressões digitais. E também vamos precisar das suas. Para as comparar.
O polícia olhou para ela.
– Tem algum problema em fazê-lo, menina…?
Meg suspirou.
– Wilson. Meg Wilson. E sim, tenho problemas em que me tirem as impressões digitais, me façam a prova do polígrafo ou me façam análises para ver se me drogo. Mas dado que as minhas objecções estão baseadas na minha interpretação dos meus direitos constitucionais, não imagino que essas objecções tenham o menor peso para vocês, não é verdade?
– Não é uma grande mulher? – perguntou-lhes Patrick saindo das traseiras.
Depois passou-lhe o braço pelos ombros afectuosamente.
– Frequenta as aulas à noite. Juro que pode enfrentar qualquer um que aqui venha. E adoram.
Patrick apertou-lhe o ombro com um pouco mais de força do que a necessária. Um aviso?
– Agora diz a estes cavalheiros que só estavas a trabalhar nas horas livres, Meg, querida.
Meg pensou então que realmente ela não tinha cadastro e não tinha nada a temer, se não investigassem demasiado.
Sorriu generosamente para afastar qualquer suspeita.
– Desculpem. Os espertinhos são algo habitual neste emprego e alguns tentam aproveitar-se da farda, por isso penso o mesmo de todos os polícias.
Meg virou-se então para o seu chefe, mas agora o seu sorriso era real e preocupado.
– O que é que aconteceu desta vez, Patrick?
Meg passeou pela sua minúscula sala, parando de vez em quando para olhar pela janela. Tulsa era um sítio suficientemente grande para se perder, mas não o suficiente para esconder duas pessoas se alguém as queria encontrar de uma forma suficientemente insistente.
Tinham passado três dias desde que o último ladrão tinha entrado no bar de Patrick, três dias desde que as impressões digitais tinham sido enviadas para o FBI. Nunca tinha tido cadastro, mas… Havia demasiadas incógnitas na equação e Meg estava demasiado cansada, de fugir, de se esconder…
Olhou para o relógio e fez uma careta. Só faltavam vinte minutos para que a vizinhança se enchesse com as vozes das crianças a sair da escola. Vinte minutos de paz para lutar com a sua consciência, para decidir. Nunca poderia usar Patrick como referência se se fosse embora… Se o fizesse, provavelmente nunca poderia voltar a pôr-se em contacto com ele.
Isso era o que lhe custava, perder o seu amigo, mas se se fosse embora sem dizer nada, tornar-se-ia suspeita da cadeia de roubos que tinha estado a sofrer? Iria ser procurada pela polícia por essa razão quando de outra forma a deixariam em paz se ficasse tranquilamente onde estava?
Precisava daqueles vinte minutos para se acalmar. Mais tarde teria tempo para ir visitar a sua velha vizinha, a senhora Henson, mas agora não.
Estavam dois homens na porta de Meg. Estavam vestidos de maneira conservadora, algo clássico do FBI. Não teve o menor problema em os identificar.
– Boa tarde, menina Wilson – disse um e tiraram os dois as suas identificações.
– Boa tarde – respondeu ela com a garganta seca.
Sim, eram do FBI e não estavam ali por acaso. Não estavam a registar a vizinhança. Sabiam o seu nome.
– Aconteceu alguma coisa?
Um deles sorriu e ela teve a certeza de que aquilo devia ser uma violação de, pelo menos, uma das suas regras.
– Não, senhora. Mas gostaríamos que nos acompanhasse ao nosso escritório.
– Estou sob suspeita por alguma coisa?
Tê-la-ia ele acusado de rapto?
Não, ele não faria isso.
Ou faria?
– Oh, não, menina Wilson. É só um problema que surgiu quando lhe tiraram as impressões digitais a semana passada. Não vamos demorar muito. Pode estar de volta a casa daqui a uma hora.
– Tenho que ir buscar a minha mala.
E também precisava de trinta segundos a sós na casa de banho.
Lucas Lambert estava à espera na sala de interrogatórios quando entrou a mulher. Ele tinha dito que aquele interrogatório não seria necessário, mas os federais insistiram que sim. A mulher era alta, quase um metro e oitenta, de feições aquilinas, com o cabelo escuro apanhado comodamente e uns olhos escuros que lhe teriam dito que tinha um parentesco com Edward Carlton mesmo sem a necessidade das impressões digitais.
Uns olhos escuros que lhe lembraram vivamente outra mulher, enfrentando outro interrogatório muito diferente daquele. Com o constante arrependimento de não ter estado ali para ela, obrigou-se a pôr toda a sua atenção nesta mulher.
Estava assustada, mas disfarçava bem.
Será que aqueles idiotas não lhe tinham dito nada? Tinha-lhes dado a mensagem de Edward, a mesma que lhe tinha dado a ele quando começou a suspeitar.
– Éramos crianças ricas – tinha-lhe dito Edward. – Não se deixou nada ao acaso. Fomos medidos e tiraram-nos as impressões digitais, para além de nos fazerem uma tatuagem. As impressões convenceram-me, mas pode ser que ela precise de um pouco mais de persuasão.
Depois deu-lhe as fotografias de quando eram pequenos, fotografias onde se viam uma marca de nascimento e uma tatuagem.
Aquela mulher tinha medo, mas ocultava-o tão bem que a maioria das pessoas não notaria, mas ele sim.
– Não achas que já está na hora de que alguém me diga porque é que aqui estou? – perguntou a mulher.
Os dois agentes federais ficaram em silêncio e Lucas adiantou-se. Talvez mais tarde não aprovassem as suas tácticas, mas agora tinham-lhe passado a batata quente a ele.
– Menina Wilson – disse. – Chamo-me Lucas Lambert. Sou o xerife de Avalon, Novo México.
– Não me parece que alguma vez tenha estado aí, xerife.
– Isso não me surpreende. Poucos o fizeram. Mas agora temos lá um novo cidadão, um homem que se tornou num bom amigo meu. Estou aqui por causa dele.
Então viu a tensão reflectir-se nas mãos dela. Curioso.
– Chama-se Edward Carlton.
Lucas não viu no seu olhar que ela reconhecesse o nome, mas sim a tensão que se relaxava.
– Realmente chama-se Edward William Renberg Carlton IV.
Viu como ela tentava não sorrir, a mesma resposta que ele tinha tido na altura em que ouviu aquele nome pomposo.
– Imagino que seja um grande homem – disse ela.
– E é. Dois metros de altura, mas esbelto. Cabelo escuro. Olhos escuros. Agora tem trinta e quatro anos. Há vinte e cinco anos, o seu pai, mãe e irmã mais nova foram numa excursão sem ele, que estava de castigo, um castigo que lhe salvou a vida. A sua família foi raptada. Foi recebida uma mensagem a pedir o resgate, mas só uma vez e, como acontece muitas vezes, alguém estragou tudo. Foram encontrados os corpos dos seus pais um mês depois, mas nunca se soube nada da sua irmã, Megan, até à semana passada, quando as suas impressões apareceram numa investigação de rotina.
A tensão desapareceu de repente e ela ficou de boca aberta. Lucas deu-lhe um envelope com duas fotografias. Meia tonta, ela abriu-o e tirou-as.
– E eu… Oh, meu Deus!
Fechou os olhos e deixou as fotografias viradas ao contrário na mesa. Esteve assim uns segundos, até que voltou a pegar-lhes e a olhar para elas.
– Quer que vá com alguma guarda para demonstrar que tenho estas marcas? – perguntou depois.
Lucas abanou a cabeça.
– Não. Essas fotografias são só para lhe dar segurança a si. Tenho a certeza de que depois teremos que passar por várias formalidades, mas nós estamos satisfeitos com as impressões digitais. E com o seu aspecto físico. Quer ver uma fotografia do seu irmão?
Ela não respondeu, mas Lucas pensou que devia ser pela surpresa. O relatório do FBI dizia que ela era empregada durante o dia num local muito conhecido e vivia num bairro, que sem ser luxuoso, também não era dos mais pobres. Vestia o que devia ser a sua farda. Estava tudo muito limpo e funcional.
Deu-lhe a fotografia de Edward e da sua nova esposa, Jennie, no pátio das traseiras da sua casa em Avalon.
Meg olhou para ela e sorriu amargamente.
– Parece que ele sobreviveu muito bem – disse.
O que é que a tinha feito zangar? Porque era ira o que tinha visto no seu rosto.
– Talvez gostasse de ver outra.
Deu-lhe então uma fotografia de estúdio de um ano antes, mostrando um homem triunfante, soberbo e ambicioso. Era assim antes de conhecer Jennie.
Meg também olhou para ela e, por um instante, as suas feições pareceram-se, numa versão feminina tremendamente atraente, às de Edward, pelo que Lucas viu de repente.
– Então – disse ela. – Como é que eu me chamo? Quem sou eu?
O seu nome era Megan Elizabeth Carlton e faria vinte e nove anos dali a três meses. Vinte e nove. Não acontecia muitas vezes que uma mulher fosse festejar duas vezes os seus vinte e nove anos e os trinta. Meg fez uma careta de amargura.