Brincar com o fogo
De Jamie Denton
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Sobre este e-book
Do que é que tinha que protegê-la? Mason estava decidido a ajudar Bailey a recuperar a sua irmã Leslie, que tinha desaparecido depois de ter fugido de casa. No entanto, ele sentia-se cada vez mais atraído por aquela combinação de inocência e erotismo.
Bailey estava a brincar com o fogo, mas não podia evitar abandonar-se a um instinto primitivo que a impelia a atirar-se nos braços daquele homem...
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Brincar com o fogo - Jamie Denton
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 1998 Jamie Ann Denton
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Brincar com o fogo, n.º 276 - novembro 2017
Título original: Flirting with Danger
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-637-3
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Epílogo
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Capítulo Um
A jovem loira equilibrava-se precariamente sobre os saltos altíssimos das sandálias vermelhas. Parecia um peixe fora de água. Estava assustada, terrivelmente assustada. Puxava constantemente a barra do vestido muito justo, de um vermelho escarlate, que lhe moldava as curvas escandalosamente bem feitas.
Mason O’Neill tamborilou os dedos no volante do seu Ford preto. Há duas horas que a observava. Viu quando ela se encostou a um poste, trocando algumas palavras com uma prostituta. Com um sorriso, ficou a imaginar que tipo de conversa Miss Inocência poderia ter com uma mulher daquele género.
Ela procurou alguma coisa dentro da mala. Tirou o que parecia uma fotografia, mostrando-a à mulher que se afastou, balançando negativamente a cabeça.
Nove anos de trabalho como polícia, faziam-no intuir que a dona daquele fabuloso par de pernas, não era uma prostituta de rua. O que não era problema dele. A menos que ela fizesse alguma coisa ilegal. Apesar das roupas espalhafatosas, parecia inocente, imaculada, e completamente deslocada naquele lugar. Ela procurava por alguém pelas ruas de Los Angeles.
Desviou o olhar, em busca de algo suspeito. As luzes de néon lançavam sombras coloridas sobre os poucos transeuntes que se arriscavam a enfrentar o calor abafado da noite de Verão. Sons de gargalhadas roucas chegavam até à rua, vindo da discoteca Shadee’s. Várias mulheres percorriam o boulevard Hollywood, na esperança de conseguir uns trocos, num engate rápido.
Nada fora do comum ou particularmente extraordinário. Nem sinal de Devlin Shore ou dos seus comparsas.
Aquele era o seu dia de folga, mas vigiar os passos de Shore tinha-se tornado um hábito. Um péssimo hábito, que se recusava a abandonar, até colocar aquele indivíduo atrás das grades. Shore tinha estendido os seus negócios, dominando a maior parte do comércio ilegal da cidade. O departamento de polícia de Los Angeles nunca chegara suficientemente perto para o apanhar em flagrante. Devlin estava sempre um passo à frente. E Mason jurara não descansar até obter provas bastante fortes que o pusessem fora de circulação. Era como se disputassem um jogo, uma partida de xadrez que exigia paciência. E pretendia vencer. Com um xeque-mate.
A Miss Inocência afastou-se do poste onde se recostara. Aproximou-se de um grupo que deixava o Shadee’s. Mostrou a fotografia. As pessoas, meneando a cabeça numa negativa, continuaram a caminhar. Ela, então, voltou-se. Relanceou um olhar distraído na direcção de Mason, que sentiu um desconforto a apertar-lhe o peito. Culpa? A imagem de uma outra jovem inocente perpassou, num relâmpago, a sua mente. Aquela, ele não pudera salvar.
Olhou, de novo, para a rapariga. Um rapaz abordou-a. Ela balançou a cabeça, os cabelos acompanhando o movimento. O rapaz encolheu os ombros e afastou-se. Miss Inocência mostrou um alívio evidente, equilibrou-se nos saltos, encostando-se no poste.
Mais uma vez, Mason disse, a si mesmo, que o assunto não lhe importava. Mas o facto intrigava-o. O que é que alguém, como ela, estaria a fazer naquelas ruas? De quem estaria à procura? A maneira como ela dispensava os possíveis fregueses só fazia aumentar a sua curiosidade. Pegou na garrafa térmica e serviu-se de um pouco de café, sem tirar os olhos da rua.
Ajeitando a mala ao ombro, ela afastou os cabelos do rosto. O calor, seco e escaldante do Verão da Califórnia, estava insuportável. Buscando alívio, ela passou a mão pelo pescoço. Mason remexeu-se no assento. O gesto, gracioso e sem malícia, emanava feminilidade e um tremendo erotismo.
Há muito tempo que era um solitário, pensou. Passara muitas e muitas noites sem uma mulher para lhe aquecer a cama e fazê-lo desligar-se do trabalho, se é que alguém conseguiria tal proeza. Não fora por isso que a sua mulher o abandonara? E levara o filho com ela?
Afastou as lembranças amargas, antes que pudessem tomar conta da sua mente e distrai-lo. Um BMW novíssimo travou, ruidosamente, a pouca distância da loura. Mason retesou-se. A porta abriu-se e um rapaz, aparentando uns dezoito ou dezanove anos, desceu do carro. Mason descontraiu-se. Conhecia Shore e a maioria dos seus comparsas. O rapaz não era um deles. Provavelmente, conduzia o carro do pai e saíra em busca de um pouco de divertimento.
Mason ficaria por ali mais uma hora. Depois iria para casa e descansaria um pouco, antes de voltar à esquadra. Outra noite perdida, pensou, abrindo novamente o termo do café. Tomou mais um gole e fez uma careta. Abriu a porta do carro e despejou o resto do líquido amargo no asfalto. O restaurante, ao fim da rua, poderia satisfazer a sua sede de cafeína.
Saiu do carro. Observou, divertido, o rapaz a circular em torno de Miss Inocência. Fechou a porta do Ford e pôs as chaves no bolso. «Tolo», disse para si mesmo, «ela não está à venda».
– À procura de um encontro, querida? – perguntou o rapaz.
– Não, obrigada – ela sorriu, de forma polida, afastando-se.
«Não, obrigada?» Mason meneou a cabeça. Ora essa! Além de linda, era educada.
– O que é isso? Anda cá! – chamou o rapaz, alcançando-a e enlaçando-a pela cintura. – Sou novo na cidade e queria um pouco de diversão. Estou a sentir-me muito sozinho.
– Não – insistiu a loira.
Empurrou-o com as mãos, mas o rapaz não estava disposto a ir-se embora.
Mason rangeu os dentes de irritação. Não tencionava tornar-se no «cavaleiro de armadura brilhante» e resgatar a donzela em perigo. Tudo o que queria era uma chávena de café bem quente e alguma pista de Devlin Shore.
– Eu pago-te uma boa maquia – disse o rapaz.
– Tu podes ser preso se continuares a insistir – retorquiu ela, tentando desenvencilhar-se.
– Quem és tu, afinal? Uma polícia?
Mason soltou uma praga. O departamento tinha gasto seis meses a tentar estabelecer um disfarce de confiança. Não iria pôr tudo em risco por causa de uma mulher bonita que enfrentava um pequeno problema. Se mostrasse o distintivo, a notícia correria pelo boulevard Hollywood mais depressa do que fogo no palheiro.
– Por favor, deixa-me em paz. Estou à espera de uma pessoa.
A voz de Miss Inocência revelava o seu pânico. Mason soltou um palavrão, ainda mais irritado.
– Os teus dias de espera terminaram, loirinha! – exclamou o rapaz. – Vou tomar conta de ti.
Puxou-a com toda a força. Miss Inocência desequilibrou-se dos saltos e caiu nos braços dele.
– Deixa-me em paz, por favor! – exclamou, tentando equilibrar-se.
– Idiota… – grunhiu Mason, dando um chuto na porta do carro. – Ei, tu! – gritou.
– Maldição! – resmungou o rapaz, soltando a loira, e dando um passo atrás.
– O chefe não te mandou ficar em casa, hoje à noite? – perguntou, dirigindo-se a ela. – O que é que estás a fazer aqui? Pretendes ganhar dinheiro extra?
O queixo de Miss Inocência tremeu e ela pestanejou diversas vezes, parecendo confusa. Olhou para o rapaz, como se avaliasse qual dos dois homens era o menos perigoso. Mason agarrou-a pelo braço antes que ela se decidisse.
– Devias agradecer-me, querida. Se o chefe descobre, tu bem sabes o que te vai acontecer.
Com um gesto entreabriu o casaco, deixando à vista o revólver, colocado no coldre junto ao ombro. O rapaz levantou as mãos, dando mais um passo atrás.
– Ei, calma, sou de fora – disse, disparando numa corrida em direcção ao carro.
Arregalando os olhos, de um azul profundo, e com um ar inocente, ela murmurou:
– Tu apanhaste a pessoa errada – a sua voz estava trémula.
– Essa já não funciona, querida – retorquiu ele, rezando intimamente para não se arrepender da atitude que estava à beira da estupidez. – Continua a andar, quietinha, que desta vez não te vou denunciar. – Puxou-a pelo braço, fazendo-a cair sobre ele.
– Por favor, deixa-me ir.
Miss Inocência tentou afastar-se, mas ele apertou-a, com mais força. A pele do seu braço era macia, como cetim. E perfumada, como um campo de flores.
– Estou a dizer-te, apanhaste a pessoa errada. Não me chames querida, o meu nome é Bailey. Bailey Grayson.
Mason ignorou-lhe as explicações, caminhando em direcção ao Ford. A noite estava irremediavelmente perdida, de qualquer forma. Iria levá-la para casa e, com alguma sorte, nunca mais a veria de novo.
– Está quieta, querida. Achas-me com cara de idiota? – perguntou suficientemente alto para que a pequena plateia, que se juntara, ao redor, pudesse ouvi-lo. Então, sussurrou aos ouvidos dela: – Continua a andar, com calma, e não me causes mais problemas.
Os saltos que Miss Inocência usava faziam-na balançar, perigosamente, e foi preciso ajudá-la, quando ela cambaleou, tentando segui-lo.
– Entra – ordenou, abrindo a porta do carro.
– Não! – ela esticou-se, agarrando a mala e pondo o braço para trás. – Não vou contigo, de maneira alguma.
A paciência, que nunca fora o forte de Mason, estava prestes a acabar. Para piorar as coisas, o ajuntamento de pessoas ao redor tinha crescido.
– Que chatice, entra no carro!
– Não! – com um impulso, ela rodou a mala, atingindo-o no peito.
Mason soltou um grunhido e, em seguida, um palavrão.
– Se sabes o que é melhor para ti, trata de entrar depressa no carro – pediu, através dos dentes cerrados.
– Vou começar a gritar – ameaçou ela, denunciando o pânico crescente.
Por Deus, ele não tinha necessidade de se meter numa encrenca como aquela. Devia ter deixado o rapaz levá-la. Mas, não! Preferira armar-se em herói.
Forçou-a a virar-se e puxou-a contra si, aumentando ainda mais a pressão dos dedos. Sem querer, apertou os quadris contra os seus. Ela respirou fundo, parecendo buscar ar para soltar o grito que prometera.
– Sou um polícia – resmungou ele, ao seu ouvido.
Ela retesou-se, desistindo de lutar, deixando escapar uma exclamação de alívio.
– Graças a Deus!
– Entra, de uma vez, no carro – afastou-se dela, escancarando a porta do veículo.
– Olha, eu não sou… Quero dizer, eu não…
– Eu sei – interrompeu ele, antes que ela tivesse a oportunidade de completar a frase. – Vou levar-te para casa.
– Como é que eu sei que és mesmo um polícia? – perguntou ela, em tom de dúvida.
– Primeiro, entras no carro. Depois, eu identifico-me.
Ela