Uma atracção sem remédio
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Sobre este e-book
A sofisticada e bela Brenna era o tipo de mulher que Dylan tentava evitar a qualquer custo, mas a sua obrigação era proteger a recém-chegada. Apesar dos seus esforços, depressa se apercebeu de que era incapaz de manter Brenna à margem dos seus planos mais pessoais. Mas estaria disposto a pagar o preço de tão avassaladora paixão: o casamento?
Kathie DeNosky
USA Today Bestselling Author, Kathie DeNosky, writes highly emotional stories laced with a good dose of humor. Kathie lives in her native southern Illinois and loves writing at night while listening to country music on her favorite radio station.
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Uma atracção sem remédio - Kathie DeNosky
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2002 Kathie Denosky
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Uma atracção sem remédio, n.º 514 - fevereiro 2019
Título original: A Lawman In Her Stocking
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-616-4
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Epílogo
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Capítulo Um
– Xerife, está aí?
Dylan Chandler sentiu um nó na garganta, ao ouvir aquela voz feminina. Ressoava no cavernoso espaço que partilhavam o departamento de bombeiros e o escritório do xerife de Tranquility, Texas, com uma inconfundível ponta de medo e indignação. Na sua longa carreira como defensor da lei, Dylan tinha aprendido que era sempre o prenúncio de grandes problemas. Apoiou a mão na viga de madeira e olhou para baixo.
Tinha razão. Brenna Montgomery, a nova habitante de Tranquility, parecia ter visto um fantasma. E o encontro devia ter-lhe revirado o estômago. Dylan tinha-a visto apenas uma vez, de longe, na noite em que ela tinha feito o pedido para abrir uma loja de artesanato na vila. Ele tinha chegado tarde à reunião do Conselho e, por isso, não tinham sido apresentados formalmente. Mas, pela expressão do seu rosto, conhecê-la de perto não ia ser propriamente um prazer.
Talvez, se permanecesse em silêncio, ela não se apercebesse que ele estava pendurado por uma corda e fosse para o escritório do xerife adjunto. Pelo menos assim poderia vestir a camisa. Infelizmente, ela viu a ponta da corda e olhou para as vigas do tecto, descobrindo-o. Não tinha outro remédio senão apresentar-se.
– Sou o xerife Chandler. Que posso fazer por si, minha senhora?
Dylan enrolou as pernas à corda, desceu até onde ela estava e apanhou a camisa. Vestiu-a, meteu as abas por dentro das calças de ganga e esperou que ela respondesse. Mas ao ver que ela continuava em silêncio, hesitou. Talvez tivesse o fecho das calças aberto. Dylan olhou discretamente para baixo, fingindo que estava a olhar para as botas. O fecho estava fechado, mas continuava com o arnês posto. Tinha-o apertado com tanta força que se notava tudo.
– O que deseja, senhora Montgomery? – perguntou novamente Dylan, desatando as cordas de nylon e pondo o arnês em cima da cadeira.
Os lindos olhos azuis daquela mulher ficaram mais claros de repente, enquanto as suas faces coravam. Brenna afastou o atónito olhar das cordas e perguntou:
– Porque diabo estava você pendurado no tecto?
– Tinha de experimentar um novo equipamento de escalada para resgate e salvamento – respondeu Dylan ocultando um sorriso.
Brenna assentiu, mas continuou calada. Dylan esteve quase a começar a rir. Parecia que aquela mulher tinha dificuldades em olhá-lo nos olhos. Depois de uns instantes de silêncio, Dylan pôs a mão sobre a parte baixa das suas costas e guiou-a, atravessando uma porta, até ao escritório. Depois sentou-se em frente da secretária e perguntou novamente:
– Bom, porque é que não me conta o que se passa, senhora Montgomery?
Dylan apanhou o seu chapéu de cowboy e pô-lo, antes de olhar para ela. Aquela mulher tinha um cabelo ruivo lindíssimo, não conseguia compreender porque tinha feito aquele horrível apanhado. Parecia que tinha um gorro de basebol plantado no meio da cabeça.
– Queria informá-lo que um cavalheiro… – Brenna calou-se de repente. – Xerife, está a ouvir-me? – Continuou ela, pondo os braços na cintura.
– Sim, o que tem esse cavalheiro? – perguntou Dylan reparando então na sua silhueta, muito feminina.
– Há um cavalheiro em Main Street que assedia as mulheres.
– Aqui, em Tranquility? Tem a certeza?
Diante daquela pergunta, Brenna corou de indignação. O rubor destacava as sardas do seu nariz. Os seus enormes olhos azuis e os seus lábios, de forma perfeita, faziam com que Dylan evocasse longas noites invernais, debaixo de mantas quentes, numa cama de casal. Tinha-se distraído a olhar para ela. Ela tinha dito alguma coisa, mas não a tinha ouvido. O melhor era esquecer-se do seu aspecto e tratar do assunto que tinha entre mãos.
– O que quer dizer com isso?
– Estou a dizer-lhe que esse homem me agarrou e me beijou – afirmou Brenna, perdendo a paciência.
Dylan suspirou. Onde estava a encantadora mulher que tinha conquistado os membros do Conselho? Durante toda uma semana, o único tema de conversa do presidente e do resto do Conselho tinha sido aquela doce e linda mulher, a nova moradora. Dylan abanou a cabeça. Sempre o tinha impressionado quão perspicazes são as mulheres quando querem alguma coisa e quão guerreiras eram, pelo contrário, quando as coisas saíam ao contrário. Podia suportar os gritos e a indignação, mas porque tinha de ser Brenna Montgomery tão terrivelmente… bonita?
E que tipo de roupa tinha, pensou Dylan ao ouvir o barulho de uma saia muito comprida. A gola da camisa chegava-lha ao queixo e a saia preta arrastava pelo chão. Assim vestida parecia a professora de um filme do Oeste.
– Foi só isso? Um beijo?
– Não acha suficiente? – perguntou ela, incrédula. – Você não acha que eu inventei isto tudo, pois não?
– Não.
Dylan sentiu um nó na garganta. Apesar da roupa e do apanhado do cabelo, sempre tinha sentido uma debilidade por ruivas. E Brenna Montgomery era ruiva, além de ter os lábios mais desejáveis do mundo.
Brenna sentiu um arrepio percorrer-lhe as costas. Sempre que estava nervosa, sentia uma imperiosa necessidade de comer chocolate. E o olhar brilhante do xerife, de olhos verdes, punha-a muito nervosa. Tinha ficado tão sobressaltada, ao encontrá-lo meio nu e pendurado no tecto, que não tinha sido capaz de nada, excepto de admirar os seus maravilhosos músculos que estavam a descoberto. Que músculos!
Aqueles bíceps, aquele estômago duro e plano e aquela pele masculina nua tinham-na apanhado de surpresa. E as cordas atadas ao dorso e às pernas, destacando os seus impressionantes atributos, tinham-na deixado sem fala.
Evidentemente, o xerife Dylan Chandler não era um homem como outro qualquer. Era, de facto, um homem muito especial. A estrela de prata que tinha no peito demonstrava que era dos bons, mas os bons não usavam sempre chapéu branco? Aquele xerife tinha um chapéu preto e com os cabelos cor de ébano e a barba incipiente das faces, o seu aspecto parecia selvagem, relativamente perigoso e totalmente fascinante. Incómoda com a sua própria reacção, Brenna respirou fundo e ganhou coragem, antes de dizer:
– O que está a pensar fazer a esse respeito?
Dylan pôs o chapéu para a frente e cruzou os braços, olhando-a com o sobrolho franzido. Tinha conseguido assustar mais de um delinquente, com aquele olhar. Por um segundo, pensou que ela recuaria, mas era evidente que não tinha conseguido intimidá-la. Absolutamente nada. Dylan sorriu. Pela primeira vez, em seis anos, alguém tinha descoberto o seu jogo. Nada mais e nada menos do que uma ruiva com sardas.
– Quer apresentar uma queixa formal, senhora Montgomery?
– Não, não quero apresentar nenhuma queixa formal. O homem era mais velho e não se pode dizer que me tenha ameaçado propriamente, mas não quero que volte a acontecer. É assustador que um estranho o abrace no meio da rua e o beije, ainda que seja na face.
– Compreendo, senhora Montgomery. Esse homem ofereceu-lhe uma rosa antes de a beijar? – Brenna assentiu. Dylan sorriu. – Acho que sei quem pode ser e posso dizer-lhe que não correu nenhum perigo. Falarei com ele, mas acho que acaba de receber as boas-vindas do Pete Winstead.
– Não me interessa quem seja, esse homem assustou-me.
– Foi só um beijo na face.
– Sim, mas você não faz ideia do quanto isso pode ser assustador. De onde eu venho, pode considerar-se inclusive… – Brenna fez uma pausa, procurando a palavra mais adequada, e por fim terminou a frase… – um assalto.
– Aquele homem disse-lhe alguma coisa durante o assalto? – perguntou Dylan, começando a rir.
– Sim, mas estava tão assustada que não percebi – declarou Brenna, corada e indignada. – Além disso, cheirava a cerveja.
– Tem alguma coisa contra os homens que bebem cerveja, depois de um extenuante dia de trabalho?
– Bom… não…
– Então deixe que lhe explique como funcionam as coisas aqui, senhora Montgomery. Quase todos os homens desta vila vão ao Luke’s Bar and Grill depois do trabalho, para ouvir os últimos mexericos. É a tradição: beber uma cerveja, ouvir uma história ou duas e voltar para casa – explicou Dylan, encolhendo os ombros. – O Pete não é diferente dos outros. Vai ao Luke’s com regularidade. Mas nunca o vi beber mais de duas cervejas de uma assentada.
– Compreendo que a vila é pequena e, acredite em mim, quero fazer parte da comunidade como qualquer outro habitante, mas o problema não são os hábitos de bebida do Pete Winstead. Quando um desconhecido agarra uma mulher e a beija no meio da rua, assusta-a. O seu trabalho é impedi-lo.
Dylan deixou cair os braços, cheio de frustração. Considerava que era um bom xerife e não necessitava que nenhuma rapariga da cidade lhe explicasse o que tinha de fazer. Numa ocasião, outra mulher tinha-o tentado e não permitiria que voltasse a acontecer.
– Já disse que falarei com ele. E agora, mais alguma coisa de que deseje queixar-se, senhora Montgomery?
– Não serviria de nada, não acha, xerife?
Antes que Dylan pudesse responder, Brenna girou sobre os calcanhares e foi-se embora, batendo com a porta. Dylan meteu as mãos nos bolsos e observou-a. Brenna apanhou as ridículas saias e subiu para um Toyota. Sem dúvida, o incidente tinha-a assustado, mas Dylan tinha-se