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Destruidor das Sombras
Destruidor das Sombras
Destruidor das Sombras
E-book215 páginas3 horas

Destruidor das Sombras

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Sobre este e-book

O fim está aqui.

Depois de três décadas de mandato sob o terrível tratamento dos vampiros, um novo mal foi trazido ao mundo. Kanesis, o deus vampiro. Ele quer o mundo, e as suas Sombras – as traidoras que brincaram com os rebeldes para conseguir a sua liberdade – farão qualquer coisa por ele para consegui-lo.

A Rebelião tem uma nova causa para lutar, e velhos inimigos e novos amigos têm de se juntar para vencerem o ataque. Sangue será derramado de ambos os lados, mas o fim justificará os meios? Os rebeldes fogem para a Escócia para encontrarem uma resposta sobre como acabar com Kanesis, mas a sua viagem testará os seus limites, e separará uma família criada pelas dificuldades do seu passado.

O fim de um mundo aproxima-se e um novo está a ser criado… mas será o mundo de quem?

IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de nov. de 2016
ISBN9781507164044
Destruidor das Sombras

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    Pré-visualização do livro

    Destruidor das Sombras - Miranda Stork

    Este ebook é licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este ebook não pode ser re- vendidos ou doados a outras pessoas. Se você gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, por favor compre uma cópia adicional para cada destinatário. Se você está lendo este livro e não comprá-lo , ou ele não foi comprado apenas para seu uso , então por favor compre a sua própria cópia . Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor .

    DEDICATÓRIA

    Para todos os meus leitores, que continuaram a ler, apesar dos numerosos e cruéis momentos de suspense da maioria dos meus livros. Eu também gostaria que soubessem que o meu título pessoal para este livro era, ‘Aquele Em Que Todos Morrem’. Eheheh!

    A sério, amo-vos.

    CAPÍTULO UM

    O vento estava mais frio do que tinha estado, apesar das fogueiras ao longe. Psyche olhava para o horizonte sobre as colinas, franzindo os olhos como se isso a fizesse ver mais perto e para além da paisagem. O céu acima, era uma grande variedade de cinzentos escuros, lançando os declives e vales do campo abaixo na escuridão e sombras escondidas. O verde da relva parecia escuro e doentio contra as árvores nuas no pico do inverno, dois corvos solitários a grasnarem um para o outro à medida que competiam entre si para chegarem ao seu ninho. Psyche passou as suas mãos pelos seus braços, tremendo de frio devido à sua camisola fina, os seus tempestuosos olhos cinzentos cheios de deceção. Não havia tempo para apreciar a paisagem quando Kanesis estava a apenas poucas centenas de quilómetros de distância, em Nova Londres, queimando e destruindo cada resquício de humanidade que tinha existido.

    Ao menos poupámos algum tempo em chegar aqui, Psyche lembrou-se, olhando em direção a uns carris em desuso e enferrujados mais à frente na colina. Chegar às fronteiras da Escócia ter-lhes-ia levado dias se não se tivessem deparado com uma velha carruagem de comboio, não muito longe da cidade dos humanos rebeldes. Uma pequena magia de Andred e esta tinha conseguido pôr a andar a rangente locomotiva até onde estavam, antes de ter ficado muito cansada. Um sorriso passou pelos lábios de Psyche como um fantasma. Suponho que toda a gente tenha viajado assim há anos atrás. Era espantoso, ir à velocidade do vento. Com exceção daquela altura em que Deron pôs a sua cabeça fora da janela e quase ficou com as suas rastas presas numa árvore que passava. Ela gozou, o momento de alegria momentaneamente sobrepondo-se ao seu medo da situação. O riso desvaneceu-se quando olhou novamente para as distantes colinas, o seu estômago contorcendo-se com o pensamento do que se estava a passar do outro lado delas.

    Isto não é bom, ela murmurou para si mesma. Eu tenho de saber o que se está a passar. Estendendo as suas mãos à frente da sua cara, olhando para as palmas calejadas, ela esfregou os seus dedos. Energia estalou como elástico esticado dentro do seu corpo, pequenas faíscas saltando pelos seus braços numa correria para as suas mãos à espera. Um intenso brilho violeta cresceu à volta dos seus dedos e ela tornou a magia em algo mais substancial para que conseguisse agarrar, entrelaçando os fios de energia à medida que se concentrava no que ela mais queria ver – Nova Londres. Houve um tilintar de sinos prateados e a aura à volta das suas mãos juntou-se num pequeno círculo de energia, fios violeta seguindo-se uns aos outros à medida que uma imagem ondulava no centro do portal.

    Soltando um suspiro relaxante enquanto deixava os seus músculos relaxarem novamente, Psyche olhou para a imagem, os seus olhos andando de um lado para o outro à medida que tentava compreender as formas. As imagens desconexas finalmente fizeram sentido e ela pôs uma mão sobre a sua boca em horror. Era uma paisagem de fogo e inferno, chamas laranjas lambendo cada prédio e canto, gritos ecoando na escuridão para lá do calor. Figuras sombrias que já não eram Sombras marchavam nos seus corpos clonados de uniforme, esfaqueando e cortando à machadada qualquer um que passasse à sua frente. E no centro de tudo estava Kanesis, as suas asas de cabedal batendo ruidosamente à medida que atiçava as chamas, rugindo na noite enquanto rasgava corpos à procura de mais sangue. Os olhos de Psyche picavam com lágrimas não derramadas enquanto interiorizava a devastação, o seu peito apertando-se à medida que lutava contra a vontade de vomitar. Antes de poder insistir mais, silvos e risinhos sinistros viajaram pelo ar estagnado e dedos pretos em garra, puxaram as bordas do seu portal e fecharam-no.

    Psyche afastou-se rapidamente arfando à medida que se arrastava para trás pela relva molhada. O portal girou furiosamente antes de se afundar em si mesmo e desaparecer com um sonoro estalido, deixando apenas laivos roxos de energia que esvoaçaram para a atmosfera. Respirando pesadamente, Psyche apertou os seus olhos, inclinando a sua cabeça para a frente para os seus joelhos. As Sombras. Elas fecharam-no, sabendo que eu as estava a observar. Como raios é que fizeram isso? Olhando para cima novamente, Psyche esfregou a sua cara cansada, soltando uma respiração trémula. Porquê nós? ela murmurou. Porquê este lugar? Porquê Inglaterra? Deve haver alguma ligação.

    Provavelmente há, mas raios me partam se eu consigo descobrir qual é.

    O som da voz de Andred fez Psyche virar a sua cabeça para trás para ver a deusa dirigir-se para lá, o seu longo cabelo loiro entrançado para trás numa trança perfeita. Acenando-lhe, Psyche respondeu, Eu também. Há mais hipóteses de descobrirmos que isto tudo é um sonho.

    Isso, na realidade, aconteceu-me uma vez, Andred franziu a sobrancelha, sentando-se ao lado de Psyche. As dobras da sua longa saia branca restolharam umas contra as outras enquanto se sentava no chão húmido, revelando por baixo o cabedal preto das suas botas militares. Prendendo os seus braços à volta dos seus joelhos, ela lançou-lhe um olhar de esguelha com os seus penetrantes olhos azuis, dando-lhe uma piscadela. Eu pensei que estava no meio de Alexandria a comprar figos, quando Cleópatra passou no seu cortejo, mas parece que afinal tinha apenas comido muito queijo na noite anterior. Um arfar baixo saiu dos seus lábios à medida que os seus ombros abanavam com preocupação. Não temos tanta sorte com tudo isto, claro. E como se não bastasse, não consigo comunicar com ninguém no Outro Mundo. É como tentar mandar sinais de fumo num quarto escuro. A sua cabeça virou-se bruscamente enquanto cheirava o ar e os seus braços apertaram-se mais enquanto olhava inquisitivamente para Psyche. Tu, er... não fizeste um pequeno portal aqui, fizeste?

    As bochechas da jovem Tecelã enrubesceram-se à medida que olhava para baixo para as mesmas mãos que criaram o portal, fechando-as fortemente enquanto dava um curto aceno, mordendo o seu lábio com vergonha. Sim. Desculpa. Eu sei que não devo, mas detesto não saber o que se está a passar lá. Devemos ter chegado aqui mais depressa que Harold e Melinda possam ter chegado e estou preocupada com ela. Psyche fechou os seus olhos, o buraco preto de preocupação no seu estômago contorcendo-se. Eu sei que ela é uma chata e é de tanta ajuda como uma chaleira feita de gelo, mas sempre cuidei dela. Ela era a minha irmãzinha, de certo modo, mesmo que não fossemos irmãs de sangue. E não podemos escolher os nossos irmãos.

    A expressão de Andred suavizou-se e estendeu um braço para envolvê-lo à volta dos ombros de Psyche, apertando-a para perto. Compreendo isso. Ela faz parte da nossa família improvisada, mesmo que não seja tão forte como nós. O braço afrouxou e a deusa inclinou-se para trás inspirando fortemente o ar com cheiro a chuva. Mas o facto continua que não podes abrir portais. Não o podemos arriscar. As Sombras podem conseguir usar um para nos encontrarem e então voltamos à estaca zero.

    As duas mulheres permaneceram sentadas em silêncio por um momento e Psyche virou-se  para olhar de volta para o pequeno acampamento que os rebeldes tinham montado. Aodhan e Arianwen estavam a repartir a comida, Michael passando pelo grupo com uma garrafa de água para as suas canecas. Emma realmente tinha feito o que tinha prometido, dando-lhes mantimentos suficientes para chegarem à Escócia e mais além. O coração de Psyche apertou-se no seu peito quando se lembrou da rejeição de Emma em segui-los com os outros humanos, apesar de tudo. Ela tinha contraposto que o que quer que viesse, eles não iriam fugir – eles iriam lutar, por mais desesperada que fosse a situação. No entanto, alguns dos humanos foram-se embora por conta própria depois da autorização dela, fugindo para a região selvagem de Inglaterra para tentarem encontrar o seu próprio caminho e, esperançosamente, segurança.

    A sua atenção voltou-se para o grupo quando Deron se levantou rapidamente, afastando-se alguns passos para acender um cigarro. Ele deu uma longa passa, olhando para o espaço. A morte de Glen tinha-lhes custado muito, mas mais a Michael e a Deron. Ele tinha sido como um filho para eles os dois e nem sequer tinham tido tempo suficiente para lhe darem um enterro digno. Tinha passado uma semana desde que tinham saído de Nova Londres e a dor continuava como se tivesse sido ontem. E Melinda. Como é que ela se deveria estar a sentir? Quando puser as minhas mãos no Harold, vou trucidá-lo e atirá-lo por um portal para o próprio Kanesis.

    Torolf e Vladimir estavam sentados juntos em profunda conversa, ambos olhando em direção a Psyche e Andred com preocupação. Um sorriso curvou os lábios de Psyche quando vislumbrou o seu bonito lobisomem, o sorriso ameaçando transformar-se num sorriso rasgado quando ela se moveu para olhar para Vladimir olhando fixamente para Andred. Era óbvio que ele sentia algo pela deusa – sentimentos que eram recíprocos – mas nenhum deles tinha feito nada sobre isso ainda. Inghard e Fiona entravam nessa categoria também. Psyche virou-se para o outro lado para observar o corajoso clone oferecer à humana um pouco da sua refeição. Eles estavam sentados juntos, falando rapidamente um com o outro. Mas os olhos de Inghard nunca deixavam a cara de Fiona. Ele era como um cachorrinho apaixonado. Rekeda estava sentada sozinha no meio do grupo, observando as pessoas tanto quanto a jovem Tecelã estava, interiorizando cada conversa como se as guardando para mais tarde, caso acontecesse serem úteis para eles. Ela comia lentamente, como se cada dentada pudesse explodir na sua língua. A Dansu ainda estava insegura sobre se já era capaz de agir com uma forma corpórea.

    Psyche virou-se para a paisagem verde espalhada à frente deles como um tapete grosso, soltando um suspiro suave, agarrando as suas mãos fortemente. Se ao menos soubéssemos o que fazer. Estamos a ir às cegas para uma direção, esperando encontrar a resposta. Mas os únicos realmente em controle neste momento... são Kanesis e as Sombras.

    Um rugido reverberou pelo ar à medida que Kanesis descia sobre um pequeno e aterrorizado grupo de humanos. Aterrou pesadamente, as suas garras batendo contra o cimento rachado abaixo com tanta força que se levantou uma grossa nuvem de pó. O calor ardente dos prédios à volta excitava-o até ao mais fundo do seu ser e sorriu maldosamente para a destruição, uma estrutura rangendo enquanto cedia sob o ataque à sua moldura de gesso e aço. Os humanos encolheram-se em horror com o seu sorriso, gritos excruciantes enchendo o ar à medida que ele dava um passo deliberado em frente. Delicioso. O sangue deles é sempre tão mais pujante quando estão aterrorizados.  Batendo as suas longas garras, Kanesis alcançou pelos humanos, agarrando os três nas suas grandes mãos. Um deles era uma mulher, mas os outros dois eram homens. Kanesis bufou com as suas próprias observações à medida que eles tentavam contorcer-se para se libertarem. Não se importava de que sexo eram. Ninguém se importava com o sexo da sua comida desde que esta soubesse bem.

    Finalmente cansando-se dos pedidos de misericórdia e ajuda deles, ele inclinou a sua grande cabeça e afundou as suas presas na carne deles. Era como uma luz a apagar-se no seu cérebro, faíscas voando pelo céu num tremendo espetáculo de fogo de artifício. O sangue deles escorria pela sua língua encharcando cada papila gustativa e lançando os seus sentidos num frenesim. Era fogo e magia e vinho encorpado tudo ao mesmo tempo – e ele estava seguro que um deles tinha estado a tomar algum tipo de droga, devido à pedrada com que tinha ficado. Kanesis largou os humanos inertes para o chão, descartando-os para o lado à medida que passava as costas da sua mão sobre a sua boca, lambendo languidamente os seus longos dentes. Nunca me farto deste sabor. Não há sangue suficiente no mundo para saciar a minha sede, mas, de qualquer maneira, divertir-me-ei a tentar. Um sorriso espalhou-se pelas suas feições, os seus olhos escuros iluminaram-se com malícia.

    Ele olhou para cima, em direção à estrutura de aço ondulado a apenas algumas centenas de metros de distância. Quando ele e as suas Sombras tinham cruzado o rio, elas tinham-lhe sussurrado sobre como havia uma cidade construída pelos humanos, a última da sua rebelião. Mesmo que ainda não consiga capturar os imortais, posso certamente acabar com este bando. Os seus olhos escuros passaram pelas ameias superiores da ‘cidade’ improvisada, avistando os pontos onde um humano estava posicionado com uma longa arma de atirador furtivo. Kanesis riu ruidosamente, o som ecoando ao longo da paisagem deserta. Pistolas eram pouco mais que brinquedos de plástico para ele e os humanos atrás delas não eram muito melhores. Ele olhou sobre o seu ombro, em direção à marcha do exército a segui-lo. As suas Sombras, nos seus novos corpos clone de vampiro. Cada um estava com o mesmo uniforme cinzento, os seus olhos vermelhos brilhando com um propósito renovado à medida que marchavam constantemente em direção aos humanos que esperavam, as suas presas deslizando para ação. Aquele demónio idiota acreditou mesmo que elas eram dele. Acreditar que algo do qual não sabes nada é teu é loucura.

    Ele bateu as suas asas pesadamente, limpando o ar à sua volta enquanto respirava fundo. Adoro aquele aroma. Kanesis fechou as suas pálpebras apreciativamente. Guerra. Abrindo os seus olhos novamente, ele avançou pesadamente com milhares das suas Sombras vampíricas atrás de si, focando a placa mal pintada sobre os grandes portões da cidade improvisada adiante. Algumas das letras tinham sido apagadas com grossa tinta preta apressadamente atirada sobre elas – como se isso tornasse desconhecida a sua presença lá – mas ele conseguia ver as palavras ‘Elefante’ e ‘Castelo’. O primeiro dos tiros soou pelo ar quando um dos humanos disparou cedo demais, e ele sentiu um ligeiro ardor contra a sua orelha à medida que a bala falhava por milímetros. Não que importe se acerte. Eu não sou um vampiro ordinário. Eu sou um deus.

    Kanesis apertou os seus dentes quando desatou a correr, batendo as suas asas de couro fortemente. Os seus passos batiam ao longo do chão à medida que os seus soldados mortos-vivos seguiam de perto, correndo mais depressa em direção aos portões de metal. Com uma última pesada batida de asas, Kanesis elevou-se para o céu, estendendo as suas asas e deslizando em direção às ameias. Para seu deleite, os humanos no cimo da estrutura com armas de franco atiradores não fugiram em terror, mas simplesmente fizeram pontaria e dispararam como um. Seis pequenos clarões de luz rebentaram da ponta dos canos das armas, seis balas afundando-se na sua carne. Kanesis apertou os seus dentes com o incómodo, inclinando-se para usar as suas garras para tirar os pedaços de chumbo para fora. Verme irritante, ele rosnou, girando em torno de si mesmo. Caindo num mergulho a pique, dirigiu-se a eles, fazendo dois humanos cair do topo da muralha para o chão. Caíram com gritos agudos, enquanto ele apanhava os outros quatro, mordendo um a um à medida que velejava sob o céu que escurecia.

    As Sombras vampíricas chegaram ao portão, a batida das suas botas nunca cessando à medida que empurravam contra o metal ondulado das barreiras. Os portões dobraram e cederam sob o seu peso combinado enquanto empurravam, a corrente prendendo-os juntos chocalhava à medida que era apertada sob a tensão. Gritos e berros de preocupação vieram do chão e Kanesis olhou para baixo para ver de onde vinham. Gritos e caos surgiu por toda a pequena cidade, pessoas a correrem para trás e para a frente com crianças nos seus braços, sacos nas suas costas... mas essas não eram as vozes que ele estava

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