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Escrevê-lo na minha pele
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Escrevê-lo na minha pele
E-book263 páginas3 horas

Escrevê-lo na minha pele

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Sobre este e-book

Um agente da CIA e uma professora universitária se veem obrigados a conviver, acabam encontrando na leitura de romances eróticos o vínculo que os une.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de set. de 2017
ISBN9781507191668
Escrevê-lo na minha pele

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    Escrevê-lo na minha pele - Anaïs Wilde

    Série deuses gregos

    Escrevê-lo na minha pele

    Anaïs

    Wilde

    Queda prohibida cualquier forma de reproducción, distribución y transformación de esta obra sin contar con la autorización del titular de la propiedad intelectual de la misma.

    Copyright © Anaïs Wilde 2016

    CAPÍTULO UM

    Tudo começou com uma chamada. Dois toques, em minha mão o celular e no visor o nome do Professor Matthews, colega e amigo pessoal há dez anos.

    – Cindy, saia imediatamente da sua casa!

    – John?

    – Saia, não faça perguntas, corra. Saia!

    Caminhei institivamente até a porta, sem saber porque o fazia. As palavras do meu amigo não tinham nenhum sentido, mas estava angustiado.

    – Pela escada de emergência – disse com a voz hesitante –.  Não ouse usar a porta.

    Ouvi algo como se fosse um disparo com silenciador do outro lado do telefone e corri para parte de trás do meu apartamento. Abrindo a porta do quarto no qual se encontrava as escadas de emergência a primeira coisa que pensei foi o pouco que eu gostada desse lugar. Estava a ponto de não comprar aquele apartamento pela vista desse quarto, por outro lado, só o usava para armazenar exames, anotações e coisas que não usava. Tudo que podia ver daquela janela era a estrutura metálica das escadas de emergência e, do outro lado, o muro de ladrilhos do edifício da frente. Odiava o fato daquele apartamento ter custado o olho da cara, com um quarto virado para o beco. Estava pensando desordenadamente naquilo tudo, imaginando por que John teria ordenado que saísse de casa e me perguntando por que eu estava obedecendo-o, quando um barulho de cristais me fez largar o telefone.

    Disparos? Sim, disparos. O que se ouvia na minha sala eram disparos e não um ou dois, mas uma explosão que pretendia não deixar rastro. Abri a janela daquele quarto que detestava, o mais rápido que minhas mãos trêmulas me permitiram e sai nas escadas de emergência que correspondia ao meu andar, o vigésimo primeiro. Ao olhar para baixo senti o chão desaparecer diante dos meus olhos. Sofria de vertigem desde pequena. Pura e simplesmente não podia suportar alturas. Em uma ocasião havia desmaiado de medo. Havia sido algo muito embaraçoso, na minha época de universidade, durante uma excursão à montanha. Nós caminhávamos ao lado de um penhasco e... Uma nova rajada de tiros fez voar mais objetos na minha sala.

    Minhas mãos se agarraram com força na estrutura metálica da escada e comecei a descer o mais rápido que pude, procurando concentrar-me em olhar apenas para frente.

    Mas, o que diabos estava acontecendo? Não podia compreender.

    A imagem do meu amigo John Matthews morto no seu apartamento invadiu minha mente e comecei a suar, me invadiu uma vontade incontrolável de chorar e tive que morder a língua com força para evitar que as lágrimas chegassem a meus olhos. Enquanto meus pés seguiam se movendo. Os saltos finos das minhas botas ficavam presos ocasionalmente nas grades das escadas. Tinha as mãos úmidas, cheias de um suor nervoso que começava a ensopar meu corpo todo.

    Nunca tinha percebido o que significava a altura de vinte e um andares até aquele momento. Os degraus das escadas pareciam não acabar mais. Passado um bom tempo, voltei a olhar para o chão. Outra vez a sensação de vertigem, o abismo perfurando meu estômago. Porém, mesmo em pânico, sabia que o chão estava cada vez mais perto.

    – Você consegue – disse sussurrando.

    Os três últimos andares foram os mais complicados, porque tive que desenganchar diferences lances de escadas que estavam pendurados e se moviam a cada passo que dava. Elas não ficavam na fachada como as anteriores, mas eram iguais aquelas escadas que pintores usam para alcançar telhados. Um pouco pior que isso, não eram apoiadas ao chão. Esses malditos lances de escada apenas pendiam do alto.

    – Excelente – disse –. Era só o que me faltava.

    Já não me parecia seguro o que estava fazendo, descer os últimos metros diante de algo que parecia tão frágil não era o mais sensato.

    – E o que teria sido sensato, hein, Cindy? Diga-me, o que poderia ser sensato? Ficar na mira da rajada de balas?

    Estava falando sozinha e em voz alta. Muito alta. Aquilo não era um bom sinal. Tinha lido um estudo publicado naquele mesmo mês na revista Science. O Doutor Brown... ou era White? Sim, provavelmente era o Doutor White, da Universidade de Michigan. Teria que voltar ao artigo para confirmar seu nome. Um especialista em transtornos psicológicos derivados do estresse. O momento em que os pacientes começam a falar sozinhos é o indicador de uma ruptura que.... Meu pé perdeu apoio e, por um segundo, todo o peso do meu corpo ficou a mercê da força das minhas mãos. Senti um abismo se abrindo no meu estômago. Algo que subia e descia dentro de mim. Uma bola de medo subindo até a garganta e de repente cair de um golpe novamente em meu estômago.

    Com os braços trêmulos, eu buscava tatear a escada debaixo dos meus pés. Sim, aí estava. Segui descendo.

    Meu salto direito tocou em algo duro, diferente das ranhuras que tinha pisado nos últimos e intermináveis minutos.

    Estava no chão!

    Tinha vontade de levantar os braços em um gesto de vitória, tinha conseguido descer vinte e um andares sobre a fachada de um edifício apesar da minha terrível vertigem. Me contive ao pensar que talvez, em alguma das janelas poderia ter alguém. Não era uma adolescente para me permitir um gesto desse. Tinha um prestígio, uma imagem a zelar. Era muito respeitada no mundo acadêmico. Estava perdida nesses pensamentos quando os chiados de uns pneus me fizeram virar a cabeça de uma vez. A ponta de um carro preto entrou no beco. Dois homens desceram e, sem tempo de reagir, um deles me prendeu de meus braços que ficaram imobilizados contra meu próprio corpo. O outro sacou uma pistola. Vigiava de um lado para o outro do beco.

    Em um instante me vi dentro do carro, no banco de trás, acompanhada do homem que havia me prendido pelos braços.

    – O que..?

    Não tinha acabado minha pergunta quando o homem empurrou violentamente a minha cabeça para baixo para me obrigar a agachar. Alguns disparos alcançaram o carro, que presumi ser blindado, pois não atravessaram a carroceria. Quem ia ao volante se moveu entre as ruas da Manhattan em alta velocidade, virando nas esquinas de tal maneira que foi um verdadeiro milagre não atropelamos nenhuma pedestre na nossa frente.

    Eu tinha cantado vitória antes do tempo por não levarmos nada a nossa frente. Nosso carro raspou a calçada ao entrar em uma das avenidas e fez voar pelos ares um quiosque de cachorro-quente. Salsichas, pão, mostarda e cebola frita bateu contra o vidro. O motorista se limitou a acionar o limpador de para-brisas para retirar os obstáculos que impediam a visão.

    – Quem são vocês? Para onde estão me levando? Ei, ouça! Não pode dirigir com mais cuidado?

    Tinha também um quiosque com flores, batemos contra ele com a lateral do carro. Olhei para trás, e a mulher nos repreendia com os braços levantados.

    – Que nos matar? – Gritei, batendo com o punho cerrado no homem que ia ao volante.

    O homem que ia ao meu lado se limitou a me afastar para trás, com uma calma própria de um monge budista. Meus olhos o observaram pela primeira vez. Aparentava uns trinta anos, rosto bronzeado, olhos castanhos e cabelos escuros. Certamente atraente, isso não podia passar despercebido. Maxilar bem definido e nariz reto. Me olhou com tanta frieza que em seguida virei a cara.

    – São outras pessoas que querem lhe matar – disse o motorista.

    – Pode me deixar na próxima esquina, obrigada – disse secamente, pensando que poderia pegar um táxi para voltar para casa.

    O homem ao meu lado riu.

    – O que é tão engraçado? – Perguntei irritada

    – Então você quer que a deixemos na próxima esquina?

    – Exatamente – Respondi cruzando os braços para mostrar minha indignação.

    O homem tinha um ligeiro sotaque. Seus erres eram um pouco mais fortes que o normal e sua entonação levemente cantante.

    – Então, Philip – Disse a seu companheiro em um tom claramente zombador –.  Quanto tempo acha que ela duraria se a soltássemos agora?

    – Dez minutos? – Respondeu o motorista olhando seu companheiro pelo retrovisor, mas sem diminuir um décimo da velocidade.

    O carro balançou.

    – Olhe para frente, pelo amor de Deus!

    – Além do mais é uma mulher devota – Disse com desdém o motorista.

    – Na realidade... – Me disporia a lhes explicar que sou agnóstica. Que minha excelente preparação acadêmica me impedia de crer em assuntos que não tivessem uma forte base científica que os respaldasse, que.... Enfim, decidi ficar calada, pois nenhum daqueles homens parecia ter acabado o ensino médio.

    – Não vamos te soltar, garota – disse o motorista.

    – Como se atreve a me chamar assim?

    – Às vezes odeio esse trabalho – retrucou meu acompanhante olhando para janela enquanto bufava.

    – Como disse, podem me deixar na próxima esquina – insisti.

    – Já sabemos, você disse isso a umas quarenta esquinas atrás – comentou o motorista.

    Pelo menos o homem que ia ao meu lado me tratava com respeito.

    Bem, eu estava entre dois arruaceiros e nem sequer sabia o porquê.

    Alguém tinha destruído a sala do meu apartamento a balas, provavelmente desde o telhado do edifício da frente, e tampouco eu sabia o verdadeiro motivo disso.

    E ao que tudo indica meu amigo, o Professor John Matthews...

    – Vocês sabem o que aconteceu com o Professor Matthews? – Perguntei.

    – Quem? – Perguntou o motorista.

    – Será o outro cara. O que se encarregava Charlie

    O motorista falou por um rádio conectado ao carro, intercambiando palavras chaves.

    – Confirmado –  disse como quem fala do tempo –.  Caiu.

    –  Como? Como, caiu? O que aconteceu? – Minha voz deixou transparecer minha preocupação e incredulidade.

    –  Morreu –  disse meu companheiro me olhando um instante e voltando de novo a olhar para sua janela.

    Minha respiração voltou a ficar agitada. Era verdade que tinha ouvido um som similar a um disparo com silenciador. Ainda que só soubesse como aquilo soava, porque já tinha visto em filmes e séries. Naquele momento, quando o ouvi pelo telefone pensei que tinham matado o John. Porém logo descartei a ideia. Sim, admito que descartei. Essas coisas não aconteciam na vida real. Não com a gente. Não com dois professores universitários. Éramos gente de bem, não tínhamos nada a ver com o crime organizado. Oh.... Levei a mão a boca. Meus olhos se arregalaram tanto que pensei que iam saltar pelo rosto. John não, John!

    Senti que me faltava ar. E com certeza faltavam os resultados de alguns exames médicos. Era muito provável que eu fosse asmática. Não de nascimento, entende, mas de ter desenvolvido uma asma nervosa e, depois, de saber que meu colega, meu amigo... Que John estava morto. Enfim, isso não era algo que ajudava muito.

    Comecei a ofegar, abrindo a boca na tentativa desesperada de que entrasse mais ar.

    – E agora o que está acontecendo? – Perguntou o motorista.

    O homem ao meu lado me olhou e encolheu os ombros.

    – Não faço nem ideia. Deve ser por causa do seu amigo.

    Mas iam me deixar assim? Estava claro que precisava urgentemente de cuidados médicos. Se não me levassem a um hospital imediatamente poderia morrer.  Estava enjoada e minha cabeça doía. Me faltava ar, notava a falta de oxigênio em meu sangue. Emiti um grito. Um barulho longo e contínuo que logo se converteu em uma explosão de gritos histéricos. Não conseguia parar de gritar. Não queria parar. Haviam matado meu amigo e, provavelmente eu seria a próxima. Com os olhos nublados pelo medo observei os dois homens. E se fossem meus carrascos? Me agitava violentamente enquanto gritava, tentando várias vezes agarrar a porta do carro para abri-la.  Mas meu acompanhante me segurava com um braço, na altura do abdômen e fazia com que voltasse ao assento outra vez. Eu não cessava em meu empenho, era melhor cair rodando na rua, quebrar a perna ou qualquer outra coisa. Precisava lutar pela minha vida.

    – Faça alguma coisa, que merda! – Gritou o motorista a seu companheiro –. Ela está me deixando louco.

    Este me agarrou pelos ombros, como se buscasse meus olhos para falar comigo e me fazer ter um pouco de juízo, mas lhe dei bom arranhão no rosto. Ia dar um tapa quando segurou minha mão e, com a outra, me deu uma bofetada. Cerrei a boca pela surpresa e deixei de me sacudir. Levei a mão na bochecha na qual tinha me batido, olhando-o com incredulidade. Não tinha me batido com força. Estava certa de que, se aquele homem quisesse, teria me cortado o lábio sem nenhum esforço. Havia medido suas forças, tinha me batido mais para me surpreender do que para me machucar. 

    Olhei para fora. Estávamos em uma estrada e tinha começado a chover. Outubro era sempre um mês lúgubre na região de Nova York. O céu havia escurecido apesar de ser começo da tarde. Enormes nuvens se formavam sobre nós e davam ao caminho um ar sinistro. Os altos pinheiros que se alinhavam ao lado da estrada me fizeram pensar nos filmes ruins em que as vítimas acabavam abandonadas longe da civilização após serem humilhadas e desfiguradas.

    Me arrancariam os dentes e as impressões digitais para que a polícia não pudesse me reconhecer? Sabia o que me diziam, o professor Matthews e eu tínhamos escrito um livro sobre isso. A máfia russa, à que havíamos investigado a fundo, eram artistas destruindo tudo o que podia levar à identificação dos cadáveres.

    O medo tinha me paralisado. Sabia que tinha que sair daquele carro o quanto antes, mas reagir de maneira histérica, tal como tinha tentado antes não era a melhor maneira. Esses homens não tinham cara de assassinos, mas estavam armados, me levavam a algum lugar contra minha vontade. Aquilo não podia acabar bem. Tinha que lutar pela minha vida.

    Vamos! Vamos!

    Gritava mentalmente, mas tinha o corpo paralisado pelo medo. Sabia que tinha que juntar todas minhas forças. Parecer tranquila para que o homem que ia atrás comigo e olhava para fora não percebesse, e então, me mover rápido, abrir a porta e me atirar na estrada.

    O carro virou para entrar em um bosque e andamos por uma estrada de terra ao longo de uns vinte minutos.  Meu plano já não parecia tão viável, pois estávamos longe de tudo e, ao andar tão devagar, parariam e me capturariam antes de que eu conseguisse escapar.

    Paramos em frente a um portão de metal e dois homens grandes como armários abriram para observar cuidadosamente o motorista. Ao fundo tinha uma espécie de hangar. Mais adiante, uma pista de aterrisagem e um pequeno avião.

    CAPÍTULO DOIS

    – Se abaixe – disse o homem ao meu lado.

    Meus olhos permaneceram cravados nele. Sentia meu lábio inferior tremer. Meu estômago doía de medo.

    O motorista deu a volta no carro e abriu a porta de má vontade, fazendo um gesto grosseiro com a mão, como se fosse um cavalheiro cedendo-me a passagem. Quando vi a porta aberta o homem ligeiramente se afastou, o empurrei com força e comecei a correr.

    Não tinha dado muitos passos quando, o mesmo que ocorreu no beco, o mesmo homem que me agarrou, voltou a me agarrar. Me envolveu entre os braços e me levantou pelos ares.

    – Realmente tem que ser eu? – Perguntou ao seu companheiro como se estivesse aborrecido com a situação.

    Senti um hálito gelado na minha orelha enquanto falava e o cheiro de sua colônia.

    Caminhava comigo nos braços como se eu fosse um simples pacote. Devo dizer que, mesmo sendo bem magra, não era uma mulher precisamente leve, contudo gostava de fazer exercícios, tinha uma boa musculatura e era bastante alta.

    Cravei meus saltos em sua canela.

    – Dane-se! – Vociferou o homem entre dentes –. Pode ficar quieta, por favor!

    Me surpreendia seus modos, sobretudo comparando-o com o homem que tinha dirigido e um terceiro que se aproximava da gente caminhando como um típico fazendeiro do Oeste. Sim, quem vinha em nossa direção andava com as pernas arqueadas, como se acabasse de montar a cavalo.

    – Está querendo saber o porque tem que ser ele – falou o motorista ao recém-chegado, indicando com a cabeça o homem que me carregava. Logo os dois homens começaram a gargalhar alto.

    – Vai se lascar, Stratos! Não vou nem falar do tempo que você passa reclamando querendo voltar para casa e, agora vamos te mandar de volta...

    – Desse jeito não Mike! Não assim – enfatizou.

    Os dois homens que nos observavam começaram a rir novamente.

    – Tenta desfrutá-lo – disse o recém-chegado olhando-me de cima a baixo –. Apesar de tudo.

    O homem que me segurava emitiu um grunhido.

    – Me ponha no chão! – Ordenei, tentando parecer confiante diante daquela situação.

    – Vai fugir novamente?

    Nossos rostos viraram ao mesmo tempo e ficaram a centímetros de distância. O olhar daquele homem era o mais penetrante que eu já tinha visto na vida.

    – Não sei! – Respondi, repreendendo-me mentalmente pela minha sinceridade.

    Da onde vinha aquilo? Estava me tornando uma adolescente assustada? Por um instante me senti tão insegura, tão aturdida como me sentia na adolescência. Quando não era mais que uma garota com um corpo em formação, com óculos e incapaz de me proteger.

    – Então terei que te carregar até o avião.

    – Que avião!? Por quê? Você não tem esse direito...! – Me faltavam palavras, mas compensava me debatendo como um peixe fora d'água.

    – Que merda, Stratos... que bela viagem que você vai fazer! – Exclamou o motorista, dando um tapa nas costas do seu amigo –. Tenho pena de você, companheiro. Deve ter muita vontade de voltar para casa para aguentar isso –. Não só a viagem, mas o que vem depois. Garota histérica.

    – Ei! – Me queixei –, estão falando de mim.

    – Exatamente – interveio o terceiro –. Falávamos exatamente de você. Quando se tranquilizar explicaremos o que está acontecendo.

    O homem que me segurava

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